As liberdades de expressão e de imprensa não foram as únicas a sofrer com a recente ofensiva judicial do ministro Alexandre de Moraes – agora com a cooperação dos seus colegas de Primeira Turma – contra a rede social X. O preço que a corte impôs a Elon Musk após ele ter anunciado sua recusa em cumprir ordens inconstitucionais de censura e em apontar um representante legal no país, que ficaria sujeito à prisão, também reforçará a imagem do Brasil como país hostil ao empreendedor – seja brasileiro, seja estrangeiro.
Para conseguir o dinheiro referente às multas aplicadas ao X por não ter derrubado os perfis que eram alvo de uma ordem anterior de Moraes, o ministro bloqueou as contas da Starlink, a empresa de internet via satélite que também tem Musk entre seus acionistas. A Starlink recorreu da decisão ainda na sexta-feira, 30 de agosto, mas no mesmo dia o ministro Cristiano Zanin negou o pedido alegando suposto erro processual. A empresa prometeu seguir oferecendo seu serviço aos 200 mil clientes que tem no Brasil, mesmo impossibilitada, por ora, de receber pagamentos. No entanto, Moraes errou na forma e no conteúdo – mais uma vez.
O bloqueio das contas da Starlink é um novo sinal de que o investimento direto no Brasil é atitude de risco
O provedor de internet via satélite não era parte em nenhum dos processos envolvendo Musk ou o X, e não teve nem sequer a chance de se defender no Supremo, sofrendo de imediato o congelamento das contas – ocorrido no dia 24 de agosto, a julgar pela decisão que bloqueou o X no Brasil e que só menciona uma intimação ao representante legal da Starlink no dia 27.
Como argumento jurídico para abrir o cofre da Starlink e usá-lo para pagar as multas do X, Moraes alegou a existência de um “grupo econômico de fato”, já que Musk é acionista das duas empresas. A figura do “grupo econômico” realmente existe no ordenamento jurídico brasileiro, mas sua aplicação não é tão simples como faz parecer Moraes nas decisões que tornaram públicas – já que há outras ainda sigilosas.
O parágrafo 2.º do artigo 2.º da CLT afirma que “não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes”, o que já torna questionável o recurso a esse conceito para legitimar o uso de dinheiro da Starlink para pagar multas do X. Não bastaria, nesse sentido, classificar ambas como “empresas de tecnologia”, já que a natureza de uma rede social é bem diversa daquela de um provedor de internet via satélite, ainda por cima subordinada a uma companhia dedicada à exploração espacial, a SpaceX.
Isso não passou despercebido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que fez uma comparação: “Se, no escândalo da Americanas, fôssemos bloquear a conta da Ambev, não seria correto”. Além disso, juristas consideram que seria necessário comprovar algum tipo de irregularidade ou fraude para se bloquear recursos de uma empresa com o objetivo de fazê-la pagar os débitos de outra empresa, e Moraes não faz esse tipo de alegação – ao menos, como afirmamos, nas decisões não sigilosas.
Se os recursos de uma empresa não estão a salvo da Justiça, que pode usá-los para quitar débitos de outra empresa com sócios em comum, ainda que não estejam configurados os requisitos para a existência de grupo econômico, as consequências são óbvias: empreender, especialmente em mais de uma área, torna-se tremendamente arriscado. “Investir no Brasil sob a administração atual é insano”, resumiu Musk no sábado.
E, para quem quiser descartar a afirmação do proprietário do X, já que ele é o alvo das decisões de Moraes, há outros que compartilham da mesmíssima percepção. Bill Ackman, fundador da Pershing Square Capital, escreveu em seu perfil no X que “a suspensão ilegal do X e o congelamento das contas da Starlink no Brasil coloca o país num caminho veloz para se tornar um mercado impossível de investir”.
O investidor acrescentou que “a China teve ações similares que levaram à fuga de capitais e ao colapso de suas avaliações. O mesmo acontecerá com o Brasil, a não ser que o país recue rapidamente desses atos ilegais”. E o constitucionalista André Marsiglia afirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que “cobrar de uma empresa a dívida de outra fere a livre iniciativa e coloca o Brasil no mapa de risco para investidores estrangeiros”.
O Brasil nunca foi um país amigável ao investidor, como demonstram os desempenhos repetidamente medíocres em rankings como o Doing Business e o Índice de Liberdade Econômica. Até tempos atrás, Executivo e Legislativo compartilhavam o grosso da responsabilidade por essa tragédia, mas ultimamente o Judiciário tem dado sua contribuição, chegando até mesmo a desprezar a coisa julgada em questões tributárias. O bloqueio das contas da Starlink é um novo sinal de que o investimento direto no Brasil é atitude de risco, reduzindo ainda mais a liberdade econômica e privando o país dos seus benefícios.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/bloqueio-contas-starlink-stf-investimentos/
Uso de VPN no Brasil cresce 1.600% depois do bloqueio do Twitter/X
Depois do bloqueio do Twitter/X no Brasil, na última sexta-feira, 30, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o país registrou um aumento de 1.600% no uso de VPN (Rede Privadas Virtuais).
A empresa de segurança virtual VpnMentor reportou o crescimento expressivo no número de usuários no território brasileiro desse tipo de ferramenta.
As VPNs permitem simular que o usuário está em outro país. Desse modo, é possível que a pessoa em posse da tecnologia acesse sites e conteúdos bloqueados na região de origem, como o Twitter/X e outros.
Poucas horas depois do bloqueio do Twitter, ainda na sexta-feira, o uso de VPN no Brasil já havia aumentado 469%. No dia seguinte, o sábado 31, a taxa chegou a 1.600%.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/tecnologia/uso-de-vpn-no-brasil-cresce-1-600-depois-do-bloqueio-do-twitter-x/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
Moraes teria mandado TSE “endurecer” ofensiva contra o X após entrada de Musk
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria ordenado um “endurecimento” da ofensiva contra a rede social X após ser comprada pelo bilionário Elon Musk, e pedido a produção de relatórios contra a plataforma para abastecer o inquérito das chamadas “fake news”, relatado por ele.
