Na escalada para baixo em que vem perdendo o rumo, a compostura e as eleições, a esquerda brasileira e mundial perdeu também a capacidade de operar os circuitos neurológicos que levam ao pensamento racional. Não há mais, sequer, o tráfico de ideias de baixa qualidade. O comando central de seus sistemas, agora, programou a eliminação da atividade de pensar. Saem as ideias de qualquer natureza, mesmo as de qualidade mais baixa. Entra em seu lugar, como ordem suprema, a repetição automática de uma maldição para substituir a ação política: “fascismo”.
É a isso, e apenas a isso, que se reduziu a militância de esquerda hoje em dia. Não há programa de governo, não há convicções e não há propostas sérias para nada – tudo consiste em repetir que qualquer tipo de oposição aos seus desejos, às suas ideias e às suas conveniências é “fascismo”. Como mudaram a definição etimológica da palavra “fascismo”, que deixou de designar um movimento político determinado e passou a significar o “mal” em termos absolutos, não se pode mais discordar deles – e esse “deles” inclui tudo, de Lula a Janja, do PT a Alexandre de Moraes. Quem discorda é “fascista” e, portanto, não tem direito a nada, sobretudo a dizer o que pensa. Ganhar eleições, então, nem pensar.
O X, o Facebook, o Instagram e todo o resto das redes sociais provam, minuto a minuto, em tempo real, que a maioria das pessoas não quer o que a esquerda quer – na verdade, quer o contrário
A reação histérica da esquerda brasileira à decisão tomada pela Meta para eliminar os filtros internos de checagem, que vetavam a publicação de postagens consideradas nocivas em suas plataformas de redes socias, é um monumento à consagração do “fascismo” como elixir universal do ideário “progressista” de hoje. A decisão da empresa foi furiosamente excomungada como “fascismo” em último grau – ou, pior ainda, como uso do “poder econômico” para implantar o “fascismo” no mundo inteiro. O que a Meta está dizendo é simplesmente o seguinte: “Aqui não há mais censura interna. Cada um escreve o que quiser”. Para a esquerda, isso é fascismo.
As redes sociais, do X de Elon Musk à Meta de Mark Zuckerberg, são hoje o terror das ditaduras em todo o mundo – e, simetricamente, o terror da esquerda. Pela primeira vez na história, o povo de verdade, na voz de centenas de milhões de pessoas, pode falar e ouvir o que quiser. Não é Musk, nem Zuckerberg que falam nas redes, como os jornalistas falam nos jornais, no rádio e na televisão – e não são eles, na verdade, que deixam a esquerda transtornada. Quem fala na internet é a população, direto, e é a vontade bruta da população que cria o pânico no “campo progressista”. O X, o Facebook, o Instagram e todo o resto das redes sociais provam, minuto a minuto, em tempo real, que a maioria das pessoas não quer o que a esquerda quer – na verdade, quer o contrário.
Em nenhum momento passa pela cabeça da esquerda indagar se não haveria alguma coisa errada em sua fé atual, já que o povo demonstra uma fé oposta nas redes sociais. Sua única reação é gritar: “Fascismo. Não pode. Prende”. É por isso que toda a eleição, hoje em dia, é tratada pela esquerda como uma ameaça mortal à democracia. Quem discorda pode ganhar, como aconteceu com Trump nos Estados Unidos, com Milei na Argentina, com Giorgia Meloni na Itália, e pode acontecer em breve na Alemanha e no Canadá. O que eles querem, cada vez mais, é eleição do tipo Venezuela, ou TSE, as únicas que realmente resolvem. Rede social, nesse caso, é fascismo puro.
FONTE GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/redes-sociais-terror-ditaduras-esquerda/
Fazendo o jogo dos terroristas
Uma decisão atabalhoada de uma juíza de primeira instância conseguiu aprofundar a crise diplomática entre Israel e Brasil, marcada pelas constantes críticas do presidente Lula à ofensiva israelense contra o Hamas, na Faixa de Gaza, e o Hezbollah, no sul do Líbano. No fim do ano passado, a magistrada Raquel Soares Chiarelli, do Distrito Federal, ordenou que a Polícia Federal abrisse investigação contra um reservista das Forças de Defesa de Israel (FDI) que passava férias na Bahia, o que, por sua vez, levou até mesmo a embaixada israelense no Brasil a interferir para garantir a segurança de seu cidadão.
Yuval Vagdani, 21 anos, serviu como reservista no Batalhão Tzabar, da Brigada Givati, do exército israelense, e atuou na ofensiva em Gaza. Encerrado o seu período nas FDI, recebeu a dispensa e veio ao Brasil com amigos, em uma viagem que estava planejada havia três anos. Já na Bahia, em 4 de janeiro, Vagdani soube que era alvo de uma denúncia por supostos crimes de guerra – mais especificamente, a demolição de edifícios de uso civil, muitos deles comprovadamente usados pelo Hamas para esconder sua infraestrutura terrorista. No dia seguinte, 5 de janeiro, a juíza ordenou que a investigação fosse conduzida sob sigilo, mas àquela altura o ex-soldado já tinha deixado o Brasil rumo à Argentina, acompanhado por um representante diplomático israelense.
Yuval Vagdani sobreviveu ao 7 de outubro para, quase um ano e meio depois, voltar a ser perseguido, tratado como suspeito, tudo por ser um ex-militar israelense
A perseguição contra Yuval Vagdani foi iniciada por dois advogados brasileiros que representavam a Fundação Hind Rajab, uma ONG pró-Palestina que, no fim das contas, serve como braço jurídico do terrorismo islâmico palestino para constranger israelenses onde quer que estejam. Criada quase um ano após o massacre de 7 de outubro de 2023, a entidade é presidida por um ex-membro do Hezbollah que mentiu sobre desentendimentos com a cúpula da organização terrorista para conseguir se radicar na Bélgica; um dos cofundadores afirmou, a respeito do ataque terrorista do Hamas, que os palestinos estavam apenas “simplesmente retornando para casa e recuperando suas propriedades”. O grupo se especializou em encontrar soldados ou ex-soldados israelenses no exterior e acionar as autoridades dos países visitados por eles, alegando a prática de “crimes de guerra” e invocando o Estatuto de Roma, já que a Fundação Hind Rajab afirmou ter ido ao Tribunal Penal Internacional (TPI) contra mais de mil militares israelenses – casos semelhantes ao de Vagdani já ocorreram no Chipre, na Eslovênia e na Holanda. A corte, no entanto, não tomou nenhuma decisão neste caso, o que não impediu a juíza Raquel Chiarelli de cair na esparrela dos defensores de terroristas e fazer o jogo deles, ainda que inadvertidamente.
