O “novo normal” é negar proteção da lei para a direita

J.R. Guzzo
Oficiais de Palm Beach fazem a guarda do clube de golf de Trump onde houve a segunda tentativa de assassinato, no domingo (15)
Oficiais de Palm Beach fazem a guarda do clube de golf de Trump onde houve a segunda tentativa de assassinato, no domingo (15)| Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH


É realmente extraordinário que já tenham tentado matar Donald Trump duas vezes seguidas na mesma campanha eleitoral para a presidência dos Estados Unidos. Ou seria o “novo normal” de hoje em dia? Parece que sim, pela reação dos “especialistas em relações internacionais”, do campo “progressista” e da maior parte da mídia. O candidato republicano, faça o que fizer ou sofra o que sofrer, é descrito por todos eles não apenas como um monstro da “extrema direita”.

É também uma força sobrenatural que quer ser presidente dos Estados Unidos para matar os imigrantes, estuprar as mulheres e declarar a Terceira Guerra Mundial. Com este programa de governo é natural, digamos assim, que “as pessoas” sejam levadas a se livrarem desta ameaça atirando nele. Afinal, é o próprio Trump que provoca esse tipo de coisa com o seu “discurso do ódio” e conduta geral. Utilizar o homicídio para fazer política é “inadequado”, dizem eles, mas no caso de Trump é quase um ato de legítima defesa.

A imprensa em geral se mostra abertamente irritada com o fato de Trump ser a vítima, e não o assassino

Também é um prodígio em matéria de incompetência, ou coisa ainda pior, que os serviços de segurança do país mais poderoso do mundo não consigam, por duas vezes seguidas num espaço de apenas dois meses, cumprir sua tarefa de fornecer um mínimo de proteção ao candidato da oposição. A segunda tentativa de assassinato contra Trump acontece antes de terminar a apuração oficial sobre a primeira – que já deixou o Serviço Secreto do governo envolvido em suspeitas ruins e não esclarecidas.

No primeiro atentado em julho, na Pensilvânia, o atirador estava sob a mira dos agentes. Teve toda a liberdade de atirar em Trump – e foi morto imediatamente depois de ter atirado. Na segunda tentativa, na Florida, permitiu-se que o autor chegasse a uma distância inadmissível do candidato, num campo de golfe. Não há em nenhum dos casos a pressão, frequentemente histérica, aplicada a investigações onde o suspeito é de alguma forma “antiprogressista”.

A imprensa em geral, da mesma forma, se mostra abertamente irritada com o fato de Trump ser a vítima, e não o assassino. Sua reação imediata, nos dois casos, foi um surto aberto de negacionismo. No primeiro, durante horas a fio (e mesmo ainda mais tarde) o noticiário falou em “barulho de tiros”, “suposto atentado”, “queda do palanque”, tudo – menos que tinham atirado em Trump, que escapou da bala por milímetros.

No segundo, foi a mesma ladainha: “parece que”, “talvez tenha havido”, “nada se sabe”, etc. etc. etc. Depois de certo tempo fica impossível sustentar esses acessos de prudência hipócrita, e os fatos são liberados para o consumo do público. Mas cada palavra tem de ser acompanhada de outras acusando Trump de racismo, fascismo, extremismo etc. etc. etc. No momento, ele está sendo denunciado por dizer que imigrantes ilegais do Haiti estão comendo gatos para não morrer de fome.

É o “novo normal”. Nada ou ninguém que seja de “direita”, ou descrito como tal, tem o direito moral de contar com a proteção da lei. Podem ser censurados, ter suas contas no banco bloqueadas e ser indiciados em inquéritos sem data para acabar. Se estão refugiados em outro país, podem ser sequestrados por “uns jagunços” e trazidos de volta à força. Podem morrer na prisão sem o tratamento médico a que têm direito. Se são empresas, podem ter os seus ativos expropriados para pagar multas, sem que tenha havido processo judicial regular para autorizar a expropriação – e nem a aplicação das multas. Hoje em dia, é assim que se salva a democracia. Ou assim, ou à bala.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/novo-norma-negar-protecao-lei-para-direita/

