Texto de magistrada sobre a rejeição a Bolsonaro viraliza nas redes sociais

*Publicado originalmente em 23 de setembro de 2018

Que sua rejeição por ele não seja maior que sua rejeição pela corrupção

Que sua rejeição por ele não seja maior que sua rejeição de ver o país governado de dentro da prisão pelos comandos de um candidato condenado em duplo grau de jurisdição, assim como ocorre com os líderes das facções criminosas já tão conhecidas.

Que a sua rejeição por ele não seja maior que os ensinamentos que recebeu de seus pais sobre não subtrair aquilo que é dos outros.

Que sua rejeição por ele não seja maior que os princípios de educação, moral e cívica que aprendeu quando criança nos bancos das escolas, na época em que escola ensinava o que, realmente, era papel da escola.

Que sua rejeição por ele não seja maior do que sua indignação com a inversão de valores existentes em nossa sociedade atual.

Que sua rejeição por ele não seja maior do que seu medo de viver o que já está vivendo a população dos países “amigos deles”, tais como, Venezuela, Bolívia e Cuba.

Que sua rejeição por ele não seja maior que sua indignação com cada escândalo de corrupção e desonestidade revelados na lava a jato.

Que sua rejeição por ele não seja maior do que seu pânico de viver numa sociedade tão insegura, onde pais de família são mortos diariamente e audiências de custódias são criadas para soltar aqueles que deveriam pagar por seus crimes.

Que sua rejeição por ele não te leve ao grave erro de demonizar a polícia e santificar bandido.

Que sua rejeição por ele não seja maior que sua defesa pelo fortalecimento da família, como estrutura básica da sociedade.

Que sua rejeição por ele não seja maior do que sua repulsa pelo mal que as drogas têm causado em nossas famílias.

Que sua rejeição por ele não seja maior que sua esperança de ter um país melhor para viver.

Que sua rejeição por ele não tire sua capacidade crítica de apurar tudo que é tendencioso na mídia.

Enfim, que sua rejeição por ele não te deixe cego a ponto de não enxergar que, neste momento, o Brasil está numa UTI e seu voto deve ser ÚTIL para salvá-lo.

Não brinque com isso, não se iluda com a maquiagem dos discursos bonitos, a coisa é séria.

Na hora de votar, lembre-se de sua essência e do que, realmente, sempre foi importante para você.

(Texto que circula nas redes sociais. Autoria atribuída à Dra. Isabele Papafanurakis Ferreira Noronha, juíza substituta da 6ª Vara Criminal de Londrina – PR)

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/11519/texto-de-magistrada-sobre-a-rejeicao-a-bolsonaro-viraliza-nas-redes-sociais

PL de Bolsonaro projeta futuro como o maior partido de direita do país

Graças à força política de Bolsonaro, PL teve o melhor desempenho nas urnas da sua história| Foto: André Coelho/EFE

O Partido Liberal (PL), do presidente Jair Bolsonaro, comemora o resultado das eleições deste ano. Dirigentes e lideranças afirmam que a abertura das urnas no último domingo (2) consolidou a legenda como o maior e principal partido de direita no Brasil.

A sigla elegeu um governador, oito senadores e 99 deputados federais. E ainda vai para o segundo turno com chances de reeleger Bolsonaro e eleger quatro governadores. O resultado mostra um crescimento do PL em relação a 2018, quando ainda se chamava Partido da República (PR).

Há quatro anos, o partido elegeu um senador, Jorginho Mello (SC), 33 deputados federais, 50 deputados estaduais, e nenhum governador. O desempenho nas eleições deste ano também superou a melhor marca, registrada em 2010, quando elegeu 41 deputados federais.

O resultado do PL nas urnas é fruto da candidatura de Bolsonaro pelo partido, que estimulou aliados a se filiarem à sigla e concorrerem às eleições, admitem dirigentes que já eram do partido antes da chegada do presidente da República.

Antes mesmo do primeiro turno, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, se mostrou entusiasmado com o apoio dos eleitores a candidatos do partido e o engajamento que seus candidatos demonstraram junto à população. O desempenho em 2022 o deixou ainda mais animado a avançar seu projeto interno de crescimento.

O que Valdemar Costa Neto quer para o PL

Diferentemente da “onda” política que elegeu Bolsonaro, governadores, senadores e deputados federais em 2018 pelo extinto PSL, principalmente, Valdemar Costa Neto não quer o PL como uma legenda de “barriga de aluguel” para acomodar quadros políticos da direita conservadora. O grande objetivo é ter a sigla como vitrine partidária da direita no país.

O PL tem sinalizado sua disposição de liderar a direita política no país. A auditoria sobre a segurança do sistema de votação, apuração e totalização dos votos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por exemplo, é apontada por aliados próximos de Costa Neto como um gesto importante a uma parcela do eleitorado e da base política mais conservadora.

Outro sinal de Costa Neto à direita é a disposição em investir até mesmo na formação de lideranças políticas conservadoras. Com seminários e palestras, por exemplo, ele quer implantar na legenda os valores conservadores em diferentes pautas, desde família e costumes até a agenda de meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

A ideia de investir na “base” partiu de sugestões apresentadas por aliados conservadores do governo federal, que apresentaram propostas que possam tornar o PL um partido estruturado. Alguns influenciadores e mesmo lideranças do entorno mais “raiz” de Bolsonaro defendem a construção de uma direita orgânica e coesa a médio e longo prazo.

A meta da cúpula partidária e de influentes conservadores é evitar migrações excessivas entre partidos políticos. O deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), vice-líder do partido na Câmara, elogia a postura da cúpula da legenda. “As sinalizações são positivas, e eu senti essa disposição nele [Coisa Neto]. Eu estou achando muito bom. O Valdemar é uma pessoa de bom senso, respeitado por todos no partido, é um excelente presidente”, avalia.

O parlamentar entende que o resultado das eleições deste ano podem ser um divisor de águas para o partido se estruturar definitivamente como uma legenda mais integrada à direita conservadora. “O PL depois da eleição vai ser bem diferente do que era antes”, prevê Bibo.

Como o resultado nas eleições ajuda o projeto político do PL

O resultado do PL nas eleições é significativo para o projeto de se consolidar como o principal partido da direita. Principalmente pelo resultado obtido na Câmara dos Deputados. Não apenas por se tratar da Casa legislativa onde Valdemar Costa Neto se consolidou como uma liderança política nacional, mas também pelo peso que bancadas de deputados federais têm sobre o cálculo de distribuição de recursos dos fundos eleitoral e partidário.

