O acontecimento mais grave das eleições municipais de 2024 passou despercebido aos olhos da população brasileira. Na última sexta-feira, 4 de outubro, dois altos personagens da República tiveram um encontro secreto para decidir o destino de Pablo Marçal. O imperador calvo e o governador da direita permitida entenderam que era o momento de neutralizar a candidatura mais ameaçadora para o sistema governante desde o surgimento de Jair Bolsonaro.
Com Bolsonaro manietado pelo seu próprio partido e pela caterva do Centrão, Marçal caminhava para estragar o teatro das tesouras montado na maior cidade do país, principal antessala das eleições presidenciais de 2026.
O resultado daquela fatídica reunião veio a público logo em seguida: o ministro Alexandre de Moraes intimou Marçal a prestar depoimento “em até 24 horas” no STF. A base para a decisão de Moraes, no entanto, não foi o famigerado laudo falso sobre a internação de Guilherme Boulos, e sim o “uso extremado” da plataforma X, suspensa no país. Moraes alegava, na decisão que a “a conduta de Pablo Marçal, em tese, caracteriza abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação”, além de “grave a afronta à legitimidade e normalidade do pleito eleitoral” podendo, “acarretar a cassação do registro ou do diploma de elegibilidade” do candidato do PRTB.
Vou repetir para ficar bem claro: a decisão de Moraes não foi motivada pelo famoso laudo, mas por outras razões. Ou seja, tendo ou não o laudo, Moraes tencionava acabar com a candidatura de Marçal. E meus sete leitores podem imaginar se existe ou não uma relação entre a reunião de sexta-feira e a decisão de Moraes.
No sábado, em uníssono, a mídia, a esquerda e a direita permitida promoveram um ataque maciço a Marçal. Boulos e Tarcísio fizeram coro pedindo a sua prisão. Com uma estranha, absurda e atordoante rapidez, apareceram provas definitivas sobre a falsificação do laudo.
Muitos dos que até ontem eram vítimas de Moraes e do regime PT-STF aplaudiram a perseguição ao candidato do PRTB. Foi um vergonhoso ritual coletivo de defesa do sistema
O fatídico laudo, porém, foi apenas mais um episódio na longa lista de narrativas falsas e calúnias promovidas em período eleitoral na história recente do país.
No vale das sombras da calúnia, a Polícia Federal descobriu um dossiê falso contra políticos do PSDB, pago com dinheiro de uma empreiteira amiga do PT, em 2006; um contador filiado usou procuração falsa para obter dados da filha de José Serra, em 2010; nas eleições presidenciais de 2014, o PT espalhou milhões de mensagens para dizer que Aécio Neves iria acabar com o Bolsa Família; durante toda a campanha de 2018, Jair Bolsonaro foi acusado de planejar o extermínio de gays, negros e índios (o que, por sinal, foi o motivo alegado por Adélio Bispo para a tentativa de assassinato do candidato); em 2022, o mesmo Bolsonaro foi acusado de pedófilo.
Ninguém foi punido por nada disso. Mas Marçal será.
Marçal deixou de ir ao segundo turno das eleições paulistanas por menos de 60 mil votos, o que é uma gota no oceano da metrópole. Acho muito estranho que um sujeito tão habilidoso no uso das redes sociais tenha dado um tiro no pé tão evidente quanto a publicação do laudo falso.
Mas o fato é que o destino de Marçal já estava selado antes que o laudo aparecesse, e isso graças a uma decisão de um ministro da Suprema Corte amplamente apoiada pelo líder da direita permitida no Brasil.
Trata-se do fato mais escandaloso das eleições, e quem não entender isso não entenderá nada!
A ascensão de Marçal ao segundo turno em São Paulo representaria um duro golpe, uma fissura fatal na vitória do Centrão. Agora, os paulistanos terão de escolher entre o cone de trânsito esquerdista e o comunista invasor de propriedades e defensor do aborto (cocaína definitivamente nunca foi o maior problema de Boulos). E o teatro das tesouras foi mantido, para alegria de Kassab, Valdemar, Temer, Tarcísio e Moraes.
O problema é que a democracia brasileira foi desenhada para essa turma rir.
