Acredito na redenção. Acredito que até criminosos são capazes de se arrependerem. Por experiência própria, acredito na conversão. Mas ao ver duas falas recentes de Lula sobre o aborto, duas falas desse ser abjeto, esse canalha, esse monstro que só a muito custo chamo de “humano”, percebo quão débil ainda é a minha crença na redenção, no arrependimento e na conversão.
Numa entrevista recente, o degenerado que preside o Brasil disse, primeiro, que os bebês que nascem de estupros são monstros. Depois, ao se referir ao autor do PL 1.904, que trata o aborto de uma bebê de 22 semanas pelo que ele é, assassinato, Lula sugeriu que, se a filha do deputado Sóstenes Cavalcante fosse estuprada, ele seria a favor do procedimento homicida.
A canalhice retórica é evidente, mas se fosse apenas isso não seria nenhuma novidade. Lula é e sempre foi um vertedouro de asneiras. A diferença, neste caso, é que a asneira denuncia uma visão de mundo que vai muito além do esquerdismo, do marxismo, do progressismo ou de qualquer outra caixinha em que você queira incluir Lula e sua legião. Desta vez Lula mostra que, por inspiração do tinhoso, odeia a Criação e rejeita qualquer noção de amor que vá além daquilo que lhe ensinaram os súcubos consequencialistas.
Não, Lula. Não, lulistas que me leem e que em breve correrão para a caixa de comentários deste texto, usando pseudônimos ridículos porque, afinal, faz parte da cartilha diabólica abdicar da sua identidade única e divina e se manifestar por meio de imposturas. Não: bebês que nascem de estupros não são monstros. São bebês. São vida. São bem. São amor em potencial. “Onde não há amor, coloca amor e encontrarás amor”, diz São João da Cruz. Muito mais do que uma frase de agenda de adolescente, essa é uma verdade incrustrada em nosso coração. Isto é, para quem ainda tem um.
Legião aborteira
Lixo. Um homem que acumula dentro de si tudo o que as ideologias macabras têm de pior e que, graças a essa capacidade de absorver o que há de pior no ser humano, preside o Brasil pela terceira vez. Um lixo que acredita que o homem é meramente o lobo do homem. Um lixo que acredita, veja só!, um bilionário qualquer pretende colonizar Marte para ficar longe dos trabalhadores. Um lixo que se chama um bebê recém-saído do ventre materno de “monstro”. Que tipo de mente corrompida é capaz de dizer uma coisa dessas, meu Deus? – pergunto para o apartamento vazio e logo respondo: Lula. Lula que chafurda nos excrementos ideológicos do chiqueiro palaciano em que vive. Será que se dá conta, o pobre-diabo?
Mais do que isso, será que se dá conta de que, a despeito da maldade que nos rodeia e que se manifesta por meio de gritos histéricos de jornalistas-aborteiras que chegam até a chorar – a chorar! – pela vontade de matar um bebê, ainda há no mundo quem pratique o amor, o sacrifício, a abnegação de ou criar uma criança que seja fruto de uma violência ou então entregar essa vida, esse bem, esse amor em potencial a uma família que dele há de cuidar da melhor maneira possível? Que pergunta estúpida, a minha. Claro que não!
Lula e sua legião aborteira só querem saber de festa & prazer, de alegria, de dinheiro, de cosquinha nos genitais, de soluções fáceis para problemas complexos, de trocas de favores, de perversidades justificadas com o carimbo do Ministério da Saúde. Correndo o risco de soar repetitivo, repito: para essa laia, a ideia de uma vida de sacrifício está fora de cogitação. A Cruz, aquela que a gente aprende que tem que carregar, é tratada por essa gente com escárnio. Afinal, o diabo lhes promete mais: vida mansa, poder e até imortalidade – tudo sem o peso da madeira sobre os ombros.
Para finalizar, digo que não é à toa que Lula “Lixo” da Silva tenha sido feito líder de 200 milhões de brasileiros, num processo que teve a influência nefasta de outra lixarada, desde os tecnocratas e burocratas embriagados com a própria “astúcia” até milhões de anônimos que consagram suas vidas à ideia idiótica de prazer. Nisso, aliás, Lula tem razão quando disse recentemente que “não acaba” porque representa as aspirações de parte do povo brasileiro. A pior parte: aquela que não hesita em se perder e em destruir a si mesmo em troca da ilusão demoníaca de estar conquistando o mundo inteiro.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/filho-da-democracia-violentada-o-verdadeiro-monstro-e-lula/
A coragem da CNBB ao defender o projeto que equipara aborto tardio a homicídio
Assim que o PL 1.904/24 – que pune abortos tardios com a mesma pena do homicídio culposo – ganhou força na Câmara, a reação foi visceral e, posso dizer assim, infernal. Afinal, só mesmo o pai da mentira pode ter inspirado uma campanha tão baixa de mentiras a respeito do projeto de lei, que não vai atingir nenhuma gestante menor de idade (elas seguem inimputáveis), não obriga mãe nenhuma a ficar com o filho, e não muda absolutamente nada para o estuprador (que segue sujeito às mesmas penas de antes). Aliás, vejam como o abortismo simplesmente ignora o nascituro quando impõe uma comparação entre a pena do estuprador e a pena da vítima do estupro, alegando que essa última seria maior, quando na verdade estamos falando do aborto – e a vítima aí é a criança, que morre em 100% dos casos. É muito, mas muito razoável uma pena de prisão para quem, podendo escolher entre dar uma chance de sobrevivência ao bebê e matá-lo sem motivo algum (sendo que ambas as opções encerram a gravidez), opta por matar a criança.
E justamente porque a “opinião publicada” (que tem se distanciado cada vez mais da opinião pública) foi tão, mas tão agressiva em sua oposição ao PL 1.904 que temos de elogiar a coragem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em divulgar uma nota na sexta-feira defendendo a aprovação do projeto de lei. Vejam alguns trechos especialmente significativos:
“As 22 semanas não correspondem a um marco arbitrário. A partir dessa idade gestacional, realizado o parto, muitos bebês sobrevivem. Então, por que matá-los? Por que este desejo de morte? Por que não evitar o trauma do aborto e no desaguar do nascimento, se a mãe assim o desejar, entregar legalmente a criança ao amor e cuidados de uma família adotiva? Permitamos viver a mulher e o bebê.”