O fundo partidário prevê que 5% dos recursos são distribuídos igualmente entre todas as legendas legalmente registrados. Os 95% restantes são divididos proporcionalmente de acordo com os votos recebidas por cada partido para a Câmara dos Deputados. Ou seja, a sigla que elege mais deputados é potencialmente mais beneficiada.

Já o fundo eleitoral também é distribuído de uma forma que privilegia o número de deputados federais eleitos: 35% são divididos entre aqueles que tenham pelo menos um representante na Câmara, na proporção do percentual de votos obtidos na eleição; 48% são divididos entre as siglas, na proporção do número de representantes na Câmara, consideradas as legendas dos titulares.

Ou seja, o desempenho do PL nas eleições vai ajudar a legenda na manutenção partidária e no financiamento de campanhas pelos próximos quatro anos, incluindo para as eleições municipais de 2024, que, por sua vez, podem ser importantes para ampliar a capilaridade do partido pelo país para as eleições de 2026.

O deputado federal Wellington Roberto (PL-PB), presidente do diretório paraibano, vê como natural a possibilidade de crescimento na esteira da eleição de uma bancada numerosa na Câmara. “O partido sai fortalecido demais”, diz.

Ele acredita ser possível a consolidação da sigla como a maior da direita no país. “É claro que a gente tem que seguir na linha preservando essa condição da própria direita, seguindo os princípios que, na verdade, o presidente Bolsonaro defende e determina, como a defesa da família”, diz. “Sem sombra de dúvidas podemos, sim, nos consolidar como um partido de direita para poder coordenar daqui para frente essa situação”, complementa.

Grande, sim, hegemonia não

O professor Thales Castro, coordenador do curso de Ciência Política da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), concorda que é possível o PL se tornar o maior partido da direita, mas não acredita em uma força hegemônica no espectro político.

“Existem muitas direitas. O PSC, por exemplo, é da direita conservadora. Você tem muitos bastiões da direita que disputariam o manto protetivo e da guarida de um ator político como o presidente da República. A direita cristã e mais evangélica, como o Republicanos, é uma que disputaria esse tipo de bênção também”, analisa. Ele também aponta para o DEM, agora União Brasil, e para o Novo, como representantes de uma centro-direita.

A possibilidade de reeleição de Bolsonaro tornaria o PL mais robusto, mas mesmo na hipótese de ele não superar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, Castro acredita que o partido possa manter sua força no campo da direita.

“A política é uma guerra onde a sobrevivência é quase que uma meta diária, e Valdemar Costa Neto enxerga isso de maneira proativa independentemente do resultado do pleito. Em Bolsonaro sendo reeleito, o PL vai estar surfando em uma onda muito favorável. E não sendo, o PL de qualquer maneira já atingiu a meta de ser um partido de grande representatividade”, avalia.

O cientista político reforça que manter Bolsonaro e seus aliados mais conservadores esteja no cálculo político de Costa Neto para manter o PL forte pelos próximos anos, até por considerar que o presidente da República vai manter sua força eleitoral, independentemente do resultado. “Bolsonaro por hoje encabeçar o mais expressivo movimento conservador de direita populista do Brasil tem a capacidade de ser uma máquina de votos”, analisa.

“O PL sabe que ter o presidente como grande cabo eleitoral vai ter acesso a cargos e recursos financeiros. Estaria realmente em momento primoroso para que ele considere uma oportunidade para a vida, sobretudo diante das máculas do passado e a busca em trazer a limpo um novo momento com o presidente que conclama e enfatiza, de maneira enfática, não ter denúncia de corrupção”, acrescenta Castro.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/pl-de-bolsonaro-projeta-futuro-como-o-maior-partido-de-direita-do-pais/

A censura de Moraes contra O Antagonista

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes| Foto: STF

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, determinou no domingo (2) que o portal de notícias O Antagonista retirasse do ar uma reportagem intitulada “Exclusivo: em interceptação telefônica da PF, Marcola declara voto em Lula. ‘É melhor, mesmo sendo pilantra’”, publicada na véspera da eleição. A decisão liminar também estabeleceu que a emissora Jovem Pan, os perfis nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro, de dois de seus filhos (senador Flávio Bolsonaro e deputado federal Eduardo Bolsonaro) e de apoiadores, como as deputadas federais Bia Kicis e Carla Zambelli, removessem conteúdos relacionados, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Juristas ouvidos pela Gazeta do Povo consideram que a decisão de Moraes é grave, configurando “flagrante violação da Constituição Federal”.

A reportagem censurada trazia trechos transcritos de uma conversa gravada pela Polícia Federal, em que o narcotraficante Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), declara sua preferência por Lula como presidente. “Se colocar um do lado do outro, o Lula é melhor que ele [Bolsonaro] para nós”, diz Marcola em uma das escutas reproduzida pelo O Antagonista. “Bolsonaro é parceiro da política, da milícia. Cara é sem futuro. O Lula também é sem futuro, só que entre os dois, não dá nem para comparar um com o outro”, completa o preso.

Na liminar assinada às 8h15 do domingo da eleição, Alexandre de Moraes classifica como “evidente e gravíssima desinformação” a reportagem. “Ocorre que, a partir da leitura da reportagem, não se constata qualquer declaração de voto de Marcola no candidato Luiz Inácio Lula da Silva”, afirma o ministro. “Tal contexto evidencia, com clareza, a divulgação de fato sabidamente inverídico e descontextualizado, que não pode ser tolerada por esta CORTE, notadamente por se tratar de notícia falsa divulgada na véspera da eleição”, completa a decisão.

“Há uma flagrante violação da Constituição Federal nessa decisão dele, que trata, em seu artigo 220, sobre essa questão. Inclusive essa é uma cláusula pétrea, que não pode ser objeto nem de emenda”, afirma o advogado civilista e previdenciário Afonso Oliveira, membro do Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR).

De acordo com o texto constitucional: “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social (…) É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.