Mas eu garanto a vocês, meus sete pacientes leitores: — Nem tudo são trevas. Nesta segunda-feira, 7 de outubro, Dia de Nossa Senhora do Rosário, levantei-me às 4 da manhã para rezar no meu querido Santuário Eucarístico Mariano, mais conhecido como o Santuário da Madre Leônia. Há pessoas que se orgulham de ter um santo em seu país, em seu estado, em sua cidade. Eu tenho uma santa em minha rua!
Rezamos todos os mistérios do Santo Rosário. Meditamos a anunciação do anjo, a visita a Santa Isabel, o nascimento de Jesus em Belém, a apresentação no Templo, a perda e o encontro do Menino Jesus, o batismo nas águas do Rio Jordão, o milagre das bodas de Caná, o anúncio do Reino, a transfiguração, a instituição da Eucaristia, a agonia no Horto, a flagelação, a coroação de espinhos, o carregamento da cruz, a paixão e morte na cruz, a Ressurreição de Jesus, a ascensão, a descida do Espírito Santo, a assunção e a coroação da Virgem Maria.
Quando terminamos de rezar, as primeiras luzes do dia abençoaram o Santuário. E foi então que eu mais uma vez tive essa certeza consoladora: o caminho para sair desse Vale das Sombras não é político, é espiritual.
Viva a Terra de Santa Cruz!
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/paulo-briguet/alem-do-laudo-o-fato-mais-grave-das-eleicoes-de-2024/
PT levou um banho da direita nas capitais
Além do fato constatado por todos, de que quem ganhou essas eleições foi a direita e a centro-direita, fazendo mais prefeitos, mais vereadores e tendo mais votos, Jair Bolsonaro também saiu vencedor. Mesmo inelegível, sem participar da eleição, ele avançou até no Nordeste. Em Teresina (PI), por exemplo, um reduto petista, o candidato do PT não ganhou nem com o apoio de Lula e de Wellington Dias, ex-governador e ministro de Lula. Quem venceu foi o candidato apoiado por Ciro Nogueira (PP), que foi ministro de Bolsonaro.
Aliás, o PT não elegeu ninguém em primeiro turno nas capitais. Foi ao segundo turno em quatro das 26 capitais, provavelmente sem chance em nenhuma delas, principalmente em Porto Alegre, onde só houve segundo turno porque o atual prefeito ficou só um pouco abaixo dos 50% dos votos. Era bem o momento de pedir recontagem, se houvesse o comprovante do voto – assim como aconteceu em São Paulo, onde os três primeiros ficaram mais ou menos empatados, indo para o segundo turno Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol).
Filhos de Bolsonaro se elegeram; quem abandonou o ex-presidente fracassou
Os partidos de centro e direita fizeram quase três vezes mais prefeituras, mais vereadores e mais votos. O campeão de votos foi o PL; de prefeituras, o PSD, de Gilberto Kassab, que é secretário de Tarcísio de Freitas em São Paulo; e o campeão de vereadores foi o MDB. Esses foram os partidos que mostraram mais força. É claro que temos de fazer uma ressalva: em geral, no Brasil, quem puxa mais o voto para prefeito e vereador é o candidato, é sua força pessoal. A força de Bolsonaro foi tanta que agora todos os filhos estão na política: o jovem Jair Renan foi o vereador mais votado de Balneário Camboriú (SC). Bastou dizer “filho de Bolsonaro”. Enquanto isso, uma pessoa que ficou com fama de ter traído Bolsonaro, Joice Hasselmann, foi candidata a vereadora em São Paulo e teve apenas 1.669 votos. Em 2018, candidata a deputada federal apoiada por Bolsonaro, ela teve mais de 1 milhão de votos. Que diferença!
Em Curitiba e Goiânia, segundo turno terá apenas direita e centro-direita
A surpresa em Curitiba foi Cristina Graeml. Sem nenhum apoio, sem estrutura, sem nada, assim como Pablo Marçal, terminou praticamente empatada com o primeiro colocado. E os dois têm mais ou menos a mesma cor ideológica. Vai ser complicado lá, porque Cristina Graeml apoia Bolsonaro, ele gosta dela, mas o adversário dela, Eduardo Pimentel, tem um vice que é do partido de Bolsonaro, o PL. Goiânia está com o mesmo problema – ou dilema, eu diria. De um lado, Ronaldo Caiado; do outro, Bolsonaro. O segundo turno lá tem um candidato de Bolsonaro, do PL, e o candidato de Caiado, Sandro Mabel, do União Brasil. Não deixa de ser uma divisão, e a esquerda muitas vezes tira partido quando a direita, o centro, os conservadores se dividem.
