Encontra-se em plena montagem, já na fase do acabamento, o governo Dilma-3. Quem acompanha o noticiário político acha que a partir de 1º. de janeiro haverá mais uma administração Lula e, pelo que se anunciou no único compromisso compreensível de sua campanha eleitoral, todos ganharão um “Brasil Feliz”. Mas o que se vai ter na prática, pelas decisões anunciadas no “governo de transição”, é mais uma Dilma – com os resultados que se pode esperar de uma coisa dessas. O Lula de 2003, que assumiu a presidência da República pela primeira vez, não existe mais. Sua abordagem prudente da economia, e o reconhecimento de que o governo tinha de respeitar os mecanismos básicos do processo de produção, sumiram. O que existe agora é um Lula obcecado em fazer do Brasil um experimento de “socialismo”: como ocorreu com a “nova matriz econômica” de sua sucessora, quer impor aos brasileiros um país igual aos modelos desenhados nas cartilhas do PT. Mais que tudo, o novo presidente e o seu entorno não admitem que possa haver pensamentos e propósitos diferentes dos seus. É um contrato de desastre.
Dilma deixou um Brasil com a pior recessão da sua história econômica, desemprego maciço, inflação a caminho do descontrole, falência geral dos serviços públicos e índices recorde de miséria – além de um curso de pós-graduação em matéria de incompetência pura e simples. Lula, pelo que saiu até agora do “governo de transição”, vai repetir a dose. Escolheu para seu ministro da economia um subalterno pessoal que confessou, publicamente, que não entende nada do assunto – o que esperar de algo assim? Tudo o que ele fez até agora foi declarar guerra a todos e a cada um dos mecanismos que garantem a estabilidade econômica no Brasil de hoje. Lula não gosta de nenhum deles, e o novo ministro está lá para não gostar junto; não foi nomeado pela sua competência técnica, mas simplesmente é quem vai obedecer com mais empenho as ordens do presidente. Já se sabe muito bem que ordens são essas: entregar todos os recursos financeiros do país, dos 2 trilhões reais de arrecadação federal por ano aos 250 bilhões de lucro das empresas estatais em 2022, ao PT, aos amigos do PT e aos amigos dos amigos. Esse é único projeto econômico de Lula. É o seu único projeto político. É isso, o seu “socialismo” – e a razão objetiva do imenso esforço que foi feito nos últimos anos para que fosse declarado vencedor das eleições pelo TSE.
Mais que tudo, o novo presidente e o seu entorno não admitem que possa haver pensamentos e propósitos diferentes dos seus. É um contrato de desastre
Nada poderia comprovar de forma tão clara a privatização do Estado brasileiro em favor dos interesses representados pelo sistema Lula-PT do que a aprovação pela Câmara, na calada da noite e em cima das coxas, das mudanças na Lei das Estatais. Foi a primeira grande safadeza do governo Lula, ou desse Dilma-3 que se anuncia para o futuro próximo – um favorecimento alucinado aos novos senhores do Brasil. A Câmara, como se sabe, transformou-se num serviço de atendimento às ordens de Lula três minutos depois do TSE anunciar o resultado da eleição; desde lá, vem operando à toda para mostrar que vai ser tão obediente ao novo governo como é obediente ao STF. Seu feito mais notável neste curto espaço de tempo foi rasgar a Lei das Estatais, aprovada no governo Michel Temer e no clamor de moralização levantado pela Operação Lava Jato. A lei estabelece que uma pessoa só pode ser nomeada para cargos de diretoria em empresas estatais 3 anos depois de deixar o exercício de funções políticas; a Câmara, agora, reduziu esse prazo para 30 dias. Qual a razão lógica de uma mudança dessas? Qual o interesse público que ela poderia atender? O que a população ganha com isso? Não ganha absolutamente nada, é óbvio. A redução do prazo serviu unicamente para entregar o BNDES, um dos cofres mais recheados da República, ao dirigente petista Aloísio Mercadante – que compete com o ministro da Economia para ver quem obedece mais ao sistema Lula-PT. Não é só o BNDES, claro. Qualquer estatal, a partir de agora, pode ser entregue ao partido. É essa a democracia que acaba de ser salva pelo heroísmo dos altos tribunais de justiça deste país. Tem toda a cara da calamidade dilmista.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/teremos-dilma-3-por-que-o-pt-nao-admite-pensamentos-que-nao-sejam-os-do-partido/
AO VIVO: Megaoperação contra aliados de Bolsonaro / Senador teme prisões em massa (veja o vídeo)
Após ordem de Moraes, PF cumpriu mais de 80 mandados de prisão, busca e apreensão contra apoiadores do presidente Bolsonaro.