“Contra o texto da lei da Constituição não tem argumento. O argumento dele é subjetivo, é superficial, na sua decisão que fundamenta a censura, a retirada do ar da reportagem sob penas de multas pesadas”, defende. “Segundo a Constituição, a liberdade de expressão não pode sofrer ‘qualquer restrição’. Se a reportagem é caluniosa, difamadora, mentirosa, que se use o Código Civil e Penal. Calúnia, difamação, injúria é crime. Então, que se recorra ao Judiciário para a justa reparação e, se comprovada a injúria, o Judiciário poderia, como sanção, determinar a exclusão de uma publicação. Mas uma canetada de um juiz do Supremo constitui, para mim, uma grave violação do Direito Constitucional”, reforça Oliveira.

Para o advogado, a argumentação de Moraes sobre o fato ser “sabidamente inverídico” é frágil. “De onde ele concluiu isso, se a reportagem reproduz a transcrição de uma escuta da PF autorizada judicialmente ao chefe da maior organização criminosa do país? O ministro é investigador, detetive e procurador, mas isso não é coisa inédita”, afirma, em referência a uma decisão de Alexandre de Moraes de 2019. Na ocasião, o ministro do Supremo determinou que a revista Crusoé e o site O Antagonista removessem uma reportagem que abordava a citação do então presidente da Corte, Dias Toffoli, na delação premiada do empreiteiro Marcelo Odebrecht à Operação Lava Jato.

Decisão é preocupante 

Na liminar, Moraes acrescenta que “a ausência de veracidade do conteúdo a respeito de suposto voto é passível de se constatar” pela situação jurídica de Marcola, uma vez que condenados pela Justiça ficam com direitos políticos suspensos, portanto, “impedido de votar”.

Para o advogado Rodrigo Duarte Garcia, especialista em direito público e sócio do escritório Duarte Garcia, Serra Netto e Terra, o ministro foi habilidoso ao apelar a uma controvérsia semântica para determinar que a reportagem trazia fato “sabidamente inverídico e descontextualizado”. “O Marcola, por estar preso, não pode votar. Mas em nenhum momento ele declarou seu voto. Essa me parece uma questão mais de português que jurídica. Declarar voto e declarar apoio não são sinônimos? E se tivessem escrito na manchete ‘declara apoio’? Uma coisa é sinônima da outra”, argumenta.

Garcia defende que o problema começa na subjetividade da legislação eleitoral para definir o que é um fato inverídico e descontextualizado. “Isso é altamente problemático, porque pode ser qualquer coisa. Ou seja, vão se construindo diversos precedentes nesse sentido, que irão tornar a questão completamente casuística no futuro, para que decisões contrárias à liberdade de expressão sejam tomadas”, lamenta.

O advogado completa que, “quando se começa a discutir se uma informação é relevante, quem controla se é relevante ou não, já se extrapolou qualquer possibilidade jurídica”. “Acho complicado e preocupante. Um órgão de imprensa pode divulgar determinado fato. Até mesmo os órgãos que estão noticiando a decisão do TSE sobre o fato, é preciso verificar se o Tribunal não entende que isso esteja violando, o que pode gerar uma bola de neve em torno da liberdade de expressão e de imprensa”, diz.

Para Jorge Alberto Araujo, que é juiz do Trabalho no Rio Grande do Sul, decisões contrárias à liberdade de expressão são preocupantes, uma vez que o que está em jogo é um direito fundamental a ser preservado. “A liberdade é um bem que temos que privilegiar, principalmente quando vai contra o que acreditamos. Coisas que no passado eram tidas como fake news, como o heliocentrismo, por exemplo, depois se mostraram verdades. O próprio Galileu foi proibido de falar sobre isso na época. Geralmente, ideias novas, revolucionárias, surgem como minoria. Esse ponto me deixa preocupado. Para classificar algo como fake news precisa ser muito bem embasado, não basta dizer ‘parece que é mentira’”, defende.

Araújo acrescenta que a preocupação é ainda maior quando a decisão vem de uma Corte Suprema. “O Supremo Tribunal Federal é a baliza. Nós, juízes de primeiro grau, de instâncias inferiores, temos que levar o que se decide lá como parâmetro para nossos julgamentos. Então, acaba preocupando esse tipo de decisão”, afirma.

Segunda liminar 

Ainda no domingo, Moraes assinou uma segunda liminar às 17h51, alegando o descumprimento da primeira e determinando a suspensão de conteúdos por parte das plataformas Twitter e GTTR; a aplicação de multa de R$ 15 mil a “‘O Antagonista’ (Mare Clausum Publicacoes Ltda), Cláudio Dantas, Flávio Bolsonaro, Kim Paim, Bernardo Kuster, Leandro Ruschell e Barbara Destefani (@taokei1)”, e a abstenção, por parte dos citados, “de promover novas manifestações sobre os fatos tratados na presente Representação em desfavor do candidato Luis (sic) Inácio Lula da Silva, em qualquer meio de comunicação, incluindo nas redes sociais”, sob pena de multa individual e diária de R$ 30 mil.

“Não se pode permitir a reprodução indiscriminada de reportagens com divulgação de fatos dados como verdadeiros, quando não houve qualquer busca pela verdade (…) A conduta dos Representados demonstra, em verdade, o desprezo ao Estado Democrático de Direito, em momento cujos excessos devem ser coibidos, como forma de proteger as instituições e a vontade popular”, alegou Moares na decisão.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/a-censura-de-moraes-contra-o-antagonista/

11 erros graves dos institutos de pesquisa no primeiro turno das eleições

Erros das pesquisas eleitorais já são alvo potencial de inquérito.| Foto: Gazeta do Povo

Os erros dos institutos de pesquisa nas estimativas de intenção de voto para o primeiro turno das eleições de 2022 se tornaram foco, nesta terça-feira (4), de um pedido de abertura inquérito do Ministério da Justiça e Segurança Pública à Polícia Federal.

Gazeta do Povo elaborou uma lista com alguns dos erros mais graves cometidos nas estimativas para o Senado e o governo das 27 unidades federativas do Brasil, levando em conta os números mais recentes apresentados pelos dois institutos de pesquisa mais conhecidos no Brasil, Ipec e Datafolha.

Para que um resultado pudesse compor a lista, a reportagem estabeleceu dois critérios:

  • Que o candidato ao Senado ou governo que ficou em primeiro lugar tenha sido diferente do apontado pelo instituto;
  • Que os erros tenham envolvido divergências maiores do que 10 pontos percentuais entre o que a pesquisa apontou e o resultado das urnas para ao menos um dos candidatos citados.