Ministro de Lula minimiza, mas resultado terá reflexos em 2026, sim
O ministro das Relações Institucionais de Lula, Alexandre Padilha, tentou separar esse resultado de eleição presidencial futura e passada. Nós ficamos sem entender. Se a centro-direita tem tanto voto a mais que a esquerda, se todo mundo sabe que a nação brasileira é conservadora, como foi que Lula ganhou? Isso vai, sim, influenciar a eleição de 2026, tanto presidencial quanto para governadores, deputados e dois terços do Senado. É um resultado eloquente, embora ainda precisemos do comprovante do voto para garantir, e de menos intervenção na campanha eleitoral, que precisa de mais laissez-faire, mais liberdade de expressão.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/eleicoes-pt-derrota-capitais-vitoria-direita-centro-bolsonaro/
Centrão e a vitória do sistema
Em que pese o PL tenha se tornado o partido que mais recebeu votos nessas eleições, e aumentado o número de prefeituras sob seu comando, o bloco do Centrão irá comandar o maior número de prefeituras.
Quem é o Centrão? É um bloco de seis partidos: MDB, PP, União, Republicanos, PSDB e PSD. Esse bloco já era considerado a eminência parda no poder federal. Ou seja, nomeados por esses partidos ocupam postos-chave no governo e cargos em diversas estatais, agências reguladoras e outras. Entre eles, há influência de juízes e de direcionamento de gastos do orçamento federal.
Alguns de seus parlamentares no poder federal fazem parte da oposição. Mas são minoria, cerca de 15%. A maior parte é silente aos acordos entre líderes, que definem a agenda legislativa a ser votada na semana e consequentemente atropelam o poder legislativo. Diga-se de passagem, alguns dos parlamentares do PL, o maior partido de oposição, fazem parte do bloco do centrão, mas também são uma minoria, em torno de 15% de dissidentes.
Após os resultados das eleições municipais de 2024, esses partidos do centrão se tornaram a maior força política nas prefeituras. Juntos comandam mais de dois terços dos municípios brasileiros. O PL, por comparação, terá menos de 10% das prefeituras. Essa vitória do grupo era esperada, uma vez que seus partidos, junto com outros de centro e da esquerda comandaram 85% do fundo eleitoral e tempo de televisão.
Parece que o sistema de compra de votos, da velha política, ainda funciona, apesar dos avanços das redes sociais
Ciclo de perpetuação
O que isso significa? Os prefeitos e vereadores são também cabos eleitorais dos representantes nas outras esferas. Portanto, mais deputados estaduais, federais, senadores e governadores serão eleitos por partidos do centrão que da oposição. É matemático. Isso só muda se a opinião pública entender tais conexões e começar a cobrar.
Cobrança
Por isso é importante para o eleitor saber direcionar a cobrança corretamente, pois o centrão se tornou a maior força política no Brasil. Reforma do judiciário? Centrão. Quer pautar impeachment de ministro do STF? Cobra do centrão. Quer mais transparência e o fim da corrupção? Cobra do centrão. Quer menos impostos, menos socialismo e mais economia de mercado? Mais uma vez, centrão. Quer evitar que o país caia na ditadura e se alinhe a países que promovem terrorismo e narcotráfico? Centrão!
Plantando sementes do totalitarismo
Em artigos anteriores nesta coluna avisei dos perigos da reforma tributária e como ela vai causar danos irreparáveis em todos os setores da economia, centralizar toda a arrecadação e distribuição de recursos em Brasília. O centrão apoiou sem ter sequer lido as propostas de reforma tributária em todas as fases de votação.
Mas agora há outros agravantes. Antes, quando um governo aumentava demais os impostos ou regulamentava demais um setor da economia, os pequenos e médios empresários optavam por operar na informalidade antes de decidir fechar as portas de suas atividades. Agora a situação mudou.