Também foi autorizado o bloqueio de contas e quebra de sigilo bancário.
E não para por aí!
O que deve acontecer daqui para frente?
Para comentar esses e outros assuntos, o Jornal da Noite recebe o advogado Henrique Oliveira e o analista político Gustavo Reis.
Assista, compartilhe, contribua para que o Jornal da Cidade Online continue sendo a sua voz.
Com a iminente possibilidade de caos, Lula tenta negociar com caminhoneiros para desarmar “bomba-relógio”
O ex-presidiário Lula (PT) e sua equipe com mais de mil pessoas agora buscam desmobilizar os caminhoneiros que se manifestam em todo o país há mais de dois meses por não confiarem no processo eleitoral
O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que coordena a transição petista, foi incubido de tentar, pessoalmente, esse diálogo com os que são considerados líderes do movimento.
O motivo da escolha, segundo interlocutores, se dá pelo fato do ex-tucano ser considerado mais afável e ter mais capacidade de negociação.
Alckmin, aliás, já teria se reunido, por duas vezes, com integrantes da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).
O PT também contaria com a ajuda de Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente nacional do partido, em conversa com a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) e o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sindicam) de Ijuí (RS).
Nada, entretanto, garante que as conversas estejam avançando, ou mesmo que essas organizações tenha, de fato, o poder de desmobilizar a categoria, em uma ação que tem se demonstrado orgânica e sem lideranças definidas
O PT tem pressa, preocupado com os riscos que até agora não apresentou uma solução para reduzir o preço do Diesel, afetado pela guerra entre Rússia e Ucrânia e ainda uma forma para conseguir manter o auxílio de R$ 1 mil aos caminhoneiros, um benefício de grande valia conquistado por Jair Bolsonaro para a categoria.
O tempo e cada vez mais curto para evitar “o pior” e Lula sabe disso
A “liturgia do cargo” caiu no samba
Imagine o leitor que, após uma partida bastante disputada na final da Copa do Mundo entre França e Argentina, com o resultado sendo decidido em um detalhe, a equipe de arbitragem fosse ao vestiário do vencedor para festejar com os novos tricampeões mundiais, em uma comemoração regada a champanhe. Imagine, ainda, que a arbitragem tivesse sido bastante controversa, com vários lances questionáveis sendo decididos sempre em favor do time que acabou se sagrando campeão. E que, naquele momento ao fim do jogo em que os assistentes correm para o centro do gramado, um dos bandeirinhas cochichasse “missão dada é missão cumprida” aos ouvidos do árbitro. O que a crônica esportiva mundial não comentaria a respeito?
Pois algo muito semelhante a essa cena hipotética ocorreu de fato em Brasília, na segunda-feira, 12 de dezembro, data da diplomação do presidente eleito Lula no Tribunal Superior Eleitoral, cerimônia marcada por um festival de exaltação da lisura da urna eletrônica e por promessas reiteradas de mais perseguição a quem continuar fazendo perguntas inconvenientes sobre o processo eleitoral. Chamado por Alexandre de Moraes para levar Lula ao plenário do TSE para receber o diploma, o corregedor da corte eleitoral, Benedito Gonçalves, foi flagrado dizendo “missão dada é missão cumprida” a Moraes. Gonçalves, recorde-se, é o mesmo que ganhou de Lula amistosos tapinhas no rosto quando Moraes foi empossado presidente do TSE, e ao longo da campanha tomou uma série de decisões benéficas ao petista e prejudiciais a Jair Bolsonaro, por exemplo ao proibir o presidente de usar imagens dos atos de Sete de Setembro e ordenar a censura prévia a um documentário da Brasil Paralelo.