O Brasil é um grande sapo na fervura do autoritarismo

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve por unanimidade a decisão do ministro Alexandre de Moraes que bloqueou o acesso à rede social X.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve por unanimidade a decisão do ministro Alexandre de Moraes que bloqueou o acesso à rede social X.| Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Na última sexta-feira, dia 13, completaram-se duas semanas da decisão de Alexandre de Moraes que bloqueou a rede social X em todo o Brasil, com direito a imposição de multa para qualquer um que usasse VPNs para conseguir acessar o site ou aplicativo em território nacional. Naquele dia 30 de agosto, esta Gazeta do Povo afirmou que “os representantes do povo (…) não podem deixar que um fim de semana sequer transcorra sob a vigência desta aberração ominosa”. Pois não só duas semanas inteiras já se passaram, como o Judiciário ainda vem dobrando a aposta: o bloqueio do X foi referendado de forma unânime pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, e Moraes determinou o confisco de R$ 18 milhões, dos quais R$ 11 milhões pertencentes à Starlink, para pagar multas aplicadas ao X.

E tudo isso sem que houvesse um volume minimamente decente de manifestações veementes contra essa escalada autoritária, que destrói de uma vez só várias liberdades constitucionalmente garantidas – não apenas a liberdade de expressão, mas também a liberdade de imprensa e a liberdade econômica. Com raríssimas exceções, o que se vê da parte de políticos, entidades da sociedade civil organizada, formadores de opinião e veículos de imprensa é o silêncio ou a crítica tímida – seja nos termos escolhidos, seja na opção por mencionar apenas alguns aspectos (como o bloqueio das contas da Starlink, a multa por uso de VPNs ou o enorme embaraço ao trabalho jornalístico), deixando intacto o âmago da questão, que é a suspensão total de uma rede social em todo o país, alegando-se uma recusa ao cumprimento de ordens judiciais que eram ilícitas no seu nascedouro, já que profundamente inconstitucionais.

A vitória dos liberticidas só foi possível porque eles foram testando aos poucos a tolerância do brasileiro, recuando em alguns raríssimos casos para depois voltar a avançar

Os motivos pelos quais abusos tão gritantes são recebidos de forma tão indiferente, esses só podemos imaginar. Seria por medo de represálias de Moraes ou de outros ministros do STF? Seria por endosso a um hiperlegalismo que se limita a repetir que “decisão judicial se cumpre” sem nem mesmo analisar antes se tais decisões são legítimas ou têm amparo constitucional? Seria por ojeriza de cunho político-ideológico aos alvos de todas as decisões injustas que têm sido proferidas por Moraes e seus colegas na suprema corte? Seria por alguma crença na necessidade de abolir temporariamente as garantias constitucionais em uma “situação excepcionalíssima” (como diria Cármen Lúcia ao endossar uma censura prévia em 2022) abstrata, fora daquelas reais exceções inclusive previstas na Constituição? Ou, ainda, seria porque na verdade ninguém vê absolutamente nada de errado, ilegal ou inconstitucional em tudo o que vem ocorrendo?

Se qualquer uma (ou mais de uma) dessas hipóteses for verdadeira, infelizmente será preciso reconhecer que os liberticidas já venceram. Seja por terem feito a sociedade civil incorporar o medo e a autocensura, seja por terem anestesiado a consciência de todo um país a respeito da importância das liberdades, seja por terem consolidado a ideia de que, contra o “outro lado”, vale absolutamente tudo. Venceram pela omissão de quem até discorda, mas não ousa falar; e venceram pela adesão de quem pode até enxergar um ou outro problema, mas concorda com o “conjunto da obra” e até o aplaude, a ponto de exaltar a atuação do STF em uma suposta “defesa da democracia”.