A ofensiva que passou a tentar censurar conteúdos e perfis na rede foi mais uma das várias apuradas feitas pelo jornal Folha de S. Paulo a partir do vazamento de mensagens trocadas pelo ministro com o juiz auxiliar dele no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Antônio Vargas, e membros da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED). A Gazeta do Povo pediu uma resposta ao STF sobre a nova apuração e aguarda retorno.
Em meados de agosto, a Folha revelou uma série de reportagens que revelam que Moraes teria ordenado – fora do rito processual, apenas por mensagens de WhatsApp – a produção de relatórios contra investigados pela Corte, de modo a abastecer os inquéritos relatados por ele. Os alvos, segundo mostram as mensagens, foram principalmente de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com esta nova apuração publicada já no fim da noite desta terça (3), Moraes intensificou a pressão sobre o X após a aquisição por Musk, que se recusou a moderar conteúdos conforme as diretrizes defendidas pelo TSE. As conversas são datadas de março de 2023, cinco meses após as eleições no Brasil, e evidenciam o início do conflito entre Moraes e a plataforma e que levou à ordem de suspensão da rede social no país na última sexta (30).
Durante as eleições de 2022, o TSE firmou parcerias com redes sociais para recomendar a exclusão de publicações que supostamente espalhavam desinformação ou discursos de ódio. No entanto, com a chegada de Musk ao comando da empresa, o X passou a contestar essas orientações.
Em março de 2023, após reuniões e notificações sobre a recusa da plataforma em atender aos pedidos do tribunal, Moraes decidiu endurecer a postura.
“Então vamos endurecer com eles. Prepare relatórios em relação a esses casos e mande para o inq das fake news. Vou mandar tirar sob pena de multa”, disse Moraes em uma mensagem reencaminhada por Vargas ao grupo, reforçando a necessidade de ação rigorosa contra a empresa.
Vargas respondeu: “vamos caprichar”.
A conversa que marcou a mudança de atitude ocorreu no dia 17 de março, quando Vargas compartilhou uma publicação no grupo sobre a soltura de presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele pediu o contato de algum representante do então Twitter (Musk mudou o nome para X em julho daquele ano), e recebeu a indicação de Hugo Rodríguez, que representava a plataforma na América Latina.
Na sequência, o servidor Frederico Alvim sugeriu aumentar o escopo da parceria com a plataforma, propondo que conteúdos similares fossem excluídos com base em alertas emitidos pelo TSE.
Alvim apontou as dificuldades enfrentadas com a nova administração de Musk, que restringiu a moderação de conteúdos a um colegiado.
Após uma reunião com representantes do X, incluindo Hugo Rodríguez, Alvim relatou que, fora do período eleitoral, a moderação de conteúdo seria orientada por regras gerais, sem tratamento especial para o TSE.
“Com a entrada do Elon Musk, a moderação caminha cada vez mais para ter como base a proteção da segurança, mais do que a proteção da verdade”, explicou Alvim, acrescentando que “mentiras” sem risco concreto de violência não seriam moderadas pela plataforma.
Ele acrescentou afirmando que “trocando em miúdos, uma mentira desassociada de um risco concreto tende a não receber uma moderação. A moderação só ocorre quando houver discurso violento, discurso de ódio e cogitação de alguma espécie mais palpável de dano (incitação de um ato de depredação ou coisa do tipo). Com o detalhe de que o ‘risco à democracia’, por não ser tangível, não entra nesse conceito”.
O Twitter alegou que teria adotado as chamadas “notas de comunidade” para combater supostas desinformações, e afirmou que estudos ao longo de dois anos apontaram uma redução de 20% a 40% do “potencial de enganar pessoas”, segundo relatou Alvim.
Diante das dificuldades em obter a remoção de conteúdos ofensivos, a equipe do TSE decidiu seguir a orientação de Moraes e preparar relatórios para subsidiar ações judiciais. “Resolvido. Vamos caprichar no relatório para esse fim”, afirmou Vargas no grupo, após comunicar a nova diretriz aos integrantes.
Entenda o caso
Trocas de mensagens entre servidores do STF e do TSE, obtidas pela Folha de S. Paulo, mostraram que o gabinete de Alexandre de Moraes teria ordenado informalmente à Justiça Eleitoral a produção de relatórios contra apoiadores de Bolsonaro e comentaristas de direita para embasar decisões do ministro em inquéritos em andamento na Suprema Corte.
A troca de mensagens sugere que houve supostamente adulteração de documentos, prática de pesca probatória, abuso de autoridade e possíveis fraudes de provas.
Os alvos escolhidos sofreram bloqueios de seus perfis nas redes sociais, apreensão de passaportes, intimações para depoimento à PF, entre outras medidas. Todos os pedidos para investigação e produção de relatórios eram feitos via WhatsApp, sem registros formais.
As conversas vazadas envolveram Airton Vieira, o juiz instrutor de Moraes no STF, Marco Antônio Vargas, seu juiz auxiliar na presidência no TSE, e Eduardo Tagliaferro, o chefe da AEED – o órgão era subordinado a Moraes na corte eleitoral.
As mensagens e áudios ocorreram entre agosto de 2022 e maio de 2023 e mostram perseguição aos jornalistas Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo, à Revista Oeste, ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), entre outros nomes de direita.
Em nota enviada à Gazeta do Povo, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes negou qualquer irregularidade nas requisições dos relatórios. Moraes argumenta que o TSE, “no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas”.X divulga decisão de Moraes que mandou suspender contas em janeiro de 2023
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/moraes-tse-endurecer-ofensiva-contra-x-entrada-musk/
O que é “democracia militante”, tese usada por Alexandre de Moraes para justificar censura
As decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes nos inquéritos sob sua relatoria vêm levantando, entre especialistas, comparações com a teoria da “democracia militante”, também chamada de “democracia defensiva”.
Criada em 1937 pelo filósofo alemão Karl Loewenstein (1891-1973), a teoria foi resumida pelo próprio autor como uma técnica para derrotar o fascismo usando suas próprias armas. Segundo Loewenstein, a “salvação” da democracia dependia da adoção de uma democracia “disciplinada ou – não tenhamos medo da palavra – autoritária”.