Só o pai da mentira pode ter inspirado uma campanha tão baixa de mentiras a respeito do PL 1.904
“Diante do crime hediondo do estupro, que os agressores sejam identificados e que a legislação seja rigorosa e eficaz na punição. É ilusão pensar que matar o bebê seja uma solução.”
“A Igreja Católica neste momento considera importante a aprovação do PL 1.904/2024, mas continua no aguardo da tramitação de outros projetos de lei que garantam todos os direitos do nascituro e da gestante.”
Só lamento de não terem deixado a nota em lugar de destaque na capa do site da CNBB – ao menos na tarde de segunda-feira, enquanto eu escrevia esta coluna, ela nem na capa estava, sendo preciso procurar em “Notícias > Palavra oficial” no menu.
E não foi só a nota. Já existe pelo menos um artigo, de dom Reginei Modolo, bispo auxiliar de Curitiba, em defesa do PL 1.904, em que compara o movimento abortista à transformação dos judeus e outras minorias durante o nazismo, ou dos negros em regimes escravagistas, em “cidadãos de segunda ordem” sem proteção jurídica:
“O que alguns poucos, porém poderosos, estão arquitetando no Brasil – arquitetura/engenharia social, construção dos corpos, controle da população, biopolítica –, é negar ao embrião e/ou bebês in utero o status de pessoa, para que se os possa matar sem que se cometa crime, descriminalização. Ninguém poderia questionar que os judeus, ciganos e outros eram vidas humanas, seres humanos, então se lhes negara a nacionalidade alemã.”
“Ninguém pode objetar cientificamente que o embrião e/ou feto não é uma vida humana, um ser humano em uma das suas várias fases de desenvolvimento. Porém, fazendo uso do mesmo modus operandi, defensores do aborto intentam negar ao embrião e/ou bebês in utero o status de pessoa, bem como excluí-los do ‘todos’, presente no texto da Carta Magna. Se bem-sucedidos, tornarão elimináveis qualquer vida humana in utero – por enquanto estas –, vidas matáveis sem que se cometa crime.”
“Eis aí, com clareza ímpar e manifesta, a necessidade de aprovação do PL 1904/2024. Embora insuficiente para que a vida humana seja protegida em todas as etapas do seu desenvolvimento, da concepção à morte natural, é um passo gigantesco em tal direção.”
O ódio que o PL 1.904 despertou na imprensa foi tão virulento que há grande mérito em qualquer um que venha a público defender o projeto e sujeitar-se à inevitável execração
Muito zé cruzadinha por aí haverá de dizer que é o mínimo que se esperaria da CNBB, que a conferência não fez mais que a obrigação. Talvez seja, mas repito: o ódio que o PL 1.904 despertou na imprensa e entre formadores de opinião foi tão virulento que há grande mérito em qualquer um, indivíduo ou instituição, que venha a público defender o projeto e sujeitar-se à inevitável execração. Em outra ocasião, afirmei que há sabedoria em escolher quando agir nos bastidores e quando se posicionar publicamente. Desta vez a conferência optou pela nota, e provavelmente a CNBB e dom Reginei já fizeram mais que alguns políticos de estimação de muita gente.
Certo é que já fizeram mais que alguns veículos de comunicação que podem até não ser confessionalmente católicos (no sentido de ter a defesa da doutrina da Igreja como linha editorial), mas que se dedicam a acompanhar a Igreja e por isso deveriam entender melhor do que falam. A reportagem do Crux, por exemplo, engana no título (e bastaria ter adicionado um “late” antes de “abortion” para acertar), demora uma eternidade para afirmar que o PL se refere apenas a abortos depois da 22.ª semana de gestação, praticamente não explica por que esse marco é importante, e ainda engole bonito a mentira abortista sobre a criminalização de gestantes menores de idade. Um desserviço que só não foi maior graças à participação sempre positiva da Elizabeth Kipman.
Independentemente do destino do PL 1.904, uma coisa que eu gostaria de ver seria a renovação daquela iniciativa de orações que a CNBB lançou às vésperas do início do julgamento da ADPF 442 no Supremo. A Oração do Nascituro é atemporal, não menciona nenhuma ação judicial ou projeto de lei em especial. E a prece que a CNBB recomendava pode ser alterada para algo mais genérico, pedindo que prosperem os projetos de lei que defendam a vida e que a cultura da morte seja derrotada nos três poderes. E aí, rezar. Não apenas um domingo em especial, mas todo domingo, até a vida vencer.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/marcio-antonio-campos/cnbb-nota-defesa-aprovacao-pl-1904/
Israel aprova plano para ofensiva no Líbano
O Exército israelense aprovou na terça-feira 18 planos operacionais para uma ofensiva no Líbano, em meio a temores crescentes de que Israel e o Hezbollah possam entrar em um conflito de grande escala. Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, o grupo terrorista libanês passou a fazer disparos contra o território israelense.
Nas últimas semanas, o conflito se intensificou, com o Hezbollah, apoiado pelo Irã, lançando dezenas de foguetes contra Israel depois da morte de um de seus comandantes ser morto em um ataque aéreo.
O temor é que o conflito ganhe escala global. O governo dos Estados Unidos vem liderando esforços diplomáticos para reduzir a tensão na região.
Israel se prepara para ação militar no Líbano contra o Hezbollah
Na reunião da terça-feira 18, autoridades israelenses reiteraram que estão prontas para agir militarmente se não houver uma resolução diplomática. O Exército israelense anunciou, além da aprovação dos planos ofensivos, a decisão de aumentar a prontidão das tropas no campo.
O anúncio veio horas depois de o Hezbollah divulgar um vídeo de nove minutos, supostamente captado por drones de vigilância, que mostra partes de Israel, incluindo o porto da da cidade de Haifa.
A filmagem, que também incluía imagens de outras infraestruturas militares, provocou uma reação furiosa do ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz. Ele alertou para o fato de que seu governo estava “muito perto do momento de decidir mudar as regras contra o Hezbollah e o Líbano”.