O reservista Vagdani já tinha sido alvo do terrorismo islâmico em 7 de outubro – ele estava no festival de música Supernova, onde os terroristas mataram 364 pessoas e sequestraram outras 40. Sobreviveu para, quase um ano e meio depois, voltar a ser perseguido, tratado como suspeito de crimes contra a humanidade sem nenhuma outra evidência a não ser algumas fotografias em zona de guerra, tudo por ser um ex-militar israelense. É legítimo discutir se o governo israelense cometeu crimes de guerra em sua luta para se proteger da ameaça terrorista do Hamas, mas, na ausência de provas robustas ou de uma decisão do TPI contra indivíduos que integrem as Forças de Defesa de Israel, o que temos é um oportunismo rasteiro que criminaliza pessoas por serem israelenses e terem feito (ou fazer) parte de um exército regular.
Felizmente, o Ministério Público Federal tratou de abafar o caso, afirmando em parecer que as alegações do grupo pró-terrorismo são muito frágeis. Mas o estrago já está feito. Yuval Vagdani afirmou em entrevista que, por mais que a viagem ao Brasil fosse um sonho, jamais voltará a colocar os pés por aqui. Parlamentares israelenses, tanto aliados quanto opositores do premiê Benjamin Netanyahu, expressaram sua indignação (mas também aproveitaram o caso para se criticar mutuamente). Que um episódio como esse tenha ocorrido com a ajuda do Judiciário brasileiro é ainda mais vergonhoso, em nova demonstração de que o Brasil, apesar de não registrar atos antissemitas como os registrados em novembro na Holanda, não é exatamente um local onde israelenses ou judeus possam se sentir totalmente tranquilos.
FONTE:; GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/yuval-vagdani-justica-investigacao/
O terrível caso de exploração sexual denunciado por Musk no Reino Unido
O bilionário Elon Musk, que em breve assumirá um papel importante no segundo mandato de Donald Trump, reacendeu nos últimos dias uma controvérsia de décadas atrás sobre um escândalo de exploração sexual envolvendo menores de idade no Reino Unido.
Os comentários citam o atual primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, que na época da abertura de uma investigação liderava a Procuradoria-Geral britânica.
O magnata da tecnologia acusou o governante britânico, por meio de seu perfil no X, de ter sido omisso diante das denúncias de abuso sexual dentro de uma rede de pedofilia liderada por homens de maioria paquistanesa, segundo as investigações da época. Musk chamou o episódio de “vergonha da Grã-Bretanha”.
Essa organização criminosa atuava principalmente em comunidades vulneráveis e carentes do Reino Unido, por meio do aliciamento e violação de crianças em cidades britânicas.
Musk ainda utilizou sua rede social para pedir a opinião de seus seguidores se consideram que os Estados Unidos deveriam intervir para “libertar” o Reino Unido de sua “governança tirânica”, também se referindo ao premiê do Partido Trabalhista, que assumiu o poder em julho do ano passado, após a renúncia do conservador Rishi Sunak.
Conforme os comentários foram ganhando maior proporção na internet, Starmer se manifestou sobre as acusações, repudiando as declarações de Musk indiretamente, condenado em uma mensagem “aqueles que estão espalhando mentiras e desinformação”.
O escândalo das gangues de aliciamento de menores, um dos piores casos de exploração sexual da história do Reino Unido, abarca um longo período. Os primeiros relatos surgiram ainda na década de 1980 e se estenderam até o início da década de 2010.
Durante as mais de quatro décadas, os criminosos aliciaram, drogaram abusaram sistematicamente de milhares de meninas vulneráveis em cidades como Rotherham, Rochdale, Oxford e Telford e Oldham, no norte da Inglaterra.
Um relatório independente feito pela professora Alexis Jay, em 2014, estima que cerca de 1.400 crianças foram exploradas sexualmente em Rotherham entre 1997 e 2013, predominantemente por homens de ascendência paquistanesa.
O documento identificou falhas contundentes das autoridades britânicas em punir os criminosos integrantes dessa rede de pedofilia. Segundo Jay, houve um “nervosismo” das autoridades locais em lidar com a situação devido às “origens étnicas dos perpetradores”, por medo de serem considerados “racistas”, explicou a professora.
Após as primeiras investigações e detalhes sobre o escândalo serem divulgados, as vítimas começaram a buscar ajuda, mas algumas foram ignoradas ou desacreditadas pela polícia, que chegou a culpar as denunciantes pelos crimes.
Posteriormente, jornalistas do jornal britânico The Times também começaram a publicar informações constatando a negligência do governo britânico.
O caso, então, voltou à tona com as declarações de Musk, nas últimas semanas, após serem divulgadas informações de que a ministra da Proteção de Dados do Reino Unido, Jess Phillips, rejeitou o pedido de abertura de um novo inquérito sobre casos semelhantes na cidade de Oldham. A representante do governo trabalhista argumentou que a autarquia local deveria decidir encomendar ou não uma nova investigação.
A professora Jay e o antigo procurador responsável pelo processo contra os autores dos crimes de Rotherham, Nazir Afzal, foram contra a abertura de uma nova investigação durante a gestão de Starmer, afirmando que as recomendações já apresentadas sobre o caso devem ser levadas em consideração e aplicadas. “As vítimas querem ação em vez de outro inquérito nacional”, disse Jay à emissora BBC.
A oposição conservadora britânica, incluindo a líder Kemi Badenoch, repercutiu as denúncias de Musk, defendendo um novo inquérito nacional. Os trabalhistas, por outro lado, questionaram os governos anteriores por não terem “ressuscitado” o caso.