A teoria da democracia militante nunca foi citada por Moraes em suas decisões. No entanto, quando o ministro era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o tribunal foi sede do seminário “Democracia defensiva: experiência da Alemanha e do Brasil”, que contou com discurso do ministro. Além disso, a expressão “democracia militante” apareceu em citação dentro da tese apresentada pelo ministro para concorrer a vaga de professor da USP em abril.
A teoria de Loewenstein apresenta diversos paralelos com a atuação do ministro.
1) Ativismo judicial para combater ameaças
Em discurso no seminário, Moraes afirmou ter sido necessária, no Brasil e em outros países, uma “nova leitura” da Constituição “no sentido finalístico” (por oposição a uma leitura literal e formalista do texto) para proteger a democracia: “Não é possível que a Constituição permita a utilização sem limites de determinadas liberdades para a própria democracia e o Estado de direito serem rompidos.”
As palavras ecoam as de Loewenstein, que advertia contra o legalismo excessivo (por ele chamado de “fundamentalismo democrático”) e dizia que “A democracia e a tolerância democrática vêm sendo usadas para a sua própria destruição. Sob o manto dos direitos fundamentais e do Estado de direito, a máquina antidemocrática pôde ser construída e posta em movimento.”
Ao defender a estratégia de “democracia militante”, Loewenstein focava sobretudo na atuação do Legislativo, restringindo direitos por meio de lei. No entanto, ele também defendia uma atuação proativa do Judiciário, criticando as cortes de justiça por, às vezes, darem espaço de respiro ao fascismo por meio de interpretações ditas “legalistas”. Por exemplo, como modelo positivo, citou os tribunais superiores da Tchecoslováquia por “sabiamente” fazerem vista grossa para inconstitucionalidades evidentes em leis que ampliaram os poderes do Executivo, num momento em que ele considerava essas leis úteis para o combate ao fascismo.
2) Cerco a críticas e a fake news
Loewenstein considerava justificável, em nome da defesa da democracia, afastar garantias como a imunidade parlamentar ou as liberdades de expressão, de imprensa e de reunião. Segundo ele, “o vasto arsenal da técnica fascista” para destruir democracias incluía armas sutis como “vilificar, difamar e, por último, mas não menos importante, ridicularizar o Estado democrático, suas instituições políticas e suas personalidades de maior destaque”. Seria desejável cortar o mal pela raiz.
Essa ideia tem paralelo nos inquéritos conduzidos por Moraes, como o das Fake News ou o das Milícias Digitais, nos quais até mesmo críticas relativamente brandas contra os ministros do STF – inclusive as feitas por parlamentares, que, no Brasil, gozam de imunidade sobre as palavras e têm o papel constitucional de fiscalizar o STF – são frequentemente tratadas como criminosas. A alegação tem sido de que as críticas constituem suposto ato preparatório para uma derrubada da democracia, começando pela descredibilização das instituições. Com base nisso, parlamentares e cidadãos já foram interrogados em delegacia, alvejados por operação de busca e apreensão ou censurados nas redes sociais, entre outras medidas.
Na crítica do jornalista Glenn Greenwald, Moraes “acredita que ele é a própria democracia, e que qualquer questionamento ou fala crítica a ele é um ataque criminoso à legitimidade do Estado e, portanto, à democracia”.
O próprio Loewenstein admitia que a liberdade de expressão era a área “mais espinhosa” de intervenção da democracia militante, porque frequentemente “o ataque se apresenta sob o disfarce da crítica política legítima das instituições existentes”. Loewenstein reconhece que a linha divisória é nebulosa e que um critério jurisprudencial de distinção ainda estava pendente de ser descoberto.
Apesar disso, ele acreditava que o risco maior para a democracia estava na “leniência”. Por isso, elogiava que as democracias da época estivessem reformando seus códigos penais para criminalizar críticas ácidas que “ofendem a dignidade das autoridades em exercício e dos órgãos públicos”, assim como o ato de “circular falsos rumores” – num paralelo com a atual discussão, no Brasil, sobre as “fake news”, também alvo frequente da atenção do ministro Moraes.
3) Luta contra o poder da tecnologia
Loewenstein acreditava num suposto apelo emocional irresistível do fascismo junto às massas, e impossível de ser vencido pelos grupos mais racionais da sociedade, que detinham a visão correta. Na sua metáfora, era “o terrível encanto do olhar de basilisco do fascismo”, fazendo referência a um réptil mitológico que, conforme a lenda, causava magicamente a morte dos que o olhavam no olho.
Usando metáfora parecida, o ministro Alexandre de Moraes já disse que, no Brasil contemporâneo, a “lavagem cerebral” realizada pela extrema direita “transformou as pessoas em zumbis”.
Nos dois casos, o efeito hipnótico seria parte de uma estratégia friamente calculada por grupos que buscavam o poder e estariam manipulando as massas desavisadas usando novas tecnologias disruptivas – no caso de Loewenstein, o rádio; no caso de Moraes, as redes sociais.
Para Loewenstein, a democracia liberal só seria uma filosofia adequada aos “aristocratas políticos entre as nações”, que estariam perdendo a batalha para as novas massas mobilizadas. Esses homens racionais, representantes da democracia, não tinham, segundo Loewenstein, chance de ganhar de volta as massas disputando no terreno da emoção.
Por isso, segundo Loewenstein, “a democracia precisa ser redefinida. Ela deve consistir – pelo menos por um período de transição, até que a sociedade consiga se ajustar às condições da era tecnológica – na aplicação de autoridade disciplinada por homens de inclinação liberal”.
Na ausência da possibilidade de convencer as massas pela persuasão, a democracia devia, na visão de Loewenstein, impor-se pela força (na visão dele, a mesma arma usada pelo fascismo).
4) Centralização de poder
Um Judiciário e um parlamento independentes são normalmente tratados como pilares da democracia liberal, na medida em que oferecem contraditório aos outros órgãos do Estado, evitando, assim, a excessiva concentração de poder.
