O presidente eleito Lula (PT) usou o seu discurso de ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na cerimônia de diplomação, para mais uma vez dividir o País entre os que “amam” e os que “odeiam”, colocando-se como sempre no lado dos amorosos, que só professam “ódio do bem”. Apesar de ser um político experiente, ele não se recuperou da prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, e tem sangue nos olhos. Poderia ter falado ao País, mas continuou no palanque, dirigindo-se aos militantes.
Até aqui de raiva
Nem mesmo os preocupados aliados sabem se Lula será capaz, como líder, de estender a mão aos que não votaram nele. Metade do País.
Já a corrupção…
Em vez de prometer que Mensalão e Petrolão não se repetirão, ele optou por intimidar eventuais denunciantes, com ameaças à livre manifestação.
Ataque inútil
Lula perdeu tempo atacando a Bolsonaro, em atitude que não é usual em discursos de diplomação. Deveria ter descrito o país que pretende legar.
Dueto de rancor
Coincidência ou não, o discurso do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, estava em linha com o de Lula, no ataque ao atual presidente.
Alcolumbre quer apoio do PT para presidir Senado
A tramitação a jato da PEC Fura-teto envolveu muita negociação entre o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União-AP), e a Transição. Os petistas desconfiavam que Alcolumbre atrasaria a votação do texto. Na conversa de defunto que quer reza, o político do Amapá confessou a vontade de voltar a presidir o Senado com apoio do PT. Na prática, ele passaria a perna no aliado Rodrigo Pacheco (PSD), que ajudou a eleger.
Procurado
Rodrigo Pacheco, que busca a reeleição, também foi procurado. Seria a dobradinha de apoio Alcolumbre/Pacheco e depois Pacheco/Alcolumbre
No radar
O movimento não caiu bem entre Tereza Cristina (PP-MS), o clã Calheiros (MDB-AL) e Rogério Marinho (PL-RN). Todos de olho na vaga.
Inconfiáveis
O PT desconfia de Alcolumbre e Pacheco. Conhece o histórico da dupla jogando bola nas costas de Bolsonaro, apesar da ajuda que receberam.
De fininho
Aplaudido pela claque após discurso na cerimônia de diplomação, Lula deu um jeito de correr dos jornalistas na saída do evento. Usou a porta dos fundos do TSE, cercado por uma muralha de seguranças.
Sem previsão
No meio da tarde de ontem, rodou entre os deputados mensagem da Mesa Diretora da Câmara dizendo não haver “data definida para votação da PEC-24-A/2019”. É nela que está apensada a Pec Fura-Teto.
Josué como opção
Presidente da Fiesp, Josué Alencar (MDB) tentou emplacar o Ministério da Fazenda, que acabou nas mãos do PT e Fernando Haddad. Agora sassarica para presidir a Petrobras, a estatal mais roubada nos anos PT. A opção Josué agrada mais que a de Aloizio Mercadante, cruz credo.
(D)efeito Mercadante
A plantação de Aloizio Mercadante presidindo a Petrobras foi mais um tiro de bazuca na estatal. Somente ontem perdeu R$20 bilhões em valor de mercado. Sua ação, que custava acima de R$37 antes do segundo turno, chegou nesta segunda-feira a R$23. E não é o fundo do poço.
Petrolão municipal
Cotado para ressuscitar o Ministério do Trabalho de Lula, o ex-prefeito Luiz Marinho foi indiciado pela CPI da OAS de São Bernardo do Campo (SP), em 2021, que apurou milhões afanados de obras (só) no município.
Triste aniversário
Há apenas seis anos era aprovada a Emenda Constitucional do Teto de Gastos Públicos, que deve virar mais uma peça de ficção, após a aprovação da PEC Fura-Teto de Lula (de quase R$150 bilhões).
13 de dezembro
O ministro Alexandre de Moraes aniversaria nesta terça (13). Por inquietante coincidência, ele nasceu no mesmo dia e ano da decretação o AI-5, ato institucional que instaurou a ditadura e a censura no Brasil.
Trauma
Haddad deve fazer anúncios nesta terça sobre os rumos que a economia, no Ministério da Fazenda. Sabendo que é rejeitado, ele poderá dar as notícias após o fechamento do mercado financeiro.
Pensando bem…
…como parece fácil mudar (ou ignorar) a Constituição.
FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/lula-fala-em-amor-mas-nao-disfarca-seu-rancor
Alexandre de Moraes manda prender Cacique Tserere
Manifestantes dizem que índio foi preso injustamente a mando de Alexandre de Moraes
Manifestantes que estão posicionados em frente ao Palácio da Alvorada denunciam que o índio Xavante Cacique Tsererê foi preso nesta segunda-feira (12) pela Polícia Federal.
Manifestantes se deslocaram para a sede da Polícia Federal em Brasília em protesto contra a prisão do índio. Há registro de depredação e até carros queimados. A Polícia Militar do Distrito Federal confirma que o protesto tem como motivação a prisão do indígena.
O protesto fica a poucos quilômetros de onde está hospedado o presidente eleito Lula. O hotel teve a segurança reforçada pelo batalhão de choque da PMDF.