E a vitória dos liberticidas só foi possível porque eles foram testando aos poucos a tolerância do cidadão brasileiro e da sociedade civil, recuando em alguns raríssimos casos para depois voltar a avançar quando percebiam que a indignação era restrita. Foi assim que o Brasil normalizou a censura (apesar da reação inicial ao caso da Crusoé, ainda em 2019), e depois normalizou também a censura prévia. Normalizou a perseguição de cidadãos por conversas privadas sem crime algum. Normalizou o bloqueio indiscriminado de perfis em mídias sociais, contra a Constituição, em ordens secretas e sem justificativa. Normalizou prisões preventivas de longuíssima duração sem base legal alguma, e denúncias e condenações sem provas, em flagrante desrespeito ao devido processo legal e à ampla defesa. E, agora, normaliza o bloqueio de toda uma rede social, em violação total a uma série de garantias constitucionais, normalizando também a aberração jurídica da imposição de uma “obrigação de não fazer”, sem lei nenhuma que a preveja, a toda uma nação que não é parte do processo em cujo bojo a ordem foi proferida.

O STF tratou o Brasil inteiro como o proverbial sapo na fervura. Foi elevando a temperatura, enquanto o sapo respondia que estava tudo bem, que era necessário, que era “pela democracia”. Pois aqui chegamos, com nossas liberdades quase que totalmente cozinhadas, mais sufocadas que os pulmões de quem respira a fumaça das queimadas, como comparou no domingo o colunista da Gazeta Luís Ernesto Lacombe. E ainda assim há quem continue acreditando que não há problema algum, que as decisões abusivas são, no máximo, um “mal necessário”, que a democracia está preservada, que as instituições funcionam perfeitamente. Não falta muito para o sapo finalmente sucumbir; que ele comece logo a se debater e lutar pela sobrevivência – mas para isso terá de acordar e perceber o perigo que corre.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/brasil-stf-autoritarismo/

Câmara ignora censura e continua a postar no X

Câmara ignora censura e faz publicação na rede social X até de conteúdo corriqueiro.Redação

O perfil oficial da Câmara dos Deputados voltou a publicar na rede social X (ex-Twitter), ignorando o bloqueio ordenado em 30 de agosto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Câmara já havia publicado post no dia 8 deste mês, um dia após o Sete de Setembro, assim como boa parte das instituições públicas, partidos, políticos etc., que seguiram com suas postagens. Moraes fixou multa de R$50 mil para cada vez que algum brasileiro acessar a rede social. A informação é da  Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

Assim como parlamentares e influencers do campo conservador, a Câmara seguiu publicando notícias sobre as atividades do Legislativo.

Em 7 de setembro, o perfil oficial do PT na Câmara, por exemplo, usou o X para divulgar sua transmissão do desfile de Brasília, que flopou.

A Câmara aproveitou seus 1,1 milhão de seguidores no perfil no X para assuntos corriqueiros, como anunciar o concurso “Eu e a Lei”.

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/politica/camara-ignora-censura-e-continua-a-postar-no-x

Marqueteiro de Lula declara guerra aos memes e elogia modelo chinês

Lula e Sidônio Palmeira no lançamento do livro ‘Brasil da Esperança: o Marketing nas Eleições Mais Importantes da História do País’.
Lula e Sidônio Palmeira no lançamento do livro ‘Brasil da Esperança: o Marketing nas Eleições Mais Importantes da História do País’.| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República


Sidônio Palmeira não gosta de ser chamado de “marqueteiro” – prefere “publicitário”. 

“’Marqueteiro’ dá a impressão que o cara faz apenas para ganhar dinheiro, que pega uma coisa ruim e transforma em coisa boa. Só trabalho com quem acredito”, costuma dizer o baiano de 65 anos. 

Responsável pela campanha de Lula em 2022, Palmeira não encerrou sua parceria com o Partido dos Trabalhadores após as eleições. Pelo contrário. Mesmo sem um cargo no governo, tornou-se um dos principais conselheiros do presidente e de vários ministros, especialmente os filiados ao PT.