“Em uma guerra total, o Hezbollah será destruído e o Líbano será severamente atingido”, escreveu Katz no Twitter/X. “O Estado de Israel pagará um preço nas frentes e no front doméstico, mas com uma nação forte e unida, e o pleno poder das Forças de Defesa de Israel, restauraremos a segurança para os residentes do norte.”
Israel divulgou um vídeo de incêndio causado no norte do país por um foguete do Hezbollah.
Histórico de conflitos e a intervenção dos EUA
Israel e o Hezbollah travaram uma guerra de 34 dias em 2006. Para evitar que as tensões se transformem novamente em um conflito de grande escala, o enviado dos EUA, Amos Hochstein, chegou à região nesta semana para reuniões em Israel e no Líbano.
Em Beirute, Hochstein declarou na terça-feira 18 a repórteres que os dois lados chegaram “a um momento sério e crítico”. “É do interesse de todos resolver isso rapidamente e diplomaticamente. Isso é tanto alcançável quanto urgente”, afirmou.
A visita de Hochstein é a mais recente de uma série de viagens que ele fez à região nos últimos meses, em busca de uma solução diplomática para as tensões. No entanto, as negociações permanecem em um impasse. Israel exige que o Hezbollah retire suas forças das proximidades da fronteira com o Líbano, mas os terroristas dizem que não aceitam um acordo até que haja um cessar-fogo em Gaza.
STF torna réus irmãos Brazão e delegado no caso Marielle
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, tornar réus os acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. Todos os ministros que formam o colegiado acompanharam nesta terça-feira (18) o voto do relator do caso, Alexandre de Moraes, para receber a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o irmão dele, o conselheiro do Tribunal de Contas do do Estado do Rio (TCE-RJ) Domingos Brazão; o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa; o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira; e Robson Calixto Fonseca, ex-assessor de Domingos, responderão a ação penal. Eles estão presos e negam envolvimento no crime.
Acompanharam o entendimento de Moraes os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia. A PGR acusou os réus pela suposta prática dos crimes de homicídio consumado contra Marielle e Anderson, pelo homicídio tentado contra a assessora da vereadora à época, e por organização criminosa.
“Há provas suficientes de autoria e materialidade e a PGR expôs os fatos criminosos, a qualificação dos acusados… Se esses indícios de autoria serão confirmados durante a ação penal, para isso teremos o contraditório e a ampla defesa aos acusados”, disse o relator durante o julgamento. Na próxima fase do processo, ocorrerá a coleta de provas com depoimentos de testemunhas da acusação e da defesa.
Moraes rejeitou uma série de solicitações das defesas dos investigados. Entre os questionamentos, os advogados pediram ao relator para remeter o processo à primeira instância; declarar o impedimento de Dino para julgar o caso, por ter sido ministro da Justiça; e transferir o julgamento para o plenário da Corte.
Moraes diz que indícios obtidos pela investigação são suficientes para recebimento da denúncia
As defesas dos investigados alegaram ainda que a investigação foi baseada somente na delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que confessou ter executado o crime, mas não teria apresentado provas da participação dos denunciados.
Moraes destacou que, além da “detalhada narrativa” de Lessa, a Polícia Federal apresentou indícios necessários e provas que corroboram o relato do delator. O ministro afirmou que os dados obtidos, até o momento, são suficientes para que a denúncia da PGR seja aceita.
“Colaboração premiada é meio de obtenção de prova. A partir do que é indicado pelo colaborador há a necessidade de que se produzam, seja a Polícia Federal ou o Ministério Público, provas suficientes. Em um primeiro momento, os indícios suficientes para o recebimento da denúncia. Em um segundo momento, aí sim sem qualquer dúvida razoável, que se produzam provas concretas para o final édito condenatório”, ressaltou o ministro.
“A denúncia da PGR, neste momento processual, estabeleceu um elo entre os possíveis interesses escusos dos denunciados com a motivação dos crimes de homicídio – dois consumados, um tentado – com base em diversas provas indiciárias, que corroboraram os depoimentos apontados na colaboração premiada, descrevendo de forma pormenorizadas as condutas criminosas imputadas aos acusados”, reforçou Moraes.
Novo inquérito
O ministro Alexandre de Moraes abriu um novo inquérito para apurar o suposto crime de obstrução de investigação. Os alvos são os irmãos Brazão, Barbosa, o delegado Giniton Lages e o comissário de polícia Marco Antonio de Barros Pinto. Giniton e Marco Antonio foram designados para conduzir a investigação sobre o assassinato.
O relator também desmembrou outra frente da investigação e encaminhou os autos para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apurar supostos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro em relação ao delegado Rivaldo Barbosa.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/caso-marielle-stf-torna-reus-irmaos-brazao-e-delegado/
Toffoli, em segredo de Justiça, anula mais provas e deixa para juiz decidir pela devolução de 21 milhões de dólares
A sanha para destruir tudo o que foi apurado pela Operação Lava Jato segue firme e incansável.
Desta feita, o beneficiário da decisão do ministro Dias Toffoli é o marqueteiro João Santana e sua esposa, Mônica Moura.
O ministro estendeu a eles a anulação do uso das provas do acordo de leniência da Odebrecht em três processos que eles respondem na Justiça Eleitoral do Distrito Federal.
A ‘boa nova’ foi divulgada pelo jornalista Guilherme Amado:
“Na decisão assinada nessa terça-feira (18), em segredo de Justiça, Toffoli atendeu a um pedido feito em 7 de junho pelos advogados do casal.
O marqueteiro e a mulher dele haviam sido condenados em duas das ações penais pela 13ª Vara de Curitiba, onde tramitavam os processos da Operação Lava Jato, mas as sentenças foram anuladas e as ações, enviadas à Justiça Eleitoral.
Ao anular o uso das provas, Toffoli entendeu que as acusações contra o casal estão lastreadas no material retirado dos sistemas Drousys e MyWebDayB, usados pela Odebrecht para gerir pagamentos a políticos e autoridades e incluídos no acordo de leniência da empreiteira. Estas provas foram invalidadas pelo STF.