É absurdo que magistrados de tribunais superiores, especialmente aqueles que tiveram o encargo de supervisionar o processo eleitoral formalmente encerrado com a diplomação, não vejam problema algum em festejar com o vencedor
O tribunal não negou a fala, mas disse que a “missão” era apenas a de “escoltar” Lula ao local onde seria diplomado. Ainda que se dê crédito à versão divulgada pela corte, o acinte maior ainda estaria por vir. Moraes, Gonçalves e o vice-presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, estavam entre os participantes de uma comemoração organizada pela futura primeira-dama, Rosângela Silva, na casa do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Também participaram da festa os ministros do STF Dias Toffoli e Gilmar Mendes, e o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas (responsável pela perseguição recente ao ex-procurador da Lava Jato e deputado federal eleito Deltan Dallagnol). O evento contou com a presença de um grupo de samba – não se sabe se Reunião de Bacana, clássico de Bezerra da Silva, fez parte do repertório.
Lula, seus futuros ministros e seus aliados no Congresso têm todo o direito de festejar à vontade; podem até caprichar na ostentação que hipocritamente criticam nos demais. O que não tem cabimento algum é que magistrados de tribunais superiores, especialmente aqueles que tiveram o encargo de supervisionar o processo eleitoral formalmente encerrado com a diplomação, não vejam problema algum em festejar desta forma com o vencedor. O detalhe de a casa pertencer a um advogado que é presença constante no Supremo, defendendo réus, apenas acrescenta uma outra camada de surrealismo a todo esse episódio.
Entre as muitas críticas que se faz ao presidente Jair Bolsonaro está a de que ele se importa muito pouco com a chamada “liturgia do cargo”, seja por sua postura, pelo palavreado, ou pelas quebras de protocolo. Muito, muito mais grave, no entanto, é a atitude de membros da cúpula do Judiciário que viola a “liturgia do cargo” não no que ela tem de aparência ou formalidade, mas levantando suspeitas sobre como os ministros encaram algo que está na essência do papel de um julgador: a imparcialidade e o distanciamento em relação àqueles que terão de julgar ou que os representam na qualidade de advogados.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/festa-lula-kakay-alexandre-de-moraes-tse/
Cargo de senador para ex-presidentes vira moeda de troca para aprovar PEC fura-teto na Câmara
A ideia de conceder o cargo de senador vitalício a ex-presidentes da República – o que lhes garantiria foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) – voltou a circular nos corredores do Congresso diante da iminência de Jair Bolsonaro (PL) deixar o comando do país. Ao menos publicamente, a proposta é rejeitada por parlamentares que criticam o governo e também por congressistas que apoiam Bolsonaro.
Nos bastidores, porém, há uma articulação em curso para viabilizar a figura do “senador para toda vida” envolvendo a aprovação da PEC fura-teto na Câmara dos Deputados. A informação, confirmada pela Gazeta do Povo, é do blog da Andréia Sadi, no portal G1. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), seria um dos fiadores da proposta.
O objetivo é atrair o PL, partido de Bolsonaro, que seria beneficiado por um assento no Senado, para votar a favor da PEC do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que abre um espaço de R$ 145 bilhões no Orçamento de 2023, por dois anos, para pagar o Bolsa Família (atual Auxílio Brasil) de R$ 600.
