Uma lei aprovada em março pela Assembleia Legislativa de Goiás e sancionada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) elevou os salários dos juízes a mais de R$ 170 mil, de acordo com uma apuração do jornal O Estado de São Paulo publicada nesta segunda (3). O valor é quatro vezes maior do que o limite constitucional de R$ 41,6 mil, que é a remuneração de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os salários dos juízes goianos, aponta, são os maiores entre os tribunais do país e compostos pela remuneração em si e mais uma série de penduricalhos e regras específicas do estado. Os valores foram elevados a partir da lei que teve o projeto proposto pelo presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Carlos Alberto França.
O texto transformou gratificações de cargos e funções comissionadas em verbas indenizatórias que ficam de fora do mecanismo constitucional de “abate-teto”, que inibe o recebimento de “supersalários” na administração pública. Assim, diz o TJ-GO, o estado “cumpre rigorosamente a lei e que todas as suas decisões, judiciais e administrativas, estão publicadas na forma da lei”.
Um levantamento do Estadão com base na folha de pagamento de maio mostra que o juiz de direito Wilson da Silva Dias, por exemplo, recebeu R$ 177,4 mil de salário no mês, já descontados a Previdência e o Imposto de Renda. Além da remuneração de R$ 36,4 mil, Dias recebeu R$ 47 mil de indenizações, R$ 42,8 mil em vantagens e R$ 48,8 mil em gratificações.
Os ganhos do juiz foram maiores que o do próprio presidente do TJ-GO, Carlos Alberto França, que recebeu R$ 149,9 mil de remuneração no mês: R$ 26,6 mil de salário, R$ 30,5 mil de indenizações, R$ 87 mil de vantagens e R$ 20,1 mil de gratificações. Ao todo, aponta a apuração, quase 200 juízes goianos receberam salários acima de R$ 100 mil em maio.
A elevação dos salários acima do teto constitucional chamou a atenção do procurador-geral da República, Augusto Aras, que ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 15 de maio.
“É inadmissível a elaboração de leis imorais, cujo propósito seja privilegiar alguns poucos indivíduos. […] Benesses dessa natureza, aliás, costumam ter destinatários certos e determináveis, o que, ademais, implica contrariedade ao princípio da impessoalidade”, disse na petição à Corte.
A ação no STF caiu nas mãos do ministro André Mendonça, que determinou na sexta (30) que o governador de Goiás e os presidentes da Assembleia Legislativa e dos tribunais de contas do estado e do município se manifestem até o final desta semana.
Aras questionou cinco leis, sendo duas delas que disciplinam o benefício para os servidores do Executivo e outras três que expandem as regalias para a alta cúpula do TJ-GO, para o Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) e para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO).
O Estadão aponta, ainda, que os 450 magistrados do TJ-GO ganham, em média, R$ 78,5 mil, sendo a maior de todos os 84 tribunais que já apresentaram dados ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) neste ano.
Na segunda e terceira colocações, estão o Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais (TJM-MG), com uma média de R$ 71 mil líquidos, e o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), com R$ 66 mil.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/salarios-juizes-goias-estouram-teto-stf-177-mil-mes/
Proteção a Maduro, treinamento, mineração: como o Grupo Wagner atua na Venezuela
Após o acordo que pôs fim ao motim do grupo mercenário Wagner na Rússia no último fim de semana, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, elogiou o aliado Vladimir Putin, que, segundo ele, “encarou uma tentativa de guerra civil e um grave episódio de traição”, mas “saiu vitorioso e trouxe paz à Rússia”.
A declaração do ditador chama a atenção porque a Venezuela tem um histórico de presença do Grupo Wagner (que opera também na Ucrânia, Síria, Líbia, Mali, República Centro-Africana e outros países), atendendo a interesses de Maduro.
No início de 2019, fontes da agência Reuters informaram que empresas militares privadas ligadas ao grupo mercenário enviaram combatentes para cuidar da “segurança” do ditador venezuelano, que enfrentava à época protestos por democracia.