Na petição a Dias Toffoli, a defesa buscava, além da nulidade das provas da Odebrecht, o trancamento das três ações penais; o arquivamento das execuções penais do casal, cujo cumprimento antecipado foi previsto em delação premiada; e a devolução de US$ 21 milhões mantidos em uma conta na Suíça, perdidos pelo marqueteiro em seu acordo com o Ministério Público Federal.
O pedido por reaver o dinheiro, como tem mostrado a coluna, também já foi apresentado em outra ação no STF, analisada pelo ministro Edson Fachin.
Dias Toffoli, contudo, limitou sua decisão à anulação do uso das provas dos ‘sistemas da propina’ da Odebrecht contra João Santana e Mônica Moura. O ministro entendeu que, uma vez declarada a nulidade do uso do material do acordo de leniência da empreiteira, caberá ao juiz responsável pelos processos na Justiça Eleitoral decidir sobre o seguimento ou não das ações.”
PRISÃO
FONTE: JBF https://luizberto.com/prisao-2/
“GABINETE DA OUSADIA”
FONTE: JBF https://luizberto.com/gabinete-da-ousadia/
A banalização do “ataque ao Estado de Direito”
Em 3 de junho, um grupo formado por centenas de sindicalistas e professores em greve invadiu a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), derrubando o portão de acesso ao prédio e chegando até o plenário do Legislativo estadual paranaense. Naquele dia, os deputados votariam um projeto de lei que permitiria parcerias com a iniciativa privada para a gestão administrativa de escolas estaduais. A invasão forçou o adiamento dos trabalhos legislativos – o projeto acabaria aprovado após uma decisão judicial de reintegração de posse, em sessão híbrida, com parte dos deputados no plenário e outra parte votando remotamente. Apesar da depredação ocorrida, nenhum invasor foi preso.
A invasão de prédios e plenários legislativos como forma de protesto para impedir votações sobre temas controversos é expediente adotado já há muito tempo, em vários locais. No Paraná, a Alep já foi invadida e depredada em abril de 2015 – ocasião em que a polícia respondeu duramente à ação dos sindicalistas, deixando centenas de feridos – e em dezembro de 2019, por manifestantes contrários a mudanças na previdência dos servidores. Também em Curitiba, a Câmara Municipal foi invadida em junho de 2017 em protesto contra um pacote de ajuste fiscal – não contentes com isso, os mesmos sindicalistas tentaram, dias depois, invadir a Ópera de Arame, ponto turístico da capital paranaense para onde os vereadores haviam transferido a sessão; não conseguiram, mas feriram vários policiais.
No Rio de Janeiro, também em 2017, servidores tentaram invadir a Assembleia Legislativa do estado para impedir a votação de medidas de saneamento das contas públicas. Em Brasília, policiais quebraram vidros para invadir a Câmara dos Deputados em protesto contra a reforma da Previdência proposta pelo então presidente, Michel Temer, em abril de 2017. Até mesmo parlamentares já aderiram a este expediente. Naquele mesmo ano, deputados da oposição de esquerda tomaram a Mesa Diretora e impediram a continuação dos trabalhos legislativos, também em protesto contra a reforma da Previdência. Meses depois, seis senadoras fizeram o mesmo para tentar impedir a votação da reforma trabalhista. O Conselho de Ética do Senado arquivou a denúncia contra o grupo.
Impedir o funcionamento das instituições, como ocorre nas tentativas de interromper ou cancelar sessões legislativas, não é algo aceitável em uma democracia, mas a punição de tais atos precisa ser feita corretamente
Não se pode poupar palavras: tanto a invasão recente do Legislativo paranaense quanto todos os outros episódios que acabamos de descrever são atos que merecem a condenação da sociedade. Impedir o funcionamento das instituições, como ocorre nas tentativas de interromper ou cancelar sessões legislativas, não é algo aceitável em uma democracia, nem mesmo sob o mais nobre dos pretextos. A Gazeta do Povo sempre criticou tais invasões, afirmando que o recurso cada vez mais frequente à força para impor as próprias convicções é sintoma de um enorme déficit de cultura democrática. É preciso, portanto, repudiar e punir tais atos – fazê-lo da maneira certa, no entanto, tem sido o grande desafio, ao qual as autoridades não têm respondido à altura.
Após a invasão da Alep no início de junho deste ano, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) do Paraná pediu que a Polícia Civil investigue os invasores por “tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito”, o que corresponderia ao artigo 359-L do Código Penal, inserido em 2021, quando o Congresso substituiu a Lei de Segurança Nacional da época da ditadura militar. O crime ali descrito é o de “tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”.
O argumento de quem defende a investigação nestas bases se baseia na isonomia de critérios a aplicar em diferentes situações – no caso, a comparação é feita com a invasão e depredação das sedes dos três poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Em resumo, tratar-se-ia de aplicar o ditado “pau que bate em Chico também bate em Francisco”. Mas, em resposta, podemos argumentar com outra peça de sabedoria popular, aquela segundo a qual “dois errados não fazem um certo”.
Os grevistas paranaenses de fato empregaram violência, e restringiram o exercício dos poderes constitucionais. Mas o artigo 359-L do Código Penal afirma que estes são os meios pelos quais o eventual criminoso buscaria seu objetivo, o de abolir o Estado de Direito. E isso não ocorreu na Alep; os sindicalistas e grevistas queriam impedir uma votação, não derrubar o governo paranaense ou depor os deputados estaduais. Não há, portanto, como enquadrar os invasores no artigo 359-L – no máximo, eles poderão ser responsabilizados pelos danos causados ao patrimônio público, o que revela uma lacuna importante da legislação, que não criminaliza o ato antidemocrático de impedir o funcionamento das instituições democráticas em si.