O índio, que ganhou notoriedade por se posicionar contra o presidente eleito Lula, segundo manifestantes, foi preso após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Em vídeo que circula nas redes sociais, o cacique chama Lula de “bandido” e afirma que o petista “só vai governar por cima do meu cadáver”.
Também já circulam na internet vídeos do protesto no momento da prisão do indígena. Veja:
O Supremo Tribunal Federal se manifestou e confirmou a prisão do indígena. Veja o que diz a nota:
O ministro Alexandre de Moraes acolheu pedido da PGR e decretou a prisão temporária, pelo prazo de 10 dias, do indígena José Acácio Serere Xavante, por indícios da prática de crimes em atos antidemocráticos.
Segundo a PGR, Serere Xavante vem se utilizando da sua posição de cacique para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito e de ministros do STF.
A prisão se fundamentou na necessidade de garantia da ordem pública, diante da suposta prática dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/xwk-brasil/manifestantes-denunciam-prisao-do-cacique-tserere-em-brasilia
Protesto contra decisão de Moraes se espalha por Brasília
Capital federal registra protesto com depredação e incêndio de carros
A região central de Brasília passa por violento protesto na noite desta segunda-feira (12) após prisão de um índio pela Polícia Federal.
A informação foi confirmada pela Polícia Militar do Distrito Federal, que não informou de quem se trata a prisão. Manifestantes dizem se tratar do índio xavante cacique Tsererê.
Uma mulher que se identifica como esposa do cacique afirma que ele foi preso na frente dela e dos filhos. Veja abaixo.
A prisão revoltou manifestantes contrários ao presidente eleito Lula que se dirigiram para a sede da Polícia Federal na Asa Norte, região central de Brasília, e a poucos quilômetros de onde está hospedado Lula. Houve reforço na segurança do hotel, a PMDF deslocou a tropa de choque para o local.
O índio ganhou notoriedade por se posicionar contra o presidente eleito Lula. Segundo manifestantes, foi preso após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Veja imagens do protesto:
FONTE: DIÁRIO DO PODER https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/xwk-brasil/protesto-contra-prisao-de-indio-se-espalha-e-brasilia-vive-cena-de-guerra
Helicóptero pousa na calada da noite em hotel do ex-presidiário. PT nega “resgate”
O homem que, de acordo com a apuração realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teve 60 milhões de votos, parece que precisou ser ‘resgatado’ no hotel em que está hospedado em Brasília.
Rumores dão conta de que Lula teria sido retirado do local, em razão das manifestações populares que ocorrem em Brasília.
O PT nega a remoção.
Tudo indica que é mais uma mentira deslavada do partido.
Por volta de 23h, um helicóptero da Polícia Federal pousou no Meliá Hotel.
A PM reforçou a segurança no entorno do local.
Nunca se viu na história um homem com tanto voto e que precisa de tanta proteção contra os eleitores.
Isso realmente é incompreensível.
Como a oposição a Lula se articula para próxima legislatura do Congresso
A futura oposição ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se articula no Congresso Nacional para se contrapor ao governo petista de forma organizada e institucional. Na Câmara e no Senado, há negociações e movimentações desde novembro. Em jogo, a ambição pessoal pelos postos de liderança, o interesse em fazer um contraponto ao futuro governo Lula e a defesa do legado da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na Câmara, a liderança da oposição é pleiteada pelos deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP) e Evair Vieira de Melo (PP-ES), vice-líder do governo na Câmara.
No Senado, o atual líder do governo, Carlos Portinho (PL-RJ), é favorito para assumir o posto. A senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) é outra candidata e se articula para isso.
A maioria dos “candidatos” quer ser líder da oposição. Mas eles também não descartam a possibilidade de assumir a liderança da minoria no Senado, na Câmara e no Congresso (são três cargos existentes). A liderança da oposição existe apenas nas duas Casas.
A liderança do Congresso atua em votações que reúnem parlamentares das duas Casas, o que envolve, por exemplo, articulações sobre os vetos presidenciais e comissões mistas, incluindo a do Orçamento. Um parlamentar cotado para o cargo é o atual ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, senador e presidente nacional licenciado do PP.
Diferentemente das disputas pelas presidências da Câmara e do Senado, não há eleições formais para a definição dos líderes da oposição e da minoria. O processo de escolha é feito internamente, nos bastidores, por quem tem mais apoio entre os parlamentares de oposição. Isso não impede, porém, que cada um se articule e peça o apoio de seus colegas.
Como está a disputa pela liderança da oposição no PL da Câmara
A disputa pela liderança da oposição na Câmara é intensa e ameaça causar um racha na bancada do PL. Segundo deputados do partido ouvidos pela Gazeta do Povo, a divisão seria fruto de uma tentativa de Eduardo Bolsonaro e seus aliados de isolar Zambelli. O parlamentar foi questionado pela reportagem, mas não respondeu.