Fim da privacidade
O STF acabou com o sigilo bancário e o governo está normalizando a prática de confisco. Ou seja, não há como escapar para economia informal se o “sistema” estiver monitorando suas contas bancárias.
Então os empresários podem optar por operar suas empresas na informalidade do dólar, euro ou bitcoin como na Argentina dos últimos anos Kirchner, certo? Pode tentar, mas a complexidade se torna exorbitante e para uma economia do tamanho da brasileira fica inviável, em virtude dos limites de circulação de moeda estrangeira.
Mais uma: o DREX
Não bastasse esse impedimento operacional, o governo federal, junto com o Banco Central, está elaborando o DREX: a moeda digital do governo. Como se fosse a bitcoin oficial do Estado, ele será usado para monitorar todo o histórico de trocas em que a moeda foi usada. Em outras palavras, dará completa visibilidade ao governo de quem está comprando o quê, de quem, por qual valor, onde, em que dia e hora exatos.
Por enquanto, o DREX será opcional, mas é óbvio que se tornará obrigatório em um segundo momento, pelo poder de controle total que essa moeda digital dará ao governo. Pode-se até imaginar a criminalização por utilizar qualquer outra moeda.
Então, imagine todas essas medidas estruturais que a esquerda está implementando: aumento de impostos, centralização de arrecadação e distribuição de recursos através da reforma tributária, monitoramento de todas as contas bancárias com o fim do sigilo bancário, confisco recorrente e finalmente o DREX obrigatório. A falta de transparência e os desvios que já são praticados por Brasília vão acontecer com efeito turbinado.
Esse conjunto de medidas tornam o cidadão refém do grupo criminoso de Brasília, no comando de toda renda, poupança, bens e serviços produzidos no Brasil
Mas além de todos esses danos ao cidadão, o que tais medidas fazem é tornar toda prefeitura e todo governo de estado da federação IRRELEVANTE perante o poder de Brasília. É compreensível que a esquerda não esteja preocupada em vencer os pleitos eleitorais nas prefeituras, pois o golpe de Estado da centralização e concentração de poder já foi dado e o centrão, por omissão, ignorância ou cumplicidade, apoiou todas as medidas necessárias para que o golpe fosse dado.
Em outras palavras, a direita e o centrão podem comandar todas as prefeituras e governos de Estado, mas estarão sob a tutela permanente do poder federal, aparelhado de corruptos e comunistas.
Ainda há tempo
Todas essas medidas estão em pauta. Isso significa que estão em curso mas que ainda não estão implementadas em sua plenitude. A oposição em sua integralidade tem agido para tentar debelar todos esses planos, mas como vimos, a matemática das eleições não deu o poder majoritário para os partidos da oposição (PL e NOVO). É por isso que o meu apelo e dos parlamentares da oposição é sempre para opinião pública participar e ajudar a cobrar o centrão.
Muitos eleitores não entendem o que relatei acima, pois não compreendem a dinâmica interna de como o poder local afeta o poder federal e como o Centrão domina o jogo político e comanda o orçamento. Porém, estamos chegando lá; a consciência do eleitor está mais atiçada do que nunca e isso sozinho é capaz de romper qualquer círculo vicioso.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luiz-philippe-de-orleans-e-braganca/centrao-e-a-vitoria-do-sistema/
Sistema é o grande vencedor em disputa municipal
Não foi um dia a ser comemorado pelos brasileiros decentes. Sim, poderia ter sido ainda pior. Sim, Jair Bolsonaro se mostrou um cabo eleitoral bem melhor do que Lula. Sim, tivemos algumas vitórias importantes. Mas, em geral, as eleições deste domingo podem ser resumidas como uma grande vitória do sistema. Quem mais teve a celebrar foi Gilberto Kassab, do PSD…
Comecemos por São Paulo, a disputa que mais mexeu com o país. São Paulo permitiu um comunista invasor no segundo turno! Isso, por si só, é algo que deveria assustar qualquer um. A velha imprensa tentou ao máximo normalizar Boulos, trata-lo apenas como um esquerdista, mas todos sabemos o que ele fez no verão passado, quando comandava um grupo criminoso que jogava coquetel Molotov na Fiesp…
O Rio não decepciona pois nunca esperamos o melhor. A máquina corrupta vence sempre. É a terra de Brazão, de cinco governadores presos (e soltos)
Pablo Marçal fez bobagem aos 45 do segundo tempo e pode ter colocado tudo a perder ali. Ainda assim, sem partido relevante, sem tempo de TV, sem dinheiro público, o “coach” embolou a disputa e teve mérito por isso, por quase desbancar a estrutura milionária petista.
