Sauditas mostram detritos de mísseis como prova de que iranianos estão envolvidos em ataque contra petroleira

Supostos restos dos mísseis que foram usados para atacar a instalação de petróleo da Aramco, exibidas pelo governo saudita em coletiva nesta quarta (18). — Foto: Hamad I Mohammed/Reuters

Investigação saudita aponta que um total de 25 drones e mísseis foram lançados contra duas instalações de petroleira Aramco. Disparos não podem ter sido feitos a partir do Iêmen, segundo Riad.

O Ministério de Defesa da Arábia Saudita apresentou nesta quarta (18), na capital Riad, detritos de mísseis e drones que, de acordo com com o reino, provam que o Irã foi responsável pelo ataque contra instalações da gigante petroleira Aramco no sábado (14). Os disparos não podem ter sido feitos a partir do Iêmen.

“O ataque foi lançado do norte e inquestionavelmente patrocinado pelo Irã. A evidência que vocês veem à sua frente torna isso inegável”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, coronel Turki al-Malki, em entrevista coletiva, em Riad.
O coronel Turki al-Malki afirmou que um total de 25 drones e mísseis foram lançados contra duas instalações, incluindo o que ele identificou como veículos aéreos não tripulados (UAV, na sigla em inglês) iranianos e mísseis de cruzeiro “Ya Ali”. Segundo ele, esses mísseis têm sido usados pela Guarda Revolucionária do Irã.

No sábado, os ataques atingiram Abqaiq, onde fica a maior fábrica de processamento de petróleo do mundo, o campo de petróleo de Khurais. De acordo com o estudo saudita, os drones e mísseis foram lançados contra Abqaiq enquanto os mísseis de cruzeiro tinham como alvo Khurais.

Um grupo reivindicou a autoria: rebeldes houthis, do Iêmen, que são apoiados pelo Irã. Eles disseram ter mobilizado 10 drones para fazer o ataque.

Os sauditas ainda estudam para saber de qual localidade exatamente os mísseis foram disparados. Porém, de acordo com Turki al Malki, os disparos não podem ter sido feito a partir do Iêmen. Ele explicou que várias informações estão sendo analisadas, mas por enquanto por questões de segurança estão sendo mantidas em sigilo.

Pompeo: ataque foi ‘ato de guerra’

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, chamou o ataque ocorrido no sábado de “um ato de guerra” e insistiu em atribuir ao Irã a participação na ofensiva.

“Foi um ataque iraniano”, disse Pompeo à imprensa, segundo a agência France Presse.
O norte-americano também afirmou que o ataque tinha as “impressões digitais” do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.

Irã nega acusações
O Irã já negou ter envolvimento nos disparos de mísseis contra a Aramco e já acusou os Estados Unidos de buscarem um pretexto para atacar o país.

Nesta quarta-feira (18), a agência oficial Irna tornou pública uma mensagem do governo do Irã dirigida aos americanos em que insistiam que o país não desempenhou nenhum papel no ataque, além de negar e condenar as acusações.

Ainda assim, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, também nesta quarta-feira (18), que determinou que eles vão aumentar substancialmente as sanções impostas contra o Irã.

Os sauditas agradeceram aos Estados Unidos por confrontar o Irã “de maneira sem precedentes” e por defender seus aliados regionais no Oriente Médio de um ataque gratuito, segundo Riad.

 — Foto: Juliane Monteiro/ G1
— Foto: Juliane Monteiro/ G1

Confira matéria do site G1.

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