Manifestação na Paulista manda recado a Brasília sobre resiliência da direita

Manifestantes respeitam pedido de Bolsonaro e priorizam bandeiras do Brasil ao invés de cartazes em manifestação.| Foto: Anderson Prado/Gazeta do Povo

A manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e realizada no domingo (25) na avenida Paulista, em São Paulo, mandou ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao governo Lula e ao Congresso o recado de que uma parcela importante da direita brasileira, mesmo sob o encalço das muitas medidas de cerceamento de liberdades que sofreu nos últimos anos, está disposta a continuar se manifestando nas ruas.

A mensagem da resiliência na luta política, transmitida por meio da presença massiva do povo, foi reiterada nos discursos do evento. Em uma das primeiras falas, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou: “O nosso inimigo ficou 12 anos tentando a Presidência da República, e conseguiu depois de 12 anos. Nós não temos o direito de ter menos persistência do que o nosso inimigo”.

Pessoas vestidas de verde e amarelo lotaram a avenida para a manifestação, que foi convocada por Bolsonaro no dia 12 de fevereiro, quatro dias após o ex-presidente e seus aliados serem alvo da investigação Tempus Veritatis, da Polícia Federal. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, cerca de 750 mil pessoas estiveram na Paulista.

Para o cientista político Adriano Cerqueira, professor do Ibmec-BH e da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), o evento do domingo deu dois recados principais ao mundo político: “a grande capacidade de mobilização política que a direita tem hoje, principalmente aquela que tem em Bolsonaro sua principal referência política”; e o forte rechaço dos cristãos brasileiros ao posicionamento de Lula contra Israel, num ambiente em que a segunda bandeira mais levantada depois da brasileira foi a israelense.

“Em poucos dias, Bolsonaro soube mobilizar milhares de pessoas, talvez até próximo de um milhão, na Paulista. E deu um recado ao meio político para as eleições municipais deste ano e para as eleições gerais de daqui a dois anos: ele tem, sim, o poder de influenciar e de transferir votos”, diz Cerqueira.

Bolsonaro, que chorou em vários momentos durante o evento, rebateu as acusações de que teria tentado um golpe em seu discurso. “Golpe é tanque na rua, nada disso foi feito no Brasil”, afirmou o ex-presidente. Destacando que a base da acusação é uma minuta de decreto de estado de defesa, ele acrescentou: “Golpe usando a Constituição? Tenha santa paciência!”

O ex-presidente também pediu a pacificação do país e a anistia dos presos do 8 de janeiro: “Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora nós pedimos a todos os 513 deputados e 81 senadores um projeto de anistia para que seja feita justiça no Brasil”. Ele disse que quem praticou vandalismo em 8 de janeiro de 2023 deve pagar, mas as penas que estão sendo impostas “fogem ao mínimo da razoabilidade”.

O discurso mais contundente foi o do pastor Silas Malafaia, que citou o episódio do falecimento de Cleriston Pereira da Cunha. “O procurador pediu a liberação dele e Alexandre de Moraes não deu. Ele morreu. O sangue de Cleriston está na mão de Alexandre de Moraes e ele vai dar conta a Deus”, disse Malafaia.

O pastor também comparou a situação do Brasil à de outros países para destacar a crise vivida pela democracia brasileira. “Pensem, deputados, senadores e governadores. Parem para pensar. Em um Estado Democrático de Direito, como Estados Unidos, Alemanha, França, Itália e vai por aí afora, ninguém tem medo de falar em manifestação. Ninguém tem medo de expor seu pensamento nas redes sociais. Olha o que está acontecendo no Brasil. Deputado, senador e brasileiros com medo de falar. Que democracia é essa?”, questionou.

Malafaia afirmou ainda que o povo “é o supremo poder dessa nação” e, citando a Bíblia, acrescentou: “não temerei o que me possa fazer o homem”. Ao final, convidou os presentes a cantarem um trecho do hino da Independência do Brasil.

Além de recado político, ato na Paulista reforça campanha por anistia ou impeachment

Para o sociólogo e analista político Eduardo Matos de Alencar, a manifestação foi importante como “grande demonstração de força às vésperas das eleições municipais”. “É um recado importante para qualquer pessoa que pensa no bolsonarismo como força decadente ou no Bolsonaro como uma figura que não vai importar estar do lado em termos de resultado eleitoral”, afirma.

Rodrigo Marinho, mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza (Unifor), diz que a manifestação também pode ser um tijolo importante na construção de um eventual impeachment do ministro Alexandre de Moraes. “Por óbvio, quanto menos popular for o Supremo, mais popular são as medidas contra o Supremo. Acredito que tanto o pedido de impeachment do Alexandre de Moraes como o de Lula tendem a ganhar mais força”, afirma.

Além disso, segundo Marinho, Bolsonaro deixou claro o recado sobre a importância de levar ao Congresso o tema da anistia. “Isso deve ser destacado durante o Congresso na próxima semana. Existem várias batalhas a serem vencidas, e essa é só mais uma de tantas que precisam ser vencidas para que voltemos à normalidade institucional. Talvez a manifestação de hoje seja o primeiro passo para o fim dos abusos processuais tão claros cometidos contra o Bolsonaro e contra diversas outras pessoas, muitas delas sem prerrogativa de foro, como é o caso do próprio Bolsonaro”, comenta.