Tarcisio celebrava a vitória de Ricardo Nunes ao lado de Kassab. Ele vai pedir voto de quem queria prender? O centrão tucano deve levar essa, com apoio de Bolsonaro e Doria. Voltamos ao teatro das tesouras! Tucanos são a “direita permitida”. Tarcisio pede prisão de Marçal, mas elogia Alexandre de Moraes! Fica complicado entender a empolgação de alguns bolsonaristas com essa vitória de Pirro. Se a direita depende dessa turma engolida pelo sistema para salvar o país, então o país não tem mais salvação…
E a tese de Valdemar Costa Neto, encampada por Bolsonaro, mostrou-se furada: a direita tinha chances sim em SP. Imagina Ricardo Salles com apoio de Bolsonaro e Tarcisio: como seria? Mas, em vez disso, Bolsonaro partiu para cima do Salles e até do Nikolas Ferreira, com ajuda do pastor Silas Malafaia, que ficou obcecado em atacar o coach e poupar o comunista! Direita dividida é sistema feliz.
As boas notícias: PT não fez praticamente nenhuma capital relevante, e não fossem alguns municípios no Piauí e na Bahia, o partido estaria bem minguado. Cris Graeml foi para o segundo turno em Curitiba lutando sem qualquer estrutura, e levando analistas de esquerda à conclusão de que a força da “direita digital” ainda supera os “moderados”.
Zoe Martinez e Adrilles Jorge foram eleitos vereadores em SP. Joice Hasselmann, a deputada eleita com mais de um milhão de votos quando bolsonarista, não teve nem dois mil votos como candidata doriana a vereadora, e gravou vídeo parecendo bêbada para se “despedir” da política, já que o eleitor não gosta do que é “bonito”. Todo conservador tem direito de rir da cara da traidora.
Por fim, nada a festejar no meu “saudoso” Rio de Janeiro. O Rio é um experimento social fracassado, onde a malandragem tomou conta de tudo. E para ilustrar isso, o prefeito Eduardo Paes foi reeleito no primeiro turno, derrotando Ramagem, um sujeito sério que ficou com cerca de um terço do eleitorado. O Rio não decepciona pois nunca esperamos o melhor. A máquina corrupta vence sempre. É a terra de Brazão, de cinco governadores presos (e soltos), do senador “bolsonarista” Romário. O Rio parece não ter salvação mesmo…Veja Também:
Em suma, Bolsonaro tem motivos para ficar feliz, pois foi o principal cabo eleitoral no país, emplacou seus filhos em primeiro lugar em toda disputa, inclusive o Jair Renan que ficou calado na campanha, e colocou o cavalo manco Nunes no segundo turno. O clã bolsonarista respira, ainda que mais adaptado ao sistema e aos desejos de Valdemar.
Mas quem realmente teve motivos para festejar foi Kassab. Seu PSD levou quase 900 prefeituras! Ele teria todas as razões do mundo para abrir a melhor Champagne e comemorar, ao lado de Pacheco, Alexandre de Moraes e, por que não?, Tarcísio de Freitas.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/sistema-e-grande-vencedor-em-disputa-municipal/
Os vencedores e os derrotados do primeiro turno
Apurados todos os votos das eleições municipais do último domingo, partidos e analistas políticos fazem todos os tipos de contas possíveis: número e relevância de prefeituras conquistadas, votos obtidos, ou alianças a buscar no caso daqueles que avançaram ao segundo turno em cidades maiores. E, mesmo que haja muitas prefeituras ainda em jogo, em municípios importantíssimos, os dados que emergem do pleito já permitem apontar algumas tendências, especialmente para quem está mirando um outro processo eleitoral – o que ocorrerá daqui a dois anos, quando o PT de Lula será desafiado pela direita, com os aspirantes a herdeiros do capital político do ex-presidente Jair Bolsonaro medindo forças desde já.