Ao todo, mais de 7.000 vítimas e sobreviventes testemunharam no inquérito independente sobre o caso de exploração sexual, encerrado em 2022. Em 2023, durante a gestão do conservador Sunak, foi criada uma força-tarefa especial para fornecer apoio às vítimas.
Conexão de Keir Starmer com o caso
O primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, foi chefe dos Serviços de Acusação da Coroa (CPS) entre os anos de 2008 e 2013, supervisionando os processos penais em andamento na Inglaterra e no País de Gales.
Portanto, a investigação sobre o escândalo de pedofilia foi aberta durante sua gestão da pasta.
De acordo com a imprensa britânica, nove meses após sua nomeação, o CPS optou por não processar os suspeitos de integrarem a rede de exploração em Rochdale, depois de os advogados terem informado que a vítima principal não era “confiável”. Em 2011, no entanto, essa decisão foi anulada por Nazir Afzal, nomeado procurador-geral para o noroeste de Inglaterra.
Com a mudança de rumo no processo, Afzal conseguiu levar nove homens em Rochdale à condenação pelos crimes envolvendo a rede de pedofilia.
Apesar do CPS sob Starmer ter sido fortemente atacado por sua incapacidade de levar adiante a ação, o primeiro-ministro trabalhista nunca foi acusado de qualquer responsabilidade sobre o caso.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/terrivel-caso-exploracao-sexual-denunciado-musk-pode-prejudicar-premie-britanico/
Vigilância do Pix aumenta e parlamentares reagem: entenda a medida da Receita Federal
A ampliação do monitoramento das transações via Pix, a partir deste mês, pela Receita Federal, gerou repercussão nas redes sociais e provocou reações no Congresso, mesmo durante o recesso legislativo. Dois projetos de decreto legislativo foram apresentados nesta semana para sustar a vigilância do Pix.
A fiscalização foi estabelecida pela Instrução Normativa 2219/2024 da Receita Federal, publicada em setembro. Agora, todas as transferências acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e de R$ 15 mil para pessoas jurídicas serão monitoradas para evitar sonegação fiscal.
O deputado Gilson Marques (Novo-SC) argumenta que há “totalitarismo tributário”. “A Receita não pode quebrar o sigilo de todos os brasileiros e submeter a população a um regime de vigilância fiscal”, afirmou.
Além dele, o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) destaca que a regra da Receita permite a coleta indiscriminada de dados financeiros de contribuintes, expondo-os ao risco de vazamentos e violando direitos constitucionais fundamentais, como o sigilo bancário. Ele também protocolou, na segunda-feira (6), um projeto de decreto legislativo com a mesma finalidade.
Com a nova instrução, a Receita Federal passou a receber informações de operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento, como grandes varejistas, bancos virtuais e carteiras digitais. Antes, apenas os bancos tradicionais, públicos e privados, repassavam esses dados à Receita.
O envio dos dados à Receita será semestral, por meio de uma declaração chamada “e-Financeira”. As transações realizadas entre janeiro e julho deste ano, por exemplo, serão enviadas em agosto. As referentes ao segundo semestre, até fevereiro de 2026. Quem não declarar o total de transferências poderá enfrentar problemas com o Fisco.
A repercussão da medida levou a Receita a esclarecer que, no repasse das informações pelas instituições financeiras e administradoras de cartão de crédito, não há “qualquer elemento que permita identificar a origem ou natureza dos gastos efetuados”. Também negou que haverá taxação.
“Por exemplo, quando uma pessoa realiza uma transferência de sua conta para um terceiro, seja enviando um Pix ou fazendo uma operação do tipo DOC ou TED, não se identifica, na e-Financeira, para quem ou a que título esse valor individual foi enviado”, informou a Receita Federal. A operação também não é individualizada e não implica em qualquer aumento de tributação.
Regras ampliam informações sobre informais
Segundo André Felix Ricotta de Oliveira, sócio da Felix Ricotta Advocacia, com a implementação dessas novas regras, a Receita Federal passará a receber informações sobre os valores que trabalhadores informais, como autônomos e freelancers, recebem ao longo do mês, seja por meio de Pix, PayPal ou outras plataformas. Isso permitirá que o Fisco verifique se os valores recebidos foram devidamente declarados pelos contribuintes.
“Para aqueles que recebem mais de R$ 5 mil mensais, a partir de agora, não há mais isenção. Essas pessoas terão que declarar o Imposto de Renda, e o Fisco irá cruzar as informações de movimentação financeira com as declarações”, explica Oliveira.
Layon Lopes, CEO da Silva Lopes Advogados, explica que a nova exigência da Receita Federal não implica na taxação do Pix, mas busca fortalecer a segurança e a transparência nas transações financeiras, visando o combate a fraudes.
Parlamentares argumentam possibilidade de caos tributário com vigilância maior do Pix
Segundo o deputado Gilson Marques, a medida da Receita Federal não se limita a transferências que excedam R$ 5 mil, mas considera o somatório das movimentações financeiras em um único mês. Isso significa que, para fins de arrecadação, serão considerados, além do salário, quaisquer recursos recebidos, como aluguel, pagamento de fornecedores, resgate de aplicações ou venda de bens.
“Se uma aposentada que recebe o salário-mínimo, por exemplo, alugar sua casa pelo AirBnB ou receber um presente do filho e isso superar os R$ 5 mil, ela teria que pagar Imposto de Renda sobre o total movimentado. Se ela não declarar isso, estará sonegando e poderá receber um boleto de cobrança.”
Para ele, a medida pode gerar um caos tributário e afetar principalmente “as pessoas que não têm acesso à informação”.
“Considerando que qualquer pessoa que recebe mais de R$ 5 mil em qualquer mês tem que fazer uma declaração adicional a cada seis meses, é óbvio que uma grande quantidade de pessoas estará nessa situação. Qualquer motorista de Uber, cabeleireiro, pessoas com profissões simples ou em início de carreira. Não haverá contadores suficientes para atender a essa demanda”, diz.
O senador Mecias de Jesus destaca que a regra da Receita permite a coleta indiscriminada de dados financeiros de contribuintes, expondo-os ao risco de vazamentos e violando direitos constitucionais fundamentais, como o sigilo bancário.
“Essa medida extrapola os limites do poder regulamentar e ameaça a privacidade de milhões de brasileiros”, argumentou.