Uma dessas fontes informou que cerca de 400 homens, que haviam chegado com escala em Cuba, outra aliada da Rússia, estavam na Venezuela naquele momento. “Nosso pessoal está lá diretamente para sua proteção [de Maduro]”, disse.
Parte desse contingente teria chegado em 2018, quando Maduro conquistou a reeleição presidencial num pleito marcado por denúncias de fraudes.
Outra ajuda que o Grupo Wagner prestou ao ditador foi o treinamento de unidades de combate de elite venezuelanas.
Além disso, no início de 2022, um relatório da empresa privada de inteligência militar Grey Dynamics destacou a participação do Wagner no treinamento de milícias venezuelanas pró-Maduro no estado de Táchira, processo no qual também estiveram envolvidos as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), duas guerrilhas colombianas.
Outro relatório da Grey Dynamics, de 2021, apontou que o Wagner também atuava na Venezuela junto a outros “especialistas” russos para “proteger refinarias de petróleo e oferecer segurança pessoal e para entidades comerciais” da Rússia no país sul-americano. Entre elas, estariam unidades locais da Rosneft, a gigante estatal de petróleo russa.
“É provável que o papel desempenhado pelos especialistas da Rússia, sejam eles do Wagner ou não, tenha sido fundamental para fornecer segurança e diminuir o risco de falência de entidades privadas e estatais russas”, descreveu a Grey Dynamics.
A mineração é outro foco de atenção do grupo mercenário na Venezuela. Ainda de acordo com a Grey Dynamics, a presença de tório no Arco Mineiro do Orinoco atraiu o interesse russo, e o parlamentar venezuelano Americo de Grazia afirmou em janeiro de 2020 que “o governo de Maduro deu ao Irã e à Rússia acesso às minas de tório na Venezuela”.
A Grey Dynamics sugeriu que o Grupo Wagner pode estar fazendo a proteção dos pontos onde a Rússia realiza a extração do metal na Venezuela, mas a milícia tem um histórico de atuar diretamente na extração de riquezas em outros países, como a exploração de ouro no Sudão.
O governo do Reino Unido reforçou posteriormente essa hipótese de envolvimento mais direto.
Em abril do ano passado, Zac Goldsmith, então ministro do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais, reiterou, em resposta a um questionamento no parlamento britânico, a informação de que “mercenários que fazem parte ou são afiliados ao Grupo Wagner realizaram atividades de apoio ao regime de Maduro” na Venezuela, mas não teriam ficado restritos a esse papel.
“A mineração ilegal de ouro na Venezuela envolve graves abusos dos direitos humanos em grande escala e está causando danos ambientais e sociais significativos, especialmente na região do Arco Mineiro [do Orinoco]. As empresas militares privadas russas são apontadas como ativas nesta área”, destacou Goldsmith.
“Traidores” ou não, os mercenários do Wagner parecem muito à vontade como convidados da ditadura venezuelana.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/protecao-a-maduro-treinamento-mineracao-como-o-grupo-wagner-atua-na-venezuela/?#success=true
NACINHA – CUIABÁ-MT
Gente querida do meu Brasil varonil !!!
Conta que não fecha:
– 88 milhões de CPFs diferentes fizeram PIX para Bolsonaro.
– Bolsonaro recebeu 58.206.322 votos no segundo turno em 2022.
Que coisa estranha.
Alguém poderia me explicar, por favor?
FONTE: JBF https://luizberto.com/nacinha-cuiaba-mt-140/
A defesa da escuridão: onde estavam os juristas da Venezuela?
“O crime sem castigo leva ao castigo sem crime.
A sociedade que não pune os seus criminosos vai criminalizar seus inocentes”
― Paulo Briguet
*****
O que leva alguém a defender a escuridão ao invés de acender a luz? O que leva alguém a abrir caminho para o erro em vez de pavimentá-lo para a verdade? O que leva alguém a justificar, defender e promover a violação de direitos – o crime – ao invés de defender a justiça?