O petismo, que passou de pedra em 2020 para vidraça em 2024, após quase dois anos de governo Lula 3, colheu resultados agridoces. Quatro anos atrás, já contando as disputas vencidas em segundo turno, havia eleito 183 prefeitos. O número subiu para 265 no intervalo entre as duas eleições municipais, graças a filiações de prefeitos vindos de outras legendas, e vices petistas que assumiram no lugar de titulares que deixaram o cargo por motivos variados. Agora, o PT garantiu 248 prefeituras e disputa mais 13 segundos turnos. O desempenho foi inferior ao esperado pela legenda, que corre o risco de repetir 2020 e ficar sem nenhuma capital de estado. O petismo ainda sofreu derrotas em redutos históricos, como seu berço, o ABC paulista; e perdeu para o PL em São Leopoldo (RS), palco dos espetáculos de Lula em meio à enchente no Rio Grande do Sul. Ironicamente, a maior esperança do PT, partido que nunca abriu mão de sua posição de liderança na esquerda brasileira, não está nos seus quadros: é Guilherme Boulos, do PSol, que está no segundo turno em São Paulo com apoio de Lula. Sem lideranças de sucesso em cidades relevantes, um eventual processo de renovação da legenda sai prejudicado.
O Centrão, capitaneado pelo PSD, continua firme no papel de “noiva cobiçada” para 2026
Na ponta oposta está o PSD de Gilberto Kassab, partido cuja desenvoltura (ou falta de personalidade) política o torna capaz de integrar tanto o governo de Tarcísio de Freitas em São Paulo (com o próprio Kassab) quanto o ministério de Lula. Apesar de uma campanha de boicote movida por setores da direita em protesto contra a inação do senador Rodrigo Pacheco em pautar processos de impeachment de ministros do STF, o PSD se sagrou campeão em número de prefeituras conquistadas (882), posto que sempre fora do MDB desde a redemocratização. Venceu já no primeiro turno no Rio de Janeiro (com apoio de Lula), em Florianópolis e em São Luís, e está no segundo turno em Curitiba (com apoio de Bolsonaro) e Belo Horizonte, além de outras cidades importantes em estados como São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Neste primeiro turno, foi o segundo partido a receber mais votos para prefeito: seus candidatos foram escolhidos por 14,5 milhões de eleitores.
O vencedor neste quesito foi o PL, ao qual Bolsonaro se filiou no fim de 2021, após não ter conseguido viabilizar a própria legenda: os candidatos a prefeito do partido receberam 15,7 milhões de votos. O PL garantiu 511 prefeituras, ficando apenas em quinto lugar, mas, quando se trata apenas dos municípios grandes, com mais de 200 mil eleitores, os dez eleitos deixam o partido na liderança, com outros 23 candidatos disputando o segundo turno, incluindo nove capitais. Além disso, candidatos de outros partidos apoiados por Bolsonaro seguem na disputa, como Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo.
Para além dos dois partidos (e pessoas) que dominam a política nacional, o fato é que o Centrão, capitaneado pelo PSD, continua firme no papel de “noiva cobiçada” para 2026. Se é verdade que o comando de cidades grandes traz prestígio a um partido, cada prefeitura pequena também é um palanque que não pode ser desprezado em uma disputa que promete ser tão acirrada quanto a de 2022 – desde, claro, que os eleitos façam um bom trabalho para que seu futuro apoio seja uma vantagem, e não um peso para postulantes aos principais cargos de seus estados e da nação.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/primeiro-turno-eleicao-municipal-vencedores-derrotados/
URGENTE: Moraes finalmente cumpre o que determina a lei e manda soltar Daniel Silveira
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (7) pela progressão de pena do ex-deputado federal Daniel Silveira para o regime semiaberto.
A decisão se baseia em relatórios fornecidos pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro, que confirmaram o cumprimento dos requisitos legais por parte de Silveira para a progressão de regime.
O ministro considerou que o ex-deputado demonstrou bom comportamento e já cumpriu parte de sua pena, o que o qualifica para a mudança.
Silveira, condenado em 2022 a oito anos e nove meses de prisão por “ameaças e incitação à violência” contra ministros do STF, teve a progressão para o semiaberto recomendada após uma avaliação de suas condições pessoais.