O mesmo, aliás, pode e deve ser dito de muitos manifestantes do 8 de janeiro. Desde aquela data, temos reforçado que, entre as mais de mil pessoas presas, era preciso diferenciar os que realmente desejavam um golpe daqueles que protestavam por indignação contra o governo Lula ou contra a Justiça Eleitoral, mas sem intenção alguma de derrubar o governo – mais que isso, era preciso demonstrar as eventuais intenções golpistas de cada réu. Nada disso aconteceu: os invasores foram denunciados “no atacado” e estão sendo condenados da mesma forma, não só com base no artigo 359-L, mas também por outros crimes, incluindo o de golpe de Estado.
Erram grosseiramente a PGR e o STF ao condenar como golpista quem não o é, como erra a PGE paranaense ao pedir investigação dos invasores pelo crime de tentativa de abolição do Estado de Direito. O autêntico golpismo é um vírus grave demais para ser tratado com esse grau de banalização, confundido com outros atos que, mesmo antidemocráticos, mesmo dignos de repúdio e punição, não são da mesma natureza. Que não se repita no Paraná a repressão de Brasília: apurem-se as responsabilidades individualizadas e denunciem-se os envolvidos por crimes reais, não inventados nem exagerados. E que a lei seja aperfeiçoada para contemplar devidamente casos como o da Alep e tantos outros, para que não passe batida a gravidade dessas tentativas de violar o processo legislativo.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/invasao-alep-banalizacao-ataque-estado-de-direito/
Decisão do Copom sobre juros será “prova de fogo” sobre autonomia do BC após Campos Neto
A definição da taxa de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta quarta-feira (19), será uma espécie de “prova de fogo” sobre a condução da política monetária pelo Banco Central (BC) a partir do próximo ano.
O mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, se encerra em 31 de dezembro. O nome mais cotado para ser indicado à sucessão é o do atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para quem estão voltadas todas as atenções do mercado.
O voto dele explicitará uma visão mais ou menos leniente em relação ao controle da inflação e sua disposição de resistir às pressões do Planalto. Desde que assumiu o governo, Lula e o PT pressionam o presidente do BC pelo corte maior e mais rápido dos juros.
Nesta terça-feira (18), Lula fez novos ataques a Campos Neto. “Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante. É o comportamento do Banco Central, essa é uma coisa desajustada. Um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que na minha opinião trabalha muito mais para prejudicar o país do que ajudar, porque não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, disse Lula em entrevista à rádio CBN.
O episódio foi interpretado como um recado a Galípolo, que tenta se credibilizar como próximo condutor da autoridade monetária, sem, ao mesmo tempo, desagradar o presidente Lula.
Decisão do Copom em maio sobre juros causou desgaste no BC
Na reunião anterior do Copom, uma decisão dividida sobre a redução da taxa de juros causou ruído e contribuiu para a aumentar as expectativas de inflação. Na prática, os diretores indicados por Lula, ente eles Galípolo, votaram por uma redução maior da taxa, de 0,5 ponto percentual. Campos Neto e demais os integrantes indicados por Bolsonaro, votaram por uma queda de 0,25 ponto, que acabou prevalecendo.
Para esta reunião, os agentes econômicos esperam uma decisão consensual de manutenção da taxa Selic em 10,50%. Rodolfo Margato, economista da XP, diz que a aposta na manutenção da taxa se baseia na deterioração do conjunto de dados econômicos desde a última reunião. “O cenário da política monetária ficou mais desafiador, especialmente com a depreciação cambial nos últimos dias, com efeitos diretos na inflação”, afirma.
Entre maio e junho, o dólar subiu perto de 6%, fechando em R$ 5,43 nesta terça-feira (18). E o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores, caiu quase 8%.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, que também acredita na manutenção dos juros em decisão consensual, destaca que a ata do Copom de maio deu grande foco à desancoragem das expectativas, que se intensificou desde então.
Prova disso, segundo ele, é o aumento da mediana das expectativas para o IPCA de 2025, de 3,64% para 3,80%, variação maior do que a observada entre as reuniões de março e de maio. Já a mediana para 2026 aumentou de 3,50% para 3,60% após ter ficado estável por 46 semanas.
“A própria ala minoritária do Comitê, conforme a ata, apontou que compartilhava do firme compromisso de atingimento da meta e de reancoragem das expectativas”, afirma Salto. “Prosseguir com o processo de relaxamento monetário, neste momento, estaria em desacordo com aquele compromisso e com a deterioração do balanço de riscos.”
Desajuste das contas impacta juros
Também contribuiu para a necessidade de uma política monetária mais restritiva o quadro fiscal, que também se agravou. O déficit nominal do setor público (diferença entre o que o governo gasta, incluídas as despesas com juros da dívida pública e o que arrecada) atingiu o recorde de R$ 1,043 trilhão no acumulado de 12 meses até abril.
Desde abril, com a mudança da meta do arcabouço fiscal para 2025, a credibilidade do ministro Haddad como fiador da política econômica começou a ruir. A ideia era alcançar o superávit primário – sobra de recursos antes do pagamento da dívida – já no próximo ano. O objetivo foi rebaixado para déficit zero.
O desajuste das contas vem alimentando as expectativas de inflação que subiram de 3,72%, na última reunião, para 3,9% nesta semana, segundo o Boletim Focus, sondagem de expectativas do mercado financeiro.
Na contramão das necessidades, o governo resiste à redução de despesas. “O governo persiste na sua aposta de aumento de receitas, sem sinais claros de disposição para cortar gastos”, destaca Hudson Bessa, economista da Faculdade Fipecapi.
Na quarta-feira (12), em evento no Rio de Janeiro, o presidente reafirmou que o aumento da arrecadação do governo federal é o foco da gestão. Nenhuma palavra sobre despesas. “O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público, disse Lula.
Lula culpa renuncias fiscais
Mesmo pressionado pela reação contrária do mercado, Lula dobrou a aposta, criticando o volume de benefícios fiscais como causa do desajuste das contas públicas. Após reunião, na segunda-feira (17), ministros da área econômica afirmaram que o presidente ficou impressionado com o valor das renúncias de impostos.
Sobre o tema, persiste sem solução o imbróglio criado pela devolução pelo Senado da Medida Provisória 1227, que limitava os créditos de PIS/Cofins. A medida foi editada para compensar a renúncia tributária pela desoneração da folha de pagamentos de setores de mão de obra intensiva.