Para Alencar, do ponto de vista político-institucional, a manifestação não deve ter resultado imediato, já que Bolsonaro “não demonstrou disposição para o enfrentamento direto dos seus algozes” e, além disso, não houve disposição para canalizar a energia popular em torno de debates como a reforma do Judiciário e o controle dos poderes excessivos do STF.

“Sem isso, é muito difícil acreditar que a Suprema Corte, com todos os sinais que ela tem dado até agora, vai refrear de qualquer forma os abusos que têm sido cometidos. É mais provável que Bolsonaro e seus apoiadores continuem sendo acossados por esse lawfare. O processo vai se estender até que os juízes considerem que eles têm elementos suficientes para compor uma peça, por mais juridicamente inconsistente que ela seja. Em algum momento, ela vai virar objeto de inquérito que deve resultar em condenação dos envolvidos. E, isso aí, uma manifestação como essa não deve afetar de forma alguma.”

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/manifestacao-na-paulista-manda-recado-a-brasilia-sobre-resiliencia-da-direita/

Bolsonaro dá demonstração de força política com ato gigante na Paulista. Veja vídeo.

Bolsonaro e Tarcísio foram as estrelas da manifestação que lotou a Paulista de um lado (à esq.) ao outro (à dir.).

O ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (25), foi marcado pela presença de um público gigantesco, para muitos superior a 1 milhão de pessoas, e pela demonstração de de força política do homenageado,

Bolsonaro também mostrou sua liderança, tendo sido atendido ao pedido que fez, ao convocar a manifestação, para que ninguém exibisse faixas provocadoras ou de ataque a opositores e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele percebeu que não precisava desse tipo de apelo para promover a manifestação que se torna uma das maiores demonstrações de força política dos últimos anos no Brasil.

Não foram vistas faixas e cartazes no mar de gente vestindo verde e amarelo e agitando bandeiras do Brasil e de Israel, na tarde deste domingo, mas teve forte comparecimento de parlamentares – mais de uma centena de deputados e senadores – e de vários governadores, como Tarcisio de Freitas (Republicanos), o anfitrião, Jorginho Melo (Santa Catarina), Ronaldo Caiado (Goiás) e Romeu Zema (Minas Gerais).

Em seu discurso, no encerramento do “Ato em Defesa da Democracia”, Bolsonaro pediu anistia para os “pobres coitados” mantidos presos na Papuda, em Brasília, e muitos já condenados a penas que supram os 17 anos de prisão.

O discurso mais contundente foi o do pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do eventos, que criticou fortemente o minstro Alexandre de Moraes, do STF, afirmando não ter medo de ser preso e que vergonha mesmo é “ficar calado”.

Veja imagens da multidão divulgadas por Bolsonaro:

https://www.instagram.com/reel/C3yM5tJPUSR/?utm_source=ig_embed&utm_campaign=loading

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/politica/cib-politica/bolsonaro-da-demonstracao-de-forca-politica-com-ato-gigante-na-avenida-paulista

Fórum internacional conservador condena “táticas de estado policial” do governo Lula

Matt Schlapp durante o anúncio das resoluções da cúpula internacional do CPAC.
Matt Schlapp durante o anúncio das resoluções da cúpula internacional do CPAC.| Foto: Reprodução/Twitter @Cpac


Considerado o maior congresso conservador do mundo, o CPAC 2024 terminou neste sábado (24), em Washington, com uma novidade: a realização de sua primeira “cúpula internacional”.

Ao final do encontro, que contou com membros da União Conservadora Americana (ACU, organização responsável pelo evento) e representantes de vários países, os participantes aprovaram três resoluções de âmbito internacional. E uma delas diz respeito diretamente ao Brasil.

“Condenamos as táticas de estado policial de Xi Jinping, Lula da Silva e Joe Biden. Condenamos todas as suas iniciativas para silenciar, assediar juridicamente e aprisionar seus principais oponentes políticos. Esses são crime de interferência eleitoral”, disse, ao ler o documento final da reunião, o presidente da ACU e ativista político Matt Schlapp.

Schlapp ainda fez uma menção especial ao ex-presidente Jair Bolsonaro, citado com Donald Trump e Jimmy Lai (empresário de Hong Kong defensor da democracia e condenado à prisão pelo governo chinês por “conluio com forças estrangeiras”). “Queremos emprestar nossa voz contra a perseguição jurídica travada contra eles.”

A declaração conjunta dos dirigentes do CPAC também incluiu uma nota de repúdio à Organização Mundial da Saúde. Segundo o texto, a OMS obedece à “opressiva agenda da elite global, que representa um ataque às comunidades, às famílias e à religião”.

“Encorajamos todos os países amantes da liberdade a seguir a liderança do presidente Donald Trump e caminhar na direção de uma saída da OMS, ou não mais financiá-la”, afirmou o líder do CPAC.

A terceira e última resolução dá conta da defesa do Estado de Israel (“O único país do Oriente Médio a dar exemplo de valores como liberdade, justiça e livre-arbítrio”). Além de condenar os ataques antissemitas contra estudantes e outros grupos judeus, o fórum faz um apelo a Joe Biden para que ele “dê um fim na crise dos reféns e elimine os terroristas financiados pelo Irã”.