Já a deputada rejeita o suposto isolamento. “Tenho visto na imprensa uma tentativa de me afastar do PL, mas eu não sinto isso, muito pelo contrário. O PL me trata com bastante prestígio”, afirmou à reportagem. Ela não negou estar na disputa pela liderança da oposição, mas não se manifestou sobre o assunto. Os aliados de Zambelli defendem que sua indicação é natural em razão dos votos que recebeu na eleição de outubro.
Já Carlos Jordy confirma o interesse no cargo e afirma que tem trabalhado nisso há “pouco mais de um mês nos bastidores”. “É claro que isso é tudo uma construção. A gente tem que ouvir outros parlamentares. E eu acredito que liderança da oposição tem que ser [ocupada] por um parlamentar atuante e combativo”, diz.
Jordy não cita especificamente as disputas internas, mas entende que os opositores de Lula não devem deixar que “vaidades” contaminem o processo de escolha para o cargo de líder do grupo. “Tem que ter uma pessoa que queira trabalhar nesse sentido e que arregace as mangas unindo os deputados de diversos partidos de oposição para, efetivamente, trabalhar. E para conseguir fazer com que a gente possa dar voz à grande parcela dos brasileiros que não concordam com um possível governo Lula”, diz.
A fim de apaziguar o ambiente interno, a bancada do PL trabalha para que a liderança seja rotativa, ou seja, que cada deputado ocupe o cargo por um ano. A composição é articulada junto ao líder do partido na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
O deputado federal Sanderson (PL-RS), vice-líder do governo na Câmara, é outro nome citado nos bastidores, mas ele nega se movimentar para ser líder da oposição. “Não sou candidato a liderar a oposição, o partido, nem nada”, diz. Ele afirma, porém, que não negaria o posto caso fosse escolhido por Bolsonaro. “Se indicado, escolhido e homologado pelo presidente Bolsonaro, eu, obviamente, não declinaria o convite.”
Como está a articulação pela oposição fora do PL
O deputado Evair de Melo (PP-ES) também admite estar em articulações para viabilizar sua indicação ao posto de líder dos oposicionistas do futuro governo. “Estou centrado em organizar a oposição. Conversei com o Arthur [Lira, presidente da Câmara], com o Valdemar [Costa Neto, presidente do PL], com o Ciro [Nogueira] e com o Altineu [Côrtes]”, afirma. “Estou trabalhando e pedindo ‘voto’ [apoio]. Também já conversei com os deputados do PL e outros partidos.”
A articulação do vice-líder do governo não é bem vista entre alguns deputados do PL. Alguns entendem que a liderança deve ficar com alguém do partido por ser a maior bancada da Câmara. Outro motivo apontado é o apoio do PT à recondução de Lira à presidência da Câmara. Mas Evair se diz tranquilo e assegura que suas articulações são de conhecimento de Lira.
Sobre a concorrência ao cargo, porém, Melo diz que, até o momento, não viu outros deputados “pedindo voto”, como ele. O deputado afirma, inclusive, ter promovido uma reunião com “quase” 30 parlamentares. “Estou atuando na tribuna todo dia, defendendo o legado do Bolsonaro e exercendo uma oposição dura”, diz. “Vou vigiar 24 horas por dia as lambanças que o Lula vai fazer, porque já está fazendo antes mesmo de ser presidente.”
Melo promete uma “oposição implacável, programática” e estratégica contra o novo governo do PT. “O Lula tem que ficar sabendo que ele vai ter uma oposição que conhece o regimento da Câmara. Estamos com uma turma experiente. A oposição a ele não vai ser a do PSDB de dez anos atrás. Estamos estudando e nos preparando, vamos dar um trabalho maluco, vamos dar um nó regimental, não só de discurso”, diz.
O deputado Bibo Nunes (PL-RS), vice-líder do partido na Câmara, não é candidato a ser líder da oposição, mas diz o que considera como as qualidades que um candidato precisa ter para se viabilizar. “Quem quer ser líder da oposição tem que ser combativo, ter argumentos e conhecer todos os erros do governo [Lula]. Conhecer o regimento também é muito importante. Fora disso, nem se candidate”, avalia. Por isso, ele não faz objeção a candidatos de fora de seu partido, como Evair de Melo.
O deputado Marco Feliciano (PL-SP), vice-líder do governo no Congresso, considera que há predicados importantes para a disputa do cargo além do engajamento. “O bom líder não deve ser novato. Deve ser articulado e com bom trânsito entre as lideranças. Deve conhecer os caminhos do regimento e dar bem o recado, principalmente para a imprensa e população”, afirma.
O deputado Sanderson elogia os deputados Evair de Melo e Carla Zambelli, e diz que ambos são boas opções para a liderança. “Os dois falaram comigo para ver se eu os apoiaria. O Evair foi o primeiro a falar comigo, é uma pessoa fiel ao presidente Bolsonaro, um vice-líder, e vai acabar liderando essa frente. A Carla, sendo do meu partido, também é um bom nome. E o meu nome está à disposição se o conjunto dos deputados assim também entender”, afirma.
Como está a disputa pela liderança da oposição no Senado
A disputa pela liderança da oposição no Senado está menos acirrada. Após abdicar de sua pré-candidatura à presidência da Casa e selar apoio pela candidatura do senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), Portinho diz que acordos internos sugerem que “muito provavelmente” ele assumirá a liderança da oposição.