Receita está fazendo “grande diligência” com vigilância do Pix
Marques ressalta que a medida possibilitará a abertura de novos processos de fiscalização contra todos os contribuintes, não apenas os que têm movimentações suspeitas.
“Ou a Receita vai processar todas essas pessoas, criando uma situação de sufocamento da população e prejudicando profissões, ou fará uma fiscalização ‘seletiva'”, diz. “Neste caso, eles vão selecionar pessoas que desejam identificar.”
Para o economista Fernando Ulrich, da Liberta Investimentos, a vigilância do Pix reforça uma das principais marcas da atual administração de “grande diligência” para monitorar, fiscalizar e tributar o cidadão.
“Mas não há quase nenhum esforço quando se olha para o lado da despesa pública, do gasto ou do desperdício do dinheiro do cidadão. É quase todo esforço focado em arrecadar mais e monitorar tudo que cada um está fazendo.”
Ulrich questiona a legalidade desse tipo de intrusão normativa da Receita Federal. “Uma consequência dessa coleta enorme de informações pela Receita é que cidadãos ficam vulneráveis a ataques hackers ou acessos não autorizados de dados sigilosos por criminosos”, destaca.
“A Receita vem acumulando uma quantidade cada vez maior de informações e concentrando esses dados na sua base, num verdadeiro ‘mapa do tesouro'”, afirma.
Para ele, a evolução desses sistemas, além do risco de violação da privacidade financeira, é o aumento exponencial do controle do dinheiro pelo próprio Banco Central. “Quanto mais avançamos nesse ambiente de crescente vigilância e monitoramento, caminhamos para um sistema muito mais prejudicial e perigoso de controle”, afirma.
“O Pix é uma forma de transferir saldos, mas o controle e posse do saldo ainda está numa empresa privada, numa instituição de pagamento, numa instituição financeira, não está com o BC. Mas se migrarmos futuramente para uma moeda digital de banco central de varejo, em que cada cidadão tem sua conta diretamente no BC, aí é o controle absoluto. É preciso vigilância para se proteger dos tentáculos deste Leviatã financeiro.”
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/economia/vigilancia-do-pix-receita-repercussao/
“Posse” de Maduro é catástrofe para a democracia
Esta sexta-feira é um triste dia para o mundo, para a América Latina e para o Brasil. Mais uma ditadura permanece e se consolida sob a força das armas na Venezuela. Armas de milicianos, compradas com os impostos do povo venezuelano e distribuídas pelos integrantes do governo de Nicolás Maduro, para aqueles que quiserem apoiá-lo e intimidar a população, que em sua maioria (de 67%) votou para tirar Maduro e botar no seu lugar o embaixador Edmundo González, chamado nesta semana de “presidente eleito da Venezuela” pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Os EUA sabem disso, sabem que o resultado, com 83,5% das urnas apuradas, era de 67% a 30%. E aí veio a interrupção, quando Maduro soube que estava perdendo feio.
Maduro assumiu um compromisso em Barbados, e que o Brasil testemunhou: o compromisso de fazer eleições limpas. E não cumpriu. O Itamaraty cobrou, mas não adiantou nada, e não houve mais nenhuma outra ação do governo brasileiro. Na quarta-feira, Lula fez um discurso pró-democracia; nesta sexta, a embaixadora do Brasil na Venezuela deve representar o governo brasileiro e, com isso, atestar a posse ilegal de um ditador. No momento em que estou gravando, não sei se Lula acabou tendo o bom senso de desistir de mandar a representante para a posse.
Gustavo Petro, presidente da Colômbia, o vizinho a oeste, o país que mais recebe refugiados venezuelanos, e que é de esquerda, declarou que não iria pela desobediência de Maduro aos direitos civis, pelos ataques, pelas prisões. Até María Corina Machado foi presa, atacada a tiros depois de um comício de protesto; dizem que foi liberada, depois de ser obrigada a fazer declarações gravadas lá pela milícia. Também foi preso um dos candidatos à eleição presidencial, de um partido de centro. Foi preso, ainda, um progressista, como chamou o presidente Petro, defensor dos direitos humanos.
A Human Rights Watch denunciou para o mundo inteiro esses atentados, mas apesar disso ainda ouvi, numa língua que não é nem espanhol nem português, uma representante do Partido dos Trabalhadores, Monica Valente, elogiando o ato, falando em “soberania”, “democracia”, “liberdade” etc. São frases feitas que não têm nenhum significado, assim como aquelas das autoridades nos discursos de quarta-feira. Defendem democracia, juram cumprir e defender a Constituição, mas são hipócritas, porque usam meios fora do devido processo legal para “proteger a democracia”.
Isso é o que vivemos, e por isso essa sexta é um dia preocupante. Maduro é um termômetro do que somos no continente, democratas sinceros ou apenas hipócritas, que usam a democracia como um rótulo de propaganda para enganar incautos. Mas pouco a pouco, graças ao iPhone – que Steve Jobs lançou em 9 de janeiro de 2007, há 17 anos –, que lançou o conceito de smartphone, hoje nos informamos muito mais. É contra isso, contra a informação, contra a liberdade de expressão e a favor da censura, que se mobilizam muitas forças aqui no Brasil, forças das sombras, da escuridão.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/posse-de-maduro-catastrofe-para-a-democracia/
A censura, Mark Zuckerberg e o “Casseta & Planeta”
“Chegamos a um ponto em que há muitos erros e muita censura”, afirmou Mark Zuckerberg, anunciando uma mudança significativa na forma como suas redes, Facebook e Instagram, lidarão com possíveis desinformações, tentando agora “reduzir drasticamente a quantidade de censura em nossas plataformas”.
Confesso ter ficado mais do que surpreso, um tanto quanto estupefato. A prática da censura foi confessada, mas não condenada. Não houve pedido de desculpas pelos “muitos erros”, pela “muita censura”, nem um “ops, errei, fui moleque”. Ou seja, para Zuckerberg, censurar não é errado em si, o problema é exagerar na dose.
Desconfio que muitos são assim também, só se dando conta da gravidade da censura quando o estrago se revela, tal como em uma infestação de cupins. Mas não é só no que se censurou que reside o problema. Há outro dano que se causa em relação ao futuro, creio que até mais grave, embora de difícil mensuração. Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Permita-me usar de algumas para tentar criar uma imagem aproximada desse dano.