“Temos uma diplomacia real aqui, uma cooperação internacional. Estamos mandando uma mensagem para o mundo”, disse Matt Schlapp, ao anunciar as resoluções.

Com quatro dias de programação, o CPAC 2024 levou à capital americana várias personalidades da direita política mundial. Entre elas Donald Trump, Javier Milei (que se conheceram pessoalmente nos bastidores), Eduardo Bolsonaro, Nayib Bukele, Santiago Abascal, Steve Bannon, Vivek Ramaswamy e Liz Truss.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/forum-internacional-conservador-condena-taticas-de-estado-policial-do-governo-lula/

Ato pró-Bolsonaro foi pacífico e sem registro de incidentes

Evento chegou a reunir 750 mil pessoas e não registrou nenhum incidente (Foto: Paulo Pinto-ABr)

O evento “Em defesa do Estado Democrático de Direito”, realizado neste domingo (25) na Avenida Paulista, em São Paulo, ocorreu “de forma pacífica, sem registro de incidentes”, informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo ao Diário do Poder.

A assessoria de imprensa da pasta calcula que o evento contou com aproximadamente 600 mil pessoas na Avenida Paulista e 750 mil pessoas no total, quando levado em conta o público presente nas ruas adjacentes.

A SSP informou ainda que foram mobilizados cerca de 2 mil policiais, incluindo equipes da região central, Força Tática, Rocam 7º Baep, Batalhão de Choque, Cavalaria, Policiamento de Trânsito e do Comando de Aviação.

A manifestação foi monitorada por drones do sistema Olho de Águia e câmeras coordenadas pelo Centro de Operação da PM. A Polícia Civil também atuou no evento.

FONTE: DP https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/sao-paulo/xwk-sao-paulo/ato-pro-bolsonaro-foi-pacifico-e-sem-registro-de-incidentes

AO VIVO: Tudo o que você não viu da mega manifestação na Paulista (veja o vídeo)

Imagem em destaque

Na Paulista estiveram milhares, talvez na casa do milhão. Todos em defesa do Estado Democrático de Direito.

O verde e amarelo dominou a mais importante avenida brasileira.

Jair Bolsonaro, Silas Malafaia, Michelle, Nikolas e outras dezenas discursaram em frente ao povo e não pouparam palavras em busca da liberdade.

No programa “O Brasil Precisa Saber” de hoje, assista fatos, bastidores e revelações sobre uma das maiores manifestações da história do Brasil.

Assista:

FONTE: JCO https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/56137/ao-vivo-tudo-o-que-voce-nao-viu-da-mega-manifestacao-na-paulista-veja-o-video#google_vignette

AO VIVO: Tudo o que você não viu da mega manifestação na Paulista (veja o vídeo)

Na Paulista estiveram milhares, talvez na casa do milhão. Todos em defesa do Estado Democrático de Direito.

O verde e amarelo dominou a mais importante avenida brasileira.

Jair Bolsonaro, Silas Malafaia, Michelle, Nikolas e outras dezenas discursaram em frente ao povo e não pouparam palavras em busca da liberdade.

No programa “O Brasil Precisa Saber” de hoje, assista fatos, bastidores e revelações sobre uma das maiores manifestações da história do Brasil.

Assista:

FONTE: JCO https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/56137/ao-vivo-tudo-o-que-voce-nao-viu-da-mega-manifestacao-na-paulista-veja-o-video

PM estima 750 mil pessoas em ato pró-Bolsonaro, veja como foi

Nesse domingo (25), manifestantes participam de ato em defesa de Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista.
Manifestantes respeitam pedido de Bolsonaro e priorizam bandeiras do Brasil ao invés de cartazes em manifestação.| Foto: Anderson Prado/Gazeta do Povo

O ato pró-Bolsonaro realizadonesse domingo (25) teve tom conciliador, mas combativo. Com falas estrategicamente escolhidas e cartazes com mensagens comprometedoras eliminados a pedido da organização, o espírito cristão e familiar da direita conservadora predominaram.

Centenas de milhares de manifestantes se dirigiram à avenida Paulista, em São Paulo, para o evento que estava marcado para às 15h, fazendo com que a via que é palco de atos políticos ficasse repleta de pessoas em toda a sua extensão. De acordo com a PM, 750 mil pessoas estiveram presentes e não “houve nenhuma ocorrência relevante”. Pela manhã, as cores verde e amarelo nas roupas dos manifestantes já começaram a aparecer no local e movimentaram os estabelecimentos da região.

Além de bandeiras do Brasil, alguns presentes traziam a bandeira de Israel nas costas em apoio ao país que sofreu críticas e foi comparado com os nazistas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), gerando uma crise diplomática sem precedentes.

A expectativa de chuva anunciada pela previsão do tempo não se confirmou e, pelo contrário, o sol escaldante levou muitos presentes a passarem mal em meio à aglomeração de pessoas, precisando ser socorridos com o auxílio dos policiais militares e do corpo de bombeiros. O comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo Vieira Salles, liderou as tropas, em uma clara demonstração de força raramente vista em manifestações na cidade.

Mais de 100 políticos, entre governadores, deputados e senadores estiveram presentes, consolidando as alianças da direita tanto para as eleições municipais que serão realizadas em 2024 quanto para as eleições presidenciais em 2026. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), cujo comparecimento era questionado por opositores, foi ao local, mas, assim como os outros, não teve protagonismo nos discursos.

