Ao vivo: Os melhores momentos do debate da Globo (veja o vídeo)

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“Mentiroso, ex-presidiário, traidor da pátria”, com estas palavras, Bolsonaro lavou a alma dos brasileiros durante o último debate do primeiro turno das eleições de 2022.

As palavras, logicamente, foram dirigidas a quem merecia.

O debate na Globo foi marcado por uma dinâmica que permitia direitos de respostas ilimitados, o que favoreceu Lula, que era atacado por Bolsonaro, Padre Kelmon e Ciro, pelos governos corruptos do PT.

O Padre Kelmon conseguiu fazer Lula perder a compostura como nunca se viu.

Soraya foi desmascarada e agora todos sabemos que ela virou a casaca por causa dos cargos que pedia e não era atendida, como uma garota mimada. Terá o futuro político da Joice…

Simone Tebet fazia promessas absurdas no desespero de tentar iludir o eleitor, como prometer 5 mil reais aos estudantes que concluísse o ensino médio.

Lula saiu desmoralizado sem conseguir se defender dos ataques de corrupção. Apenas negava tudo em cenas de cinismo e frieza.

Veja o vídeo:

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/42612/ao-vivo-os-melhores-momentos-do-debate-da-globo-veja-o-video

Instituto crava que eleição será decidida no primeiro turno

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O Instituto Brasmarket parece ser o mais confiável atualmente no Brasil.

Além de confiável, teve a coragem de cravar que a eleição será decidida no primeiro turno.

Isso corrobora o que aponta o implacável DataPovo.

Assim, nessa última rodada do Brasmarket, o presidente Jair Bolsonaro (PL), registrou 50,9% dos votos válidos na modalidade estimulada.

Dos 1.600 entrevistados, o Capitão foi escolhido por 45,4% das pessoas. Em seguida, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece com 30,9% das intenções de voto.

Na sequência, Ciro Gomes marcou 6,2% e Soraya Thronicke 0,8%. Felipe D’avila e Padre Kelmon fizeram 0,3% cada. Léo Péricles ficou com 0,1%. Branco/nulo somaram 2,6% e não sabe/sem resposta 8,3%.

Na modalidade espontânea, Bolsonaro aparece com 44,3%, Lula com 27,6%, Ciro Gomes com 3,8%, Simone Tebet com 3,2%, Soraya Thronicke com 0,4%, Felipe D’avila 0,3%, Padre Kelmon 0,1% e Léo Péricles <0,1%. Outros somaram 0,1%, branco/nulo 5,1% e não sabe/sem resposta 15,1%.

No quesito rejeição, Lula foi citado por 54,2% dos entrevistados. Bolsonaro, por sua vez, 33,3%. Em seguida, Ciro pontuou 2,1%, Simone 0,6%, Soraya 0,3%, Padre Kelmon 0,3% e Constituinte Eymael fez 0,1%. Felipe, Léo e Vera foram rejeitados por <0,1% dos entrevistados, cada. Sofia Manzano não pontuou.

Os que não rejeitam nenhum somaram 6,1% e os que não sabem ou não têm 2,8%.

Foram ouvidas 1.600 pessoas de 529 cidades das cinco regiões do país, por meio de contato telefônico, entre os dias 26 a 28 deste mês. A margem de erro é de 2,45%.

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/42615/instituto-crava-que-eleicao-sera-decidida-no-primeiro-turno

As eleições e o desafio do emprego

Nos primeiros oito meses de 2022 o Brasil criou 1,8 milhão de empregos com carteira assinada.| Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo

Na última divulgação de dados do Novo Caged, do Ministério do Trabalho e Previdência, antes do primeiro turno das eleições, o resultado foi novamente positivo: um saldo de 278,6 mil vagas formais, com carteira de trabalho assinada, no mês de agosto. Até agora, no acumulado do ano, os postos de trabalho abertos são 1,85 milhão. Todas as unidades da Federação e todos os cinco grandes setores da economia (indústriacomércio, serviços, construção civil e agropecuária) abriram vagas em agosto, com o número de empregados aumentando acima da média nacional na Região Nordeste, onde as taxas de desemprego medidas pelo IBGE são maiores.