A prática da censura foi confessada, mas não condenada. Não houve pedido de desculpas pelos “muitos erros”. Para Zuckerberg, censurar não é errado em si, o problema é exagerar na dose
Creio que todos ainda se lembram do programa de tevê Casseta & Planeta Urgente!, que foi ao ar pela Globo de 1992 a 2010, retornando com nome diferente em alguns meses de 2012. São incontáveis as sátiras feitas com artistas, políticos, jornalistas, celebridades, esportistas. Para refrescar a memória: Alexandre Gracinha (Alexandre Garcia), Xingo Nomes (Ciro Gomes), Viajando Henrique Cardoso (FHC), Luiz Desocupácio Lula da Silva (Lula) e por aí foi. Nada disso seria possível hoje em dia.
Havia também paródias de novelas e outros programas da Globo. Aliás, volta e meia nas redes sociais voltam a viralizar algumas cenas, como a da paródia da novela Chocolate com Pimenta, que se tornou Chocolate Cumprimenta, com Hélio de La Peña cumprimentando pessoas na rua. O programa foi acusado de discriminação, claro, e processado algumas vezes. Lembro de um abaixo-assinado feito no Rio Grande do Sul pedindo a retirada do programa do ar pelas constantes piadas relacionando gaúchos à homossexualidade.
Uma situação em particular vale detalhar. Em 2008, no quadro Otário Eleitoral Gratuito, a trupe apareceu com o personagem Tinoco, o homem toco, que não tinha braços nem pernas, declarando: “Você me conhece: eu sou o Tinoco, o homem toco. Vote em mim que eu não vou meter a mão. E se eu roubar, não vou conseguir fugir”. A Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ não gostou e soltou nota de repúdio. Sabe qual foi a resposta da Globo? Vamos a outro parágrafo porque merece.
Em resposta, a rede de televisão disse estranhar “que a OAB-RJ tenha tomado uma iniciativa contra a liberdade de criação e expressão artística”, sugerindo “que as pessoas verdadeiramente interessadas se empenhem mais em mudar a realidade do que em criticar a ficção”. Preciso dizer? Preciso: se fosse hoje, a resposta seria outra e o programa jamais faria algo semelhante. Mas calma, a imagem do estrago futuro da censura ainda não é esta.
Voltemos um pouco mais no tempo. O grupo que criou o Casseta & Planeta foi contratado pela Globo em 1988, mas, antes de ter o seu próprio programa, participou da criação de outro, o TV Pirata, do qual alguns episódios podem ser encontrados no YouTube. Havia um quadro chamado Piada em Debate, no qual os debatedores avaliavam, por exemplo, a representatividade de minorias nas piadas.
É mais engraçado hoje do que à época, porque se tornou uma realidade patética. Recentemente, o autor do livro que serviu de base para o filme badalado do momento, Ainda Estou Aqui, em que conta a história de sua família, toda branca, foi indagado no Roda Viva sobre a falta de representatividade dos negros na obra. Encaixaria como piada naquele programa, mas hoje você pode ser preso até se falar que a pergunta é ridícula. Mas ainda não é esta imagem que quero. Voltemos um pouco mais no tempo.
Não é só no que se censurou que reside o problema. Há outro dano que se causa em relação ao futuro, creio que até mais grave, embora de difícil mensuração
O Casseta & Planeta foi criado da fusão de dois grupos que faziam publicações satíricas, a revista Casseta Popular e o tabloide O Planeta Diário. Este último surgiu em 1984, criado por egressos do Pasquim, Hubert, Reinaldo e Cláudio Paiva. O país ainda vivia sob a ditadura militar, ainda que em fase de transição para a democracia. Há 40 anos, em janeiro de 1985, Tancredo Neves, casado com Risoleta Tolentino Neves, foi eleito indiretamente presidente da República, e era mais do que certo que ele faria aprovar eleições diretas para as próximas. A esperança era enorme, mas Tancredo faleceu antes da posse, em abril do mesmo ano.
Repito: vivíamos uma ditadura, com censura explícita ainda ativa. Eis a manchete de O Planeta Diário: “Dona Risoleta parte para carreira solo!” Nada aconteceu aos humoristas.
Agora, imagine se fosse hoje, se Lula morresse, com Janja, a Globo de hoje, o STF etc.
Não existirão futuros Casseta & Planeta.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/francisco-escorsim/censura-mark-zuckerberg-casseta-planeta/
Emendas de deputados e senadores somaram R$ 31 bilhões em 2024
As emendas de deputados e senadores ao Orçamento da União somaram R$ R$ 31,4 bilhões em 2024. A maior parte desse dinheiro foi destinado às emendas individuais com finalidade definida – R$ 12,2 bilhões. Entre os parlamentares que recebem os maiores valores individuais nessa categoria estão os senadores Davi Alcolumbre (União-AP), forte candidato a presidente do Senado, e Ciro Nogueira (PP-PI), principal líder do Centrão – frente parlamentar informal que controla o Congresso há décadas. Cada um deles recebeu R$ 69,6 milhões.
As emendas PIX, sem destinação definida, como um cheque em branco, totalizaram R$ 7,7 bilhões. Somando com as emendas individuais definidas, foram R$ 19,8 bilhões. Mas tem ainda as emendas de Comissão, com R$ 7,4 bilhões pagos; e as emendas de bancada, com R$ 4,1 bilhões pagos. Quem aprovou essas emendas foram também os parlamentares.
Na divisão por estados, ficam claros alguns privilégios. O estado de São Paulo, com 45,9 milhões de habitantes, recebeu R$ 2,3 bilhões em emendas individuais e de comissões – o equivalente a R$ 50 por cidadão. O Amapá, com 800 mil habitantes, terra de Alcolumbre e do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, recebeu R$ 480 milhões com essas emendas – R$ 600 reais por cidadão. Roraima, com 716 mil habitantes, recebeu R$ 340 milhões – R$ 475 por cidadão. O Piauí de Ciro Nogueira recebeu R$ 870 milhões em emendas – R$ 257 por cidadão.