Dois trios elétricos se posicionaram entre o Masp e a Fiesp. Um deles, com capacidade para 80 pessoas, foi palco dos discursos enquanto o outro serviu de base para os demais políticos e personalidades. O organizador Malafaia precisou intervir para apaziguar pessoas que desejavam subir no trio elétrico, barrando alguns devido à lotação do veículo.

STF, democracia, liberdade de expressão e morte de Cleriston 

A morte de Cleriston Pereira da Cunha, preso devido ao 8 de janeiro, fez parte do discurso do organizador Silas Malafaia, que também defendeu Israel, criticou Lula, e questionou a diferenciação feita pela justiça das penas dadas aos apoiadores da direita e da esquerda.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por sua vez, lembrou dos benefícios do governo Bolsonaro para a economia e para a credibilidade do país, fundamentais para atrair investidores, e disse em seu discurso, se dirigindo a Bolsonaro: “você não é mais uma pessoa, você representa um movimento“.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/pm-estima-750-mil-pessoas-ato-pro-bolsonaro-veja-como-foi/

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Alexandre Garcia

Brasileiro derrubou a muralha do medo de fazer manifestação

Nesse domingo (25), manifestantes participam de ato em defesa de Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista.
Manifestantes respeitam pedido de Bolsonaro e priorizam bandeiras do Brasil ao invés de cartazes em manifestação.| Foto: Anderson Prado/Gazeta do Povo

Recomendo acompanhar pela TV Senado uma audiência pública sobre o produto da Pfizer que foi criado para combater a Covid. O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) está levando grandes nomes para lá, como o doutor Fernando Cardoso, o doutor Roberto Zeballos, muitos estrangeiros…

Vai ter uma cobertura muito especial do jornalista português que foi detido em Guarulhos, o Sérgio Tavares. Ele veio para cobrir a Avenida Paulista e o evento no Senado, e foi detido. Perguntaram para ele sobre Flávio Dino, sobre Alexandre de Moraes, sobre o 8 de Janeiro. Isso teve uma péssima repercussão no mundo inteiro, mas foi ótimo para o Sérgio Tavares e acabou chamando atenção para a situação no Brasil.

A notícia sobre o jornalista detido circulou a Europa e o mundo, assim como circulou a imagem da Avenida Paulista lotada. Eu não sei quantas pessoas havia lá, mas a Avenida Paulista tem uma área total de 130 mil m². Se a gente puser cinco pessoas por metro quadrado, que isso já é bem apertado, dá 650 mil. Esse seria o máximo que a Avenida Paulista comporta. Nunca teve um milhão, nem dois milhões, nem três milhões, óbvio, a menos que estejam uns por cima dos outros.

Brasileiro derrubou a muralha do medo de fazer manifestação

Eu acho que há duas coisas principais sobre o evento na Avenida Paulista. Uma é que o brasileiro derrubou a muralha do medo de fazer manifestação. Tocou as trombetas e derrubou as muralhas de Jericó. A muralha do medo é mais forte que as muralhas de Jericó.

E outra: Bolsonaro apelou aos deputados e senadores por anistia a todos aqueles que simplesmente estavam se manifestando contra o método de apuração de votos no Brasil, que está fora da fiscalização popular – até da compreensão popular. É uma coisa que lá na Europa ninguém admite. Bolsonaro sugeriu deixar fora da anistia aqueles que destruíram o patrimônio público no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo.

Acho muito justo esse pedido de anistia. Já houve anistia há pouco tempo, em 1979, para gente que assaltou banco, sequestrou, metralhou, jogou bomba, gente que bateu, que prendeu… Todo mundo foi anistiado para a conciliação nacional. Acho que talvez o dia 25 de fevereiro fique marcado por esse pedido de anistia como método de conciliação nacional.

Governo Lula não tem competência para lidar com questão yanomami

O presidente Bolsonaro, no discurso dele, pediu para fazer comparação do governo dele com o de agora. A gente está vendo aqui a questão yanomami: no último ano de Bolsonaro, morreram 343; no ano passado, com o governo Lula, morreram 363. Com toda a barulheira, com todo o blablablá, morreram mais. É porque não sabem lidar. Não têm competência para lidar com os yanomamis. Quem tem competência não é chamado. Podiam chamar quem conhece.

Tem muita gente que conhece a Amazônia muito bem e sabe que não se tira yanomami das alturas, onde não tem mosquito, para entregar coisas nas planícies onde tem mosquito. Não se dá sabonete para dar banho em criança yanomami, que aí o mosquito vem. Tem que saber qual é o alimento que ele costuma comer. E fazer exame para tirar o preconceito do garimpeiro. Façam exame na água, para ver qual é o mercúrio que está lá e qual é o mercúrio que está nas pessoas. Isso também tem que ser feito.

Rolou uísque no Alvorada

Rolou uísque lá no Alvorada: liberação de R$ 20 bilhões em emendas para deputados. Estavam lá Arthur Lira e outros. Mas ninguém menciona de onde é que vêm esses R$ 20 bilhões. Parece que têm vergonha de admitir que os R$ 20 bilhões vêm do nosso suor. É parte do nosso trabalho, é coisa do nosso imposto. As pessoas têm que entender isso.