Como é possível que pessoas racionais, cultas e preparadas alimentem a serpente que um dia, inevitavelmente, irá devorá-las?
Onde estavam os cidadãos decentes quando Robespierre implantou o terror na revolução francesa? Onde estava o mundo quando Stalin desceu a cortina de ferro dividindo a Europa? Onde estavam os magistrados alemães quando o Partido Socialista Nacional dos Trabalhadores Alemães – o partido nazista – galgava degrau após degrau a caminho do poder? Onde estavam os juristas da Venezuela e da Nicarágua?
Há muitas respostas possíveis.
A filosofa Hannah Arendt, no seu livro Eichmann em Jerusalém, descreve o julgamento do criminoso de guerra nazista Adolf Eichmann. Eichmann foi capturado por comandos israelenses em Buenos Aires e levado para julgamento na capital do estado de Israel.
Hannah Arendt teve uma surpresa. Ela esperava encontrar em Eichmann um monstro maléfico, a encarnação do mal. Mas o que ela encontrou foi um burocrata medíocre que só cumpria ordens.
Adolf Eichmann procurava atingir a maior eficiência possível nas tarefas que ele recebia. As tarefas que ele recebia eram relacionadas ao transporte de judeus para os campos de genocídio nazistas. Eichmann era uma pequena peça eficiente em uma grande engrenagem do mal. Hannah Arendt considerava Eichmann um burocrata comum, que, em suas palavras, não era “nem pervertido nem sádico”, mas “terrivelmente normal”. O motivo que o movia era apenas o desejo de progredir em sua carreira burocrática.
Foi dessa observação que Hannah Arendt criou a expressão banalidade do mal, que ela usou para descrever o comportamento de Eichmann: ele não era intrinsicamente mau, mas apenas moralmente raso e sem interesse no resultado de suas ações. A expressão “banalidade do mal” descreveu com perfeição o comportamento daquele burocrata estatal alemão, que tinha uma família, contas a pagar no final do mês e estava de olho na próxima promoção e em sua aposentadoria.
Ela esperava encontrar em Eichmann um monstro maléfico, a encarnação do mal. Mas o que ela encontrou foi um burocrata medíocre que só cumpria ordens
Curiosamente, Hannah Arendt foi citada em um pedido de cassação das concessões de rádio da Rede Jovem Pan. A ironia é assustadora.
A Jovem Pan é a única emissora de rádio e TV da atualidade que apresenta a seus ouvintes e espectadores verdadeira diversidade de visões e opiniões.
Permitam-me dar meu testemunho: desde que entrei na Jovem Pan sempre tive o desafio diário de enfrentar um comentarista com uma visão de mundo oposta à minha. É um desafio muito bem-vindo. Não há forma melhor de depurar ideias que colocar suas opiniões à prova diariamente, em uma esgrima intelectual travada em poucos segundos, à frente de milhões de espectadores.
Comentaristas, especialistas, juristas e cientistas sociais de esquerda são presenças constantes na Jovem Pan.
Essa é a realidade.
Enquanto isso, a maioria dos veículos da grande mídia apresenta a seus espectadores a mesma visão unilateral do mundo. Uma parte essencial dessa visão é a ideia de que criminosos são pobres coitados que não merecem punição, mas acolhimento.
Há poucos dias uma criminosa, condenada por ter jogado da janela de um apartamento uma criança, ganhou o direito de voltar às ruas graças a uma ficção brasileira conhecida como prisão em regime aberto. Seria o caso de perguntar: que país é esse? Mas já sabemos a resposta: esse é o país onde o consenso obrigatório diz que “o criminoso é a verdadeira vítima” e o sistema de justiça criminal é um mero mecanismo de opressão “capitalista”.