Segundo um levantamento realizado pelo jornal O Tempo, ele foi visto no Palácio do Planalto pelo menos 30 vezes entre o início da gestão e o último mês de abril – e em somente sete ocasiões seu nome constou da agenda oficial.

Esse prestígio foi confirmado no final de agosto, quando Sidônio lançou em Brasília o livro ‘Brasil da Esperança: o Marketing nas Eleições Mais Importantes da História do País’, que traz registros das peças publicitárias produzidas para a campanha de dois anos atrás. 

Realizado no Museu Nacional, o evento contou com a presença do próprio Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e dos titulares de cinco ministérios. Entre eles Rui Costa, da Casa Civil, eleito governador da Bahia pela primeira vez, em 2014, com a ajuda da equipe liderada por Palmeira. 

Quem também participou do encontro foi a primeira-dama Janja Silva, bastante elogiada pelo marqueteiro. De acordo com ele, a socióloga contribuiu com muitas ideias durante a corrida eleitoral e “sempre tinha a disposição para encontrar algo novo”. 

“O companheiro Sidônio tentou retratar no livro a grandeza da mais complicada campanha política que participei”, disse Lula, para depois comparar Jair Bolsonaro com alguns de seus antigos concorrentes. 

“Era bom fazer campanha quando tinha o Alckmin como adversário. Como era bom fazer campanha contra o Serra… Até com o Maluf! Se você olhar o comportamento do Maluf com essa gente de hoje, essa gente de hoje é um atraso civilizatório no país”, afirmou. 

Palmeira, por sua vez, destacou o fato de que, pela primeira vez, um candidato à presidência não foi reeleito. Também demonstrou preocupação com as novas linguagens digitais: “Não podemos deixar o meme destruir a política. Invalidar argumentos, propostas reais”. 

E é aí que mora o perigo. Em suas falas públicas, ele não se limita a questionar as estratégias criativas e bem-humoradas adotadas pela direita (ou, segundo ele, “extrema direita”). Para o guru dos principais caciques petistas, é preciso definir, com urgência, maneiras de controlar a própria internet.

“Alguns desses radicais da extrema direita têm mais de 25 milhões de seguidores, que acreditam no que eles dizem. Essas pessoas prejudicam o trabalho de jornalistas sérios”, disse à rádio Metrópole, de Salvador, para justificar a regulamentação das redes. 

Na mesma conversa, Palmeira afirmou que “a mentira segurava Jair Bolsonaro no poder”.  “Bolsonaro não se importa com a ética. E quando você tira a ética da mentira, a mentira fica encantadora. A mentira é criativa, inteligente, a mentira é tudo.” 

Em outra entrevista, concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, Sidônio reforçou sua aversão aos memes e aos políticos que os utilizam como ferramenta para se comunicar. 

“O mais grave é no Congresso. Cada vez mais as pessoas estão lá para fazer memes e brincadeiras com agressões. Isso é muito ruim para a sociedade como um todo, para a conscientização, para a formação política e para as leis que vão ser aprovadas.” 

Mas nada se compara a seu depoimento em vídeo à revista Carta Capital, há cerca de dez dias. Sentindo-se confortável ao falar para um veículo de esquerda e assumidamente governista, ele não escondeu seu apreço à forma como a ditadura da China limita o acesso da população à informação.

Primeiro, o marqueteiro disse que as big techs da internet são um instrumento de dominação de países e ameaçam a soberania nacional. Em seguida, citou (e festejou) o exemplo chinês.

“Imagina se o WhatsApp e o X tivessem entrado lá? Provavelmente já teria acontecido uma Primavera Chinesa”, afirmou, referindo-se à Primavera Árabe (onda de protestos, iniciada por meio das redes sociais, contra o autoritarismo no Oriente Médio e no norte da África, entre 2010 e 2012).

Sidônio já foi acusado de participar de um esquema de corrupção em Salvador 

Enquanto cursava Engenharia Civil, Sidônio Palmeira foi líder de centro acadêmico e chegou à presidência da União dos Estudantes da Bahia. No entanto, ao se formar, trocou a política partidária pelo marketing político. 