Entre os erros mencionados na lista, o mais grave numericamente foi o do Senado no Espírito Santo: a pesquisa Ipec havia apontado Rose de Freitas (MDB) em primeiro lugar, com 44%, acima de Magno Malta (PL), com 37%; Rose teve 26,7 pontos percentuais a menos do que apontava o instituto, e Malta venceu a eleição para o Senado com 42%.

Na disputa pelo Senado de Santa Catarina, Jorge Seif (PL) teve 20,8 pontos percentuais a mais do que o Ipec apontava. No pleito para o Senado em São Paulo, Marcos Pontes (PL) teve 18,7 pontos percentuais a mais do que tanto Ipec como Datafolha registraram em suas últimas pesquisas. Veja a relação:

Governo de São Paulo

Resultado
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 42,3%
Fernando Haddad (PT): 35,7%

Ipec
Fernando Haddad (PT): 41% (+5,3%)
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 31% (-11,3%)

Datafolha
Fernando Haddad (PT): 39% (+3,3%)
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 31% (-11,3%)

Senado de São Paulo

Resultado
Marcos Pontes (PL): 49,7%
Márcio França (PSB): 36,3%

Ipec
Márcio França (PSB): 43% (+6,7%)
Marcos Pontes (PL): 31% (-18,7%)

Datafolha
Márcio França (PSB): 45% (+8,7%)
Marcos Pontes (PL): 31% (-18,7%)

Senado do Paraná

Resultado
Sergio Moro (União Brasil): 33,5%
Paulo Martins (PL): 29,1%
Alvaro Dias (Podemos): 24%

Ipec
Alvaro Dias (Podemos): 41% (+17%)
Sergio Moro (União Brasil): 35% (+1,5%)
Paulo Martins (PL): 14% (-15,1%)

Senado de Santa Catarina

Resultado
Jorge Seif (PL): 39,8%
Raimundo Colombo (PSD): 16,3%

Ipec
Raimundo Colombo (PSD): 31% (+14,7%)
Jorge Seif (PL): 19% (-20,8%)

Governo do Rio Grande do Sul

Resultado
Onyx Lorenzoni (PL): 37,5%
Eduardo Leite (PSDB): 26,8%

Ipec
Eduardo Leite (PSDB): 40% (+13,2%)
Onyx Lorenzoni (PL): 30% (-7,5%)

Senado do Rio Grande do Sul

Resultado
Hamilton Mourão (Republicanos): 41,1%
Olívio Dutra (PT) : 37,9%

Ipec
Olívio Dutra (PT): 36% (-1,9%)
Hamilton Mourão (Republicanos): 28% (-13,1%)

Governo da Bahia

Resultado
Jerônimo Rodrigues (PT): 49,3%
ACM Neto (União Brasil): 40,9%

Ipec
Jerônimo Rodrigues (PT): 40% (-9,3%)
ACM Neto (União Brasil): 51% (+10,1%)

Senado de Goiás

Resultado
Wilder Morais (PL): 25,3%
Marconi Perilo (PSDB): 19,8%

Ipec
Marconi Perilo (PSDB): 31% (+11,2%)
Wilder Morais (PL): 12% (-13,3%)

Senado do Espírito Santo

Resultado
Magno Malta (PL): 42%
Rose de Freitas (MDB): 17,3%

Ipec
Rose de Freitas (MDB): 44% (+26,7%)
Magno Malta (PL): 37% (-5%)

Senado de Rondônia

Resultado
Jaime Bagattoli (PL): 35,8%
Mariana Carvalho (Republicanos): 32,2%

Ipec
Mariana Carvalho (Republicanos): 43% (+10,8%)
Jaime Bagattoli (PL): 8% (-27,8%)

Governo do Mato Grosso do Sul

Resultado
Capitão Contar (PRTB): 26,7%
Eduardo Riedel (PSDB): 25,2%
André Puccinelli (MDB): 17,2%

Ipec
André Puccinelli (MDB): 31% (+13,8%)
Eduardo Riedel (PSDB): 18% (-7,2%)
Capitão Contar (PRTB): 17% (-9,7%)

Metodologias das pesquisas citadas

Ipec São Paulo: A pesquisa eleitoral do Ipec, encomendada pela TV Globo, entrevistou 2.000 eleitores em São Paulo entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os protocolos SP-05847/2022 e BR-03126/2022.

Ipec Bahia: A pesquisa eleitoral do Ipec, encomendada pela TV Bahia, entrevistou 2.000 eleitores no estado da Bahia entre os dias 25 de setembro e 1º de outubro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BA-01710/2022.

Ipec Rio Grande do Sul: A pesquisa Ipec entrevistou 1.808 eleitores do Rio Grande do Sul entre os dias 28 e 30 de setembro. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. O levantamento está registrado na Justiça Eleitoral com o número RS-04427/2022.

Ipec Espírito Santo: A pesquisa eleitoral do Ipec, encomendada pela TV Gazeta, entrevistou 800 eleitores no Espírito Santo entre os dias 28 e 30 de setembro. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob os protocolos ES-01181/2022 e BR-09122/2022.

Ipec Mato Grosso do Sul: A pesquisa eleitoral do Ipec, encomendada pela TV Morena, entrevistou 800 eleitores em Mato Grosso do Sul entre os dias 25 de setembro e 1º de outubro. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo MS-00268/2022.

Ipec Paraná: A pesquisa eleitoral do Ipec, encomendada pela RPC TV, entrevistou 1.504 eleitores no Paraná entre os dias 25 de setembro e 1º de outubro. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo PR-02084/2022 e BR-04355/2022.

Ipec Goiás: A pesquisa eleitoral do Ipec, encomendada pela TV Anhanguera, entrevistou 800 eleitores em Goiás entre os dias 25 de setembro e 1º de outubro. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo GO-06820/2022.

Ipec Santa Catarina: A pesquisa Ipec entrevistou 1.008 eleitores catarinenses entre os dias 28 e 30 de setembro de 2022. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. O levantamento, encomendado pela NSC Comunicação, está registrado na Justiça Eleitoral com o número SC-07610/2022.