Só 25 milhões de brasileiros moram em apartamentos

Eu pensei que já tinha mais gente morando em apartamento que em casa. Não é. E está longe. Há só três municípios brasileiros com mais gente em apartamentos do que em casa: Santos, São Caetano do Sul e Balneário Camboriú. Só 25 milhões de brasileiros vivem em apartamentos. Eu acho bem saudável esse tipo de moradia: morar em casa, tendo quintal, estando com o pé no chão e não precisando depender de eletricidade para levar a pessoa até o 30º andar.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/brasileiro-derrubou-a-muralha-do-medo-de-fazer-manifestacao/

Jornalista português detido no aeroporto foi questionado sobre vacinas e ditadura do Judiciário

O jornalista Sérgio tavares entrevistou Jair Bolosnaro em seu canal do YouTube
O jornalista Sérgio tavares entrevistou Jair Bolosnaro em seu canal do YouTube| Foto: Reprodução/YouTube


O jornalista português Sérgio Tavares, que ficou detido temporariamente no Aeroporto de Guarulhos na manhã deste domingo (25), se mostrou indignado com a atitude de Policia Federal. Tavares veio ao Brasil para participar da manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo e teve seu passaporte apreendido pela PF.

“Foi uma loucura. Qual a justificativa de um cidadão europeu, português que veio aqui para mostrar a democracia ficar por quatro horas sendo questionado sobre Flávio Dino, sobre Alexandre de Moraes, sobre vacinas, sobre a ditadura do Judiciário?”, questionou em entrevista à colunista Cristina Graeml da Gazeta do Povo, durante a manifestação.

Segundo o jornalista, o episódio demonstra a preocupação das autoridades com que o mundo saiba “o que está a passar neste país”. “E garanto que o mundo vai saber. Não vou dizer aqui, mas vou dizer quando chegar lá. Por que lá eu tenho liberdade de expressão,” afirmou.

O assunto ganhou repercussão internacional. O jornalista de esquerda norte-americano Glen Greenwald relatou, no seu perfil no X (antigo Twitter) a detenção de Tavares, informando que o português havia entrevistado Bolsonaro há poucos dias. O ex-presidente fez críticas à falta de liberdade de expressão no Brasil durante a entrevista.

Na Avenida Paulista, Tavares disse não ter dúvidas de que a atitude terá consequências. “Vou dizer nome por nome, palavra por palavra. Acabou-se a impunidade. E todos serão punidos, nem que seja daqui a dez anos, vinte ou trinta anos. Ou nem que seja por julgamento divino”, completou.

“Eu vou garantir que a Europa e o mundo vão saber a verdade sobre o Brasil. O mundo vai saber que vocês precisam de liberdade”, discursou Tavares.

Em Portugal, o partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) pediu a intervenção imediata do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e da Embaixada de Portugal no Brasil contra o que considerou uma “perseguição fascista de uma extrema-esquerda que apoia o presidente Lula”.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/jornalista-portugues-detido-no-aeroporto-foi-questionado-sobre-vacinas-e-ditadura-do-judiciario/#:~:text=O%20jornalista%20de%20esquerda%20norte,que%20a%20atitude%20ter%C3%A1%20consequ%C3%AAncias.

Foto de perfil de Luís Ernesto Lacombe
Luís Ernesto Lacombe

Um golpe atrás do outro

Luís Roberto Barroso
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso.| Foto: Rosinei Coutinho/STF

Em entrevista a um canal de televisão a cabo que faz parte da rede de “assessoria de imprensa” da aliança STFPT, o ministro do Supremo Luís Roberto Barroso criticou o que ele chamou de “politização indevida das Forças Armadas” nos últimos anos. E emendou: “Infelizmente, se reavivou uma assombração que já achávamos enterrada na vida brasileira, que é a do golpismo”. Barroso tem essa mania de falar sem parar, e ele e sua turma deixam claro que não sabem o que é espelho, que são adeptos do denuncismo desvairado e da falta de autocrítica. Fazem uma força danada para enxergar um golpe promovido sempre pelos outros, por aqueles que eles, de forma muito descarada, desavergonhada mesmo, escolheram como “inimigos da democracia”.

Na entrevista amigável, condizente com uma imprensa de estimação, sem perguntas pertinentes e cabíveis, sem questionamentos necessários sobre tantas contradições, Barroso ainda declarou o seguinte: “A pior coisa que existe para a democracia é general em palanque”. Pelo menos, ele não disse isso quando estava no palco dos comunistas da UNE e, muito à vontade, gritou: “Nós derrotamos o bolsonarismo!” Se a Barroso não resta dúvida de que as Forças Armadas não são um poder político, a ele está muito claro que o Judiciário, esse, sim, é… Com certeza, é, e o principal… Afirmar o contrário pode trazer problemas para qualquer um, desde que não esteja de mãos dadas com o grupo do Barroso. Por isso, o guerrilheiro José Dirceu nunca foi interpelado por dizer que o Judiciário nem é exatamente um poder… Wadih Damous, outro petista, também pôde pedir, despreocupadamente, o fechamento do Supremo. A questão está assim faz tempo: depende de quem faz e não do que é feito.