Seu primeiro grande êxito na área aconteceu em 1992, quando trabalhou na campanha que fez de Lídice da Mata, à época no PSDB, a primeira prefeita de Salvador (atualmente ela ocupa o cargo de deputada federal pelo PSB). 

A ligação com o PT começou em 2006, quando coordenou a bem-sucedida campanha de Jaques Wagner (hoje senador) ao governo baiano. Desde então, sua agência, a Leiaute Propaganda, é a empresa do setor que mais recebe verbas de publicidade naquele estado. 

Depois de ajudar Rui Costa a se tornar governador, Sidônio foi contratado pelo diretório nacional do PT e, em 2018, atuou no segundo turno das eleições presidenciais (quando Jair Bolsonaro derrotou Fernando Haddad). 

Segundo o escritor Fernando Morais, biógrafo de Lula, o presidente não gostou da guinada ao centro promovida na época pelo marqueteiro – que, entre outras medidas, incluiu mais cores nos materiais publicitários. E mandou Palmeira visitá-lo em Curitiba, onde estava preso, para passar algumas orientações. 

Ironicamente, a “colorização” do PT foi um dos motes da publicidade da legenda em 2022 (quando Sidônio e seus sócios da M4, empresa criada especialmente para o pleito presidencial, receberam R$ 25,9 milhões do Partido dos Trabalhadores). 

E mesmo neste ano, quando a popularidade do governo começou a despencar, o tom conciliatório sempre defendido por Palmeira ganhou eco na tentativa de aproximar o Partido dos Trabalhadores dos evangélicos (uma estratégica, segundo informações de bastidores, sugerida pelo baiano).

Mas o currículo de Sidônio inclui suspeitas de corrupção. Em 2018, a Leiaute foi alvo de busca e apreensão em uma operação da Polícia Federal que investigou um caso de caixa dois envolvendo um instituto de pesquisas da Bahia – mais tarde, a Justiça Eleitoral suspendeu o efeito do mandado.

No mesmo ano, o Ministério Público acusou a agência de participar de uma operação que desviou R$ 7,5 milhões dos cofres públicos. Segundo o MP, a empresa venceu uma licitação para prestar serviços à Câmara de Vereadores de Salvador, recebeu o dinheiro e não realizou o trabalho determinado.

Em sua defesa, Palmeira negou as irregularidades e disse que houve uma falha dos vereadores na prestação de contas. “Não houve enriquecimento ilícito, é um absurdo, uma história totalmente estapafúrdia. Estou há anos tentando demonstrar isso. O MP não entende como funciona uma agência de publicidade. Eu deveria entrar com um processo contra essa promotora”, afirmou à revista Veja.

O marqueteiro também é conhecido em sua terra natal pela atuação em outros ramos comerciais, principalmente o imobiliário. E, mais ainda, por ser torcedor fanático do Bahia.

Parte da torcida, no entanto, o detesta – acha que ele interfere demais nos bastidores políticos do time.

A reportagem da Gazeta do Povo procurou a equipe de Sidônio Palmeira para solicitar uma entrevista com o publicitário e um exemplar do livro ‘Brasil da Esperança’ (que não está disponível para venda) – mas não obteve retorno até a conclusão deste texto.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/marqueteiro-lula-declara-guerra-memes-elogia-modelo-chines/

Alexandre Garcia

Lula não entrega o que promete e se irrita com cobranças

O presidente Lula na cerimônia de retorno do Manto Tupinambá ao Brasil, no Rio de Janeiro, em 12 de setembro.
O presidente Lula na cerimônia de retorno do Manto Tupinambá ao Brasil, no Rio de Janeiro, em 12 de setembro.| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O presidente Lula está nervoso. Pudemos ver isso naquela explosão dele contra uma senhora idosa, Yakuy Tupinambá, na solenidade do retorno de um manto tupinambá. Ela reclamou do presidente, do Congresso, do Judiciário, e Lula explodiu. Não quis nem saber se era uma senhora, se era uma idosa, se estava entre indígenas, se havia uma liderança indígena à qual ele estava se referindo. O presidente tem bons motivos para estar nervoso. Todas as promessas, todas as agendas estão resultando em frustrações, porque eram só propaganda, só da boca para fora.