A divisão por partidos
O PL de Jair Bolsonaro recebeu R$ 1,25 bilhão em emendas individuais – incluindo as abertas e as secretas. O União Brasil recebeu R$ 998 milhões. O PSD, partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), levou 938 milhões. O MDB conseguiu R$ 895 mil. O PP de Ciro e do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), recebeu R$ 769 milhões em emendas. Em sexto lugar, o PT do presidente Lula levou R$ 732 milhões em emendas individuais. O Republicanos, R$ 605 milhões. Os números mostram que governo e oposição jogam do mesmo lado quando o assunto é emendas.
Os 68 maiores pagamentos em emendas individuais são de senadores, no valor médio de R$ 58 milhões para cada um. O primeiro deputado federal na lista da fartura é Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), com R$ 39 milhões. O deputado está preso desde março do ano passado, acusado de ser mandante do assassinado de Marielle Franco, mas continua recebendo salários, com apartamento funcional à disposição e servidores no gabinete. E ainda recebeu R$ 39 milhões em emendas. A sua maior emenda destina R$ 15 milhões para o custeio de serviços ambulatoriais e hospitalares em municípios do Rio de Janeiro. O pagamento da emenda ocorreu em 18 de junho.
As maiores boladas
Ex-presidente e candidato a mais um mandato no Senado, Alcolumbre foi bem tratado. Ele levou R$ 69,6 milhões em emendas PiX e individuais. Apresentou uma emenda com finalidade definida, no valor de R$ 34,8 milhões na área de saúde, para custeio de serviços de atenção primária. O maior pagamento, em 10 de maio, chegou aos R$ 23,5 milhões. Desses recursos, R$ 18,7 milhões foram destinados ao Fundo Municipal de Saúde da capital Macapá. Um segundo pagamento, em 23 de maio, no valor de R$ 30 milhões, atendeu municípios do interior. Santana recebeu R$ R$ 10,4 milhões; Tartarugalzinho levou R$ 5,4 milhões.
Randolfe Rodrigues recebeu R$ 62,4 milhões nos dois tipos de emendas individuais. Ele concentrou suas verbas em Macapá, mas também atendeu municípios do interior. Apresentou uma emenda individual de R$ 20,4 milhões. Foram feitos os seguintes pagamentos: R$ 7 bilhões para o Fundo de Saúde de Macapá, R$ 10,9 milhões para o Fundo Estadual de Saúde e R$ 11 milhões para o Fundo de Saúde de Macapá. Em outra emenda de R$ 7,8 milhões, foram pagos R$ 23,5 milhões (os pagamentos superaram os valores empenhados e pagos da emenda). No pagamento de R$ 23,5 milhões, foram destinados R$ 18,7 milhões para o Fundo de Saúde de Macapá.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, recebeu um total de R$ 54 milhões de emendas individuais. Ele apresentou uma emenda individual com finalidade definida no valor de R$ 32,1 milhões. A emenda foi empenhada, liquidada e paga com esse valor. Porém, no dia 10 de maio saiu o pagamento no valor de R$ 36,9 milhões. Toda a grana foi repassada ao Fundo Estadual de Saúde da Bahia.
Ciro pulveriza emendas
Ciro Nogueira levou R$ 69,6 milhões em emendas. Ele apresentou uma emenda individual com finalidade definida, no valor de R$ 35 milhões. O maior pagamento, em 10 de maio, teve o valor de R$ 11,2 milhões, distribuído em cidades do interior do estado. Os demais recursos foram pulverizados em dezenas de prefeituras, em valores de R$ 250 mil até alguns milhões de reais, todos repassados a fundos municipais de saúde. A capital foi esquecida.
Giordano é um caso à parte. Suplente do ex-senador Major Olímpio, tomou posse em 2021, após a morte do titular. Senador obscuro, mais conhecido pelos seus excessivos gastos com banquetes pagos pelo Senado, ele também levou R$ 69,6 milhões com os dois tipos de emendas. Ele apresentou uma emenda individual no valor de R$ 31 milhões. O maior pagamento chegou a R$ 11,2 milhões. Itacuaquecetuba recebeu R$ 8,6 milhões.
O senador licenciado e ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD-MT), que costuma se afastar do cargo para emplacar as suas emendas, recebeu R$ 68,3 milhões dos dois tipos de emendas individuais. Apresentou uma emenda individual definida no valor de R$ 17,5 milhões. Em 23 de maio, foram pagos R$ 41 milhões – mais do que o dobro do que foi empenhado e liquidado. O Fundo Municipal de Saúde de Cuiabá levou R$ 16,7 milhões. O Fundo de Saúde de Várzea Grande ficou com R$ 14,9 milhões. Municípios menores ficaram com as sobras.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/lucio-vaz/emendas-de-deputados-e-senadores-somaram-r-31-bilhoes-em-2024/
Segredo revelado: o que a cerimônia do 8 de janeiro realmente comemorou!
A cerimônia de Lula, dois anos depois do 8 de janeiro, tinha um objetivo, mas não era o objetivo oficial. Oficialmente, o objetivo era comemorar o “abraço à democracia” que teria vencido o abraço à ditadura bolsonarista.
Informalmente, contudo, todos sabiam que o tal “plano golpista” não passou de cogitações ou preparações nunca levadas a execução e abortados antes do 8 de janeiro. Todos sabiam também que os manifestantes desarmados do 8 de janeiro não tinham qualquer chance de assumir o poder.
Num surto raro de lucidez, o Ministro Gilmar Mendes disse em 18 de janeiro de 2023 a uma TV portuguesa: “não houve, de forma muito clara se pode dizer, uma tentativa de golpe, não houve quem quisesse assumir o poder, ocuparam o Supremo Tribunal Federal, ocuparam o palácio do planalto e ocuparam parte do Legislativo.”
Então, o que Lula comemorou no 8 de janeiro? Afinal, não houve ataque à democracia: os manifestantes do 8 de janeiro não prenderam pessoas em cativeiro sem ordens de prisão válidas ou para além do prazo legal. O STF fez. Os manifestantes não fizeram pescarias probatórias invadindo domicílios. O STF fez.