Ipec Rondônia: A pesquisa eleitoral entrevistou 800 pessoas, entre os dias 27 e 29 de setembro. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com o número RO‐05340/2022 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR‐00532/2022.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/11-erros-graves-dos-institutos-de-pesquisa-no-primeiro-turno-das-eleicoes/

Na disputa por apoios para o segundo turno, Bolsonaro sai na frente

Vocês já pensaram num Senado sem Rodrigo Pacheco na presidência? É o que pode acontecer a partir do ano que vem se ele não for reeleito. A Constituição proíbe reeleição para presidentes do Senado e da Câmara, mas o Supremo já decidiu que quando muda a legislatura eles podem tentar permanecer no cargo. Imaginem só, sem Rodrigo Pacheco e com o general Mourão, com Damares, com Tereza Cristina, com o astronauta Marcos Pontes, com Sergio Moro.

Moro, aliás, apoiou Bolsonaro e já está falando em Lava Jato, assim como Deltan Dallagnol, o mais votado deputado federal pelo Paraná. Está na hora de fazer renascer, ressuscitar a Lava Jato, que o Supremo tentou sepultar. Ao mesmo tempo, estão todos de olho nos requerimentos de impeachment de ministros do Supremo, se a partir do ano vem Rodrigo Pacheco não estiver lá para impedir. É uma enorme mudança.

O governador Rodrigo Garcia (PSDB-SP) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), no anúncio do apoio do tucano ao candidato à reeleição.| Foto: Reprodução / Facebook

E na Câmara – nas duas casas, na verdade – aumenta a bancada do agro. A bancada de conservadores, a bancada da direita. As pesquisas de opinião assustaram tanto Bolsonaro, dando-lhe números baixos, na casa de 30%, que ele saiu desesperado em campanha. Resultado: elegeu uma grande bancada para apoiá-lo. Vai ser muito fácil para Bolsonaro, caso ele se reeleja, governar nos próximos quatro anos: ele vai poder passar as leis e reformas que desejar; ao mesmo tempo, será difícil para Lula governar com um Congresso onde ele vai ter minoria.

Essa é a grande mudança de domingo: a força da direita, do centro, dos conservadores na Câmara e no Senado, com grandes e aguerridas figuras aguerridas, com vozes fortes. Claro que a governabilidade vai depender do dia 30, dos resultados do segundo turno. Pode sair vencedor um que vai ter uma governabilidade difícil, ou outro que poderá, enfim, fazer as reformas e mudanças legais que realmente queria, provavelmente com o Supremo tentando ir contra.

Bolsonaro ganha reforço nos quatro maiores colégios eleitorais do país

Enquanto isso, na corrida pelos votos, o presidente Bolsonaro já saiu na frente de Lula. O petista conseguiu o apoio do PDT de Carlos Lupi, mas não de Ciro Gomes, que até disse que segue o partido, mas nem mencionou o nome de Lula – também, depois de tudo o que Ciro já disse de Lula… E o petista também recebeu o apoio do Cidadania, o antigo Partido Comunista Brasileiro, de Roberto Freire.

Já Bolsonaro está com apoio nos quatro maiores colégios eleitorais do país. Imagine que o governador tucano Rodrigo Garcia, de São Paulo, que ficou fora do segundo turno, anunciou apoio explícito a Bolsonaro e Tarcísio de Freitas: foi a Congonhas para se encontrar com o presidente e tiraram fotos juntos. Deve ter sido um choque para o PSDB, mas Garcia sabe o que está fazendo.

São Paulo é o maior colégio eleitoral do país. No segundo maior, Minas Gerais, Romeu Zema fez a mesma coisa e declarou apoio ao presidente. No Rio de Janeiro, o governador reeleito no primeiro turno, Cláudio Castro, já tinha dado o seu apoio a Bolsonaro, que o estava apoiando. E agora, na Bahia, que é o quarto colégio eleitoral, o candidato ACM Neto, que tem uma grande força na política baiana e foi para o segundo turno na disputa para governador, já disse que está com Bolsonaro e vice-versa, pois Bolsonaro disse a mesma coisa. Esses movimentos são capazes de atrair eleitorado.

Por outro lado, o agronegócio deve estar se perguntando por que Bolsonaro teve menos votos que em 2018 no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul, sendo que se formou agora a maior bancada pró-agro da história na Câmara e no Senado.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/disputa-apoios-segundo-turno-bolsonaro-lula/

Enfim, o recuo dos ministros do STF… Eles perceberam o recado das urnas

Fotomontagem reprodução

Os ministros do Supremo Tribunal Federal resolveram “dar um passo atrás”.

Quem informa isso é a jornalista de ‘O Globo’, Malu Gaspar, que diz ainda que a ‘demonstração de força de políticos conservadores deve fazer o Supremo reavaliar sua postura em relação a focos de conflito com o governo Bolsonaro’.

Eis o texto:

“Os ministros do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral que acompanharam a apuração do resultado das eleições na sala da presidência da corte, durante toda a tarde e a noite do domingo (2), formaram alguns consensos em relação aos recados que emergiram das urnas neste primeiro turno.

A primeira coisa que ficou clara nas conversas entre eles enquanto a apuração seguia é que a ampla votação obtida por políticos conservadores deve impedir o avanço de temas ligados à liberalização de costumes no tribunal – e isso independentemente do resultado da eleição presidencial.

Ações relativas à descriminalização do aborto e à descriminalização da maconha para uso pessoal, que esperam para entrar na pauta de julgamentos, agora devem ficar na gaveta durante um bom tempo.

A decisão mais importante nessa seara foi o que criminalizou a homofobia, em 2019. A bancada evangélica fez forte pressão para impedir a realização do julgamento, sob o argumento de que uma decisão pró-minorias poderia ameaçar a liberdade religiosa de pastores. Depois, os evangélicos partiram para a retaliação e entraram com um pedido de impeachment contra o relator do caso, Celso de Mello.

‘Há um recado claro e todo mundo vai ter que se reposicionar. O Brasil não quer avançar nesses assuntos progressistas que o Supremo foi empurrando ao longo dos anos. E isso não depende do resultado da eleição para o Palácio do Planalto’, diz um dos presentes à reunião de ministros em torno de Alexandre de Moraes, na tarde de domingo. ‘É o momento de dar dois passos para trás para manter o que foi conquistado’.

Apesar do temor disseminado em setores da esquerda de que a eleição teria garantido a Bolsonaro quórum suficiente para aprovar o impeachment de ministro do Supremo – seriam necessários 41 votos para abrir o processo e 54 votos para aprovar a cassação, o que o presidente não tem – o assunto não chegou a ser discutido.