No entanto, em comum, Alexandre de Moraes e Loewenstein enxergam riscos dessa descentralização de poder, que consideram como potencial obstáculo para a salvação da democracia.
Loewenstein atribuiu a queda da Alemanha para o nazismo, em parte, à atuação deficiente de juízes e tribunais “hiperlegalistas” ou (segundo ele) “rebeldes” ao redor do país, que teriam, propositalmente ou não, dado impunidade aos nazistas.
Uma lógica parecida é apresentada por ministros do STF ao justificar a manutenção do controverso Inquérito das Fake News, relatado por Moraes: a suposta omissão dos órgãos de justiça em perseguir e julgar crimes contra os ministros do STF poria as instituições em risco inaceitável, tornando imperativo que o tribunal agisse por conta própria para reprimir os crimes e impedir a impunidade que poderia resultar se os casos fossem deixados para os ritos comuns. “Todos, absolutamente todos aqueles que pactuaram covardemente com a quebra da democracia […] serão devidamente investigados, processados e responsabilizados”, garantiu Moraes em discurso sobre os atos de 8 de janeiro de 2023.
Como resultado, juristas têm frequentemente criticado os inquéritos relatados por Moraes como atribuindo uma espécie de “competência universal” ao STF para julgar crimes que supostamente atentam contra a democracia.
Loewenstein também atribuía ao parlamento alemão parte da culpa pela vitória do nazismo: o parlamento teria se omitido em renovar leis temporárias que seriam úteis para perseguir o nazismo, aprovando, em vez disso, regras que, na opinião dele, eram brandas demais. A pá de cal para a democracia alemã teria sido o impasse político produzido pelo pluralismo de partidos no parlamento; como os defensores da democracia não foram capazes de obter a maioria, qualquer lei a ser aprovada demandaria consenso com outros grupos – ou, nas palavras de Loewenstein, “qualquer emenda constitucional dependia justamente do apoio dos grupos contra os quais era pretendida”.
De forma similar, o grande número de assentos conquistados pela direita no Congresso brasileiro vem resultando na frustração de projetos governistas vendidos como meios de garantir a democracia – por exemplo, o PL 2.630/20 (“PL das Fake News”). Em discurso proferido em janeiro de 2024, Moraes pontificou: “Nós, democratas, não podemos compactuar com a continuidade dessa ausência de regulamentação [das redes sociais]”.
O ministro tem repetidamente dito, inclusive em decisões judiciais, que, se o parlamento não aprovar a regulação das redes sociais, o STF e o TSE imporão novas regras por conta própria. De fato, meses após o discurso, o TSE aprovou nova resolução que instituiu regras parecidas com as que tinham sido rejeitadas pelo Congresso, gerando críticas de especialistas por avançar sobre competências do Legislativo.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/democracia-militante-tese-usada-alexandre-moraes-justificar-censura/
Os amigos da interdição
_ Todo dia aquele sujeito para naquela esquina e fica falando coisas que eu não gosto.
_ Deixa ele falando sozinho.
_ Mas ele não fala sozinho. Quem passa ali na hora escuta tudo.
_ Bom, então o negócio é observar o que ele fala. Se ofender alguém ou infringir alguma lei, processa.
_ Não quero que ele tenha a chance de ofender. Porque ofendeu, tá ofendido, né?
_ Isso é verdade. Mas como você vai saber previamente se ele vai ofender?
_ Conheço o tipo. Tenho certeza que vai ofender, vai difamar, vai mentir, vai incitar, vai caluniar.
_ Sujeito ruim, né?
_ Muito ruim. E influencia os outros com a ruindade dele.
_ A esquina deve ser muito prejudicada por um comportamento desses.
_ A esquina, a rua e por extensão o bairro inteiro.
_ Dependendo do nível do transtorno, pode afetar a cidade.
_ O país.
_ Que situação desagradável.
_ Muito. É preciso evitar que esse sujeito fale naquela esquina.
_ O jeito é proibir a passagem dele por lá.
_ Já tentei.
_ E aí?
_ A administração local não aceitou decretar a proibição.
_ Por quê?
_ Disseram que o sujeito tinha o direito de ir e vir.
_ Que absurdo.
_ Total. O direito à livre circulação é usado para acobertar crimes.
_ Exatamente. A lei não pode ser usada em favor do delinquente.
_ De jeito nenhum. Por isso resolvi tomar outras providências.
_ Vai mandar policiar a esquina?
_ Não. O delinquente poderia ir pra outra esquina.
_ Vai mandar fiscalizar a rua toda?
_ Não. Esses criminosos sempre acham um jeito de driblar a fiscalização.
_ Que coisa difícil é defender a ordem. O que você vai fazer?
_ Mandei interditar a rua.
_ Não passa ninguém?
_ Ninguém. Tolerância zero com o crime.
_ Perfeito! Agora esse cara não vai mais poder ficar na esquina contaminando o ambiente e prejudicando a sociedade.
_ Exatamente. Acabou a moleza. Chega de compactuar com as condutas antissociais.
_ Parabéns pela firmeza!
_ Obrigado.
_ Ih, acabo de lembrar que o meu cardiologista é nessa rua. Tenho consulta com ele amanhã. Pode pedir ao seu pessoal pra me deixar passar? Sou só eu.
_ Não.
_ Mas… Eu sou cardíaco…
_ Se vira.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/guilherme-fiuza/os-amigos-da-interdicao/
Natal em outubro para aliviar a pressão: esse é o Maduro que Lula tanto protege
O governo está festejando o aumento do PIB que, de acordo com o IBGE, no segundo trimestre do ano foi de 1,4%. Cresceu a riqueza do país. Havia crescido 1% no primeiro trimestre. A preocupação é que a agricultura caiu, diminuiu em 2,3%. Em compensação, a indústria reagiu e cresceu 1,8%. Serviços, 1%. Então, crescimento no segundo trimestre positivo de 1,4%. Só que as contas públicas estão péssimas. Pior situação desde 2002. A conta, que inclui por exemplo União, Estados, Municípios e Estatais, mais juros, contando 12 meses para trás, é de R$ 1 trilhão e 127 milhões de déficit. Não é brincadeira. A dívida pública baixou na pandemia. Foram só três países do mundo: Arábia Saudita, o Brasil e qual foi o outro? Singapura. A gente estava na companhia de Singapura diminuindo a dívida pública. Agora está em 78,5% de toda a riqueza nacional. Como se a sua dívida em casa equivalesse quase a 80% de todo o seu patrimônio. R$ 8,8 trilhões. É muita coisa. Era isso que eu queria mostrar.
