Renato Souza
Correio Braziliense
O ministro da Economia, Paulo Guedes, negou ter conhecimento ou determinado qualquer procedimento investigatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre as contas do jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept. Em ofício enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU), Guedes afirma, no entanto, que dentro do órgão correm ações que nem mesmo ele sabe, em razão de sigilo.
A resposta de Guedes ocorreu por determinação do ministro Bruno Dantas, que deu o prazo de 24 horas para que o ministro e o presidente do Coaf, Roberto Leonel de Oliveira Lima, se manifestassem sobre o caso.
INTIMIDAÇÃO – Glenn é autor de uma série de reportagens relacionadas ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e procuradores da Lava-Jato, que tiveram suas conversas privadas publicadas pelo jornalista e sua equipe. Nos Diálogos, Moro e os demais aparecem em atos controversos que lançam suspeitas sobre a maneira como conduziram ações da Lava-Jato no Paraná.
Em despacho, Dantas afirma que eventual investigação contra Glenn seria uma forma de intimidar sua atuação profissional. Atos do tipo, de acordo com o ministro, também caracterizariam uso inadequado de recursos públicos.
DIZ GUEDES – Na resposta ao TCU, Guedes diz que não “não tem conhecimento sobre os fatos noticiados nos autos da representação, bem assim não tomou parte de nenhuma questão relacionada aos fatos e situações ali descritos, não havendo por conseguinte, orientado ou determinado nenhuma providência por parte do Coaf em eventuais investigações levadas a efeito, atinentes à representação citada”.
No entanto, o próprio ministro confessa que a depender do procedimento, ele não terá acesso, para que a investigação seja preservada. Guedes declara que “considerada a natureza da atividade fiscalística do Coaf, a implicar sigilo oponível inclusive ao Ministro de Estado da Economia, apenas o próprio Coaf poderá detalhar os mecanismos adotados para evitar que os recursos do órgão sejam empregados em desacordo com sia finalidade institucional”, completou.
DIZ O COAF – Em outro ofício, o Coaf afirma que não recebe demandas de investigação da Polícia Federal, e que esse tipo de ato não faz parte das competências do órgão. No entanto, declara, que se notificado pela corporação, avalia as informações junto aos dados que mantém e que informa as autoridades competentes se forem encontrados indícios de crime, como lavagem de dinheiro.
Ao receber o ofício, Bruno Dantas enviou o documento para pronunciamento do Ministério Público junto ao TCU (MPTCU). Após a resposta do Ministério Público, o ministro decide quais medidas serão tomadas em relação ao caso.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É preciso haver tradução simultânea. No caso, Greenwald não está sendo alvo de intimidação. Pelo contrário, continua operando com total liberdade, embora já haja provas de manipulação do teor de mensagens publicadas, envolvendo nomes, datas etc.
O que o excelente repórter Renato Souza deixou de registrar é que Greenwald é suspeito de integrar uma quadrilha cujo objetivo é destruir a Lava Jato, para libertar Lula, Dirceu, Cunha etc. e evitar a prisão de Temer, Moreira, Aécio, Padilha, Jucá Renan & Cia. Ltda. É disso que se trata. O que está ocorrendo é uma conspiração para destruir a maior ofensiva anticorrupção já feita, desde a operação Mãos Limpas, na Itália, que à época sofreu o mesmo tipo de conspiração. (C.N.)
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