Mas a alta votação de três inimigos públicos da corte para cargos importantes foi entendida como um evidente voto de contestação ao Supremo e um sinal de que o tribunal precisa rever sua atuação de acordo com o novo contexto político.

Dois deles foram eleitos: o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL), candidato a deputado federal mais votado pelo Rio de Janeiro, e o caminhoneiro Zé Trovão (PL-SC), que está em prisão domiciliar e com tornozeleira eletrônica após após entrar na mira do inquérito dos atos antidemocráticos por conta de ataques ao Supremo.

Já o deputado Daniel Silveira, candidato ao Senado, não foi eleito mas teve uma votação expressiva. Silveira chegou a ser condenado a oito anos e nove meses de prisão por ameaça ao Estado democrático de direito pelo plenário do STF, mas em em abril recebeu o indulto presidencial. Moraes acusa Silveira de não cumprir decisões do STF, ao deixar de usar tornozeleira, se manifestar em redes sociais, fazer viagens e até dar entrevistas.

O fato de que Silveira está inelegível, mas mesmo assim recebeu 1,5 milhão de votos foi encarado como um recado enfático à corte. ‘Toda essa gente achou importante fazer um voto de homenagem a Silveira, mesmo sabendo que ele estava inelegível. Isso não é trivial’, comentou um ministro, ao tomar conhecimento da votação de Silveira.

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/42747/enfim-o-recuo-dos-ministros-do-stf-eles-perceberam-o-recado-das-urnas

Mobilização faz Rússia ficar mais autoritária e perigosa

Na live desta semana da coluna Jogos de Guerra, o jornalista Luis Kawaguti conversará ao vivo com o analista militar Paulo Roberto da Silva Gomes Filho e com o especialista em petróleo e gás da PUC-Rio Armando Cavanha sobre a contraofensiva ucraniana e os esforços da Rússia para não perder a guerra na Ucrânia.

O bate-papo será nesta terça-feira (4) – a partir desta semana, a live terá início às 20 horas.

A coluna Jogos de Guerra traz reportagens exclusivas sobre indústria bélica, forças armadas, zonas de conflito e geopolítica. Esses temas são aprofundados em conversas semanais com especialistas na área.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jogos-de-guerra/mobilizacao-faz-russia-ficar-mais-autoritaria-e-perigosa/

O plano de governo (ou desgoverno) de Lula

Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao 2º turno com um plano de governo incompleto (incompleto, mas com conteúdo suficiente para ser rejeitado pelos brasileiros). Contrariando todas as boas práticas internacionais em regimes democráticos, Lula esconde a versão final do seu plano de governo. O motivo de tanto mistério é não inviabilizar as alianças com pessoas e instituições de fora da esquerda (o que em si já é suspeito). Mas ele já deu indícios do que pretende fazer, mesmo usando eufemismos e divagações como estratégia.

De um lado, o plano de governo preliminar de Lula, apresentado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), está cheio de platitudes, afirmações infundadas e, inclusive, algumas mentiras grosseiras (será que o TSE vai classificar como fake news?). Por outro lado, está vazio de propostas concretas, dados e evidências. Isso, por si só, já deveria afastar o voto de qualquer eleitor de centro que acredita em boas políticas públicas, em um estado eficiente e em boa gestão. Mas, antes de tomar essa decisão, é importante o eleitor avaliar as propostas do candidato Lula para verificar se elas estão alinhadas com as necessidades do país e, inclusive, com seus princípios e valores.

| Foto: Ricardo Stuckert

Uma das piores propostas do Lula, que pode prejudicar todos os trabalhadores do Brasil, é que o PT (Partido dos Trabalhadores) estuda criar uma taxa para substituir o imposto sindical, extinto na reforma trabalhista de 2017. O imposto sindical, para quem não lembra, é a cobrança compulsória de um dia de trabalho de todos os brasileiros com carteira assinada, sem qualquer consentimento do trabalhador. Com o fim desse imposto injusto, a arrecadação das entidades sindicais laborais (sindicatos, confederações e centrais) caiu de R$ 2,2 bilhões, em 2017, para R$ 21,5 milhões no ano passado. Ou seja, Lula e os sindicatos querem voltar a tirar R$ 2.178.500.000,00 (dois bilhões, cento e setenta e oito milhões, e quinhentos mil reais) do bolso dos trabalhadores. Uma verdadeira injustiça!

Hoje, os sindicatos já podem instituir a cobrança, desde que tenha a anuência expressa do trabalhador. Lula estuda instituir uma “taxa” que não precise do consentimento expresso do trabalhador (nenhum direito a menos ficou para a história?). Uma espécie de imposto sindical sem chamar de imposto sindical, supostamente democrático porque a escolha do valor seria coletiva, discutida em assembleia e votada pela “maioria” dos presentes, prática muito comum quando querem instituir algo sem o consentimento individual do trabalhador. Como o PT é craque em mascarar suas iniciativas, constou no plano preliminar que “serão respeitadas também as decisões de financiamento solidário e democrático da estrutura sindical” (item 14, página 4). Para bom entendedor, já é suficiente para entender o verdadeiro significado.

Uma das piores propostas do Lula, que pode prejudicar todos os trabalhadores do Brasil, é que o PT (Partido dos Trabalhadores) estuda criar uma taxa para substituir o imposto sindical, extinto na reforma trabalhista de 2017

Com isso, Lula pode acabar com um dos maiores legados da gestão do presidente Michel Temer. Com os sindicatos recebendo milhões, as demais “reformas” para aumentar a intervenção do governo na economia e para tirar as amarras fiscais poderão ser implementadas facilmente. E o plano de governo de Lula também quer criar novas regras trabalhistas para os autônomos, inclusive os que trabalham por aplicativos. A ideia é engessar essas categorias, como ocorre com os trabalhadores CLT, para torná-los reféns dos sindicatos e, inclusive, ameaçando o ganho de renda desses profissionais. Outra linha de ação é devolver ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a capacidade discricionária de apoiar, com juros subsidiados, alguns empresários alinhados com o governo. Sem falar no uso do BNDES para apoiar financiamentos em ditaduras como Cuba, Venezuela e de Angola.