Maduro
Indo para a Venezuela, vocês viram o Maduro? Não é novidade fazer isso, mas acaba de fazer. Decretou que o Natal, neste ano, vai ser em 1º de outubro. É porque ele não está aguentando a pressão popular. Então inventa festejo natalino. Opa, Papai Noel vem agora, então é hora de confraternização, espírito natalino, vamos festejar em casa, comprar presente, fazer árvore de Natal, festejar, dia 1º de outubro. Está com pressa inclusive. Vai ser agora, Natal daqui a um mês. Incrível! E aí, eu estava dizendo, o trenó do Papai Noel vai sobrar para ele poder viajar. Talvez seja isso, porque os Estados Unidos levaram o avião dele. E a outra coisa, mandou prender o candidato que não ganhou a eleição. Igualzinho o Ortega. O Ortega prende antes, para evitar que a pessoa seja candidata. Esse aí foi o candidato. A oposição conseguiu perceber o que tinha 82% das urnas, viu que ganhou, ele também viu e não mostra mais urna. O governo brasileiro continua cobrando. O embaixador Celso Amorim disse que o governo brasileiro não vai admitir a prisão do candidato de oposição que é o embaixador Eduardo González. Certamente ele conhece o embaixador. Foi embaixador da Venezuela na Argentina, disse que não vai admitir, mas o fato é que o Brasil está junto com… se meteram nessa, Brasil e Colômbia não conseguem resolver o Maduro, que está pouco se importando com o Lula.
STF
E quanto ao Supremo? Ontem na CNN perguntaram ao ex-presidente do Supremo, o ministro Marco Aurélio Mello, o que ele acha do impeachment. Ele disse que não é a solução, que a solução tem que vir do próprio Supremo, dos 11 do Supremo reunidos em plenário, de olho no olho, sem essa história de reunir à distância. Ele acha muito, muito ruim. Criticou muito o espírito de corpo do Supremo, que já se revelou na primeira turma, aquela da qual participa o Moraes, na qual deu 5 a 0, ou seja, o Moraes votou nele mesmo. Mais os votos do Zanin, do Dino, da Carmen Lúcia e do Fux.
O Fux ainda fez uma ressalva: como é que estão punindo 22 milhões de brasileiros se quiserem continuar na plataforma e não cometeram nenhum crime? É disso que eu venho falando. Mas ele criticou muito o Supremo, dizendo que não pode partir do Supremo um bloqueio de plataforma que prejudica milhões de pessoas. E que o Supremo é o guarda de uma liberdade que á cláusula mestra, na ordem jurídica constitucional. E que não pode, nenhum ministro do Supremo, criar embaraço para livre informação. Ele está citando a Constituição, está no artigo 220, nenhuma lei pode criar embaraço à livre informação e é vedado todo qualquer tipo de censura.
Essa questão aqui está em jogo, isso é maior. O ministro Barroso disse que o Supremo virou um tribunal político, e é por isso. Mas não é um tribunal político porque não ganhou voto para ser político, não ganhou voto algum, aliás. Quem ganhou voto para ser político e fazer política, tomar decisões e fazer leis é o Congresso Nacional, são os deputados e senadores.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/natal-em-outubro-para-aliviar-a-pressao-esse-e-o-maduro-que-lula-tanto-protege/
A cama de Xande, o Procusto moderno
Procusto era um bandido que vivia na serra de Elêusis. Em sua casa, ele tinha uma cama de ferro, que tinha seu exato tamanho, para a qual convidava todos os viajantes a se deitarem. Se os hóspedes fossem demasiados altos, ele amputava o excesso de comprimento para ajustá-los à cama, e os que tinham pequena estatura eram esticados até atingirem o comprimento suficiente.
Uma vítima nunca se ajustava exatamente ao tamanho da cama, porque Procusto, secretamente, tinha duas camas de tamanhos diferentes. Continuou seu reinado de terror até que foi capturado pelo herói ateniense Teseu, que, em sua última aventura, prendeu Procusto lateralmente em sua própria cama e cortou-lhe a cabeça e os pés, aplicando-lhe o mesmo suplício que infligia aos seus hóspedes.
Na cama de ferro de Xande, toda realidade se deita para ser amputada e se encaixar perfeitamente no script criado pelo ministro e seus cúmplices
Procusto significa “o esticador”, e a cama de Procusto passou a significar a insistência a negar a realidade, cortá-la em pedaços até que se encaixe em sua visão preconcebida de mundo. Não importam os fatos, mas sim a ideologia, a narrativa. Para preservá-las, vale tudo, como amputar os “excessos” até que o tamanho fique exato, ajustado para o desejo do sujeito.
Lembrei dessa passagem da mitologia grega ao ler a decisão da turma alexandrina no STF, que endossou seu banimento monocrático do X do Brasil. A determinação de Moraes se deu com base na investigação policial que constatou “participação criminosa e organizada” de inúmeras pessoas para ameaçar e coagir delegados federais que atuam ou atuaram nos procedimentos investigatórios contra milícias digitais e a tentativa de golpe no 8 de Janeiro.
De acordo com a investigação, “as redes sociais – em especial a X – passaram a ser instrumentalizadas com a exposição de dados pessoais, fotografias, ameaças e coações dos policiais e de seus familiares”. Eis a narrativa que “justificou” o injustificável, a censura. Na realidade, alguns bolsonaristas simplesmente expuseram o nome do delegado que vem agindo como capanga de Moraes, tornando-o figura pública. Não teve “doxxing“, divulgação de endereço ou ameaça de qualquer tipo. Mas Alexandre cortou as pernas da realidade e pronto.