Do meio ambiente à economia, é um fracasso atrás do outro

A agenda ambiental, de defesa da Amazônia, do Pantanal, deixou os europeus impressionados, era a grande agenda, mas está aí o país pegando fogo. Se comparar com o governo anterior, muito criticado pela esquerda, o atual governo está queimando muito mais. A prova está no ar da maioria das capitais brasileiras. Na agenda indigenista, aí está a frustração traduzida pelas palavras da senhora Yakuy Tupinambá. Em toda parte vemos o aumento nas mortes, os assassinatos de indígenas, as 1.040 mortes de criancinhas de menos de 4 anos por coisas simples como desidratação e diarreia. E isso que há três ministérios para cuidar disso: o da Saúde, o dos Direitos Humanos e dos Povos Indígenas.

Os direitos humanos, aliás, que foram outra bandeira, tiveram o escândalo do ex-ministro. Mas o vexame não é o da mão boba, esse é talvez o menor. O maior vexame foi não proteger os povos amazônidas que estão sendo oprimidos, injustiçados. E, por falar em injustiça, temos os manifestantes do 8 de janeiro, em que a maciça maioria não teve nada a ver com quebra-quebra nas sedes dos poderes, mas é presa e condenada mesmo assim. Lula não deu uma palavra a respeito disso.

Por fim, a economia. A primeira frustração foi a da picanha. As pessoas realmente esperavam picanha, mas não conseguiram ainda combinar o salário com o preço da picanha. Ainda não deu certo, e a inflação está comendo. Aí vem também esse confisco, na verdade, de dinheiro que ficou nos bancos, quantias de menos de R$ 100 que são das pessoas menos abonadas, com menos renda.

Sem programa decente, só resta a Lula comprar apoio político

Então a gente vê que a paciência do presidente está assim: qualquer gota já transborda. E ele se queixa de não ter poder porque não tem força política. Mas o que ele entende por “força política” é comprar político com emenda e dinheiro público, é fechar os olhos para ministros que estão gastando dinheiro demais, fazendo viagens demais, envolvidos em escândalos, porque ele depende de partidos políticos. Lula chega a minimizar o apoio dele, dizendo que tem só 70 deputados e nove senadores, Então, os autores de coisas como esse confisco estão no Centrão – na direita é que não estão. O Centrão é que está sendo fisiológico, obviamente, mais uma vez, para dar apoio ao presidente da República em coisas que não são benéficas para a nação.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/lula-fracassos-agenda-governo/

Cadeirada em debate pode tornar Nunes herdeiro dos votos de Marçal e Datena

O prefeito Ricardo Nunes (dir) tentou conter Datena, mas não conseguiu impedir a agressão.Cláudio Humberto

Passada a estupefação pelo barraco dos postulantes a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB), a equipe de Ricardo Nunes (MDB) avalia que o atual prefeito deve herdar parte dos votos que pendia para Marçal e Datena. É lembrado na campanha o tom moderado de Nunes, comparável ao de outros prefeitos paulistanos, como Geraldo Alckmin, até apelidado de “picolé de chuchu”. Nunes deve reforçar a comunicação com o público feminino, mais avesso à confusão.

Mediador imprevisto

Na equipe de Nunes, a conclusão é de que o prefeito acertou ao tentar, mesmo em vão, conter os brigões e impedir a agressão.

Dose homeopática

Os “louros” devem ser colhidos sem explorar exaustivamente o fato. Há o cuidado para não ajudar na vitimização de Marçal.

Tem carisma

Além de capturar votos indecisos, a campanha de Nunes vê desgaste para Marçal. Datena, apesar de agressor, é um popular apresentador.

Herança no 2º turno

Outra avaliação é de que Nunes deve herdar os votos e apoio do oponente que estiver fora de um eventual segundo turno.