Já conhecemos os resultados dessas políticas. Além de criar um incentivo perverso na economia, essas práticas distorcem o regime democrático. Quando o estado tem o poder discricionário de eleger “campeões nacionais”, toda a literatura internacional mostra que o aumento da corrupção é o resultado natural. O uso político do PT (Partido dos Trabalhadores) no BNDES é conhecido. Por exemplo, entre 2003 e 2017, o grupo J&F, que inclui a JBS, recebeu R$ 17,6 bilhões do BNDES, o equivalente a R$ 38,53 bilhões em valores de hoje. Os irmãos Batista, que encabeçam o grupo, ficaram conhecidos no Brasil inteiro por seu envolvimento na Operação Lava Jato anos depois de terem começado a receber tanto dinheiro do BNDES. Detalhei o assunto neste texto para a Gazeta do Povo.

O plano de Lula fala em “recompor o papel indutor e coordenador do Estado e das empresas estatais” (item 76, página 14). Ao contrário do que pretende Lula e seguindo os exemplos que deram certo no mundo, nos últimos 4 anos, foi intensificada a abertura econômica e as privatizações, que reduzem o poder discricionário do estado. Devolver o poder às estatais só traria mais prejuízos ao país e mais poder para Lula e seus aliados, que poderiam explorar todo o potencial de uso político de uma estatal, como a história brasileira já mostrou. A política industrial de Lula e Dilma Rousseff foi um palco de escândalos de corrupção e de desperdício de dinheiro dos pagadores de impostos. O modelo de criar “campeões nacionais”, que recebiam privilégios dos bancos estatais e da Petrobras, por exemplo, não funcionou.

Além de tudo isso, Lula pretende reestatizar a Eletrobras (item 78, página 14). Uma das hipóteses para isso seria a fusão da Eletrobras com a Petrobras. Vale lembrar que, entre 2000 e 2015, o setor elétrico teve prejuízo de R$ 228 bilhões graças à corrupção, ineficiência e interferências políticas na gestão da Eletrobras. Além disso, em 2012, Dilma instituiu a MP (Medida Provisória) 579, uma canetada para baixar à força 20% da conta de energia, mas que teve efeito oposto nos anos seguintes. Para se ter ideia, o aumento de 100,6% das tarifas de 2013 a 2021 tem entre seus motivos causadores a MP 579. Será que é interesse dos brasileiros reestatizar a Eletrobras? Eu duvido. Ninguém mais aguenta ver roubalheira nas estatais.

Lula também quer mudar a política de preços da Petrobras, hoje associada ao preço internacional de petróleo e gás, em Dólar. Ele quer “recuperar” a estatal controlando os preços (item 56, página 11), mas esquece que foi essa política que quebrou a empresa. Em 2015, durante o governo Dilma, a Petrobras teve prejuízo de R$ 34,8 bilhões, o pior de sua história até então. Como resultado da crise gerada pelo PT, em fevereiro de 2016, a Petrobras foi avaliada em apenas R$ 67,6 bilhões — hoje, a Petrobras vale R$ 414,26 bilhões. Foi uma destruição de valor sem precedentes na história brasileira.

Em 2017, o Ministério Público Federal chegou a processar a então presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, justamente pelos prejuízos da política de preços que Lula quer restaurar, caso seja eleito. Se em 2015 a Petrobras era marcada pelo prejuízo, por outro lado, só no segundo trimestre deste ano, a Petrobras teve lucro líquido de R$ 54.330 bilhões. Não tem nem comparação! E como o Governo Federal é o maior acionista individual da empresa, todos os dividendos distribuídos para o governo poderão ser reinvestidos em melhoria das políticas públicas que interessam aos brasileiros.

“É o ativo mais arriscado da bolsa em caso de eleição do Lula. Não estou dizendo que a ação vai desabar, mas o risco é grande. Não podemos nos iludir achando que a empresa está blindada. Ainda assim, o mercado vai esperar a consolidação dos planos do novo presidente para reagir”, disse Flávio Conde, analista de ações da casa de análise Levante, à revista Exame. Os analistas também falam em queda de valor da Petrobras no caso de Lula ser eleito e retomar a política de controle de preços.

Outra proposta de Lula (que também podemos chamar de ameaça) é o fim do teto de gastos, uma das políticas mais importantes (se não a mais importante), que o Brasil adotou em sua história recente. E o programa é taxativo: “é preciso revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro” (item 51, página 10). Segundo Lula, o teto de gastos serve para agradar aos banqueiros, credores e a Faria Lima. “Não preciso de teto de gastos, quando você faz uma lei de teto de gastos é porque é irresponsável, porque você não confia no seu taco e não confia no que vai fazer. Quem é que obrigou a fazer esse teto de gastos, foi a Faria Lima? Foi o sistema financeiro? Sem se importar que o povo é dono de uma parte?”, questionou Lula em uma entrevista à Uol este ano.

O que Lula finge esquecer é que o teto de gastos foi criado para tirar o Brasil da maior crise econômica dos últimos anos, após a desastrosa gestão de Dilma Rousseff. Se Lula acabar com o teto de gastos de vez, o prejuízo ao Brasil será imenso. A começar pelo dano na imagem e credibilidade do país, que voltaria a ser visto como a terra da irresponsabilidade fiscal. O resultado disso seria a fuga de capitais, depreciação cambial (em resumo, o Real valeria menos) e altas de preços.

O segundo mandato de Lula foi marcado pela adoção da Nova Matriz Econômica, que fez estragos na economia com sua irresponsabilidade fiscal. Um mandato de Lula precisaria de um teto de gastos para frear gastos absurdos. Além disso, os principais beneficiados pelo teto são os cidadãos, não o mercado financeiro. Lula esquece que quem arca com a conta são os pagadores de impostos, inclusive aqueles que são mais pobres.

O fim do teto de gastos também daria mais liberdade para aumentar privilégios e penduricalhos da elite do funcionalismo, problema que tem sido protagonizado, principalmente, pelo Judiciário, que já aumentou o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) este ano. O próprio Ministério Público poderia seguir esse mau exemplo. Seria um grande problema, com efeito cascata de privilégios.

Graças ao teto de gastos e a responsabilidade fiscal, em 2022, mesmo após a Covid-19 e a guerra na Ucrânia, o Brasil terá seu primeiro superávit fiscal em 8 anos: desta vez, estimado em US$ 62 bilhões pela pesquisa Focus, do Banco Central. Será que gostaríamos de retroceder 8 anos e voltar às mesmas políticas que originaram a crise de 2015? Nem pensar!