Havia a previsão de que a PEC fura-teto fosse apreciada em primeiro turno pelos deputados nesta quinta-feira (15), mas Lira transferiu a votação para a próxima terça-feira (20) justamente porque a base do governo eleito não tem votos suficientes para aprovar a matéria. E é aí que a ideia do senador vitalício entra.
A sugestão não é nova. Há décadas discute-se a concessão de uma cadeira permanente no Senado a ex-presidentes, como ocorre em países como Chile e Itália. Nos últimos meses, voltou a ser defendida pelo senador Eduardo Gomes (PL-TO), líder do governo Bolsonaro no Congresso. No início de novembro, pouco após o atual presidente perder o segundo turno da eleição, Gomes disse que buscaria assinaturas para protocolar uma proposta de emenda à Constituição que criaria a figura do senador vitalício.
No Senado, entretanto, a proposta esbarra na resistência do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que já disse ser totalmente contra. Com isso, as articulações passaram a se concentrar na Câmara, embora ainda não haja um texto formalmente protocolado na Casa. Duas lideranças da Câmara disseram à Gazeta do Povo que Lira está ciente e engajado na ideia.
Os dois líderes também afirmaram que a ideia é que a ocupação da cadeira de senador vitalício por ex-presidentes seja opcional e tenha uma condicionante: ao assumir o cargo, o ocupante ficaria impedido de disputar eleições. No caso de Bolsonaro, ele não poderia se candidatar novamente à Presidência da República em 2026, por exemplo.
Outra vedação do cargo é que o senador vitalício não poderia votar no plenário – apesar de ter direito a discursar, participar de comissões e a manter um gabinete com servidores. A principal vantagem seria garantir o direito ao foro privilegiado, o que impediria que eles fossem julgados na primeira instância do Judiciário.
Um fator que pode vir a mudar o ambiente no Senado é a eleição para o comando da Casa, em fevereiro. Embora seja favorito para ser reeleito presidente do Senado, Pacheco terá a concorrência do senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), apoiador de Bolsonaro, e do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que se declara independente. Girão afirmou à Gazeta do Povo ser contra a PEC do senador vitalício. Mas não se sabe a posição de Marinho.
Qual seria o custo do cargo de senador vitalício
Em entrevista à revista Veja, o senador Eduardo Gomes disse que o projeto teria “custo zero” aos cofres públicos, porque a estrutura destinada aos ex-presidentes no Senado seria um reaproveitamento do que já está à disposição, hoje em dia, aos ex-chefes do Executivo federal. Ainda não se sabe se a proposta que vem sendo discutida na Câmara não viria a criar custos.
Atualmente, o Brasil tem seis ex-presidentes: Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney. Como Lula será empossado presidente no dia 1º de janeiro, logo Bolsonaro passará à condição de ex. Há incerteza ainda se ex-presidentes afastados do cargo por força do impeachment, casos de Dilma e Collor, poderiam conseguir um assento no Senado.
Petistas, independentes e aliados de Bolsonaro são contra
A questão do foro privilegiado para ex-presidentes é um dos maiores pontos de controvérsia da criação do cargo de senador vitalício. Para adversários de Bolsonaro, o objetivo do projeto é blindar o atual presidente da República de futuros processos. “Isso é uma excrescência, um absurdo. É uma tentativa de deixar impune um presidente como Jair Bolsonaro”, afirma o senador Humberto Costa (PT-PE). “Se depender de nós, do PT, isso não passa nunca.”
Costa diz que o partido rejeita a proposta mesmo que Lula e Dilma venham a se beneficiar dela no futuro. “Se Dilma quisesse ser deputada ou senadora, iria disputar a eleição, e com chances”, afirma. A ex-presidente concorreu ao Senado em 2018, buscando uma vaga para representar Minas Gerais, mas foi derrotada.
Aliado de Bolsonaro, o senador Luís Carlos Heinze (PP-RS) também descarta a proposta. “Sou contra cargos vitalícios de qualquer natureza e considero que iniciativas como essas não serão acolhidas pelo Congresso. Cargos vitalícios fragilizam o sistema democrático”, diz.