Câmara ignora censura e faz publicação na rede social X até de conteúdo corriqueiro.

Câmara ignora censura e volta a publicar posts no X

O perfil oficial da Câmara dos Deputados voltou a publicar na rede social X (ex-Twitter), ignorando o bloqueio ordenado em 30 de agosto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Câmara já havia publicado post no dia 8 deste mês, um dia após o Sete de Setembro, assim como boa parte das instituições públicas, partidos, políticos etc., que seguiram com suas postagens. Moraes fixou multa de R$50 mil para cada vez que algum brasileiro acessar a rede social.

Sem medo de postar

Assim como parlamentares e influencers do campo conservador, a Câmara seguiu publicando notícias sobre as atividades do Legislativo.

PT também ignorou

Em 7 de setembro, o perfil oficial do PT na Câmara, por exemplo, usou o X para divulgar sua transmissão do desfile de Brasília, que flopou.

Temas corriqueiros

A Câmara aproveitou seus 1,1 milhão de seguidores no perfil no X para assuntos corriqueiros, como anunciar o concurso “Eu e a Lei”.

Poder sem Pudor

Tucanos são como irmãos

Fernando Henrique conhece bem José Serra, são amigos há muitos anos, até foram companheiros de exílio. Por isso Itamar Franco, então presidente, chamou-o ao para opinar sobre a nomeação de Serra como ministro da Fazenda. FHC perguntou: “⁠O sr. pretende renunciar?” Conhecido pelo limitado senso de humor, Itamar ficou intrigado: “⁠Não estou entendendo, ministro.” FHC falou mais seriamente sobre o mui amigo: “⁠É que, ao nomear Serra, o sr. vai abdicar do poder. Conheço bem o Serra, ele é da turma do ‘eu sozinho’, tome muito cuidado…” Assim Serra acabou queimado, e FHC virou ministro da Fazenda.

A gente banca o circo

Não dá mais para bater o bolso dos brasileiros e tirar R$5 bilhões para bancar campanhas eleitorais porcas, sem propostas. O problema não é a troca de insultos, é a forte possibilidade de tudo ser verdade.

Marçal exagerou

Orgulhoso de ser novato, Pablo Marçal cometeu um erro que políticos profissionais não se permitem, fazendo drama ainda maior do que a baixaria sugeria. Ao exagerar, diminuiu sua condição de vítima.

Sem limites para o errado

O senador Sérgio Moro (União-PR) avalia a cadeirada em Pablo Marçal (PRTB-SP) menos escandalosa do que a volta de Lula à presidência. “Desde então, não há limites para o errado no Brasil”, conclui o senador.

De volta

Bombeiros do Distrito Federal que estão em férias ou atuando na Força Nacional deverão retornar ao trabalho em Brasília para conter o fogo que devasta o Parque Nacional. A ordem é do governador Ibaneis Rocha.

Frase do dia

“Você quebrou minha costela, cara”

Mensagem de Pablo Marçal tentando se vitimizar diante de Datena (PSDB), o agressor

E os checadores?

A imprensa brasileira fez vergonha novamente ao noticiar o atentado a Donald Trump. Relativizou outra vez o crime, temendo que o republicano fosse beneficiado eleitoralmente, reduzindo-o a “aparente” ou “possível tentativa”, mesmo com o criminoso preso e o FBI confirmando o ato.

Pense num absurdo

CEO da Amero Consulting, o economista Igor Lucena não vê com bons olhos decisão de Flávio Dino que destina a grana do Funapol, da Polícia Federal, para combater incêndio: “não sei dizer o quão absurdo isso é”.

Rui sumiu

Virou falatório vídeo de Simonet Tebet (Planejamento) apoiando Geraldo Júnior (MDB) a prefeito de Salvador (BA). É que Rui Costa (Casa Civil), ex-governador baiano, anda sumido da campanha do emedebista.

Parem os imbecis

Membros da “Just Stop Oil” invadiram loja de carros em Hamburgo (Alemanha) para depredar veículos em protesto “anti-petróleo”. O problema é que a concessionária era Tesla, de veículos 100% elétricos.