“Estava construindo a minha candidatura, assim como o [senador] Eduardo Gomes, saímos em consenso com a união em torno do nome do Marinho, não foi difícil chegar a esse consenso, foi muito fácil, o que mostra que não tem vaidade e espaço de poder que esteja nos movendo, o que queremos é vencer e fazer as transformações que a população exige do Senado”, diz.
Dentro dessa costura, havia uma indicação de que Portinho seria indicado para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas ele destaca ter abdicado a favor da composição com demais partidos e senadores. “Dentro dessa construção de uma candidatura, eu também me coloquei à disposição do partido para que esse espaço possa ser negociado com a adesão daqueles que acreditam nesse projeto”, diz.
Em razão de acordos, Portinho tende a ficar com a liderança da oposição no Senado. “É um posicionamento importante, acho que tenho muito a contribuir. Lógico que todos os senadores que estão conosco são importantes nesse processo, há uma liderança compartilhada desde que assumi a liderança do governo, sempre compartilhei os espaços de fala, inclusive, de condução. Se for o caso, pretendo continuar [como líder da oposição] porque acho que tenho realmente bastante para contribuir”, afirma.
A senadora eleita Damares Alves também articula o posto nos bastidores e, segundo os mais próximos, conta com o apoio de Ciro Nogueira. É dito no Congresso que o ainda ministro da Casa Civil “vai ser oposição” a Lula, e pode assumir a liderança da minoria no Congresso.
Portinho lembra que há outros espaços previstos, como o da minoria no Senado, e diz que Damares e outros senadores são muito importantes para a construção de uma oposição. “Todos são muito importante, pois não se faz sozinho uma oposição, e tem espaço para todo mundo que queira contribuir para o país fazendo uma oposição construtiva, com base, conteúdo e lógica. E Damares, por exemplo, é pessoa imprescindível no Senado, assim como senador Mourão, Heinze, Amin, e Girão. Existe espaço para todos e é muito importante que essa liderança seja compartilhada”, afirma.
O que explica a disputa pelas lideranças dentro da base de Bolsonaro
Além de comandar a oposição, a liderança desse bloco e o da minoria são postos reivindicados pela exposição política e pelo orçamento disponível a seu ocupante, diz o cientista político Lucas Fernandes, coordenador de análise política e sustentabilidade da BMJ Consultores Associados.
“O líder da oposição ganha mais orçamento e estrutura, tem um gabinete próprio além do que já tem enquanto deputado, e vai ter mais possibilidades de empregos para privilegiar aliados. Então, isso tudo faz diferença. E é um cargo que vai dar visibilidade”, destaca.
Além disso, a titularidade do posto também assegura ao parlamentar assento no colégio de líderes. “Vai estar lá na formulação da pauta [de votações] e ajudar o presidente da Câmara a decidir quais projetos serão encampados. Durante as sessões do plenário, é um espaço de muita visibilidade. O líder da oposição tem direito à voz para encaminhar as votações. É um espaço que dá visibilidade, é um poder interessante”, diz Fernandes.
Diferentemente das lideranças partidárias, porém, a liderança da oposição ou da minoria não permite que os líderes assinem requerimentos ou destaques por toda uma bancada, prerrogativa dada a líderes de partidos, diz o analista.
Ele entende que parlamentares “regimentalistas” (que conhecem muito bem os regimentos de Câmara e do Senado) têm vantagem ao pleitear o posto. Mas avalia que, dadas as composições no Congresso e as possibilidades de reeleição de Lira e Pacheco, é mais provável as lideranças da oposição ficarem com quadros políticos do PL.
“Mas ainda estamos em um debate sobre o quanto a gente vai conseguir ver de oposição institucional, o quanto disso é personalismo, e como Bolsonaro se comporta no ano que vem. Para ele, ter um filho como líder da oposição seria ótimo. Mas ele está abdicando de falar durante muito tempo. Vamos ter que ver como ele se comporta no próximo ano”, afirma Fernandes.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/como-oposicao-lula-articula-proxima-legislatura-pl/?#success=true
Há mais de 40 dias Simone não vê Lula e aliados já descobriram a causa do distanciamento
Simone Tebet foi devidamente escanteada.
Tudo indica que o ‘sonho’ ministerial da senadora em fim de mandato, não vai rolar.
A causa do distanciamento parece que está bem clara.
Janja não suporta Simone.
Eis a nota reveladora publicada no portal Metrópoles:
“Aliados de Simone Tebet apontam a socióloga e futura primeira-dama, Janja, como causadora do distanciamento da senadora com Lula.
Nesta segunda-feira (12/12), Simone Tebet não compareceu à diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ausência ganhou as rodas de conversas de integrantes do grupo de transição. Para além das negociações envolvendo Lula e o MDB, aliados da senadora afirmam que Janja se posicionou contra a participação de Tebet no governo petista.
Assim que acabou o primeiro turno, foi Janja quem primeiro ligou para a Tebet, que ficou em terceiro lugar na corrida à Presidência, para costurar uma aproximação com Lula.