Por mais que o debate eleitoral esteja centrado principalmente na expansão de benefícios sociais como o Auxílio Brasil – ou qualquer outro nome que os candidatos ao Planalto estejam dando a programas de transferência de renda –, a geração de empregos tem de ser prioridade daquele que ocupar o Palácio do Planalto a partir de 2023. A ajuda aos brasileiros mais vulneráveis é fundamental, mas, como na frase atribuída ao presidente norte-americano Ronald Reagan, não há programa social melhor que um trabalho. Um emprego com as garantias proporcionadas pela formalização, com uma remuneração justa, é fonte de dignidade e realização. No entanto, ainda há milhões de brasileiros privados dessa oportunidade – e, se acrescentarmos aqueles que trabalham na informalidade, estamos falando de dezenas de milhões.

Mesmo um regime tributário inteligente e marcos legais que tragam maior segurança jurídica e abram mercados terão pouco efeito se os governos mantiverem políticas fiscalmente irresponsáveis que comprometam a confiança no país

Empregos, no entanto, não são criados à base de canetadas. A função do governo, no que diz respeito ao mercado de trabalho, é dar condições para que a iniciativa privada, o verdadeiro motor da economia, seja capaz de gerar empregos e renda. Os bons números de 2021 e 2022 não podem nos fazer perder de vista que as perspectivas para o próximo ano não são tão boas, com previsões de crescimento baixo do PIB e manutenção do aperto monetário por um período mais prolongado, a julgar pelos pronunciamentos do Copom em seus comunicados e atas. Os avanços legais promovidos até o momento, como os trazidos pela Lei de Liberdade Econômica, podem não ser suficientes para manter o ritmo atual de geração de empregos; é preciso avançar.

Entre as possíveis frentes a atacar para estimular naturalmente a abertura de mais postos de trabalho formais está uma reforma tributária que não onere a folha de pagamento das empresas – melhor ainda se ela for ainda mais abrangente e reduza como um todo a tributação sobre a produção e o consumo. Mas ela é apenas uma parte da equação. Mesmo um regime tributário inteligente e marcos legais que tragam maior segurança jurídica e abram mercados, como está ocorrendo com as ferrovias e a navegação de cabotagem, terão pouco efeito se os governos mantiverem políticas fiscalmente irresponsáveis que comprometam a confiança no país – basta lembrar como a gastança da “nova matriz econômica” petista fez o desemprego dobrar em apenas três anos, de 6,3% no fim de 2013 para 12,2% no fim de 2016.

Nesta reta final antes do primeiro turno, vale a pena pesquisar o que cada candidato está propondo para cumprir o objetivo de levar o Brasil a uma situação de pleno emprego. São projetos intervencionistas, eivados de voluntarismo estatal, ou que compreendem corretamente o papel da iniciativa privada e a incentivam? A política fiscal proposta vai elevar ou abalar a confiança do investidor no Brasil? Disso depende o futuro de milhões de brasileiros que hoje amargam o desemprego, o subemprego ou a informalidade.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/as-eleicoes-e-o-desafio-do-emprego/

Tensão, bate-boca e Lula confrontado: como foi o último debate presidencial antes do 1º turno

Debate com presidenciáveis na TV Globo foi marcado por troca de ofensas, acusações e duros embates entre candidatos| Foto: Joédson Alves/EFE

O terceiro e último debate entre os candidatos à Presidência da República antes da votação em primeiro turno, veiculado na noite desta quinta-feira (29) pela TV Globo, foi marcado por fortes embates entre os presidenciáveis presentes, sobretudo no primeiro e no terceiro blocos, em que os temas para a realização das perguntas eram livres de acordo com as regras determinadas pela emissora.

Como já era esperado, os enfrentamentos mais ríspidos se deram entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), mas outros presidenciáveis também participaram de confrontos entre si. Em alguns momentos do debate, a temperatura abaixou e os candidatos passaram a debater propostas de governo.