Recuo, então, para o ano de 2016, quando o impeachment de Dilma Rousseff foi, inconstitucionalmente, fatiado, numa sessão presidida pelo então ministro do STF Ricardo Lewandowski. Os petistas até hoje gritam sem parar e impunemente que o afastamento dela “foi golpe!”, “foi gópi!” Não, golpe foi a manutenção de seus direitos políticos, referendada por unanimidade pelo Supremo. No plenário do Senado, Kátia Abreu fez um apelo: “Peço aos colegas que não apliquem essa pena de inabilitação, pela honestidade e idoneidade da presidente, independentemente de erros que alguns concordam que ela tenha cometido. Ela já fez as contas e deve se aposentar com cerca de R$ 5 mil. Então, precisa continuar trabalhando para suprir as suas necessidades”. João Capiberibe disse que a manutenção dos direitos políticos de Dilma permitiria a abertura de “uma vereda para conciliação e pacto”. Jorge Viana, quase às lágrimas, seguiu esse mesmo caminho e falou em “democracia, convivência e em honra da presidente”. Renan Calheiros agiu para impedir, “além da queda, o coice”.

Se a Barroso não resta dúvida de que as Forças Armadas não são um poder político, a ele está muito claro que o Judiciário, esse, sim, é… Com certeza, é, e o principal…

Portanto, o fatiamento do processo de impeachment foi um golpe, em nome de alguma coisa que quiseram chamar de bondade e conciliação política… E dele vieram outros golpes. A senadora Kátia Abreu adiantou que Dilma não tinha a intenção de se candidatar… Golpe… Dilma foi candidata a senadora por Minas Gerais em 2018. As pesquisas eleitorais pareceram tramar um golpe para que ela fosse eleita. A petista liderava as consultas aos votantes, mas acabou derrotada por Rodrigo Pacheco, que tem aplicado, desde então, sucessivos golpes em todos os brasileiros, principalmente nos seus eleitores mineiros… Ex-eleitores, me arrisco a dizer, já que para o que o presidente do Senado tem feito há contragolpe previsto.

Em 2016, quando seu impeachment era iminente e as manifestações populares contra ela eram imensas, Dilma Rousseff pensou num jeito de escapar. Pelo menos foi o que contou o ex-senador Arthur Virgílio Neto, citando o que ouviu do general Eduardo Villas Bôas. O então comandante do Exército recebeu da ainda presidente um pedido de apoio e solidariedade para decretar estado de defesa. O militar não aceitou. E Arthur Virgílio, em entrevista recente, afirmou que “a tentativa de golpe por parte de Dilma é algo incomparavelmente mais concreto do que todas as acusações frágeis ao ex-presidente Bolsonaro”. E, se o ex-presidente, como Dilma, pensou em algum dispositivo constitucional para permanecer no poder, não há nada que o ligue ao vandalismo em Brasília em 8 de janeiro de 2023.

Com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, o STF começou a abrir uma série de inquéritos intermináveis. O único arquivado desde então, na verdade, só mudou de nome: deixou de ser inquérito dos “atos antidemocráticos” e passou a ser das “milícias digitais”, que já foi prorrogado nove vezes. No mês que vem, o primeiro de todos, o Inquérito do Fim do Mundo, assim batizado pelo ex-ministro do Supremo Marco Aurélio Mello, vai completar cinco anos. Juristas sérios deste país apontam ilegalidades, abusos e arbítrios em todos eles. E o que foi “descoberto” até agora? Que só quem critica os ministros do STF e não está com Lula e o PT mente, desinforma, faz discurso de ódio e, não gostando da democracia, pensa em golpe 24 horas por dia.

Em apenas dois anos de governo Bolsonaro, o STF já tinha tomado 123 medidas que interferiram no Poder Executivo. Mesmo prerrogativas constitucionais do presidente, como a indicação do diretor-geral da Polícia Federal e a concessão de indulto a condenado pela Justiça, foram barradas. O Supremo, que durante o período de Covid tirou de Bolsonaro a decisão sobre adoção ou não do lockdown, dando todo o poder a prefeitos e governadores, agora retira dos Executivos municipais e estaduais a decisão de exigir ou não a vacina da Covid em crianças…

O STF foi se esparramando pelo Executivo e também pelo Legislativo federais. A discussão no parlamento sobre a adoção do voto impresso auditável, com contagem pública dos votos, teve clara interferência do ministro Barroso, que não foi perguntado sobre o assunto na entrevista para amigos na última semana. Também não foi questionado sobre a declaração de que a suprema corte é uma espécie de “empurradora da história”… Nem sobre o “perdeu, mané”… A assessoria de imprensa da turma no controle do país é dona da pauta e não deu bola quando Dias Toffoli disse que os ministros do STF eram “os editores do Brasil”, quando ele afirmou que já tínhamos um “semipresidencialismo” no país, com o STF exercendo o papel de “poder moderador”. Isso tudo é bobagem. O que se deve lamentar mesmo, Barroso falou na entrevista, é “a politização indevida das Forças Armadas”. E – isso ele não disse, mas conclui-se – a politização do povo brasileiro.