Como ele faz desde sempre no que resolveu chamar de “ataques antidemocráticos”. Nessa vaga linguagem cabe absolutamente tudo que ele quiser! Críticas ao comportamento do ministro? Um “ataque contra a instituição do STF”. Procusto aparando as arestas, degolando uma cabeça para ter seu discurso prévio intacto. Na cama de ferro de Xande, toda realidade se deita para ser amputada e se encaixar perfeitamente no script criado pelo ministro e seus cúmplices, que serve de pretexto para perseguir os conservadores.
A presença de Maduro ao lado é um incômodo para os verdadeiros golpistas no Brasil. Afinal, as semelhanças são tão gritantes que fica impossível de ignorar. Maduro realizou uma “eleição” claramente fraudada, depois prendeu quem ousou protestar, disse que cobranças externas eram “interferência” na “soberania nacional” e, por fim, mandou prender o principal opositor, aquele que efetivamente venceu. Para justificar, disse que ninguém está acima das leis. Poderia ser Alexandre repetindo cada gesto e palavra…
Paulo Guedes cantou a pedra: se a turma do PT voltar à cena do crime, como diria Alckmin, em um ano e meio o Brasil vira a Venezuela. Um ano e meio depois e estamos quase lá. Para concretizar a profecia, os comparsas de Lula contam com a cama de ferro de Xande, o Procusto moderno, que corta tudo que enxerga pela frente até restar o figurino exato que ele desenhou: somente ele está protegendo a democracia, e todos que insistem em criticá-lo estão atacando as instituições e precisam ser detidos.
Ao término do trabalho exaustivo, a democracia brasileira será tão relativa e desagradável quanto aquela do companheiro Maduro. E ninguém ouse falar em comunismo, pois o próprio Alexandre já disse que isso é bobagem de quem quer curtida em rede social…
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/cama-xande-procusto-moderno/
Moraes deve participar do 7/9 com Lula antes de ser alvo de protesto na Paulista
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deve acompanhar o desfile cívico-militar do 7 de Setembro ao lado do presidente Lula (PT), em Brasília.
No mesmo dia, Moraes será alvo de protestos na Avenida Paulista, em São Paulo, onde manifestantes pedirão o impeachment do ministro.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo (Estadão), o convite do presidente Lula a Moraes foi transmitido pelo ministro da Defesa, José Múcio. Os outros ministros do Supremo também foram convidados.
“Eu convidei o ministro Alexandre, em nome do presidente, e ele respondeu prontamente que vai ao nosso desfile do 7 de Setembro. Estou chamando todos os ministros do STF”, disse Múcio ao Estadão.
O desfile em Brasília está marcado para começar por volta das 8h45 do sábado (7).
À tarde, manifestantes pedirão “Fora, Moraes” em protestos na Paulista
Parlamentares da oposição veem no ato do dia 7 de Setembro, na Paulista, uma forma de pressionar o Senado pelo impeachment do ministro.
Na semana passada, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou presença no ato da Paulista e reforçou o convite à população.
Os protestos contra Moraes também foram endossados por Elon Musk, dono do X, que tem usado a rede social para denunciar “ordens ilegais” do ministro contra perfis da rede social.
Moraes é o responsável pela ordem judicial que baniu o X do Brasil como punição por Musk se negar a cumprir as ordens contra perfis.
Governo Lula queria MST e MTST no 7 de Setembro
No início desta semana, jornais noticiaram que representantes de grupos invasores, como Movimento Sem-Terra (MST) e Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), desfilariam no 7 de Setembro, em Brasília, como homenageados do governo Lula pela participação na reconstrução do Rio Grande do Sul.
A demanda do governo teria causado desconforto entre os militares, responsáveis pela organização do evento.
Nesta terça-feira (3), o governo informou à Gazeta do Povo que este ano não será possível a participação do MST e MTST por causa de problemas na organização da logística do evento.
Este ano, o desfile de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, está estruturado em três eixos temáticos: realização do G20 no Brasil, em novembro, no Rio de Janeiro; vacinação; e a reconstrução do Rio Grande do Sul.
Dentro da temática do Rio Grande do Sul serão homenageados militares do Exército, Marinha, Força Aérea Brasileira (FAB); da Força Nacional de Segurança; do Governo do Distrito Federal; bombeiros; integrantes da Defesa Civil.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/moraes-deve-participar-do-7-9-com-lula-antes-de-ser-alvo-de-protesto-na-paulista/
Justiça eleitoral mantém condenação a Lula e Boulos por propaganda em 1º de maio
Nesta terça-feira (3), o plenário do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) manteve a decisão que condenou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol) ao pagamento de multa por propaganda eleitoral antecipada em 1º de maio, nas celebrações do Dia do Trabalho.
A condenação ocorreu porque, na ocasião, houve pedido explícito de voto de Lula para Boulos. Na decisão, os magistrados reduziram os valores das multas de R$ 20 mil para R$ 15 mil para Lula e de R$ 15 mil para R$ 10 mil para Guilherme Boulos.
Pedido de voto foi alvo de ações de diversos partidos
O MDB, partido do prefeito que disputa a reeleição, Ricardo Nunes, bem como o Partido Novo, sigla da candidata Marina Helena, e o diretório nacional do PP, entraram com ações na Justiça para questionar o pedido de voto de Lula. A ação do PP foi rejeitada por se tratar de um diretório nacional que acionou um tribunal regional.
Durante as festividades que ocorreram no dia 1º de maio no bairro de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, o presidente Lula afirmou que “Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula em 89, em 94, em 98, em 2006, em 2010, em 2018, em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2024/sao-paulo-sp/justica-eleitoral-mantem-condenacao-lula-boulos-propaganda-1-maio/
Polícia prende influencer ligada a Lula em caso de lavagem de dinheiro e jogatina
A advogada e influenciadora Deolane Bezerra foi presa nesta quarta-feira (4) em uma operação deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco que mira uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro e promoção de jogos ilegais.