Quem acha que existe exagero nessa informação precisa saber que essa é a linha ideológica adotada na maioria dos cursos de Direito e até em academias de formação de policiais. Antes de ter contato com os fundamentos da teoria jurídica, calouros e policiais são obrigados a ler Vigiar e Punir, de Michel Foucault, um panfleto ideológico de um “filósofo” marxista. Doutrinados desta forma, futuros magistrados, ministros, delegados e oficiais da Polícia Militar levarão consigo a consciência culpada por ter que prender e punir criminosos.
Na verdade, o crime é uma escolha racional, como já demonstrou o ganhador do Prêmio Nobel de economia em 1992, o professor Gary Becker. A única resposta possível e sustentável à atividade criminosa é a certeza da punição. Mas qualquer tentativa de explicar isso é classificada como uma postura opressora, discriminatória e, agora, antidemocrática.
As maiores vítimas dessa loucura institucional são os pobres que, na maioria das vezes, vivem em regiões sujeitas à ditadura das facções do narcotráfico – um fenômeno curiosamente invisível para os justiceiros sociais que ocuparam o sistema de justiça criminal.
É lógico que há muitas exceções a esse consenso. Milhares. Conheci uma delas há dois meses, em uma palestra. Uma magistrada. Conversamos.
Ela tem uma família, quatro filhos, contas a pagar e ama seu trabalho. Não pode correr o risco de um processo disciplinar por expressar uma opinião dissidente. Obrigada ao silêncio, carrega dentro de si a angústia de testemunhar a transformação da sua profissão – da sua vocação – em ferramenta político-ideológica de esquerda.
No meio da conversa ela começou a chorar.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/roberto-motta/a-defesa-da-escuridao-onde-estavam-os-juristas-da-venezuela/
UM PRIVILEGIADO
FONTE: JBF https://luizberto.com/um-privilegiado/
Brizola deve “puxar os pés” de Carlos Lupi
Queria destacar uma frase do julgamento de Bolsonaro, uma frase do próprio presidente da Justiça Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes. Ele disse: “A Justiça Eleitoral, como toda Justiça, é cega, mas não é tola”. Eu fiquei pensando, afinal, o que é uma Justiça que não é tola? Fui procurar o antônimo de tola. Eu tenho um dicionário de antônimos e sinônimos da Língua Portuguesa, escrito pelo Francisco Fernandes, e está lá: tolo, o antônimo de tola é inteligente, é sensata e é esperta. É o que diz o dicionário com o significado da palavra tola.
Uma outra frase que foi proferida lá e que eu queria lembrar foi que “liberdade de expressão não é ataque ao Poder Judiciário”. Ora, então a gente tem que mudar a Constituição – ou ela já foi mudada e a gente ainda não sabe.
O artigo 220 da Constituição Federal diz que lei não conterá nenhuma restrição à liberdade de expressão, sendo vedado qualquer tipo de censura. Então precisa acrescentar “salvo se atacar o Poder Judiciário”. Assim como lá no voto da ministra Carmem Lúcia, que disse que Bolsonaro atacou a Justiça Eleitoral por isso estaria sendo condenado. Ou seja, “ele nos atacou então eu o condeno”, o que é uma coisa que qualquer estudante de Direito vai achar muito estranho, pois seria um revide da própria Justiça ou do juiz. A ministra disse que a reunião com os embaixadores teve caráter eleitoreiro, porque que é óbvio que uma reunião de um político que é candidato a uma eleição tem caráter eleitoreiro. Está implícito, segundo ela.
Orgulho de ser comunista
Outro assunto foi a participação de Lula no Foro de São Paulo. Ele que disse que “querem nos ofender nos chamando de comunistas, mas não sabem que não nos ofende; até temos orgulho disso”. Depois, ele falou também dos valores como patriotismo, família, questões de costumes. Disse que “aqui enfrentamos o discurso da família, dos costumes e do patriotismo. Enfrentamos os discursos que a gente aprendeu historicamente a combater”.
Meu Deus, ele não disse nada disso na campanha eleitoral, omitiu todas essas coisas. No Foro de São Paulo, ele fez uma espécie de catarse, uma confissão, mas não disse para o eleitor brasileiro. O eleitor brasileiro se soubesse disso será que continuaria confirmando seu voto em Lula?