Impossível não falar do vaivém do STF sobre a prisão após condenação em segunda instância. Impossível não falar das artimanhas para anular as condenações do Lula e do uso de mensagens hackeadas, nunca periciadas, para acusar Sergio Moro de parcial… Como se Lula tivesse sido colocado na prisão por uma decisão exclusiva do atual senador, que agora pode perder seu mandato. Dá para chamar isso de golpe? Moro foi o responsável por isso sozinho? E os três juízes do TRF-4 que condenaram Lula por unanimidade? E os quatro juízes do STJ que condenaram Lula por unanimidade? E os ministros do STF que negaram habeas corpus para o petista quando ele estava na prisão?

Os ministros do STF viraram “figurinha fácil” em programas e noticiários dos canais de televisão companheiros. Falam sobre qualquer assunto, e sem parar, já que o roteiro nada jornalístico sempre os favorece

Lula foi solto e liberado para concorrer à Presidência da República… De novo, dá para chamar isso de golpe? E toda a campanha eleitoral, como ela deve ser tratada? Houve equilíbrio? Só um lado parecia não ter escrúpulos. Foi só coincidência o TSE ter tomado decisões quase sempre favoráveis ao PT e quase sempre desfavoráveis ao candidato do PL? Bolsonaro não podia chamar Lula de ladrão, corrupto, mostrar imagens dele, de José Genoino, José Dirceu e Antônio Palocci sendo presos… Lula podia chamar Bolsonaro de genocida, negacionista, miliciano, fascista e conseguiu que seu concorrente não pudesse usar na campanha imagens das enormes manifestações de 7 de setembro de 2022.

Ninguém podia falar da ligação de Lula com ditadores como Daniel Ortega e Nicolás Maduro, e o petista também impediu a exibição de falas suas sobre a Covid e sobre o aborto, numa espécie de “autocensura”. Ficou decidido que ele não disse o que disse… Coisas assim: “Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus”; “É questão de saúde pública. Todos deveriam ter o direito de fazer o aborto e não ter vergonha. Não quero ter filho, vou cuidar de não ter filho. O que não dá é a lei exigir que a mulher tenha filho”.

Tudo contra Lula estava fora de contexto, era inverídico, montagem, edição… Quando começou a circular o áudio de um chefe de facção criminosa, manifestando sua preferência pelo petista na eleição, houve censura. E a justificativa do TSE para impedir a divulgação da gravação foi a seguinte: “A notícia informava que Marcola declarava voto no petista, sendo que, por estar condenado, ele não pode votar”. O título da matéria do portal estava malfeito; suprimiu-se a informação. Da mesma forma, a entrevista de uma senadora sobre o assassinato do prefeito petista Celso Daniel também foi censurada, assim como menções a casos de corrupção envolvendo o PT. Sendo uma figura decorativa no partido, Lula nunca soube do mensalão, do petrolão; nada passava por ele. Lula nunca teve ligação com nada de ruim, nunca, nunca.

Contra Bolsonaro, tudo era verídico. A favor dele, tudo era a mais pura mentira. E, nessa gigante onda persecutória, centenas de perfis nas redes sociais, canais em plataformas de vídeos e até veículos de imprensa tradicionais foram censurados, bloqueados ou banidos. Dá para dizer que o país foi perdendo a consciência e se curvando a um golpe? Definiram tendenciosamente os conceitos de fake news, desinformação, discurso de ódio, milícia digital e que tudo isso sempre foi obra única e exclusiva do que chamam de “extrema direita”. E foram proibidas de vez as críticas a ministros do Supremo e do TSE, como se todas elas fossem contra as instituições, e também os anseios por melhorias no sistema eletrônico de votação.

Os seres supremos parecem controlar tudo, ocuparam todos os espaços, passaram a circular com desenvoltura por eventos no mundo todo: congressos, seminários, desfile de escola de samba… Travestido de político, Luís Roberto Barroso esteve até no Fórum Econômico Mundial. Ninguém mais quer se limitar apenas aos autos, ninguém quer ser reservado, discreto, ninguém quer restringir seu convívio com empresários e políticos, mesmo que essas relações possam, eventualmente, provocar questionamentos sobre decisões jurídicas tomadas.

Os ministros do STF viraram “figurinha fácil” em programas e noticiários dos canais de televisão companheiros. Falam sobre qualquer assunto, e sem parar, já que o roteiro nada jornalístico sempre os favorece. E quem ainda tem senso crítico, bom senso e assistiu à entrevista de Barroso na semana passada entendeu muito bem o risco que corremos. O ministro disse o seguinte: “A imprensa vai ter de reocupar boa parte do espaço que perdeu para as plataformas digitais, porque passa credibilidade que as redes sociais não têm”. Isso agora é democracia, com censura às mídias digitais e a devolução do monopólio da informação, da propriedade da “verdade” aos veículos tradicionais, que nunca, nunca mentiram, erraram, se equivocaram, barraram o debate, militaram politicamente. Temos muito a agradecer aos salvadores da pátria, àqueles que restabeleceram a democracia. Os que discordam deles, esses, sim, são todos golpistas.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luis-ernesto-lacombe/um-golpe-atras-do-outro/

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Roberto Motta

O escândalo da degeneração intencional dos presídios brasileiros

Projeto altera Lei de Execução Penal para extinguir saída temporária de presídios
Projeto altera Lei de Execução Penal para extinguir saída temporária de presídios| Foto: Pixabay


Os arquitetos da tragédia da segurança pública brasileira continuam sendo convocados pelo consórcio de mídia para sugerir soluções para a crise de criminalidade que eles mesmos provocaram. É muita ingenuidade – ou esperteza demais.