O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand Filho, destacou que, uma vez cumpridos os critérios legais, a concessão do benefício é obrigatória.
Um laudo psicológico indicou que Silveira reconheceu que suas ações foram inapropriadas e lamentou ter incitado a violência. O documento também observou que ele não apresentou “manifestações de agressividade” durante o período em que esteve preso.
Por fim, Silveira informou que já recebeu ofertas de trabalho em uma academia e um estágio em um escritório de advocacia, o que poderá facilitar sua reinserção na sociedade.
Boulos vence nos presídios de São Paulo; houve até caso de votação unânime
O candidato de extrema-esquerda à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol) foi o mais votado por presos e menores infratores, no primeiro turno da eleição. Ele recebeu 48% dos votos nas seções eleitorais instaladas em presídios e unidades da Fundação Casa, onde estão recolhidos criminosos de menor idade.
O levantamento do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo TRE-SP) foi divulgado em primeira mão pelo jornalista Pedro Campos, no Jornal Gente, programa de transmissão simultânea da Rádio Bandeirantes e TV BandNews.
O único local onde Boulos não foi o mais votado é o presídio Romão Gomes, onde policiais condenados cumprem pena. Ali, Boulos e Tábata Amaral (PSB) receberam apenas dois votos, cada, enquanto Ricardo Nunes (MDB) teve 25. O tucano José Luiz Datena não recebeu votos.
Os criminosos recolhidos ao Centro de Detenção Provisória 4 de Pinheiros, na zona oeste, votaram em Boulos por unanimidade: nenhum outro candidato recebeu votos dos criminosos encarcerados para a prefeitura.
Na contagem geral, Pablo Marçal (PRTB) ficou em segundo lugar nos presídios, com 23%, e Tábata Amaral (PSB) em terceiro, com 15%. O atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), foi o quarto, com 11% e outros candidatos não somaram 1%.
A Justiça Eleitoral instalou 51 seções eleitorais em estabelecimentos prisionais e unidades de internação no Estado de São Paulo.
Dois mil 729 presos e menores infratores estavam aptos para votar, mas nem todos quiseram registrar a preferência na urna.
Pela lei, tem direito ao voto o preso “provisório”, que não tem condenação criminal transitada em julgado.
Desde 2010, o TRE-SP vem implantando a medida para garantir o direito e promover cidadania. Uma resolução define que para instalação da seção deve haver ao menos vinte eleitores.
Eleições no Brasil movimentam mais de R$187 milhões em apostas
Duas eleições municipais no Brasil, São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS) movimentaram, até agora, US$34,1 (R$187) milhões na plataforma estrangeira Polymarket, que abriga apostas de qualquer tipo; esportivas, eleitorais etc., com criptomoedas. A disputa pela prefeitura paulista gerou o maior interesse com a sensação do primeiro turno Pablo Marçal: US$33,8 (R$185,5) milhões foram apostados. A corrida de Porto Alegre movimentou outros US$361 mil (R$2 milhões) em um mês e meio.
Pós-Marçal
A chance do prefeito Ricardo Nunes (MDB) ser reeleito disparou: 84,5%, prevê o Polymarket. A probabilidade de Boulos (Psol) vencer é de 14%.
Improbabilíssimo
Após a derrota de Marçal, US$14 milhões das apostas caíram para o cenário “outro”, que tem menos de 1% de chance, pois nada é 100%.
Metodologia
A Polymarket calcula chances de vitória dos candidatos segundo o volume de apostas que cada um recebe. Nunes lidera desde setembro.
PoA
O prefeito Sebastião Melo (MDB) tem 95,5% de chances de ser reeleito, prevê o Polymarket. Maria do Rosário (PT) tem só 4,5% de chances.
Comunidade judaica do DF lembra vítimas dos terroristas do Hamas
A memória das vítimas do terrorismo do Hamas contra Israel foi homenageada, nesta segunda-feira (7), em ato de solidariedade que reuniu 140 pessoas na Associação Cultural Israelita de Brasília para lembrar um ano do ataque de 07 de Outubro, que vitimou 1,2 mil pessoas em invasão ao território israelense.