O senador Girão, que se define como independente, mas costuma votar junto com o governo Bolsonaro, também critica a iniciativa. “Obviamente que eu voto contra isso. Não tem o menor cabimento esse jogo político para blindar ninguém – nem o atual [presidente] e nem os anteriores. Isso não tem fundamento. Vou votar contra e trabalharei contra esse projeto.”
A Gazeta do Povo consultou também líderes de outros partidos que, de forma reservada, indicaram não ver possibilidade de tramitação da iniciativa em 2023.
Mudança viria com PEC, que poderia ser contestada
A criação do cargo de senador vitalício teria que ser efetivada por meio de uma emenda constitucional. A aprovação de uma PEC é um dos processos mais longos e difíceis do Congresso, já que exige votos favoráveis de três quintos dos deputados e três quintos dos senadores, em dois turnos de votação, tanto na Câmara quanto no Senado.
Mesmo após a aprovação pelo Congresso, porém, a medida poderia ser contestada no STF e derrubada. “Mesmo uma emenda à Constituição pode ser inconstitucional. Nós tivemos o poder constituinte originário que criou a Constituição de 1988 e que estabeleceu um poder constituinte derivado capaz de reformar a Constituição. No entanto, essa reforma só pode ser feita nos limites da própria Constituição originalmente estabelecida”, diz o advogado constitucionalista Camilo Onoda Caldas.
Segundo ele, a ideia de fornecer um cargo político de forma vitalícia contrasta com dispositivos da carta magna. “A Constituição estabelece uma forma republicana de governo que implica justamente na temporalidade dos cargos, dentre outras características da República. Portanto, quando a gente estabelece um cargo de natureza vitalícia para um membro do governo, isso pode ser objeto de questionamento, já que não estaria em conformidade com os princípios republicanos.”
Brasil já teve senador vitalício
Durante o período do Império, que durou entre 1822 e 1889, o Brasil teve senadores vitalícios. Eles eram selecionados pelo imperador a partir de uma lista tríplice, formada com nomes eleitos pela população. A Constituição de 1891, a primeira do Brasil republicano, já não previa a figura do senador vitalício.
Embora durante a República o país nunca tenha tido senadores vitalícios, a ideia ressurgiu mais recentemente. Em 2006, por iniciativa do então senador Gilvan Borges (PMDB-AP), a criação desse cargo foi proposta. Borges é aliado do ex-presidente José Sarney, que seria um dos beneficiados.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/senador-vitalicio-pode-virar-moeda-de-troca-para-aprovar-pec-fura-teto/
A idade da pedra
Ouço grunhidos, rosnados, urros, berros. É tudo em defesa da democracia. O ser humano primitivo está de volta. Sua selvageria tem dentes afiados à mostra, ameaças, intimidação, coação. É tudo pela democracia, essa coisa destruída e reinventada. Coisa, não mais um exercício, um processo, um regime. Agora, é feita de retaliação, vingança, de raiva, ódio, perseguição, de destruição. Não tem mais relação com atos dentro da lei. Tem ranger de dentes, gritos e cusparadas disfarçados de discursos. Tem tapinhas no rosto, missão dada, missão cumprida. O povo está cercado por um bando.
As pedras estão nas mãos de quem? A bomba, a gasolina, o fogo, quem gosta disso? Não se engane, não tente enganar… Quem sempre tentou destruir? Quem destruiu? Quem separou? Os maus decidem que são mocinhos, que são os bons. Não desconfiar disso é se render. Não questionar é se deixar aprisionar. E vão arrebentar tudo, em tribunais, plenários, gabinetes, auditórios… Pedradas, pauladas. Não bastam todos os absurdos dos últimos anos, há o anúncio de novas surras nas leis.