Lula, em especial, foi alvo de questionamentos a respeito dos escândalos de corrupção em seu governo por quase todos os participantes – somente Simone Tebet (MDB) evitou direcionar esses questionamentos ao petista. A emedebista, no entanto, assim como outros candidatos, pressionou Bolsonaro especialmente quanto ao chamado orçamento secreto. Apesar dos diversos confrontos entre Lula e Bolsonaro, nenhum dos dois fez pergunta direta ao outro – os embates ocorreram em perguntas e respostas a outros candidatos e, principalmente, por meio de uma série de direitos de respostas concedidos.

Acompanhe abaixo como foi o debate na TV Globo:

Debate inicia com forte embate entre Lula e Bolsonaro

A primeira pergunta do primeiro bloco foi feita por Ciro Gomes (PDT) a Lula. O pedetista questionou números econômicos durante os governos petistas. Lula defendeu-se apresentando números sobre desemprego, benefícios a pessoas em pobreza, programas sociais e reforma agrária. Ciro rebateu dizendo que se afastou do governo petista devido a “contradições graves” econômicas e morais. O candidato também questionou os números mostrados por Lula. Por fim, o petista questionou a saída de Ciro em seu governo e voltou a defender que fez a “maior política de inclusão social da história do país”.

Na sequência, padre Kelmon (PTB) selecionou Bolsonaro para indagá-lo sobre eventual manutenção do Auxílio Brasil. Bolsonaro, na resposta, confirmou que o programa de renda seria mantido “com responsabilidade fiscal”, como já havia feito em outras oportunidades. O atual presidente também citou o aumento do benefício, na comparação com o programa de renda das gestões petistas, quando ainda era denominado Bolsa Família.

Padre Kelmon aproveitou para fazer críticas a políticas de esquerda. “Estamos procurando cada vez mais colocar isso como informação para que as pessoas tenham confiança de que nessa eleição precisam escolher homens de direita”.

Os candidatos Jair Bolsonaro (PL), Padre Kelmon (PTB), Luiz Felipe D’Ávila (NOVO), Soraya Thronicke (União Brasil), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) no estúdio da TV Globo, para participar do debate entre candidatos à Presidência da República.| Victor Pollak/Globo

Bolsonaro, na tréplica, disse que Lula foi o “chefe de uma grande quadrilha”. “Nós não podemos continuar no país da roubalheira. O governo que nos antecedeu não tinha qualquer compromisso, qualquer respeito com a família brasileira”. Disse, ainda, que o governo petista apoia a ideologia de gênero e a legalização das drogas.

Bolsonaro disse, ainda, que durante seu governo “acabou com a mamata, em especial da grande mídia”.

Lula obteve direito de resposta devido à fala anterior de Bolsonaro. O ex-presidente defendeu-se apontando denúncias de corrupção relacionadas a membros de seu governo. Bolsonaro também obteve direito de resposta e voltou a chamar Lula de “ex-presidiário”, como havia feito no debate anterior, no SBT.

Lula obteve novo direito de resposta e disse que, caso eleito, faria decreto para acabar com sigilos determinados durante o governo Bolsonaro.

Na sequência, Felipe d’Ávila (Novo) pediu a Ciro Gomes comentar os escândalos de corrupção da era petista. Ciro aproveitou para dizer que após os governos petistas houve a pior crise econômica da história. Disse também que a corrupção se generalizou durante o período. “R$ 16 bilhões foram devolvidos. De onde veio essa montanha de dinheiro? Quando devolviam, diziam: ‘roubei no governo do PT com o conhecimento do Lula’. Muitos depoimentos disseram isso”.

Na sequência, Bolsonaro questionou Simone Tebet a respeito de declaração de sua vice, a senadora Mara Gabrilli (PSDB), a respeito da suposta participação do ex-presidente na morte de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, assassinado em 2002. Simone declarou que confia em sua vice, mas lamentou que a questão tenha sido trazida durante o debate, disse que achava isso uma “covardia” e pediu que fossem tratados temas sobre projetos de governo.