O inquérito da eleição de 2018
E outra coisa estranha foi Bolsonaro quando voltou do velório de Alysson Paolinelli, lá no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. No aeroporto de Brasília, os repórteres foram conversar com ele, que recomendou que a imprensa investigasse um inquérito aberto no Supremo pela ministra Rosa Weber e na Polícia Federal sobre a eleição de Bolsonaro em 2018. E por que esse inquérito parou. Pelo jeito ele sabe o motivo, mas quer que todos saibam também, para que haja transparência sobre porque que esse inquérito não foi divulgado. Ficou uma curiosidade muito grande de saber o que houve.
PDT defendia comprovante
A ironia dessa história do julgamento do Bolsonaro é que quem moveu a ação foi o PDT. E o PDT, acho, foi o primeiro a exigir que o processo eleitoral tivesse um comprovante de voto porque o Brizola já estava curtido com a história da Proconsult, com a contagem informatizada do voto lá no Rio de Janeiro. Se Brizola não põe a boca no mundo, Moreira Franco seria eleito e não ele. Tanto que o PDT apoiou o primeiro projeto em torno disso, que era do Roberto Requião, do MBD, depois ele próprio, o neto do Brizola, Brizola Neto, junto com Flávio Dino, do PCdoB, que hoje é ministro da Justiça, fizeram um projeto que foi sancionado por Fernando Henrique, o projeto do Brizola Neto sancionado por Lula, e depois o projeto de Bolsonaro, vetado por Dilma – o veto foi derrubado por 71% dos votos. Só para mostrar a história sobre isso, pois temos eleição no ano que vem e esse assunto volta a ser atual.
Mas aí eu penso, brincando, que Brizola, nos sonhos do Carlos Lupi, há de voltar à noite para puxar o pé dele — porque Carlos Lupi, do PDT, que moveu essa ação contra a pessoa que defendia o comprovante do voto… Ficou muito estranho.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/brizola-deve-puxar-os-pes-de-carlos-lupi/?ref=botao-fechar-sticky
Lula e o mito da democracia eleitoral
A cada cinco anos, a Coreia do Norte realiza eleições. Na festa da democracia norte-coreana, 100% dos eleitores comparecem para votar. Algo extraordinário e singular, que se torna ainda mais fantástico e único depois da apuração. Os candidatos vencedores recebem algo próximo de 100% dos votos.
Ninguém ocupa um cargo eletivo na Coreia do Norte sem ser uma unanimidade. Sabe por quê? As cédulas eleitorais vêm com um nome apenas. Disputa é coisa de capitalista. No mundo perfeito da democracia norte-coreana, há o consenso. Somente neste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez várias referências à (super) ocorrência de eleições na Venezuela para atestar que por lá existe uma democracia vibrante. Tão vibrante que os líderes não temem o escrutínio eleitoral.
Cuba, a ilha rebelde, também realiza eleições. Sendo assim, como chamar aquela ditadura de ditadura? Os arquivos das entrevistas das duas últimas eleições presidenciais no Brasil são ricos em mostrar como a esquerda brasileira usa as eleições como sinônimo de democracia. Lamento, mas não é.
Em Cuba, a idílica Cuba, as eleições são um palco no qual o povo é coadjuvante. Os cubanos têm que simplesmente escolher entre um candidato do Partido Comunista de Cuba e outro do Partido Comunista de Cuba, previamente indicados pelos dirigentes do Partido Comunista de Cuba. Esses delegados vão compor a Assembleia Nacional que elege o presidente. Na realidade, o verbo correto é validar.
Muita gente ficou chocada com uma declaração do presidente Lula em uma entrevista à Rádio Gaúcha, na qual ele definiu a democracia como um valor relativo, não apenas para defender o amigo Nicolás Maduro, mas para justificar o que a Venezuela se tornou. Para Lula, as ações de Maduro e seus comparsas são como uma democracia autóctone que expressa suas características únicas no ecossistema político, que, na cabeça do presidente brasileiro, é convenientemente fluído.
