Advogado pede acesso a investigação, que corre em segredo de justiça. Manoel Silva Rodrigues foi detido com 39 kg da droga em avião presidencial.
A defesa do sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues – preso no aeroporto da Espanha por transportar 39 quilos de cocaína na bagagem – apresentou novo recurso à Justiça, dessa vez ao Supremo Tribunal Federal (STF), para pedir acesso ao processo que investiga o militar.
O habeas corpus foi protocolado nesta segunda-feira (15) após o Superior Tribunal Militar (STM) negar pedido anterior. O advogado Carlos Alexandre Klomfahs alega que não teve acesso às investigações conduzidas pela Força Aérea Brasileira (FAB) sobre o caso, o que estaria dificultando o trabalho da defesa.
“Solicitei o acesso ao processo em segredo de Justiça com a prerrogativa de que meu cliente tem direito a defesa”, explica o advogado.
“O STM diz que não tínhamos enviado, mas enviei [o pedido]. É aquele discurso do Poder de que não houve provas.”
Carlos Alexandre conversou com o G1 e disse que ainda não conseguiu contato com o militar detido, “apenas com a família”, conta. Além disso, o advogado diz trabalhar com a possibilidade de haver “retaliação por interesse político”.
Segundo o advogado do sargento, o pedido ao STF tem o objetivo de agilizar a análise do caso. “Poderia aguardar uma decisão colegiada no STM, mas os ministros estão de folga e não daria para esperar tanto tempo”, diz a defesa.
Prisão
O militar, de 38 anos, foi detido em 25 de junho, na cidade de Sevilha, ao desembarcar do avião da FAB. Ele fazia parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O grupo estava em viagem ao Japão, para reunião da cúpula de líderes do G20, que reúne as 20 principais economias do mundo.
A aeronave onde estava Manoel Silva Rodrigues, que atua como comissário de bordo em voos da Força Aérea, costuma fazer a rota presidencial antes do avião do presidente em viagens longas, e, por isso, fica à disposição de Jair Bolsonaro para quando ele pousar no destino.
A cocaína encontrada com o militar estava dividida em 37 pacotes de mais de um quilo. Fontes policiais disseram ao jornal espanhol “El País” que a droga não estava sequer camuflada entre roupas. “Em sua mala, havia apenas drogas”, afirmou uma porta-voz da força policial em Sevilha.
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