A devolução deu a medida das dificuldades de articulação do governo junto ao Congresso, que deixou claro que não votará mais pautas par aumentar a arrecadação de impostos. “As sucessivas derrotas acentuam as dúvidas sobre a capacidade da equipe econômica em conduzir uma pauta [de ajuste fiscal] crível”, diz Bessa.
Decisão dividida no Copom sobre juros geraria deterioração na confiança em relação ao BC
Diante de tantos ruídos internos, analistas veem na reunião que se encerra nesta quarta uma oportunidade “crucial” para o BC restabelecer a confiança dos agentes econômicos na política monetária. “A manutenção dos juros, de forma unânime, seria uma decisão prudente e estratégica, sinalizando compromisso com a estabilidade econômica, nosso cenário base nesse momento”, diz Rodrigo Romero, economista da Levante Inside Corp.
Apesar do otimismo, o risco de pressões políticas influenciarem a decisão também é considerado. “Alguns membros, como Galípolo, que aspiram a posições futuras de liderança, podem estar inclinados a alinhar suas decisões às expectativas do governo atual. Votar com o presidente atual do BC, Roberto Campos Neto, pode ser visto como um voto contra as preferências do governo, gerando dilemas internos para os membros do comitê”, pondera Romero, da Levante.
Para Bessa, uma divisão dos votos tem o poder de causar “muito mais ruído do que há um mês”.
Ricardo Tadeu Martins, economista chefe da Planner Investimentos diz qualquer decisão “diferente de 9×0 estará errada”, mesmo que seja a favor de um corte menor, de 0,25 pontos percentuais.
“A unanimidade é fundamental para primeiro, reativar a coerência interna e gerar credibilidade e, segundo, reancorar as expectativas, expurgando os excessos nas projeções da pesquisa Focus, minimizando dúvidas sobre leniência inflacionária.”
Margato, da XP, considera improvável uma decisão não consensual. Segundo ele, no comunicado oficial da reunião anterior, os conselheiros deixaram claro a percepção do cenário “mais apertado” para a redução dos juros. “Um dissenso indicaria uma condução da política monetária diferente para o próximo ano e contribuiria para uma deterioração adicional dos indicadores no médio prazo”, avalia.
Isso significaria quebrar a confiança e por combustível nas expectativas inflacionárias. “É crucial que o BC mantenha sua independência e foco na estabilidade de preços, mostrando ao mercado e à sociedade que suas decisões são baseadas em critérios técnicos e não em pressões políticas”, afirma Romero.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/economia/copom-taxa-juros-prova-fogo/
Um pouco mais de honestidade, por favor
Por ignorância ou má-fé das partes envolvidas, o debate sobre o PL 1904/24 está sendo travado de maneira completamente torta – e a grande mídia, os formadores de opinião e a militância progressista têm responsabilidade nisso.
Começando pelo básico: não está em questão a legalidade ou ilegalidade do aborto. Até segunda ordem, o aborto continuará sendo crime no Brasil, exceto em três casos: anencefalia, estupro ou risco de morte para a mãe. Nestas ocorrências, exclusivamente, o aborto é legal. Aprovado ou rejeitado o PL, continuará sendo assim.
Então, objetivamente, qual é a mudança introduzida pelo PL 1904 no Decreto-Lei 2848/1940 do Código Penal Brasileiro – legislação que ainda rege o tema no país? Basicamente, o projeto de lei estabelece a viabilidade fetal como critério e limite temporal para a realização do aborto legal, nos três casos previstos.
Com base nesse conceito, o PL estabelece uma pena severa para quem praticar aborto após as 22 semanas de gestação, equiparando o crime ao homicídio simples. Mas também prevê a possibilidade de o juiz “mitigar a pena, conforme exigirem as circunstâncias individuais de cada caso” ou “até mesmo deixar de aplicá-la “. De resto, nada muda em relação à legislação atual.
Ou seja, é inútil e desonesto transformar o debate sobre o PL 1904 numa disputa entre aqueles que defendem o aborto e aqueles que são contra o aborto; ou entre aqueles que acham que as penas atuais para estupradores são brandas e aqueles que acham que são duras demais. Não é disso que o PL trata.
Pior ainda é usarem o slogan “Criança não é mãe!” como argumento que tenta reduzir o debate a uma disputa entre o bem e o mal. Ora, é óbvio que crianças não devem ser mães; aliás, por definição, crianças que engravidam são vítimas do crime de estupro, ou seja, têm autorização para abortar. Também por definição, crianças não são puníveis criminalmente. Apelar para slogans assim é apenas uma narrativa que confunde, um truque que não agrega nada à discussão sobre o tema.
O debate que o PL propõe é outro: deve haver um prazo para a realização do aborto, nos casos em que ele é permitido? Ou o aborto deve poder ser feito a qualquer tempo, até o final do nono mês de gravidez?
A pergunta que todas as partes envolvidas devem responder com honestidade é: deve ou não ser estabelecido um limite de tempo de gestação para se praticar o aborto legal?
É aqui que entra o conceito de viabilidade fetal, que não vem recebendo a devida atenção – e desconfio que muita gente ignora o seu significado. Viabilidade fetal é o estágio em que o feto já tem condições de sobreviver fora do útero materno, o que ocorre por volta da vigésima-segunda semana da gravidez.
Ao contrário do que querem fazer crer muitos jornalistas e formadores de opinião, o PL 1904 não obriga nenhuma mulher a gerar o filho de um estuprador. Ele só determina que o aborto – legal, neste caso – deve ser realizado até o final do quinto mês de gestação. É algo tão absurdo assim? Ou que merece reflexão e debate?
Pois bem, há registro de diversos de bebês que nascem prematuros, com 22 semanas, e sobrevivem. O site “Tua Saúde” descreve assim as características do feto nesse estágio de desenvolvimento:
“Na 22ª semana de gestação, o desenvolvimento do bebê é marcado pelo desenvolvimento das papilas gustativas, que serão responsáveis pelo paladar do bebê depois do nascimento. O sistema límbico no cérebro responsável pelos sentimentos e emoções também está se desenvolvendo.