A presidente do PT tentou corrigir. Disse que democracia só é democracia quando social. Uma falsa dicotomia recorrente entre esquerdistas dos tempos da Guerra Fria, que perguntavam para gente faminta: “Vocês preferem o pão ou a liberdade?”.
Uma artimanha que pretendia ilustrar a velha imagem de que no comunismo tudo era de todos, enquanto no capitalismo alguns têm tudo e muitos não têm quase nada. Portanto, a supressão da liberdade seria um preço justo a ser pago para as coisas funcionarem bem e todos terem direito ao seu naco de “democracia social”. Um negócio tão sem pé nem cabeça que nunca conseguiu se comprovar na prática, mas que até hoje embala a alucinação de líderes políticos, acadêmicos e militantes.
A relativização da democracia não é um fato isolado. Lula vocalizou algo que já está sendo embutido no debate e na cabeça das pessoas há tempos. A tese de que não existe uma democracia, mas democracias. E que a democracia como patrimônio da humanidade, construída sob fundamentos que vêm desde a antiguidade e foram se ajustando ao longo de séculos, não serve para comportar “as novas formas de democracia”. O melhor exemplo disso é a jocosa “Democracia com características chinesas”.
Xi Jinping colocou seus diplomatas em campo para retrucar as críticas ao seu regime. Quis mostrar para o mundo livre que ninguém tem autoridade para falar em democracia. Portanto, ninguém pode impor o que é democracia. No Brasil, foram várias ocorrências de assédio conceitual. Em 2021, a ex-presidente Dilma Rousseff condenou as democracias ocidentais e disse que o futuro é a China. Um ano antes, os presidentes dos principais partidos políticos brasileiros se reuniram em um webinar para absorver o conceito chinês de democracia, em um dos eventos on-line mais surreais produzidos durante a pandemia de Covid-19.
Na abertura do 26º encontro do Foro de São Paulo, o presidente Lula relembrou quando barrou o desejo do então coronel golpista Hugo Chávez de participar do segundo encontro do Foro de São Paulo, em El Salvador, por Chávez ter sido um golpista. Lula relembra que Chávez tentou tomar o poder à força em 1992 em um golpe fracassado, que o levou para a prisão até 1994.
Algumas coisas chamam a atenção. Lula erra alguns detalhes. Diz que o evento do Foro de São Paulo em El Salvador era o segundo da história, sendo que na verdade era o sexto. Seria apenas uma bobagem, pois afinal já se passaram anos e ninguém é obrigado a se lembrar com precisão de datas e locais.
Mas a história que Lula conta, para atestar o espírito democrata do Foro de São Paulo, é uma falsificação. Assim que Chávez saiu da cadeia em 1994, um jato cubano pousou em Caracas e o levou para uma reunião pessoal com Fidel Castro, que o apadrinhou.
Ao contrário do que disse Lula, o golpista Hugo Chávez fez, sim, parte da sexta reunião do Foro de São Paulo, em San Salvador. O relato sobre a primeira participação do venezuelano na agremiação está registrado no livro “Foro de São Paulo: construindo a integração latino-americana e caribenha”, de autoria dos petistas Valter Pomar e Roberto Regalado. A obra foi publicada em 2013 pela Editora Fundação Perseu Abramo, que é do PT.
Lula manipula uma história para tentar mostrar uma face inventada do Foro.
O que aconteceu naquele ano foi o seguinte: Chávez não se contentava em não ser uma estrela. Queria fazer um dos seus longos discursos para o plenário do Foro. Algo que lhe foi negado, pois ninguém quis renunciar a seu tempo para cedê-lo para o venezuelano, que ainda não tinha sido alçado ao posto de estrela do esquerdismo latino-americano e mundial, ao direito de brilhar. Mas Chávez não ficou apagado. Ganhou de presente dos amigos guerrilheiros da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional o acesso à tribuna para discursar em uma das comissões do Foro.