O MDB pretende indicar três ministros. Apoiada pelo presidente nacional da legenda, Baleia Rossi, Tebet representaria a cota institucional do partido. Uma garantia de que, em 2026, o partido estará com Lula.
Além disso, o MDB pleiteia indicar um nome para representar a bancada da Câmara, que terá 49 parlamentares na próxima legislatura, e outro para representar o Senado, Casa na qual a legenda elegeu 10 cadeiras.
Algumas pessoas próximas de Lula, contudo, têm sustentado que Tebet não deve assumir uma pasta nessa configuração. Entre elas, a futura primeira-dama, Janja.”
Em suma, Simone não merece confiança.
Janja é pior do que Lula.
TSE e a cartilha de palavras proibidas
Depois de censurar opinião, agora TSE quer limitar o vocabulário
TSE há muito deixou de ser a sigla para Tribunal Superior Eleitoral na cabeça dos brasileiros, porque a corte administrativa, que deveria cuidar só de eleições, arvorou-se o direito de ditar regras sobre o que pode ou não ser dito e como dizer.
Não bastasse a censura prévia, os temas proibidos, os questionamentos impossíveis de serem feitos sob ameaça de banimento de redes sociais, multa e, quiçá, prisão, agora o TSE achou por bem lançar uma cartilha de palavras e termos impróprios, que devem ser banidos do vocabulário.
A vontade é de mandar plantar batata, mas o melhor talvez seja mesmo lembrar aos excelentíssimos ministros que ainda há muitos pedidos de direito de resposta até hoje não analisados e um radiolão inteiro por investigar.
Isso sem falar nas “anomalias” que colocam as eleições de 2022 sob enorme suspeita para uma parcela considerável da população. Ou seja, tem serviço pra burro! Por que raios perdem tempo discutindo a linguagem?
Acredito que a maior parte dos brasileiros concorda que seria de melhor serventia se os ministros do TSE cuidassem do que lhes é devido e deixassem a língua portuguesa em paz.
TSE e a “novilíngua”
Depois de ler que o TSE, que tantas respostas deve ao povo brasileiro, andou promovendo encontro para discutir Democracia e Consciência Antirracista, e que daí saiu uma listinha de palavras proibidas, a sensação é mesmo a de estar dentro do clássico da literatura 1984.
A ficção, escrita há mais de sete décadas, parece ser a mola propulsora de ideias nas altas cortes de justiça brasileiras. Primeiro instituíram um “Ministério da Verdade” para determinar o que pode ou não ser dito. E ai de quem não obedecer. A censura corre solta, multas e prisões, idem.
A 2ª geração de desordem eleitoral vem disfarçada de cartilha para impor ao país uma nova língua (“novilíngua”), seguindo os passos do que está descrito no romance distópico do jornalista indiano naturalizado britânico, George Orwell.
Ao todo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) listou 40 palavras e expressões numa cartilha politicamente correta, cujo título é “Expressões racistas: por que evitá-las”.
Segundo o órgão, o objetivo do manual é listar palavras e expressões a serem banidas do vocabulário brasileiro sob a justificativa de que os termos seriam ofensivos a pessoas negras. Aí entra de tudo, do verbo esclarecer ao bolo “nega maluca”.
É um verdadeiro “samba do crioulo doido”, um manual de “meia-tigela”, feito “nas coxas”, não sei se por “pretos de alma branca”, brancos de alma preta, índios, amarelos, pardos, “mulatos”, pouco importa.
No Segunda Opinião, esses burocratas do voto, que querem agora avançar sobre a linguagem, não passarão. Vamos esclarecer tudo para não deixar a comiossão sei lá das quantas do TSE denegrir a língua portuguesa. Minha pátria é minha língua!
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/cristina-graeml/tse-e-a-cartilha-de-palavras-proibidas/
Diplomação de Lula é festival de louvor à urna eletrônica
Nesta segunda o Tribunal Superior Eleitoral diplomou Lula e Alckmin. A diplomação é um atestado de que eles foram eleitos presidente e vice-presidente da República e de que estão aptos a tomar posse dos cargos diante do Congresso Nacional. A menos que sejam impugnados – como prevê o artigo 14, parágrafo 10.º, da Constituição, há um prazo de 15 dias para se impugnar ambos alegando abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
Na diplomação, Lula e Alexandre de Moraes disseram que as urnas eletrônicas têm a maior transparência, lisura, que está tudo certo, que nunca houve fraude na história das urnas eletrônicas, segundo Moraes. Lula disse que a confiança nas urnas eletrônicas é compartilhada pelo mundo inteiro – mas, na verdade, apenas três países usam urnas como as nossas.