Na réplica, Bolsonaro abordou as ações do governo no atendimento à população vulnerável durante a pandemia. A emedebista criticou, na tréplica, que as acusações entre os candidatos estejam à frente do debate de ideias. Simone também fez acusações a Bolsonaro quanto à gestão do governo durante a pandemia.

Lula pediu direito de resposta quanto à acusação envolvendo Celso Daniel. O petista negou as acusações e disse que Celso Daniel era seu amigo. “A Polícia Civil deu por encerrado. O Ministério Público deu por encerrado, decidiram que é um crime comum”.

Em seguida, a presidenciável Soraya Thronicke (União Brasil) foi questionada por Lula sobre propostas para acabar com a fome. A candidata citou que o imposto único federal, principal proposta de sua campanha, contribuiria para reduzir impostos e melhorar as condições dos mais pobres. Soraya também fez críticas a escândalos de corrupção durante o governo de Lula. O ex-presidente mencionou leis aprovadas durante seu governo que tratam do combate à corrupção.

Nesse bloco, Bolsonaro ainda teve direito a outro direito de resposta e questionou acusações de Lula sobre decretações de sigilo e atraso de vacinas. “Tu foi condenado em três instâncias por unanimidade. E o processo deixou de existir porque tinha um amiguinho no STF que disse que você tinha que ser julgado em Brasília e não em Curitiba”, afirmou o atual presidente.

Soraya perguntou a padre Kelmon sobre alegados erros do governo Bolsonaro durante a pandemia. Em resposta, o candidato questionou itens do programa de governo da presidenciável do União Brasil. Soraya, na sequência, acusou padre Kelmon de ser cabo eleitoral de Jair Bolsonaro.

A última pergunta do primeiro bloco foi feita por Simone Tebet a Felipe d’Ávila a respeito de propostas sobre política de saúde política. O candidato do Novo falou sobre a importância na digitalização dos prontuários no Sistema Único de Saúde (SUS), em especial no atendimento à saúde primária. Na réplica, Simone mencionou propostas para cumprir a promessa de zerar as filas do SUS em seu eventual governo. Felipe d’Ávila, por fim, mencionou a parceria com o setor privado para avançar na saúde pública como proposta em seu eventual governo.

Meio ambiente, agronegócio e educação são debatidos no segundo bloco

No início do segundo bloco, em que havia temas sorteados para as perguntas, o candidato do Novo questionou novamente Lula sobre denúncias de corrupção. O ex-presidente evitou responder diretamente e passou a discursar sobre cotas raciais, que era o tema previamente selecionado para a pergunta. O ex-presidente aproveitou a ocasião para defender suas bandeiras de combate à pobreza.

Em seguida, Bolsonaro foi questionado por Simone Tebet sobre políticas relacionadas a mudanças climáticas. A candidata também acusou o atual governo de ser responsável pelo maior desmatamento em 15 anos.

Bolsonaro defendeu-se dizendo que o Brasil é exemplo para o mundo em preservação ambiental e que o país é, dentre as principais economias do mundo, o que menos emite gases do efeito estufa. Disse, ainda, que colocou as Forças Armadas para combater incêndios e que há uma “briga de narrativas” na temática do meio ambiente relacionado ao agronegócio. Sobre o agronegócio, o atual presidente defendeu feitos do seu governo, em especial quanto à titulação de terras e a negociação com Vladimir Putin, presidente da Rússia, para manter a exportação de fertilizantes ao Brasil após o início da guerra na Ucrânia.

Na temática da educação, Padre Kelmon perguntou para Ciro Gomes sobre propostas para incluir mais pessoas pobres no ensino superior. O pedetista respondeu dizendo que propõe transformar a educação pública brasileira em todos os níveis em uma das dez melhores do mundo em 15 anos.

Na sequência, Soraya Thronicke, após fazer acusações ao governo Bolsonaro, perguntou a Padre Kelmon sobre o combate ao racismo. O sacerdote disse que todas as raças são irmãs e que não aceita políticas que criem divisões. Disse que na esquerda há retórica política para usar o combate ao racismo para dividir a sociedade.

