Garotinho e Rosinha são presos no Rio por fraude e desvios milionários nas obras do Morar Feliz

Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Ex-governadores são investigados no âmbito da Operação Secretum Domus pelo superfaturamento em contratos da Prefeitura de Campos dos Goytacazes com a construtora Odebrecht para a construção de casas populares; as licitações foram celebradas durante os dois mandatos de Rosinha como prefeita

O Ministério Público do Rio de Janeiro deflagrou na manhã desta terça, 3, a Operação Secretum Domus, e prendeu os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus. Também foram expedidos mandados contra Sérgio dos Santos Barcelos, Ângelo Alvarenga Cardoso Gomes e Gabriela Trindade Quintanilha, apontados pelo MP como ‘pessoas de confiança’ do casal Garotinho.

Os cinco são investigados pelo superfaturamento em contratos celebrados entre a Prefeitura de Campos de Campos dos Goytacazes e a construtora Odebrecht, para a construção de casas populares dos programas “Morar Feliz I” e “Morar Feliz II” durante os dois mandatos de Rosinha como prefeita, entre 2009 e 2017.

As ordens de prisão foram expedidas pela 2ª vara de Campos dos Goytacazes, na região Norte fluminense, com base nas delações de dois executivos da construtora, Leandro Andrade Azevedo e Benedicto Barbosa da Silva Junior. Ambos foram denunciados pela Promotoria, assim como outro executivo da empresa, Eduardo Fontenelle.

Esta é a quarta vez que o ex-governador Anthony Garotinho é preso em três anos.

O juízo determinou ainda a realização de buscas em endereço da empresa Construsan, subcontratada da Odebrecht para a realização de parcela da obra, no valor de mais de R$ 140 milhões.

O Ministério Público identificou o superfaturamento de mais de R$ 62 milhões nos contratos fechados com a Odebrecht – R$ 29.197.561,07 no âmbito do Morar Feliz I e R$ 33.368.648,18 em decorrência do Morar Feliz II.

Somados, os valores totais das licitações dos programas ultrapassam R$ 1 bilhão, dizem os promotores. Os contratos previam a a construção de 9.674 unidades habitacionais e a urbanização de seus respectivos loteamentos.

O prejuízo causado ao município pelo superfaturamento das obras, é de ao menos R$ 62 milhões, indica o Ministério Público.

Segundo a Promotoria, as contratações, além de superfaturadas, foram permeadas pelo ‘pagamento sistemático de quantias ilícitas, em espécie, em favor dos ex-governadores’. As investigações identificaram o recebimento de R$ 25 milhões em propinas pagas pela Odebrecht.

O pagamento dos valores indevidos era operacionalizado pelo Setor de Operações Estruturadas da construtora e registrado no Sistema Drousys, indicou o MP. Planilhas entregues pelos colaboradores indicavam o codinome do beneficiário direto, valor, data do pagamento e, em alguns casos, até mesmo a obra vinculada ao pagamento da quantia, por exemplo, ‘Casas Campos II’.

De acordo com o Ministério Público, a entrega das propinas eram feitas por Álvaro Galliez Novis e pela Transportadora Transmar.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE GAROTINHO

A reportagem tenta contato com a defesa do ex-governador. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ROSINHA MATHEUS

A reportagem tenta contato com a defesa da ex-governadora. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, OS OUTROS INVESTIGADOS

A reportagem tenta contato com Sérgio dos Santos Barcelos, Ângelo Alvarenga Cardoso Gomes, Gabriela Trindade Quintanilha e Álvaro Galliez Novis. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, AS EMPRESAS CITADAS

A reportagem tenta contato com a empresa Construsan e Transportadora Transmar. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A ODEBRECHT

“A Odebrecht tem colaborado de forma permanente e eficaz com as autoridades, em busca do pleno esclarecimento de fatos do passado. Hoje, a Odebrecht está inteiramente transformada. Usa as mais recomendadas normas de conformidade em seus processos internos e segue comprometida com uma atuação ética, íntegra e transparente”.

Confira matéria do site Estadão.

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