A prisão ocorreu no Recife, capital pernambucana. A mãe da famosa Solange Alves Bezerra Santos também foi presa.
A operação ocorre, além do Recife (PE), em Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba (PR) e Goiânia (GO). São cumpridos 18 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão.
A Justiça determinou o sequestro de bens como carros de luxo, imóveis, aeronaves, embarcações, além do bloqueio de ativos financeiros que somam mais de R$2,1 bilhões.
Como influencer, Deolane sempre apoiou Lula (PT) e seu governo, em atitude ilustrada com fotos que ambos fizeram juntos, nas quais ela aparece ao lado do presidente, fazendo o “L” com a mão direita, e até sendo beijada na testa pelo chefe de governo.
Ela também é conhecida por envolvimento em polêmicas, como a foto em que apareceu usando o colar de um conhecido chefe do tráfico de drogas no Rio de Janeiro, em flagrante que levou a polícia a investigar a participação da mulher em variados crimes.
Lira ministro? Nunca houve essa conversa com Lula
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), negou a intenção ou que tenha sido ao menos sondado para assumir cargo de ministro no atual governo. Indagado sobre um entendimento, ele descartou: “Não é verdade, nunca conversei sobre isso”, disse à coluna. Presidente da Câmara de mais sólida liderança em décadas, Lira se orgulha de não haver dificultado a governabilidade, sob Jair Bolsonaro (PL) ou no governo Lula, mantendo permanente diálogo, mas com independência.
É tarde para mudar
Aliados próximos garantem que após tanto tempo “na mesma toada”, não seria agora, reta final da sua presidência, que Lira mudaria de atitude.
Livres para fantasiar
Poucos acreditam que Lira troque sua liderança tão sólida pela “planície”, após entregar o cargo ao sucessor, em fevereiro, daí as fantasias.
O plano é de Lula
Lula sonha com Lira subordinado com a missão de “costurar” uma base governista no Congresso que o petista não conquistou nas urnas.
Opções não faltam
Não faltam opções para Lira, da presidência nacional do seu partido a ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), ideia que não o agrada.
Lula cai no descrédito, sem condenar ditadura infame
O governo ainda tenta contornar a armadilha que Lula (PT) criou para ele mesmo, condicionando reconhecer a “reeleição” do ditador da Venezuela à apresentação das atas eleitorais comprovando o resultado das urnas. O erro foi impor condições que não controlava e, diante da recusa da ditadura de apresentar as atas, Lula desonra a própria palavra, evitando condenar seu amigo, meliante venezuelano. Preferiu se deixar mergulhar no descrédito mundial em autêntico “abraço de afogados”.
Só Lula no muro
Esvaziou o muro onde Lula se instalou a decisão do ditador Maduro de prender quem o derrotou nas urnas. A condenação internacional é ampla.
Opção pelo vexame
Após elogiar a “ditadura relativa” do Brasil, Lula prefere passar vergonha em nome das afinidades políticas e ideológicas com o ditador Maduro.
Reunião envergonhada
Lula até pediu “reunião secreta”, envergonhada, com os cúmplices que restam no vexame: Gustavo Petro (Colômbia) e López Obrador (México).
Poder sem Pudor
Ele era um perigo
Costa Rego fez fama como jornalista no Rio de Janeiro e, na década de 20, voltou a Alagoas para ser governador. Austero, governou sob rigoroso estado de sítio, mas a condição de incorrigível mulherengo lhe custou alguns problemas, inclusive uma conhecida reprimenda do presidente Washington Luís. Seu secretário da Fazenda, Epaminondas Gracindo, pai do ator Paulo Gracindo, certo dia tomava o café da manhã quando Costa Rego foi entrando na sua casa com a maior naturalidade. “Espere aí, governador!” gritou Epaminondas. “Com essa sua fama de garanhão, o senhor não pode entrar na casa de uma família de respeito”. Governador e secretário despacharam na calçada.
Quarto do pânico
O governador ´Tarcísio de Freitas (Rep) e Jair Bolsonaro (PL) se reúnem nesta quarta (4) em Brasília. Na pauta, as eleições municipais de São Paulo, que escapa entre os dedos, em razão do fenômeno Pablo Marçal.
Chance de ouro
O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), decretou ponto facultativo na sexta (6), criando um feriadão que dá chance ao funcionalismo de sair da cidade para evitar as presepadas armadas pelo Planalto no Dia 7.
Carimbo e provocação
Lula convidou Alexandre de Moraes para, no Dia 7, a fim de “carimbar” o ministro como governista. De quebra, ainda provocará as famílias dos militares fazendo o MST substituir alunos de escolas públicas no desfile.
Rara incivilidade
Diplomatas ficaram perplexos com Paulo Teixeira, que não recebeu o embaixador do Cazaquistão, Bolat Nussopov, como estava agendado. O assessor que recebeu o Nussopov ganhou um quadro e uma vodca, originalmente destinados ao ministro que não deu a mínima ao visitante.
Frase do dia
“Não há campo para espírito de corpo”
Marco Aurélio, ministro aposentado, e a “aquiescência cega” do STF a Alexandre Moraes
Não é o do Lula
Vítima de fake news de Pedro Rousseff, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) lançou cupom de desconto no relógio de R$220 que usa. O sobrinho de Dilma Rousseff disse que acessório valia R$40 mil. Mentiu.
Silêncio impera
O governo Lula constrange a diplomacia brasileira. Sem condenar a decisão do ditador Maduro de prender o opositor Edmundo González, que derrotou nas urnas, o Itamaraty já não sabe onde arrumar desculpas.
Papai Noel em outubro
O ditador Nicolás Maduro, amigão de Lula, irritou a Igreja venezuelana com manobra para desviar atenção da situação política e humanitária de lá. Maduro resolveu antecipar o Natal, que será em 1º de outubro.
Nem maluco
Até o município de Itapira (SP), que já foi conhecido como a “cidade dos loucos” (pelos três hospitais psiquiátricos lá instalados), rejeita o governo Lula (PT): 57,3% dos eleitores desaprovam a administração petista.