Os maus decidem que são mocinhos, que são os bons. Não desconfiar disso é se render. Não questionar é se deixar aprisionar. E vão arrebentar tudo, em tribunais, plenários, gabinetes, auditórios
O ódio está pregado nos maus. E o espancamento que promovem, eles anunciam, vai piorar. O autoritarismo foi diplomado, a supressão das leis foi aplaudida de pé por um minuto. O que é verdade, o que é mentira, isso só eles sabem. Chega de liberdade de expressão, de liberdade de imprensa, a internet também é deles, as redes sociais a eles pertencem. Sequestro da palavra, mordaça, e o chefe da verdadeira turma da pedra fala em “minha luta”.
Tragédia, mais tragédia… O bando vê lisura e transparência e exige que todos vejam também. Não ouse enxergar a lisura e a transparência esmigalhadas, sob paus e pedras. Quem tem as chaves da cadeia? Os tortos, os capengas, enganadores, dissimulados, os descarados. Eles acham que a brutalidade e os abusos são redentores, que a tortura e o medo conduzirão à verdade, à pacificação. A democracia? Ela foi abandonada, em convulsões terminais.
Eles formam a verdadeira turma da pedra e inventam que são democratas. E todos os que pensam como eles também são. Os outros são fascistas, extremistas, vândalos, ainda que não destruam nada, ainda que sejam pacíficos e ordeiros, ainda que falem em garantias constitucionais. Não importa, serão eliminados. Não haverá oposição, não haverá Estado de Direito, não mais. Estão queimando tudo. E o que faremos, a partir das cinzas, é um desafio gigantesco e inadiável.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luis-ernesto-lacombe/a-idade-da-pedra/
PEC Fura-teto: deputado ameaça deixar relatoria
O embate entre MDB e o União Brasil por fatias do futuro ministério teve direito a ameaça de Elmar Nascimento (União-BA) de abandonar a relatoria da PEC Fura-teto na Câmara. O deputado esperava ser ministro de Minas e Energia, indicado pelo seu próprio partido. O voo do parlamentar foi encurtado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que avisou que Lula teria outros planos: entregar a pasta ao MDB.
Só no Natal
Insatisfeito com a negativa, Elmar ameaçou deixar o posto e até a fazer mudanças que atrasariam o texto, já chamado de “PEC-Peru”.
Amigos do rei
Renan Calheiros (MDB-AL) pleiteia uma vaguinha no ministério para o filho Renan Filho (MDB-AL), senador eleito.
Queda de braço
O clã Calheiros é adversário do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que está com a faca e o queijo na mão para aprovar a PEC.
Cobertor curto
Até no MDB a “cota Renan” é indigesta. A ala da Câmara quer uma vaga e já teve que engolir Simone Tebet (MS). A sigla deve ter só duas vagas.
Girão lança candidatura e divide voto bolsonarista
A candidatura de Eduardo Girão (Podemos-CE) a presidente do Senado, confirmada nesta quinta (15), foi recebida com estranhamento pelos demais senadores que apoiam o atual governo. É que a aposta do PL e dos bolsonaristas é a candidatura do ex-ministro e senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), o preferido do Planalto. Com sua candidatura, Girão divide os votos e favorece e a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Dividiu, dançou
Está na união a chance de vitória do campo bolsonarista, segundo avaliam políticos mais experientes.
Aposta na união
O PL elegeu a maior bancada do Senado e tem chance objetiva na disputa pela presidência da Casa, mas terá de unir todas as forças.
Mostrando serviço
Para viabilizar a reeleição, Pacheco se aproximou de Lula, a quem prometeu muito. Começou entregando a aprovação da PEC Fura-Teto.
O começo do fim
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), senador eleito pelo Rio Grande do Sul, acha que o projeto escancarando de novo as estatais a políticos e à corrupção “fere de morte o ingresso do Brasil na OCDE”.
Moro na torcida
Para o senador eleito Sérgio Moro (União Brasil-PR), se de fato o Senado não votar a mutilação da Lei das Estatais, “será uma vitória da cidadania e uma decisão acertada dos senadores”.