Bolsonaro e as crianças
No fim da tarde de segunda-feira, na hora do arriamento da bandeira que fica diante do Palácio do Alvorada, uma multidão correu lá e outra parte da multidão dormiu lá, passou a noite toda, com mau tempo, dormindo na laje fria. De novo, as crianças foram protagonistas. No dia anterior, a menina Júlia foi conduzida através do fosso por um segurança do presidente, como se fosse um São Cristóvão; ela foi pedir pra Bolsonaro não desistir. Nesta segunda, cerca de 50 crianças invadiram os jardins do Palácio do Alvorada, e um menino índio chegou a botar um cocar no presidente, fez um discurso em nome das crianças brasileiras. A primeira a passar foi uma menina que, também emocionada, entregou um girassol ao presidente; por fim, o coro disse que eles são o futuro da nação. Houve uma espécie de um sermão de um padre católico que, de joelhos, pediu que Bolsonaro não decepcionasse as crianças.
Mais um senador quer enfrentar Rodrigo Pacheco
Agora tem mais um candidato à presidência do Senado: Eduardo Girão, do Ceará. Ele e Rogerio Marinho, do Rio Grande do Norte, vão tentar impedir que Rodrigo Pacheco seja reeleito. Aliás, eu leio a Constituição e, na minha leitura, não pode haver reeleição, mas tem havido. É isso, nós não temos a cultura de cumprir nem a Constituição. Uma candidatura a mais não vai dividir os votos de quem não quer Pacheco, porque só será eleito presidente do Senado aquele que conseguir metade mais um, ou 41 do total de 81 senadores. Enquanto não alcançar esse número, a pessoa não está eleita.
A gastança vem aí, com PEC e mais ministérios
Enquanto isso, na Câmara já estão marcando para quarta-feira a votação da PEC da gastança. E a gastança vai ser maior do que a gente imagina, porque o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, já disse que serão 35 ministérios – atualmente são 22. Em tempos anteriores, de Dilma etc., chegaram a 39. É uma gastança enorme, para distribuir ministérios entre os partidos, e os partidos os enchem de nomeados sem concurso, para cargos de confiança. É uma gastança tão grande que provoca medo dos investidores, dos empregadores, dos que produzem, dos que plantam, dos que são credores do Brasil.
Falando em medo, Aloizio Mercadante está cotado para o BNDES, onde hoje está o excelente Gustavo Montezano, alguém que leva a sério o nome do banco, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, não “internacional de desenvolvimento das ditaduras amigas”. Só a possibilidade de Mercadante entrar lá já causou alta do dólar e queda da bolsa. O agro está parado, ninguém mais compra nada, não querem investir sem saber o que vai acontecer. Todos sabem que a dívida pública brasileira vai aumentar. Num país onde as estatais vinham dando lucro pela primeira vez, agora todos já se preocupam com quem será o dirigente partidário que vai comandar as estatais, a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal. Há um medo danado. A inflação está sob controle, mas será que vai continuar assim? Os juros, que estão sendo muito bem usados, vão disparar. Essa é a perspectiva; provavelmente por isso o padre Genésio, ajoelhado na frente de Bolsonaro, pediu para ele pensar nas crianças. Também nós temos de pensar nas nossas crianças.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/diplomacao-lula-urna-eletronica/
Os negacionistas: após Haddad na Economia, esperança é “equipe técnica”
Muitos tucanos “liberais” fizeram o L. Acompanharam nomes até então respeitados, como Arminio Fraga e Henrique Meirelles, e fingiram que salvaria nossa democracia votando num ladrão defensor de ditadores que foi solto e ficou elegível graças a malabarismos supremos.
Lula não tinha sequer apresentado seu plano de governo, mas tinha dado dicas de que não aprendera nada e não esquecera nada: continuava um populista irresponsável. Falou em furar o teto, revogar a lei trabalhista, parar privatizações etc. Nada disso assustou a turma do “mercado”.
João Amoedo, Elena Landau e muitos outros acharam que Lula era menos pior do que Bolsonaro. Queriam Paulo Guedes fora do comando da Economia. Talvez alimentasse alguma esperança, sabe-se lá o motivo, de que Lula colocaria um deles para cuidar da chave do cofre.
Eis que Lula escolheu Fernando Haddad, seu poste, aquele que foi o pior prefeito de São Paulo, um péssimo ministro da Educação, e derrotado nas urnas. O PT gosta de premiar o fracasso. Após a escolha de Haddad, os tucanos do “mercado” continuam esperançosos: agora temos de aguardar a equipe, que poderá ser… técnica! (risos)
O Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que ressaltou a importância de bons nomes para a equipe econômica do próximo governo: “O ponto fundamental é a equipe. Se ele leva uma equipe competente, que tem experiência na área de atuação e uma equipe a qual ele de fato vai ouvir e seguir as recomendações, eu acho que isso vai fazer toda a diferença. Nós tivemos um exemplo disso no primeiro mandato do Lula, quando o ministro da Fazenda era um médico, mas com uma equipe excelente. Tinha o Joaquim Levy, o Marcos Lisboa, o Bernard Appy e etc”.
“O Fernando Haddad em si, na gestão da Prefeitura, fez uma gestão com uma situação e abordagem fiscal responsável. Nesse aspecto, é uma boa indicação. Evidentemente que o Ministério da Fazenda é outra coisa, mas vai depender fundamentalmente da equipe que ele venha a escolher. É esse o dado importante que temos que aguardar nos próximos meses”, analisou. A esperança é a última que morre, não é mesmo?