Outros retrocessos são as propostas de revogar as reformas da previdência (Item 17, página 4) e trabalhista (Item 13, página 4 [embora Lula tenha indicado recentemente desistir de revogar a reforma trabalhista, ainda é preciso levar seu plano de governo em conta]), indo expressamente contra a vontade dos parlamentares legitimamente eleitos.

Por um lado, diz que defende a democracia. Por outro, ataca uma decisão tomada de forma legítima e dentro dos mecanismos existentes em uma democracia representativa, alegando que se trata de um verdadeiro desmonte. Por fim, e não menos grave, consta a proposta de controlar as plataformas digitais e de instituir verdadeiras comissões da verdade para fiscalizar qualquer cidadão (Item 119, página 20), velho desejo autoritário de Lula de regulamentar e limitar qualquer voz crítica.

Mas o resumo da ópera é que a volta de Lula à Presidência da República seria um verdadeiro retrocesso. Diante dos avanços econômicos e reformas que as gestões de Temer e Bolsonaro fizeram versus o histórico de Lula, Dilma e do PT, não é difícil escolher um lado no 2º turno, basta ver os programas e conhecer um pouco da história brasileira!

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/paulo-uebel/o-plano-de-governo-ou-desgoverno-de-lula/

Ditador que persegue a imprensa e fecha igrejas envia carta para o ex-presidiário: “Estamos com vocês”

Foto reprodução

O perigo que a eleição de Lula representa para o país vai ficando cada vez mais evidente.

Daniel Ortega, o terrível e temido ditador da Nicarágua, acaba de mandar uma carta ao meliante petista, parabenizando-o pelo resultado obtido no 1º turno da eleição presidencial.

Ortega trata Lula como “companheiro” e “irmão” e assegura: “estamos com você”.

O ditador tem sido notícia ultimamente por perseguir a imprensa, fechar igrejas, impedir cidadãos de ir à missa e prender seus adversários para disputar sozinho as “eleições” no seu país.

O PT tem uma longa história de apoio à ditadura na Nicarágua, e no ano passado, quando o ditador foi reeleito para seu quinto mandato de cinco anos, o quarto consecutivo (numa eleição em que sete candidatos opositores foram presos e não foi autorizada a presença de observadores internacionais, entre outras irregularidades que levaram a maioria dos países a não reconhecer o pleito), Lula disse que defendia “a autodeterminação dos povos”.

“Por que a Angela Merkel [ex-chanceler alemã] pode ficar 16 anos no poder e o Daniel Ortega não?”, questionou.

Felizmente, um movimento muito forte está fazendo com que inúmeras pessoas que se abstiveram de votar no 1º turno ou mesmo àquelas que votaram no petista – para acabar logo a eleição – iludidas pelos institutos de pesquisas, estão reavaliando os seus posicionamentos e deverão optar pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

PT nunca mais!

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/42761/ditador-que-persegue-a-imprensa-e-fecha-igreja-envia-carta-para-o-ex-presidiario-estamos-com-voces

Zema mobiliza força-tarefa de governadores pela reeleição de Bolsonaro

Governadores devem se reunir nesta quinta-feira em Belo Horizonte

O governador Romeu Zema (Novo) ao declarar apoio a Bolsonaro, no segundo turno.

Após anunciar seu apoio, considerado decisivo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), decidiu mobilizar uma espécie de “força-tarefa” de governadores, eleitos e reeleitos, pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A ideia de Zema é organizar uma agenda eleitoral para que os governadores ligados ao campo político do presidente percorram o País pedindo votos para virar a eleição no segundo turno. A informação é da Coluna Claudio Humberto, do Diário do Poder.

A reunião dos governadores, a convite de Zema, está inicialmente marcada para esta quinta-feira (6), em Belo Horizonte.

Zema deseja deixar claro para os mineiros que seu apoio à reeleição de Bolsonaro não é apenas no discurso. Ele promete arregaçar as mangas.

Agora quem corre atrás do “prejuízo” é o PT, que encomendou ao senador eleito Wellington Dias, ex-governador do Piauí, iniciativa similar em favor de Lula.

FONTE: Diário do Poder https://diariodopoder.com.br/eleicoes-2022/zema-mobiliza-nesta-5a-feira-forca-tarefa-de-governadores-pela-reeleicao-de-bolsonaro

Ciro declara apoio envergonhado a Lula, sem citar seu nome

Político cearense deixou claro que o “apoio” decorre de opção do PDT

Ciro Gomes, ex-candidato a presidente da República pelo PDT.

O ex-candidato do PDT a presidente da República Ciro Gomes gravou vídeo para anunciar seu apoio, no segundo turno, à candidatura de Lula (PT), cujo envolvimento com a corrupção foi tema de inúmeras declarações do político cearense-.

No vídeo, Ciro afirma que se rende à decisão do partido, que decidiu pelo apoio ao petista, mas repete críticas cobre o fao de nenhum dos dois candidatos finalistas serem “suficientes”.

Durante toda a sua preleção, Ciro Gomes nem sequer consegue citar o nome do candidato do PT, no vídeo que publicou em seu perfil no Twitter. “Frente as circunstâncias é a última saída”, diz ele.

FONTE: Diário do Poder https://diariodopoder.com.br/eleicoes-2022/ciro-declara-apoio-envergonhado-a-lula-sem-citar-o-seu-nome

‘Apoio do PSD’ era lorota de Lula: partido de Kassab ficará neutro

Pela decisão, filiados estão liberados para apoiar quem quiserem

Ex-ministro Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD – Foto: canal da Rádio Bandeirantes.

O fundador e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, confirmou nesta terça-feira (4) que o seu partido manterá “neutralidade”, em relação à disputa presidencial de segundo turno, protagonizada por Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT).

Em nota, o partido informa que Kassab “realizou uma consulta às lideranças do partido” para definir a posição do PSD em relação às presidenciais.

Essa consulta, diz a nota, “apontou a manutenção da neutralidade do PSD no segundo turno”.

Com isso, “as lideranças, parlamentares e filiados estão liberados para definirem seus apoios”, conclui.

A nota do PSD desmente a afirmação atribuída a Lula, pela própria assessoria, de que havia fechado apoio do partido à sua candidatura.

FONTE: Diário do Poder https://diariodopoder.com.br/eleicoes-2022/apoio-do-psd-era-lorota-de-lula-partido-de-kassab-decide-ficar-neutro

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