Programação do Carnaval de Fortaleza oferece diversidade de atrações e passeia por Salvador, Olinda e Rio de Janeiro
Após um caloroso ciclo de pré-Carnaval, com uma ampla diversidade de blocos, agremiações, festas – públicas e particulares – e muita diversão, o mês de março chega trazendo mais cinco dias de folia a Fortaleza. Consagrando-se ainda como uma opção entre os procurados carnavais do Nordeste, a Capital cearense defende a “Liberdade que faz Brilhar Nossa Alegria” e celebra uma festa que passeia entre Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.
A abertura da programação oficial do Carnaval de Fortaleza, comandada com maestria pelo Bloco das Travestidas, acontece amanhã, 1º de março. Presença forte no Ciclo, o bloco completou três anos de existência e, em 2019, defendeu o tema “Queens do Carnaval”. No sábado, 2, a primeira atração nacional do polo Aterro da Praia de Iracema é uma das mais aguardadas nas estreitas ruas do Pelourinho: o grupo afro Olodum. A banda volta aos festejos carnavalescos na Capital após quatro anos. “E a gente vai matar a saudade desse povo que sempre nos recebe muito bem!”, comemora o vocalista Mateus Vidal. Integrante do Olodum há 26 anos, Mateus assegura um show repleto de canções que marcaram gerações – como Requebra, Faraó Divindade do Egito e Berimbau – aliado aos pedidos do público por renovação. Provando que o “Olodum tá hippie, Olodum tá pop/ Olodum tá reggae, Olodum tá rock”, os músicos incluíram no repertório a canção Tempo Perdido, do Legião Urbana. “Bem naquela pegada do Carnaval baiano”, ressalta Mateus. Com 40 anos de tradição, os soteropolitanos colorem a praia com sua percussão ritmada.
“O Carnaval é a festa do povo. Na verdade, é uma das festas que o povo brasileiro mais se sente prestigiado – mesmo com todas as diferenças e dificuldades que se tem durante o ano. É como uma válvula de escape, tão necessária para aliviar um pouco os problemas do dia a dia. Fico contente de poder fazer um show em praça pública, para todos, de todas as idades e classes sociais”, adianta o cantor e compositor Diogo Nogueira. Na noite de segunda-feira, 4, o sambista desfila toda a boemia da malandragem carioca no palco do Aterro da Praia de Iracema. Além das canções já consagradas em seu repertório, o filho do aclamado João Nogueira apresenta sua nova música Tá faltando o quê? e homenageia o tema do Carnaval de Fortaleza com Senhora Liberdade, de Ney Lopes e Wilson Moreira. “Quero lançar uma música nova a cada dois meses e já temos as duas próximas músicas que serão lançadas em breve”, promete.
Já na terça-feira, 5, a última atração nacional a ocupar o polo litorâneo é a Troça Elétrica. Inédito na Capital, o projeto criado pela banda pernambucana Nação Zumbi em 2016 é inspirado nos blocos anárquicos que surgem espontaneamente nas ruas de Recife e Olinda durante o período carnavalesco. Além dos prestigiados mangueboys, o festejo reúne o grupo Academia da Berlinda e a tradicional Orquestra de Frevo Henrique Dias. “A Troça é uma trincheira da folia. A Academia abre o show em Fortaleza e, no intervalo antes da Nação entrar no palco, a Orquestra toca frevos esquentando a plateia. É um pedaço de Olinda, desse Carnaval de rua”, explica Jorge dü Peixe. O vocalista da Nação Zumbi garantiu um show com setlist diversificado, com músicas do álbum de estreia Da Lama ao Caos (1994) aos experimentos e releituras de Radiola NZ (2017).
Além do Aterro, os foliões contam também com atividades nos polos carnavalescos Mercado dos Pinhões, Mercado da Aerolândia, Mocinha, Passeio Público, Benfica e na Domingos Olímpio.
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