Homem mantinha reféns desde as 5h30 e foi alvejado por snipers da polícia; ação durou cerca de quatro horas
RIO E SÃO PAULO – Um homem que fazia 37 passageiros de um ônibus da Viação Galo Branco reféns na Ponte Rio-Niterói na manhã desta terça-feira, 20, foi morto por atiradores de elite da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. O sequestro se iniciou por volta das 5h30 e durou cerca de quatro horas. A arma usada era de brinquedo. Os passageiros foram libertados – nenhum deles ficou ferido.
Depois da morte do sequestrador, o governador Wilson Witzel (PSC) foi à Ponte Rio-Niterói de helicóptero, abraçou os policiais e vibrou com a ação dos agentes de segurança.
O porta-voz da PM fluminense, coronel Mauro Fliess, considerou a ação policial bem-sucedida e parabenizou os agentes envolvidos na ocorrência.
“Essa é a polícia que queremos ver. Foi necessário o disparo de um sniper para neutralizar o marginal e salvar todas as pessoas do ônibus. Estamos prestando toda a atenção à saúde dos reféns e agindo com solidariedade. Parabenizo todos os envolvidos”, afirmou o porta-voz. “Nenhum refém ferido, eles estão recebendo atendimentos médicos e psicológicos em caso de necessidade. Mas nenhum ferimento.”
A arma do sequestrador era de brinquedo, mas, segundo o coronel Fliess, o homem jogou combustível no veículo e ameaçou incendiá-lo.
A Ponte Rio-Niterói foi totalmente interditada, no sentido Rio. Já o sentido Niterói foi temporariamente bloqueado, para implantação de faixa reversível, de acordo com a Ecoponte. Agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) implantaram fechamentos também nos acessos à ponte pela Avenida Brasil e pelo Viaduto do Gasômetro.
Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Militar, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Corpo de Bombeiros cercaram o veículo que ficou parado na altura do Vão Central. Viaturas dos bombeiros chegaram ao local por volta das 7h10.
Veja o momento em que o sequestrador é alvejado pelos policiais militares
O homem, que se identificou como policial militar para entrar no ônibus, não fez nenhuma demanda específica para liberar os reféns.
O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse mais cedo, em sua conta no Twitter, que acompanhava o sequestro do ônibus e estava em contato direto com o comando da Polícia Militar. Para Witzel, “a prioridade é a proteção dos reféns”.
Em entrevista ao Bom Dia Rio, a mulher de um dos reféns contou que o marido lhe avisou do sequestro. “Sempre roubam carteira e celular, mas esse tipo de coisa nunca aconteceu”, destacou Eliziane Terra.
“Ele saiu para trabalhar 4h30. Quando foi por volta de 5h26 ele me mandou uma mensagem dizendo que o ônibus estava sendo sequestrado: ‘Estamos indo para a ponte’. A princípio eu pensei que era um assalto. Eu levantei, acordei o meu filho e disse: ‘Seu pai está sendo assaltado'”, revelou.
A linha de ônibus 2520D da Viação Galo Branco saiu do Jardim Alcântara, em São Gonçalo, em direção a Estácio, na região central do Rio.
No Facebook, o Centro pediu para que os passageiros que chegam de Niterói utilizem o serviço de barcas para fazer a travessia.
Cerca de 150 mil veículos passam por dia pela Ponte Rio-Niterói. Nos horários de pico, cerca de 8 mil carros passam por hora pela ponte.
Sequestro do ônibus 174, em 2000
A ocorrência desta terça fizeram não só os cariocas como os brasileiros relembrarem o sequestro ao ônibus da linha 174, no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, há 19 anos. Transmitida pela televisão ao vivo para todo o País, a ação durou mais de quatro horas e terminou com a morte de uma passageira – a professora Geísa Firmo Gonçalves – e do sequestrador Sandro Barbosa Nascimento.
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