O Estadão, que já havia publicado uma grande reportagem pintando Haddad basicamente como um reformista liberal contra o modelo soviético, publicou nova matéria com “especialistas” avaliando a indicação. “O petista não é o nome favorito do mercado, que agora espera nomeação de um perfil técnico na equipe”, diz o subtítulo. Não sei se é para rir ou para chorar. Ver essa turma quebrar a cara vai ser divertido, mas lembrar que o custo vai recair sobre todos nós é triste.
De onde esse pessoal tucano alimenta expectativas de uma equipe técnica e uma agenda responsável ninguém sabe. Lula não dá qualquer indício disso, e seu passado o condena. Tudo aponta para o caos, para a volta da inflação, para a queda da bolsa, para a alta do dólar. Uma quadrilha perdulária chegou ao poder novamente, o ladrão voltou à cena do crime, e não há qualquer chance de o Brasil dar certo com essa gente.
A PEC do fura teto, que era uma catástrofe anunciada até ontem, virou uma necessidade para que o país continue funcionando. A velha imprensa tem amnésia instantânea, dependendo de quem está no poder. Agora, a “despiora” sai de cena, e os militantes farão de tudo para dourar a pílula, esconder as lambanças e poupar o governo como o responsável pela desgraça iminente. É tudo um jogo muito sujo e patético.
Eis os verdadeiros negacionistas: aqueles que, depois de todas as provas oferecidas, insistem em tratar o PT como um partido normal, e sua agenda econômica como responsável. Eles se negam a enxergar a realidade bem diante de seus olhos!
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/os-negacionistas-apos-haddad-na-economia-esperanca-e-equipe-tecnica/
Twitter lança verificação comunitária de fatos e ameaça a hegemonia das agências checadoras
Desde o último sábado (10), qualquer usuário com conta na plataforma Notas da Comunidade, lançada globalmente pelo Twitter, pode apontar correções em publicações na rede social de Elon Musk. O serviço, com perfil próprio, já tem mais de 150 mil seguidores e, se bem-sucedido, ameaça a hegemonia das agências de checagem de fatos com um modelo singular. Entre os alvos de correções recentes por participantes do site está o próprio dono do Twitter, além da conta da Casa Branca. Com a ferramenta, antes disponível apenas para poucos países, rótulos de verificação deixam de ser colocados em postagens por uma equipe de funcionários do alto escalão do Twitter e passam a ser atribuição de uma comunidade mundial de checadores, com código aberto a qualquer pessoa com conta na rede, desde que não tenha sido alvo de punição recente por violação das normas de uso.
“Se as Notas da Comunidade podem me corrigir, então, obviamente, elas podem corrigir qualquer pessoa”, comentou Musk, após receber um rótulo de “contexto adicional” no mês passado. “Este é um bom exemplo. Estavam certos ao adicionar o rótulo”. No caso, a checagem foi feita sobre uma piada com provocação à rede de televisão CNN. Uma aparente captura de tela com o âncora Don Lemon dizia “CNN: Elon Musk poderia ameaçar a liberdade de expressão no Twitter ao literalmente permitir que as pessoas se expressem livremente”. O rótulo de contexto adicional diz “a captura de tela não é real e se originou em um website satírico”, com link para uma matéria da agência de notícias Associated Press, para corroboração.
Qualquer pessoa com conta na rede social pode pedir para participar, mas há restrições como não ter sido alvo de punição recente por violar as normas. Uma vez aceitos no serviço de notas, os moderadores podem adicionar os rótulos, após votação interna entre eles, e qualquer usuário do site pode votar se o rótulo foi informativo.
Mais checagens já feitas
No começo do mês, Musk tuitou que sua rede social “veicula um vasto número de cliques para outros websites”. O tweet foi rotulado com “o inverso é verdadeiro”, e os checadores deram estatísticas mostrando que o Twitter não está entre os maiores estimuladores de tráfego na Internet: a rede social “veicula 7% dos encaminhamentos na rede. O Facebook veicula 74%. O Pinterest veicula 7%”.
Outro alvo da checagem comunitária foi a Casa Branca. No começo de novembro, a conta oficial da sede do Executivo americano disse que “os aposentados estão ganhando seu maior aumento nos cheques do seguro social em dez anos graças à liderança do presidente Biden”. As Notas da Comunidade reagiram com um rótulo: “o aumento do benefício é devido ao ajuste do custo de vida anual, que é baseado na taxa de inflação”. O governo Biden, em parte devido a um grande gasto e impressão de moeda, tem um dos piores resultados em inflação das últimas décadas. Após a checagem, a Casa Branca deletou o tweet.