No evento promovido por diversas entidades da comunidade judaica do Distrito Federal, em parceria com a Embaixada de Israel, a israelense Inbal Zach deu emocionante depoimento, sobre sua perda de três parentes no atentado que também fez sete de seus familiares reféns do Hamas. Ela exibiu um vídeo tocante, em que o nome de cada refém é citado, ao mesmo tempo em que sua imagem aparece.
A celebração da memória das vítimas e da esperança sobre o futuro dos judeus foi encerrada com bênçãos para os soldados, os reféns e por Israel, com o acendimento de quatro velas.
Entre as celebrações, foi projetado um vídeo do grupo juvenil HaShomer HaTzair mundial, falando do antissemitismo pós-atentado e das perspectivas para o futuro da comunidade judaica.
Arbitragem reconhece direito da Paper de receber dividendos da Eldorado
O tribunal arbitral da CCI (Câmara de Comércio Internacional de Arbitragem) determinou na última sexta-feira (4) que a Eldorado Celulose distribua aos acionistas cerca de R$560 milhões em dividendos referentes ao exercício de 2023. Detentora de 49,41% das ações da fabricante de celulose, a Paper Excellence vai receber quase metade do valor. A Eldorado, que se recusou a pagar os dividendos para a Paper na data prevista, terá que cumprir a resolução em até dez dias.
A decisão foi tomada em novo processo arbitral na disputa entre J&F e Paper Excellence pelo controle da Eldorado. Desta vez, os árbitros avaliam uma tentativa da holding dos irmãos Batista de anular o contrato de compra e venda firmado em 2017. Na primeira arbitragem, ocorrida entre março de 2020 e fevereiro de 2021, a Paper Excellence saiu vencedora por 3 votos a 0, mas a J&F nunca cumpriu sentença.
No último mês de junho, a J&F apresentou um Pedido Cautelar solicitando que a Eldorado suspendesse aos seus acionistas, até o fim do processo de arbitragem, a distribuição dos dividendos mínimos obrigatórios. A medida fere diretamente o artigo 202°, da Lei nº 6.404/76 (Lei das SA), que determina o direito dos acionistas de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto.
Os Batista também pediram para que a Eldorado reservasse os dividendos mínimos obrigatórios em conta bancária segregada, o que também foi negado pelo tribunal. Na tentativa de que a Paper Excellence não fosse ouvida, a J&F chegou ainda a defender que os árbitros acatassem a reinvindicação sem a necessidade de uma audiência para a solução do tema.
O tribunal reconheceu ser indiscutível que, na qualidade de acionista da Eldorado, a Paper Excellence tenha o direito a receber os dividendos previstos na lei. Os três árbitros, Jorge Brito Pereira, Pedro Freitas Teixeira e José Miguel Judice, alegam ainda que cabe exclusivamente à empresa o que pretende fazer com os montantes distribuídos.
JOSÉ CLAUDINO PRIMO – IPIRANGA DO PIAUI-PI
Bom dia Berto,
Noticia interessante aconteceu aqui no Piauí na eleição de domingo passado.
Peço que publique em nossa Gazeta.
Um abraço
FONTE: JBF https://luizberto.com/jose-claudino-primo-ipiranga-do-piaui-pi-18/
8 DE OUTUBRO – DIA NO NORDESTINO !
FONTE: JBF https://luizberto.com/8-de-outubro-dia-no-nordestino/
Comissão da Câmara tem anistia aos presos do 8 de janeiro na pauta desta terça-feira
Com o fim do primeiro turno das eleições, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Congresso Nacional volta aos trabalhos, nesta terça-feira, 8, com o projeto de lei que concede anistia aos presos do 8 de janeiro (PL 2.858/2022) na pauta do dia.
Essa retomada das atividades legislativas marca o andamento de propostas que ficaram suspensas durante o período eleitoral. Uma proposta deve passar pela CCJ antes de avançar para votação no plenário.
O projeto de anistia não é novo no cenário político. Em tentativas anteriores de tramitação, a proposta enfrentou resistência. De um lado, o chamado centrão desempenha um papel de mediador entre os diferentes interesses partidários. Já do outro, a direita da Câmara afirma que só dará apoio ao próximo presidente da Casa se o projeto de lei for a plenário.
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