A frouxidão de Lula com a história, com a democracia, com a moral reaparece impunemente, pois, como ele mesmo disse na já referida entrevista à Rádio Gaúcha, a democracia que ele gosta é a que o conduziu ao terceiro mandato. Para Lula, a tal democracia que ele usou para vencer foi um meio. Não o fim.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/leonardo-coutinho/lula-e-o-mito-da-democracia-eleitoral/
Bolsonaro surpreende e divulga vídeo inesperado (veja o vídeo)
Jair Bolsonaro publicou um vídeo em suas redes sociais, horas após ter recebido a notícia de que estava inelegível pelos próximos oito anos.
Nas cenas, ele aparece em momentos recentes, desde a campanha de 2018, quando sofreu uma facada que quase tirou sua vida, até a recuperação, a vitória e os quatro anos de mandato.
O vídeo tem apenas um minuto de duração, mas um “detalhe” não passa despercebido.
A mensagem viralizou e, em menos de 24 horas, já conta com quase 3 milhões de visualizações:
“Brasil Acima de Tudo! Deus Acima de Todos!”, escreveu o ex-presidente.
Jair Bolsonaro parece ter redobrado suas forças, e isso já começa a animar seus apoiadores.
Confira:
Na “cara”, deputado alfineta relatora da CPMI e expõe dura realidade (veja o vídeo)
Em pronunciamento na CPMI do 8 de Janeiro, o deputado federal Abílio Brunini alfinetou a senadora Eliziane Gama, relatora da Comissão.
O parlamentar afirmou:
“Meu nome é Abilio, um não membro da CPMI, que sempre está presente, ao contrário da advogada do PT e da Relatora.”.
Brunini expôs estranhos acontecimentos do dia 8 de janeiro:
“Às 10 da manhã do dia 8, tinha no grupo do WhatsApp a informação de que haveria invasão aos prédios públicos, informação vinda da inteligência.
O que eles fizeram? Não informaram a polícia, para criar as obstruções necessárias.
E aí você vê um desvio de atenção. Passa vídeo disso, vídeo daquilo, mas o importante é que, se cinco horas atrás do momento, tivesse o plano certo, nada daquilo tinha ocorrido”.
O congressista ainda detonou:
“O que hoje está tentando se fazer aqui é aquilo que o Lula falou para o ditador: narrativa.
Se contar a narrativa correta, as coisas passam.
Se contar a narrativa correta, censura a Jovem Pan.
Se contar a narrativa correta, censura os Deputados.
Se contar a narrativa correta, prende humorista.
Se contar a narrativa correta, coloca um pau-mandado do Governo para aqui, durante a CPMI, mudar a verdade dos fatos.
Mas o povo não cai nessa narrativa. O povo não cai nessa conversa fiada. O povo está assistindo a cada um de vocês.”
Confira:
Ex-diretora da Americanas transferiu bens ao filho dias antes do escândalo
Anna Christina Ramos Saicali transferiu ao filho R$13 milhões em bens
A menos de 20 dias de se tornar público o escândalo da fraude bilionária da Americanas, a ex-diretora da companhia Anna Christina Ramos Saicali transferiu para o filho um patrimônio de R$ 13 milhões referentes a quotas de uma empresa.
Anna foi afastada da diretoria estatutária da Americanas após revelação da fraude na companhia. Há estimava que o rombo contábil possa chegar aos R$ 40 bilhões.
Em 13 de junho, a companhia divulgou um comunicado ao mercado e a ex-diretora é apontada como uma das participantes da fraude. Além dela, constam Miguel Gutierrez, ex-CEO da empresa, e dos ex-diretores José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles e outros executivos.
O jornal Folha de São Paulo, que publicou a informação, procurou Anna Christina, que negou que a transferência tenha ocorrido para proteger o patrimônio pessoal que poderia, por exemplo, com o avançar das investigações, ser penhorado.
“Decorreu de planejamento sucessório motivado por questões de saúde”, disse a ex-diretora apontada como partícipe na fraude.
FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/xwk-brasil/americanas-ex-diretora-fez-transferencia-milionaria-ao-filho-dias-antes-do-escandalo
Lira suspende CPIs e quer foco na pauta econômica
A ordem é votar tudo antes do recesso parlamentar, previsto para
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) determinou a suspensão do funcionamento de todas as comissões da Casa e votação exclusiva de matérias no Plenário.
Lira quer votar a reforma fiscal, a reforma tributária e o projeto de lei que retoma o chamado “voto de qualidade” no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Com a decisão da Mesa Diretora, o funcionamento das CPIs, como a que investiga invasões criminosas do MST e da fraude bilionária das Americanas, por exemplo, ficam suspensas.
Neste domingo (2), Lira se movimentou e antecipou a reunião de líderes, que normalmente ocorre segunda-feira.
A correria na Câmara é para que tudo seja votado antes do recesso parlamentar, previsto para começar no dia 18 de julho.
FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/xwk-brasil/lira-suspende-cpis-e-quer-foco-na-pauta-economica
Irmão ativista do presidente da Conab é alvo da CPI do MST
Suspeita é que “aditivos” de contratos beneficiou entidade de Adelar Pretto
Na CPI do MST, é dada como certa a convocação de Adelar José Pretto, apontado como diretor da cooperativa Terra Livre. O requerimento foi apresentado pelo deputado Kim Kataguiri (União-SP).
Como sugere o sobrenome, Adelar é irmão do petista Edegar Pretto, diretor-presidente da Conab. A comissão quer apurar aditivos em contratos do Ministério do Desenvolvimento Agrário que acabaram em entidades ligadas ao MST, como a Terra Livre. Adelar é ativista do movimento dos sem-terra. A informação é da Coluna Claudio Humberto, do Diário do Poder.
Denúncias dão conta que são ao menos 17 aditivos para compra de veículos e capacitação de agricultores, os valores chegam aos R$800 mil.
Um dos aditivos inventados pelo MDA favoreceu justamente a Terra Livre. Rendeu R$200 mil para a cooperativa de Adelar Pretto.
Fora os laços pra lá de suspeitos, a Terra Livre é “ficha suja” no cadastro de empresas com sanções. A Transparência revela a penalidade vigente.
FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/ttc-brasil/irmao-ativista-do-presidente-da-conab-vira-alvo-da-cpi-do-mst
REGIME PETISTA PERDE ESPERANÇAS DE EXTRADITAR ALLAN DOS SANTOS
Leandro Ruschel
Da Folha:
“Após a ordem de prisão, o Brasil acionou os Estados Unidos, por meio do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional), e enviou o pedido à Interpol para inclusão na difusão vermelha. Em geral, a inclusão ocorre de maneira célere, o que não ocorreu dessa vez – de forma inédita, como mostrou a Folha.
Como revelou o Painel, em janeiro, a pasta de Flávio Dino procurou o governo dos Estados Unidos e a Interpol, em Lyon (França), com o objetivo de acelerar o processo de extradição.
Desde então, no entanto, os trâmites não evoluíram, e a percepção no ministério é a de que um desfecho exitoso é improvável. Isso porque a maneira que os Estados Unidos abordam juridicamente o tema da liberdade de expressão, no qual se insere o caso do influenciador, é bastante distinto da maneira brasileira, comparativamente mais restritiva.”
Traduzindo: nos EUA, ainda existe liberdade de expressão, garantida pela Suprema Corte.
No Brasil, não.
Mais do que isso: nem mesmo a Interpol aceitou a difusão do pedido de prisão, provavelmente porque considerou o caso como PERSEGUIÇÃO POLÍTICA, o que é vedado pelas regras da polícia internacional.
FONTE: JBF https://luizberto.com/regime-petista-perde-esperancas-de-extraditar-allan-dos-santos/
Be the first to comment on "Salários de juízes de Goiás estouram teto e vão parar no STF: R$ 177 mil em um mês"