Com uma mão diz que apoia a democracia, com a outra censura críticos e opositores políticos, busca restringir a liberdade de expressão nas redes e apoia ditaduras
Os manifestantes não censuraram a voz de cidadãos nas redes sociais, cassando perfis inteiros, em violação à Constituição e ao Marco Civil da Internet. Adivinhem? Mais uma vez, o STF fez. Os manifestantes não perseguiram a direita “usando a criatividade”, diferente do STF.
Como é que o STF, com os ataques à democracia que partem dele, tem o despeito de “celebrar a democracia”? No âmago da ideia da democracia está o respeito aos direitos fundamentais que são vilipendiados diariamente, num inquérito sem fim, e está a separação de poderes, cancelada por uma corte ativista que manda no país.
Os manifestantes do 8 de janeiro devem ser responsabilizados pelos crimes que cometeram, como os crimes de dano e eventualmente incitação ao crime, a depender da prova que existir contra cada um, mas definitivamente não são eles que estão atacando a democracia.
E o que dizer do governo Lula? Com uma mão diz que apoia a democracia, com a outra censura críticos e opositores políticos, busca restringir a liberdade de expressão nas redes e apoia ditaduras, chegando a reconhecer a eleição fraudulenta do ditador Maduro. Lula tem a democracia por “amante”, como disse ontem, mas é casado mesmo é com o arbítrio.
É irônico que o governo e o STF posem de “salvadores da democracia”. São os fariseus da era moderna, contra os quais Jesus disparou: raça de víboras, hipócritas! Como sepulcros caiados, vestem-se com pompa, mas estão podres por dentro.
Então, o que o 8 de janeiro comemorou na verdade, se não era a democracia? Sem entrar na intenção de cada um, objetivamente, ela foi uma celebração do sucesso do contragolpe contra a direita, dado com base em uma narrativa de golpe.
O contragolpe supremo-lulista é o verdadeiro golpe contra a democracia e tem promovido a maior violação massiva de direitos fundamentais e políticos desde a ditadura.
Entretanto, as pessoas estão entendendo melhor do que nunca como a roda do sistema gira e a popularidade supremo-lulista está derretendo, apesar das medidas desesperadas que vão de troca de Ministro da Comunicação e populismo fiscal até ações contra críticos e pressão sobre as redes sociais.
As últimas pesquisas do PoderData e do Paraná Pesquisas mostram que mais brasileiros acham o governo ruim/péssimo do que ótimo/bom. A avaliação positiva do STF também despencou segundo o PoderData: já era pequena (31%), mas caiu mais de 60% em apenas dois anos, indo para 12%.
Pois é, parece que a narrativa supremo-lulista não está colando. Nesse contexto, nunca foi tão importante reforçar a narrativa de golpe. Uma cerimônia com pompa e circunstância é muito conveniente, pois dá palanque para se autodeclararem heróis e desviarem a atenção do que realmente está acontecendo: a asfixia progressiva da nossa democracia.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/deltan-dallagnol/segredo-revelado-o-que-a-cerimonia-do-8-de-janeiro-realmente-comemorou/
TCU libera licitação de R$ 197 milhões da Secom após suspeita de quebra de sigilo
O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou nesta quinta (9) a retomada de uma licitação no valor de R$ 197,7 milhões da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República. O processo para a contratação de uma nova empresa para realizar a comunicação digital do governo, estava suspenso desde julho por suspeitas de quebra de sigilo nas propostas.
A decisão foi assinada pelo ministro Aroldo Cedraz e ocorre poucos dias antes da troca de comando na Secom, com a saída de Paulo Pimenta e a nomeação do marqueteiro Sidônio Palmeira para o cargo, anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última terça (7).
“Não há óbices a que a Secom/PR promova a contratação do serviço objeto da licitação em apreço, aproveitando-se os atos praticados no certame precedente, a seu juízo e no que couber, haja vista a improcedência desta representação e a não identificação de outras irregularidades”, afirmou o ministro.
A licitação havia sido suspensa após denúncias de que as propostas das empresas concorrentes teriam sido vazadas. Antes do anúncio das vencedoras, em abril, um jornalista publicou em redes sociais as iniciais das companhias que supostamente ganhariam: Usina Digital, Área Comunicação, Moringa L2W3 e o consórcio BR e Tal.
Posteriormente, a Moringa e a Área Comunicação foram desclassificadas, sendo substituídas por Clara Digital e o consórcio Boas Ideias. Na época, o então ministro Paulo Pimenta, responsável pela abertura da licitação, negou irregularidades e afirmou que não foi ouvido pelo TCU.
“Os próprios auditores do tribunal reconheceram a insuficiência de elementos para a concessão da medida cautelar que suspende o processo”, disse citando interesses “políticos e econômicos” para o questionamento do processo.
A licitação também enfrentou resistência do Ministério Público junto ao TCU e de parlamentares da oposição, como os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que pediram a suspensão do processo.
Por outro lado, a Secom se defendeu afirmando que o edital foi elaborado de forma minuciosa, com critérios rigorosos para a formulação e apresentação das propostas técnicas.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/tcu-licitacao-197-milhoes-secom-suspeita-quebra-sigilo/
Famosa marca de biscoito promove demissão em massa e fecha fábrica
O Grupo M. Dias Branco demitiu quase 500 funcionários e decidiu fechar sua fábrica localizada em Lençóis Paulistas, no interior de São Paulo. A empresa é responsável pelas marcas de biscoito Adria, Piraquê e Fortaleza. A demissão em massa aconteceu na última segunda-feira (6).
O endereço abrigava a antiga fábrica da marca de biscoitos Zabet, fundada em 1960 e comprada em 1997 pelo conglomerado do ex-presidente argentino Maurício Macri, Socma. A unidade depois foi revendida, em 2003, ao conglomerado cearense M. Dias Branco, que começou com a marca Fortaleza.
Em nota, a empresa diz que a produção de Lençóis Paulista será transferida para outras unidades do grupo, que tem, agora, 21 plantas em São Paulo, Bahia, Ceará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Leia o pronunciamento completo da empresa
“A M. Dias Branco informa que realizou na última segunda-feira (6) uma reestruturação em sua unidade de Lençóis Paulista. A companhia segue investindo em novas tecnologias e modernizando suas unidades industriais e, como parte desse processo, as atividades de produção da fábrica de Lençóis Paulista serão transferidas para outras unidades, garantindo maior eficiência operacional, redução de custos e agilidade na entrega dos produtos, aumentando sua competitividade no mercado.