Ora, a primeira medida para restaurar a normalidade ao Brasil deveria ser justamente afastar de qualquer função pública os responsáveis pela situação atual e cobrar deles – moral, política e judicialmente – essa responsabilidade.

A segunda medida é parar de dar espaço e voz a “especialistas em segurança pública” que são, na verdade, especialistas na defesa do crime, dedicados à propagação de mentiras, falácias e fantasias. Esses “especialistas” são movidos por cegueira ideológica, retorno financeiro ou ligações perigosas – ou tudo isso junto.

A ala da escola de samba paulista que vestiu demônios com uniformes policiais não surgiu do nada. Ela é um sintoma de uma doença moral progressiva e progressista, provocada pela mistura de marxismo, doutrinação e narcocriminalidade.

O consórcio de mídia, dominado pelos especialistas marxistas, há muito reservou para os policiais, exclusivamente, o papel de vilões.

Outra manifestação dessa doença é a crença infantil – ou perversa – de que obrigar policiais a usarem penduradas em seus uniformes câmeras permanentes ligadas irá, de alguma forma misteriosa, ajudar na redução dos escandalosos índices criminais e da absoluta impunidade que imperam no Brasil.

Isso no exato momento em que se descobriu que, no presídio de Mossoró, onde ocorreram as primeiras fugas da história de presídios federais de segurança máxima, um relatório de maio de 2021 identificou que das 192 câmeras instaladas no presídio, 124 estavam inoperantes. Câmeras para policiais: perfeito. Câmeras para criminosos: veja bem.

Gastou-se mais de R$ 100 bilhões no projeto de uma refinaria – a Abreu e Lima – que deveria ter custado R$ 10 bilhões. Com esse dinheiro, considerando-se um custo de R$ 80 mil para construir uma vaga para um preso em uma prisão “padrão ONU”, seria possível construir um milhão duzentos e cinquenta mil novas vagas em presídios. Ou seja; poderíamos dobrar a capacidade do sistema prisional brasileiro, garantindo ao mesmo tempo o pleno atendimento de todas as necessidades dos presos. O problema da “superlotação carcerária” seria resolvido de uma vez só.

Para informação: R$ 100 bilhões também foi o valor aproximado gasto para realizar os Jogos Panamericanos, a Olimpíada e a Copa do Mundo no Brasil.

Nenhum combate ao crime acontecerá sem a convicção moral de que o crime deve ser combatido.

A crise permanente dos presídios não é um problema. Na verdade, ela é um instrumento de implantação da tal política de “desencarceramento”, que significa a simples soltura de criminosos. Não se pode esperar que defensores do “desencarceramento” se preocupem com uma fuga de criminosos presos – porque, afinal, fuga é uma forma de “desencarceramento”.

A luta para trazer o Brasil de volta à normalidade é uma luta assimétrica. De um lado estão os verdadeiros especialistas: os policiais. São eles que entendem como se planeja e executa o policiamento das ruas; são eles que sabem como conduzir uma investigação criminal; são eles que têm o conhecimento para a realização de uma perícia forense. São eles que foram preparados para reagir em segundos diante de uma ameaça mortal. Eles nunca são ouvidos.

Do outro lado, em permanente ofensiva, está a multidão de especialistas, muito bem financiados, sem qualquer experiência com a atividade policial, e que são animados pelo mesmo espírito ideológico marxista. Seu trabalho é caracterizar o combate ao crime como uma luta de classes, e o policial como o elemento opressor, enquanto para o criminoso sobra o papel de oprimido ou de revolucionário.

É um enfrentamento desigual. O consórcio de mídia, dominado pelos especialistas marxistas, há muito reservou para os policiais, exclusivamente, o papel de vilões. Quem acha que eu exagero, procure se lembrar da última vez que viu uma manchete na mídia descrevendo os policiais como heróis – papel que eles desempenham inúmeras vezes todos os dias.

Quem acha que eu exagero, precisa conhecer a pressão que as ONGs defensoras de “direitos humanos” fazem através de um lobby gigantesco que impede a construção de novos presídios. Quem não acredita pode conferir o site da pastoral carcerária. Observe que o primeiro dos objetivos da Agenda Nacional pelo Desencarceramento é a “suspensão de qualquer investimento em construção de novas unidades prisionais”. Mas como assim, companheiro?

Nenhum presídio será bem administrado sem a determinação moral de fazer com que os criminosos cumpram suas sentenças integralmente, em condições tão dignas quanto possível (o que depende principalmente deles e, secundariamente, dos recursos disponíveis), mas sem facilidades e benefícios injustificáveis, muitas vezes indisponíveis a cidadãos de bem. Com raríssimas exceções, sentenças de prisão são para serem cumpridas na prisão, em regime fechado.

Nenhum combate ao crime acontecerá sem a convicção moral de que o crime deve ser combatido e de que o criminoso deve ser punido de forma proporcional à gravidade do crime cometido. Esse é o primeiro teste ao qual todos os autoproclamados “especialistas” em segurança devem ser submetidos.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/roberto-motta/escandalo-degeneracao-intencional-presidios-brasileiros/

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