Assalto combinado
Durante visita que recebeu do boquirroto presidente Alberto Fernández, Lula prometeu R$3,7 bilhões do BNDES para bancar um gasoduto na Argentina. O BNDES negou. É que a ordem só chegará após o dia 1º.
Prioridade
Antes de encontro com líderes africanos, o governo de Joe Biden (EUA) anunciou a intenção de doar US$55 bilhões para a África. O valor representa cerca de 20% do que já os EUA já enviaram para a Ucrânia.
Tomando de assalto
O PT de Gleisi Hoffmann avisou que vai entregar neste fim da semana a Lula uma “lista de indicados” para o ministério do futuro governo. É o golpe final. Outros partidos, como o PSB, preparam suas próprias listas.
Vale tudo
Cortando um dobrado para aprovar a PEC Fura-teto, o deputado José Guimarães (PT-CE) apela até para adversários. Diz que a aprovação da PEC “desafoga as contas do governo Bolsonaro”.
Combinar com os russos
O deputado Cláudio Cajado (PP-BA) dá o diagnóstico do que está impedindo a PEC Fura-teto, que passou com facilidade no Senado, de avançar: faltou combinar com a Câmara.
Tô aqui
Perdendo forças após ser cotado para o Tesouro de Haddad, Felipe Salto, secretário da Fazenda de São Paulo, deu um jeito de elogiar Gabriel Galípolo e Bernardo Appy, escolhas do almejado chefe.
Pensando bem…
…a “emenda Mercadante” terá de esperar até o governo que vem.
FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/pec-fura-teto-deputado-ameaca-deixar-relatoria
Girão se lança à presidência do Senado e divide votos bolsonaristas
PL alega que, com a divisão, Girão favorece a reeleição de Pacheco
A candidatura de Eduardo Girão (Podemos-CE) a presidente do Senado, confirmada nesta quinta (15), foi recebida com estranhamento pelos demais senadores que apoiam o atual governo.
É que a aposta do PL e dos bolsonaristas é a candidatura do ex-ministro e senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), o preferido do Planalto.
Com sua candidatura, Girão divide os votos e favorece e a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Está na união a chance de vitória do campo bolsonarista, segundo avaliam políticos mais experientes.
O PL elegeu a maior bancada do Senado e tem chance objetiva na disputa pela presidência da Casa, mas terá de unir todas as forças.
Para viabilizar a reeleição, Pacheco se aproximou de Lula, a quem prometeu muito. Começou entregando a aprovação da PEC Fura-Teto.
FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/ttc-brasil/girao-se-lanca-a-presidencia-do-senado-e-divide-votos-bolsonaristas
Alexandre de Moraes está cumprindo a ameaça sobre “muita gente para prender”
Na quinta-feira um caminhão de mudanças foi visto no Palácio do Alvorada. Consta que o presidente Bolsonaro vai ficar morando em Brasília, exercendo um cargo no Partido Liberal. O senador Randolfe Rodrigues, que adora ir direto ao Supremo, passando por cima do Ministério Público, já falou em pedir o despejo do presidente. O que não vai acontecer, porque provavelmente Bolsonaro tomou a iniciativa de sair. Ele não vai dar esse gostinho à esquerda, talvez esteja pensando nisso também, até porque o que estamos vendo é algo que não tem limites.
PT quer ver Bolsonaro preso e enfraquecer oposição no Congresso
Há um pedido da coligação de Lula nas mãos do ministro Benedito Gonçalves, do TSE, aquele dos tapinhas, que disse que “missão dada é missão cumprida”. O objetivo é tentar prender o presidente, alegando que ele se excedeu, cometeu abuso, uso indevido dos meios de comunicação – isso porque ele só usa as redes sociais – e abuso de poder político, que é algo muito subjetivo. Mas tudo é possível a essa altura. Estão incluídos no mesmo pedido parlamentares que foram muito bem votados nessa última eleição: Bia Kicis, Carla Zambelli, Magno Malta, Gustavo Gayer, Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro, gente que faria uma oposição muito firme, e por isso o PT tentará anular os votos recebidos por eles.