Desde que a companhia adquiriu a unidade de Lençóis Paulista, há mais de 20 anos, tem investido continuamente no desenvolvimento dos colaboradores, na manutenção da estrutura operacional, no lançamento de novos produtos, entre outras iniciativas, sempre ciente de sua responsabilidade social em relação ao Município e à comunidade. Essa iniciativa se insere no processo planejado de otimização da capacidade fabril da companhia.
A empresa reconhece a importância de seus colaboradores e está comprometida em minimizar os impactos da reestruturação. A companhia negociou com o sindicato e foi aprovada pela assembleia de empregados a disponibilização de um pacote de benefícios adicional às verbas rescisórias trabalhistas legalmente previstas, incluindo disponibilização de capacitação para contribuir na recolocação profissional, dentre outros. Sempre que possível, a M. Dias Branco busca aproveitar o talento de sua equipe, oferecendo novas oportunidades de trabalho em outras unidades da organização.
Com essa reestruturação, a M. Dias Branco reafirma seu posicionamento como uma empresa preparada para enfrentar os desafios do mercado e oferecer produtos e serviços de alta qualidade aos seus clientes e consumidores.”
URGENTE: Vice-presidente do PT sai em defesa de réus no caso Marielle, causa crise no partido e revolta ministra
Situação complicada nas hostes petistas. O vice-presidente nacional do partido e atual prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, recebeu em seu gabinete a esposa e os filhos de Domingos Brazão, réu no processo que apura o assassinato de Marielle Franco.
Após o encontro nesta quinta-feira (9), Quaquá defendeu a inocência de Domingos e do irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, que são acusados de serem os mandantes do crime.
Quaquá disse o seguinte:
“Recebi aqui com muita dor no coração, mas muita consideração e solidariedade, a esposa e os filhos de Domingos Brazão”.
E prosseguiu:
“Eu quero afirmar o que já afirmei diversas vezes, porque não só conheço Domingos e Chiquinho Brazão, mas, além disso, li todo o processo e não há sequer uma prova contra eles!”
A ministra Anielle Franco criticou a declaração do dirigente e disse que vai questionar a postura de Quaquá na comissão de ética do PT. A titular da Igualdade Racial também é filiada à legenda.
“Inacreditável, depois de tudo que a gente passou, ver pessoas se aproveitarem e usarem o nome da minha irmã sem qualquer responsabilidade”, lamentou a ministra.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também se manifestou sobre o caso.
“O PT luta desde o primeiro momento para que a Justiça seja feita por Marielle e Anderson, com punição para todos os criminosos, e repudia as manifestações de caráter exclusivamente pessoal do prefeito Washington Quaquá sobre os réus e o processo”.
Governo Lula exporta 20 mil sprays de pimenta para a Venezuela antes das eleições
Em julho de 2024, o Brasil exportou 20 mil frascos de spray de pimenta para a Venezuela, em meio às eleições presidenciais que resultaram na vitória fraudulenta de Nicolás Maduro, segundo apuração de organizações independentes, como o Center Carter, dos Estados Unidos. De acordo com a CNN, a venda do gás lacrimogêneo foi autorizada pelo Exército Brasileiro e pelo Ministério da Defesa do Governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Os protestos decorrentes do resultado do pleito eleitoral foram marcados por acusações de fraude, repressão e prisão de 1,8 mil cidadãos. Enquanto isso, a oposição reivindica a vitória de Edmundo González.
Conforma a CNN, os carregamentos do spray de pimenta partiram de São Paulo e seguiram para a cidade de Pacaraima, em Roraima, na fronteira com a Venezuela. Com pouco mais de 18 mil habitantes, Pacaraima é uma das principais rotas de entrada para imigrantes venezuelanos que fogem da crise no país.
A exportação gerou críticas de entidades de direitos humanos, que destacaram o histórico de repressão da ditadura de Maduro.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/politica/governo-lula-exporta-20-mil-sprays-de-pimenta-para-a-venezuela-antes-das-eleicoes/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
Lula turbina repasses financeiros a sites do Grupo Globo
Já imaginou um custo público aumentar mais de 250% em apenas dois anos? Foi exatamente isso que aconteceu com o dinheiro distribuído pelo governo federal a sites do Grupo Globo.
De janeiro de 2023, mês em que o petista Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o seu terceiro mandato como chefe do Palácio do Planalto, até dezembro de 2024, o Poder Executivo havia repassado, por meio da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), mais de R$ 10,2 milhões a veículos on-line pertencentes ao conglomerado de mídia da família Marinho.
O valor supera – e em muito — a quantia distribuída a sites do Grupo Globo na soma dos quatro anos em que Jair Bolsonaro foi presidente.
Nesse período, o governo gastou quase R$ 2,9 milhões em ações publicitárias com esses mesmos veículos.
A quantia superior a R$ 10 milhões caiu nos cofres do Grupo Globo enquanto o petista Paulo Pimenta esteve no comando da Secom. Ele foi demitido da função nesta semana. Para o lugar, Lula já escolheu o marqueteiro Sidônio Palmeira.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/imprensa/lula-turbina-repasses-financeiros-aos-sites-do-grupo-globo/
LANÇAMENTO DO LIVRO: ESTENIO CAMPELO – TRAJETÓRIA DE SUCESSO. – ESA CE
A OAB Subsecção Sertões de Crateús, em parceria com a Escola Superior da Advocacia (ESA) Sertões de Crateús, convida toda advocacia e comunidade acadêmica para o lançamento do Livro “EstênioCampelo: Trajetória de Sucesso”, do renomado e nacionalmente reconhecido crateuense Dr. Estenio Campelo, advogado há mais de 50 anos e titular da banca de Advocacia Campelo Bezerra Advogados Associados, com sedes em Brasília(DF) e Fortaleza(CE).
O evento ocorrerá no dia 15/JAN/2025, às 17h, no auditório da Sede da OAB Subsecção Sertões de Crateús.
Segue link de inscrição para o evento:
Informações: (88) 9 9651.2414.
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