Pergunta na autoridade
Sabatina no Senado virou carimbo?
Folha revela ordens de Moraes contra o X: ‘vamos endurecer’
Novas mensagens entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes e assessores mostram o magistrado dando ordens para “endurecer” contra o “X”, antigo Twitter, e mandando que fosse preparado relatórios sobre publicações na rede social e anexar ao inquérito das fake news.
As conversas são sobre remoção de conteúdo da plataforma e aborda até uma tentativa de interferência na política de moderação da plataforma.
As informações foram publicadas nesta quarta-feira (4) pelo jornal Folha de S. Paulo.
A troca de mensagens revelada pelo jornal mostra que o diálogo começou em 17 de março de 2023, quando Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar de Moraes no TSE, encaminhou uma publicação sobre a soltura de presos pelo 8 de janeiro.
Na mensagem, encaminhada no grupo de Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE, uma mulher atribuía ao Tribunal Internacional a soltura dos presos.
“Foi o ‘Tribunal Internacional’. O Mula, Xandão e esse governo usurpador estão sendo acusados de crimes contra a humanidade (prisões, ilegais, tortura, campos de concentração, mortes, etc.)”
Vargas pediu o contato da rede social e designou um assessor para mediar a moderação do conteúdo.
O servidor relatou eventuais dificuldade para alteração da política de moderação e sugeriu “pedir uma calibração da interpretação da política já existente”.
O assessor sustentou que a publicação não se encaixava na política de integridade da plataforma, que se aplica em eleições, Censo e grandes referendos e outras votações dentro dos países.
O servidor, identificado como Frederico Alvim, disse ter marcado uma reunião com representantes da plataforma e expôs o roteiro que seguiria.
“Vou tentar, o seguinte, nesta ordem de preferência: 1) que removam o conteúdo e se comprometam a remover outros semelhantes, sempre que acionarmos pelo sistema de alertas; ou 2) que ao menos removam esse, imediatamente, enquanto discutimos ajustes nas políticas (numa reunião com o senhor)”, disse Alvim em mensagem direcionada ao juiz auxiliar de Moraes.
Após a reunião, Alvim informou a Vargas que a plataforma seguiria as regras gerais fora do período eleitoral, sem tratamento específico para o TSE.
A rede social, ainda pelos relatos do assessor, não censuraria ofensas pessoais, sem risco de violência, contra ministros porque a plataforma não faz tutela da honra, mas da segurança. Alvim destacou ainda que a rede social prevê retirada de conteúdos irregulares, como casos de assédio.
Tempo depois, Vargas encaminhou ao grupo uma mensagem do ministro Alexandre de Moraes.
“Alexandre de Moraes: Então vamos endurecer com eles. Prepare relatórios em relação a esses casos e mande para o inq das fake. Vou mandar tirar sob pena de multa.”
“Resolvido. Vamos caprichar no relatório para esse fim“, mandou o juiz auxiliar.
O jornal procurou o ministro Alexandre de Moraes e o STF, que não se manifestaram.
Folha e Estadão cobram firmeza do governo Lula contra ditadura de Maduro
Enquanto a ditadura de Nicolás Maduro massacra opositores que se manifestam contra a fraude nas eleições presidenciais na Venezuela, o governo Lula, representado por Celso Amorim, disse que não vai interferir.
“Eu sou do tempo da bossa nova. A gente nunca sobe o tom”, declarou o embaixador do Brasil, sobre um mandado de prisão expedido contra o candidato da oposição, Edmundo González.
A postura do governo brasileiro diante da crise no país vizinho, que já causou a morte de quase 30 manifestantes e prendeu cerca de 2 mil pessoas, entre menores de idade, foi o tema dos editoriais de opinião dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo desta quarta-feira, 4.
No texto “A covardia do Brasil na Venezuela”, o Estadão afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue “incapaz de condenar a ditadura do companheiro Maduro”. Para o jornal, o petista ofende, dessa maneira, todos que bravamente lutam pela democracia no país.
A publicação lembra que o regime chavista está prestes de aprovar uma “Lei Contra o Fascismo”. Na prática, isso dará ao governo carta branca para prender quem quiser.
“As milícias informais conhecidas como “Coletivos”, a Gestapo chavista, intimidam famílias em suas casas e jornalistas nas redações”, destaca o Estadão. “O advogado da oposição foi sequestrado, e agora o regime ordenou a prisão do candidato da oposição, Edmundo González”.
O único “crime” do político, ressalta o texto, foi divulgar, “graças à insubordinação cívica de funcionários dos colégios eleitorais”, atas eleitorais que confirmam, segundo a apuração de diversos observadores independentes, sua vitória nas urnas, com dois terços dos votos.
“Chancelarias de vários países latino-americanos emitiram notas veementes de repúdio, mas o governo brasileiro continua a fazer cara de paisagem (…) diante da ação dos seus tiranos companheiros”, disse o editorial. “Democracias genuínas deveriam celebrar e apoiar a resistência do povo [venezuelano]. Já o Brasil, em nome das amizades de seu presidente, prefere ofendê- lo”.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/imprensa/emfolha-em-e-emestadao-em-cobram-firmeza-do-governo-lula-contra-ditadura-de-maduro/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
Governo desiste de convidar o MST para o desfile do 7/9
O governo Lula recuou do convite feito ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para o desfile do 7 de Setembro, em Brasília, apurou Oeste.
A desistência ocorreu em meio à polêmica que a iniciativa gerou, sobretudo nas redes sociais.
Dois representantes do MST estariam no evento. O objetivo do Palácio do Planalto era que o movimento fizesse uma participação simbólica na cerimônia ao lado de grupos que trabalharam no resgate e no amparo às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
O tema do desfile será “Democracia e Independência! É o Brasil no Rumo Certo”. A apresentação na capital federal terá quatro eixos: atletas olímpicos, vacinação, Brasil no G20 e reconstrução do Rio Grande do Sul.
FONTE: REVISTA OESTEhttps://revistaoeste.com/politica/governo-desiste-de-convidar-o-mst-para-desfile-do-7-de-setembro/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
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