Pensando bem…

…legislar fica para depois.

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/cadeirada-em-debate-pode-tornar-nunes-herdeiro-dos-votos-de-marcal-e-datena

Banquetas são fixadas no chão em debate para prefeito de São Paulo

Banquetas para candidatos a prefeito de São Paulo foram parafusadas para debate da RedeTV! e UOL (Fotos: Reprodução UOL)Davi Soares

O primeiro debate entre candidatos a prefeito de São Paulo ocorrerá, nesta terça (17), com banquetas fixadas com parafusos no chão do estúdio da RedeTV!, como forma de prevenir que ser repita o ato de agressão do candidato José Luiz Datena (PSDB), que atingiu com uma cadeirada seu adversário Pablo Marçal (PRTB), no debate de domingo (15), na TV Cultura. O debate em parceria com o UOL será transmitido a partir das 10h20 de hoje e prevê um reencontro entre agressor e agredido, que confirmaram presença no debate.

Além de evitar que móveis sejam usados como armas entre os postulantes ao comando da maior cidade do Brasil, a organização do debate decidiu que cada candidato terá um segurança individualizado, dentro do estúdio. Em medida que teria sido acertada entre as campanhas antes mesmo do caso de agressão na TV Cultura.

Além de Datena e Marçal, também devem participar do debate os demais candidatos a prefeito, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e a economista Marina Helena (Novo).

Datena golpeou Marçal com cadeirada durante debate – Foto: Reprodução TV.

Agressão

Durante o debate da TV Cultura, Marçal foi atacado por Datena com uma cadeirada, após acusar o candidato do PSDB de ser “estuprador”, se referindo a uma denúncia de 2019, que o jornalista afirma já ter sido arquivado após retratação da denunciante.

O caput do artigo 326, da lei nº 4.737/1965, o Código Eleitoral, prevê punição de seis meses de detenção ou pagamento de multa, para injurias e agressões entre candidatos. E o parágrafo 2º do mesmo artigo prevê pena de  detenção de três meses a um ano e multa, “se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio empregado, se considerem aviltantes”.

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/csa-brasil/banquetas-sao-fixadas-no-chao-para-debate-para-prefeito-de-sao-paulo

FOGO NO PARQUINHO

Janja e o “primeiro damo”, prestando assistência e dando exemplo.

FONTE: JBF https://luizberto.com/fogo-no-parquinho/

NÚMERO DE CRIMES

FONTE: JBF https://luizberto.com/numero-de-crimes/

MOLE, MOLE…

FONTE: JBF https://luizberto.com/mole-mole/

DRONES

FONTE: JBF https://luizberto.com/drones/

O vácuo de governança de Lula orna com a vaidade de Flávio Dino, avalia Estadão

As manobras do presidente Lula e do ministro Flávio Dino foram o tema do editorial do Estadão

No domingo 15, Flávio Dino, membro do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva apresentar um plano de combate a incêndios florestais. Também “autorizou” a abertura de crédito extraordinário para mitigar as queimadas e secas na Amazônia e Pantanal. O conforto do presidente diante da “decisão monocrática” do “ministro novato” foi o tema do editorial de opinião do jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira, 17.

O texto afirma que, com uma canetada, “Dino permitiu a criação de mais uma exceção às regras do maltratado arcabouço fiscal, autorizando a criação de dinheiro mágico, inexistente no planejamento oficial, com o evidente propósito de evitar que o presidente incorra em crime de responsabilidade”.

“Dino não pode acordar num belo dia e, ao tomar conhecimento de que mais da metade do país está coberta por uma espessa nuvem de fumaça, determinar o que o governo federal deve fazer; nem muito menos cabe a ele dizer de onde hão de vir os recursos para custear as ações”, analisou o jornal.

FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/imprensa/o-vacuo-de-governanca-de-lula-orna-com-a-vaidade-de-flavio-dino-avalia-emestadao-em/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification

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