Riscos e vantagens da checagem comunitária
É um “experimento radical de checagem de fatos”, como caracterizou a revista Wired, com potencial de sofrer com os mesmos problemas que a Wikipédia. Ela é aberta para qualquer pessoa editar, mas tem uma hierarquia interna com um viés político denunciado por um de seus cofundadores, Larry Sanger. O próprio Musk faz essa acusação: “A Wikipédia tem um viés de esquerda considerável”, alegou o bilionário na semana passada (6). O motivo para isso seria que a enciclopédia considera a “mídia mainstream” uma fonte de informações fiáveis, herdando dela o mesmo viés, segundo ele. No Brasil, ao menos, uma pesquisa confirma que 80% dos jornalistas se consideram de esquerda, o que não necessariamente significa que são todos produtores de material enviesado, mas cria um risco nessa direção.
No fim de novembro, as Notas da Comunidade atualizaram um plano que pode criar uma hierarquia interna. Em uma série de tweets, a seção explicou que seus contribuidores se frustram com notas (rótulos) de baixa qualidade e, para solucionar o problema, estavam lançando um novo algoritmo que identificaria essa baixa qualidade e trancaria temporariamente o acesso de seus autores à contribuição. Já os contribuidores que tiverem muitos votos ganham uma nota de “prestatividade”. Ao menos há transparência: o código do algoritmo e os dados usados são disponibilizados na plataforma aberta de programadores GitHub (comprada pela Microsoft).
Os rótulos não são postos nos tweets com base apenas em popularidade entre os checadores, contudo. São colados os rótulos que atingirem o mais amplo consenso entre eles — uma regra inspirada em uma plataforma de Taiwan chamada Polis, através da qual os cidadãos do país podem criar novas leis. Na Polis, as autoridades fazem perguntas simples à população, por exemplo, como deve ser regulado um novo aplicativo. Os cidadãos oferecem respostas e votam nas respostas um dos outros.
O algoritmo da Polis, então, identifica os agrupamentos ideológicos e seleciona as propostas que têm maior concordância e menor rejeição pluripartidária. Assim, Taiwan está fazendo uma democracia mais direta com um sistema que, em vez de incentivar exibicionismo de lealdade a cada tribo e de hostilidade às tribos políticas rivais, incentiva os pontos em que as ideologias concordam. “As pessoas competem para oferecer as afirmações mais nuançadas que possam ganhar mais pessoas de todos os lados”, explicou a ministra digital Audrey Tang à Wired. A inspiração da Polis para as Notas da Comunidade é direta: engenheiros de software que trabalharam na primeira foram chamados pelo Twitter para contribuir com as últimas.
O serviço já existia antes de Elon Musk, com o nome “Birdwatch”, algo como “observação de pássaros”, brincando com o tema de ave do site — “tweet” é a onomatopeia em inglês para o pio dos pássaros e “twitter” é literalmente “piador”. Quando ele comprou a plataforma em outubro, viu na ferramenta, até então restrita aos Estados Unidos, uma solução em potencial para aumentar a veracidade de seu conteúdo. Apesar de ser anterior, contudo, ela só foi implementada semanas antes da aquisição por Musk. Os empregos dos funcionários que cuidam das Notas da Comunidade sobreviveram à onda de demissões da transição.
As notas estão em sua infância. Até o começo do mês, menos de 40 mil notas foram produzidas por menos de 5.500 pessoas. Um grupo muito pequeno comparado às centenas de milhões de usuários do Twitter. O modelo da busca de consenso, no entanto, não está livre de vieses. Os checadores são mais propensos a produzir notas contra opiniões políticas contrárias às suas. Se um assunto não é politizado, tende a ganhar menos checagem.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/twitter-lanca-verificacao-comunitaria-de-fatos-e-ameaca-a-hegemonia-das-agencias-checadoras/
Golpe de mestre
Não sei por que, não me perguntem por quê, lembrei-me desse bom e velho filme de 1973. Nele, os jovens Paul Newman e Robert Redford, no papel de vigaristas, vingam-se de Robert Shaw, responsável pela morte de um parceiro aplicando-lhe brilhante golpe de mestre, em que nada é como parece ser.
Ontem, 12 de dezembro de 2022, o verão diz a que vem em Porto Alegre e a temperatura deve elevar-se a 34 graus. Em Brasília, nublada como os tempos atuais, foi formalizada a entrega do atestado de óbito da moralidade em nosso país. É um ato necessário, preliminar às exéquias previstas para o dia 1º de janeiro.
Impunha-se a antecipação da formalidade ante as angústias suscitadas pela paciente e disciplinada pressão popular. No dizer da mídia adestrada, de pudor restrito, trata-se de pessoas “com cabelos brancos”, aposentadas, acomodadas em barracas e em cadeiras de praia. Ela os vê como desprezíveis, mas perigosos vovôs e vovós falando de valores inconciliáveis com os destinos que ela, mídia adestrada, anseia para a nação.
Nada sei dos próximos dias. Mas penso saber mais do que suficiente sobre os últimos anos, meses e dias para entender o acontecimento funesto de ontem. Os discursos não guardam qualquer semelhança com a realidade. Tudo se passou como se o ato não fosse fúnebre. Afinal, o empossado fez discurso político até no velório da esposa. Por que não o fazer de modo festivo, com gratificados tapinhas no rosto, como corifeu da miséria moral, quando a virtude recebe seu atestado de óbito?
Fim do filme?
FONTE: https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/44520/golpe-de-mestre
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