Nesta fase da gestação, o bebê já reconhece a luz e a escuridão, pois seus olhos já estão bem formados, apesar de ainda estarem cobertos pelas pálpebras.
Na 22ª semana da gestação, os principais marcos do desenvolvimento do bebê são:
Os olhos do bebê já estão bem formados, mas a íris, que dá cor aos olhos, continuará se desenvolvendo até o nascimento;
As sobrancelhas já estão formadas e a visão está mais desenvolvida, permitindo ao bebê perceber melhor a luz e a escuridão, mesmo com as pálpebras ainda cobrindo os olhos;
As papilas gustativas do bebê também estão se desenvolvendo e a alimentação da mulher pode influenciar no paladar do bebê;
O bebê está crescendo rapidamente e consumindo mais cálcio para um desenvolvimento saudável, especialmente dos ossos e dos dentes;
O cérebro continua a se desenvolver formando redes complexas de neurônios e o sistema límbico, responsável pelo controle das emoções e sentimentos, está em pleno desenvolvimento.
Nesta fase da gestação, bebê se movimenta cada vez mais e segura o cordão umbilical com mais força, pois tem o sentido do toque mais desenvolvido, e seus movimentos são cada vez mais sentidos pela mulher.
O tamanho do bebê com 22 semanas de gestação é de cerca de 25 centímetros, medidos da cabeça aos pés, e cerca de 19,2 centímetros da cabeça ao bumbum, sendo equivalente ao tamanho de um mamão papaia.
O peso do bebê nessa semana é cerca de 400 gramas.”
Ora, basta uma pesquisa simples no Google para encontrar imagens de fetos de 22 semanas. Mesmo quem defende o aborto não pode, em sã consciência, equipará-los a um “amontoado de células”.
Considerando tudo isso, independente de ser contra ou a favor do aborto, a pergunta que todas as partes envolvidas devem se fazer e responder com honestidade é: deve ou não ser estabelecido um limite de tempo de gestação para se praticar o aborto legal?
Porque, objetivamente, é isso que o PL 1904 coloca em questão, e é isso que os representantes eleitos pelo povo devem debater – e aprovar ou rejeitar, sem açodamento e sem espetacularização. Se e quando a maioria dos deputados e senadores eleitos achar que deve haver um limite, a discussão passa a ser sobre a pena, e é razoável julgar excessiva a equiparação ao homicídio prevista no PL, o que pode ser alterado.
Outro ponto importante é exigir da Justiça a agilidade necessária para autorizar o aborto em prazo hábil, nos casos previstos. O que acontece hoje é que muitas mulheres vítimas de estupro só obtêm autorização para abortar em estágios adiantados da gestação.
Mas o debate tem ser feito de forma sensata, não na base da gritaria, da paixão e da mentira. Repare, aliás, o leitor, que em nenhum momento eu dei minha opinião particular sobre o tema. Até porque um dos objetivos deste artigo foi demonstrar que faz parte do problema o fato de as pessoas se apressarem em dar opiniões apaixonadas sobre questões que não entendem direito.
É aqui que entra a responsabilidade da grande mídia, que hoje parece movida pelo impulso de ostentar virtude e repetir slogans lacradores – que só servem para dividir e manipular as pessoas, em vez de esclarecê-las. Um pouco mais de honestidade, por favor.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luciano-trigo/um-pouco-mais-de-honestidade-por-favor/
Depoimento de Neri Geller na Câmara foi frustrante
Confesso que o depoimento de Neri Geller – demitido do cargo de secretário nacional de Política Agrícola por causa do escândalo da importação do arroz – na Comissão de Agricultura da Câmara me frustrou. Pensei que ele faria revelações sobre o leilão, mas ele falou mais sobre o processo de importação, que já era uma ideia do governo em janeiro, muito antes da enchente: importar arroz para baixar o preço.
Mas então veio a safra recorde do Rio Grande do Sul, parcialmente frustrada por causa da enchente – mas já tinham colhido 7,3 milhões de toneladas. Somando com o arroz do sequeiro, do Centro-Oeste, dava para abastecer o país todo e exportar as sobras. Então, a ideia de intervir no mercado comprando arroz se tornou inócua. Mesmo assim, ele contou, fizeram um leilão. A ideia veio da Casa Civil da Presidência da República e do Palácio do Planalto – ou seja, do ministro Rui Costa e do presidente Lula.
Geller ainda disse que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro – que vai depor nesta quarta-feira, na mesma Comissão de Agricultura da Câmara –, mandou dizer que ele seria demitido, e ele ainda teria de dizer que foi a pedido. Geller respondeu que isso ele não aceitava. Tentou falar com o ministro, mas não foi recebido. Então, ele disse: “me escolheram para me demitir”. Ou seja, foi o bode expiatório disso tudo. Argumentaram que a pessoa que organizou o leilão havia sido indicada por ele.
Só para lembrar, Geller foi ministro da Agricultura de Dilma. E o responsável pelo leilão, o diretor de Operações da Conab, está em licença remunerada de sete dias. Volta dia 21, ficou uma semana inteira de licença, decerto pensando em deixar o assunto esfriar.
Maduro não quer europeus como observadores na sua eleição
O que Lula vai fazer? Seu amigo Nicolás Maduro não quer mais a presença de observadores europeus que atestem a lisura da próxima eleição. Está dizendo que os europeus não têm honra suficiente para vir à Venezuela enquanto a Europa mantiver sanções. Ou seja, arranjou uma desculpa. Ele havia chamado observadores do mundo inteiro, mas agora já está cortando. E pegou muito mal. Agora mesmo Maduro prendeu mais três opositores. Está com 278 presos políticos. Se bem que isso é pouco para nós, brasileiros.