De repente o STF lembrou que a transparência é importante
Enquanto isso, o Supremo está lá examinando a transparência do tal “orçamento secreto”, que é a forma como apelidaram as emendas do relator. Engraçado que, enquanto se discutia a eleição e a apuração, ninguém falava de transparência. Mas agora, nessas discussões no Supremo, a transparência virou a coisa mais importante de todas aquelas listadas no artigo 37 da Constituição…
Para sufocar manifestações, STF continua interferindo em outros poderes
E não há como não registrar que Alexandre de Moraes está cumprindo os seus desejos. Rindo, ele disse numa palestra que ainda vai prender e multar muita gente. Pois fez isso na quinta-feira, com 81 mandados de busca e apreensão para a Polícia Federal cumprir, ligados a bloqueios de rodovias e outras manifestações. Houve o bloqueio de contas bancárias de 43 pessoas que estariam fornecendo sustentação para as manifestações – deve ser água mineral, comida, barraca. No Espírito Santo, Moraes proibiu dois deputados estaduais – Capitão Assumção e Carlos Von – de dar entrevistas e usar as redes sociais; eles vão ter de usar tornozeleira, ou seja, estão presos. E, se não cumprirem a ordem, vão ter as contas bloqueadas e serão multados. Além disso, foram presos também o presidente eleito da Câmara de Vereadores de Vitória, Armandinho Fontoura; um pastor, Fabiano Oliveira; um radialista, Max Pitangui; e um jornalista, Jackson Rangel Vieira. Tiraram os computadores e os celulares tanto do vereador quanto dos deputados estaduais.
Vamos ver o que dirão o presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, deputado Erick Musso, e a Câmara Municipal de Vitória, diante dessa interferência sobre a imunidade parlamentar. Nem vou dizer que o artigo 2.º da Constituição será aplicado agora, porque ele já foi anulado há bastante tempo, desde que Alexandre Ramagem foi proibido de ser diretor da Polícia Federal e o presidente Bolsonaro não reagiu; isso foi em abril de 2020. E não há como não lembrar de dezembro de 2016, quando o Supremo fez o mesmo com Renan Calheiros, tirando-o da presidência do Senado, ele disse que de lá não sairia, e o Supremo teve de engolir Calheiros. Lembro disso para vermos como cresceu exponencialmente o avanço sobre outros poderes.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/alexandre-de-moraes-operacao-manifestacoes/
ABANANDO OS COMPARSAS
FALTA POUCO PRA COMEÇAR A FARRA LULAICA
O BABACÃO TÁ SE CAGANDO NAS CALÇAS
TEMPOS ABSURDOS
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, proibiu os deputados capixabas Capitão Assumção (PL) e Carlos Von (DC) de dar entrevistas sobre os mandados de busca e apreensão desta quinta-feira, 15.
O descumprimento implica em multa e bloqueio de contas bancárias.
Agentes da PF bateram à porta dos gabinetes dos parlamentares pela manhã na Assembleia Legislativa do Espírito Santo e também foram às residências.
Foram recolhidos computadores e celulares – eles estão proibidos de usar as redes sociais. O processo corre sob sigilo.
Os dois também vão usar tornozeleiras eletrônicas.
* * *
Estamos submetidos a uma ditadura insana.
Rui Barbosa resumiu tudo numa única frase:
Já estamos vivendo numa ditadura judiciária aberta, escancarada, arreganhada.
Não temos a quem recorrer.
É triste, é horrível, é horripilante esta situação.
A psicopatia impera no Brasil nestes dias absurdos e surreais.
Que país é este que vamos deixar pros nossos filhos?
DESASTRE À VISTA
FONTES: JBF https://luizberto.com/
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