Jornal norte-americano conta a história de Filipe Martins, preso político
Aliás, um jornal americano, o Daily Wire, estava fazendo reportagens sobre o nosso preso político Filipe Martins. Foi preso em 8 de fevereiro e está preso até hoje, sob a alegação de que pode fugir do país. Foi preso porque disseram que ele teria tentado fugir do país no avião presidencial no fim de 2022. Mas todos os que estavam no avião presidencial voltaram, ninguém estava fugindo. E ele nem estava no avião presidencial. Já consultaram autoridades americanas e não consta a viagem dele. A última vez que ele tinha estado nos Estados Unidos foi antes, chegando por Nova York. E ele demonstrou, com passagens, táxi e imagens do aeroporto, que ele foi de Brasília para Curitiba e de lá foi ver a noiva em Ponta Grossa, onde foi preso.
O jornal diz que Martins ainda está preso, e que isso é uma tortura. Até o ministro Gilmar Mendes já disse que fazer isso, manter alguém preso para obter delação premiada, é tortura. Martins está preso até agora sem justificativa; daqui a pouco ele confessa que matou a mãe, a avó, diz qualquer coisa. Ele não está condenado, não há justificativa para a prisão, mas está na cadeia. É o que diz o Daily Wire, dos Estados Unidos. Os americanos estão bem informados a respeito do Brasil. O mundo em geral está, depois que o Financial Times, de Londres, está publicando quase uma série sobre as decisões de Dias Toffoli referentes à Lava Jato, à Odebrecht. O Times está acompanhando.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/depoimento-neri-geller-camara/
Presa política de 71 anos finalmente consegue deixar a prisão
Iraci Megumi Nagoshi, idosa de 71 anos, que foi presa no dia 6 de junho por determinação do ministro Alexandre de Moraes, foi solta nesta segunda-feira (17).
A idosa foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal por supostamente ter cometido cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa.
Uma injustiça. Uma atrocidade. Uma crueldade. Uma insensatez.
Iraci foi detida no interior do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, onde se refugiou das bombas de efeito moral, durante a baderna na Praça dos Três Poderes, naquele dia.
“Com fundamento no art. 318, II, do Código de Processo Penal, substituo a prisão preventiva de Iraci Megumi Nagoshi…pela prisão domiciliar, a ser cumprida em seu endereço residencial”, determinou o ministro Alexandre de Moraes.
Para prender Iraci no dia 6 de junho a justificativa foi a fuga dos réus, tendo em vista que uma parte dos presos políticos optaram pelo autoexílio em outros países.
É o terceiro caso registrado desde a operação de prisão do dia 06 de junho, quando dezenas foram recolhidos para o sistema penitenciário, em vários estados. Há poucos dias o mesmo ocorreu com Alice Nascimento dos Santos, de 49 anos, que utiliza medicamentos controlados para epilepsia; e com o idoso Jaime Junkes, 68 anos. Ele se encontra com câncer de próstata em fase adiantada, usa sonda e fraldas geriátricas, e a penitenciária para a qual acabou sendo levado não apresentava condições de atendimento às suas necessidades de saúde.
Os dois idosos e Alice foram condenados a 14 anos de prisão pelo STF.
Jantar de Tarcísio deve selar Coronel Mello como vice de Nunes
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), oferece um jantar nesta quarta-feira (19) que deve oficializar o coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Mello de Araújo (PL) como pré-candidato a vice na chapa de Ricardo Nunes (MDB), que vai disputar a reeleição para prefeito de São Paulo.
O jantar deve contar com grande número de pessoas e figuras importantes da política. O evento, oficialmente, é para celebrar o aniversário de Tarcísio. O governador completa 49 anos hoje.
Na última semana, Nunes deu pistas de que seria Coronel Mello o nome na composição da chapa. O prefeito teve um almoço com Tarcísio e com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro é um entusiasta da chapa com Mello. Antes de anunciar a composição, Nunes afirmou que iria conversar com outros partidos.
No início da semana, segunda-feira (17), o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que o partido vai apoiar a campanha de Nunes.
Lula foge da responsabilidade e tenta culpar BC, afirma Estadão
A equipe econômica de Lula (PT) faz um malabarismo para mostrar a disposição do presidente para cortar gastos do governo e reequilibrar o Orçamento. Contudo, na prática, o presidente foge das suas responsabilidades e tenta culpar c Banco Central (BC). A afirmação é do editorial de opinião do jornal O Estado de S. Paulo desta quarta-feira, 19.
Segundo a publicação, a “encenação” do petista com relação aos gastos do governo ficou clara depois de reunião de que ele participou na segunda-feira, 16, com a Junta de Execução Orçamentária. O cenário teria sido montado para sinalizar que o presidente enfim se dispôs a rever a gastança da sua gestão.
“O resultado, claro, é puro vaudeville lulopetista: Lula, que passou a vida inteira defendendo a irresponsabilidade fiscal, fica cômico no papel de presidente subitamente preocupado com o equilíbrio das contas públicas”, criticou o Estadão.
De acordo com os dados apresentados na reunião, os subsídios consomem quase 6% do Produto Interno Bruto (PIB). Desse total, os gastos tributários atingiram R$ 519 bilhões, ou 4,8% do PIB. “Lula ficou impressionado com alto nível de subsídios”, disseram ministros após reunião, “por dever de lealdade”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou à imprensa: “Eu senti um presidente bastante mais senhor dos números [depois do encontro]”. O Estadão ironiza: “É preciso muito esforço da plateia para acreditar na ficção de que só agora Lula tomou ciência do peso dos subsídios na economia malgrado ter tomado posse há 18 meses e estar em seu terceiro mandato”.
Lula ‘tira a maquiagem’
No entanto, Lula rapidamente “tirou sua maquiagem”: numa entrevista à Rádio CBN, na terça-feira 18, ο petista deixou claro que não tem a menor intenção de cortar as despesas. Tanto que ele voltou a
dizer que gasto é diferente de “investimento” e que se recusa a fazer ajuste fiscal em cima das pessoas humildes.
Para piorar, o chefe do Executivo culpou o Banco Central (BC), que seria o real responsável pelo “desajuste” na economia nacional.
“O pior é que todo o barulho que o presidente fez só tem uma intenção: encontrar um culpado para livrá-lo do desgaste de ter de adotar medidas de ajuste fiscal para reequilibrar o Orçamento”, analisou o Estadão.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/imprensa/lula-foge-da-responsabilidade-e-tenta-culpar-bc-afirma-estadao/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
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