A pergunta do tema seguinte, relações com o Congresso Federal, foi feita por Jair Bolsonaro a Felipe d’Ávila. O presidente perguntou sobre a visão do candidato sobre loteamento de cargos em troca de apoio do parlamento. O presidenciável do Novo questionou o chamado “orçamento secreto” presente no governo Bolsonaro.

Adotado em 2020 pelo Congresso Nacional, o “orçamento secreto ou paralelo” é como ficaram conhecidas as emendas de relator (identificadas pelo código RP-9) no Orçamento Federal, que destinam uma fatia dos recursos públicos da União para livre execução de deputados e senadores em obras e melhorias em seus redutos eleitorais. Não há ingerência do poder Executivo na destinação desses recursos. O projeto de lei orçamentária de 2023 reserva R$ 19,4 bilhões para as emendas de relator.

Ao responder, Bolsonaro negou que o orçamento secreto seja de sua responsabilidade. “Eu não indico um só centavo nesse dito orçamento secreto. Ele é totalmente administrado pelo relator, ou da Câmara ou do Senado. Não existe da minha parte qualquer conivência com esse orçamento”.

A pergunta feita na sequência, sobre meio ambiente, foi feita por Lula a Simone Tebet. O petista aproveitou para atacar o governo Bolsonaro em relação a políticas sobre mudanças climáticas. Em resposta, a emedebista disse que em seu governo haveria desmatamento ilegal zero, fortalecimento dos órgãos de fiscalização e que haveria “meio ambiente e agronegócio, natureza e desenvolvimento”.

Ciro Gomes, ao perguntar sobre a criação de empregos, falou sobre seus programas de governo, de renda, de renegociação de dívidas e de empregabilidade. Soraya, ao responder, argumentou que sua proposta do imposto único federal teria o “condão de ajudar na criação de empregos”.

Novos embates no terceiro bloco

No terceiro bloco, de tema livre, houve novos episódios de embates ríspidos entre os candidatos, com destaque a Lula e padre Kelmon. O candidato do PTB questionou Lula sobre declarações de ex-integrantes do seu governo, em delações, sobre escândalos de corrupção. O ex-presidente voltou a dizer que foi absolvido em 26 processos dentro do Brasil e pela Suprema Corte – o que já foi desmentido pela Gazeta do Povo. As falas foram seguidas de um intenso bate-boca entre os candidatos, que fez com que o debate fosse paralisado pela produção do programa.

Na primeira pergunta, Bolsonaro perguntou a d’Ávila sobre os impactos de um governo de esquerda voltar ao poder. “Seria um desastre. A esquerda voltar ao poder nós já sabemos. É mais Estado intervindo na economia, prejudicando o mercado, separando o Brasil das cadeias globais de valor. Ou seja, é tudo o que nós não queremos. Nós precisamos avançar com a agenda liberal”, disse o candidato do Novo.

Felipe d’Ávila também mencionou a importância do avanço das reforma tributária e trabalhista para beneficiar a economia do país e gerar mais empregos.

Na réplica, Bolsonaro mencionou feitos do seu governo na área econômica, como redução de 35% do IPI para quatro mil produtos e redução de impostos federais nos combustíveis. Bolsonaro prometeu ainda que, no início de eventual novo mandato, a reforma tributária seria aprovada no Congresso.

À frente, Felipe d’Ávila falou sobre privatizações com Simone Tebet. A presidenciável disse que, caso eleita, seu governo seria parceiro da iniciativa privada. Sobre privatizações disse que “aquilo que é bom tem que ficar na mão do Estado se essa for a responsabilidade dele (…). Tem algumas estatais que são da essência do serviço público e nós temos que aproveitá-las”.

Ciro Gomes, em seguida, perguntou a Bolsonaro sobre esquemas de “corrupção generalizada” em seu governo. O atual presidente negou que existam casos de corrupção e passou a destacar feitos do seu governo na área econômica.

No questionamento seguinte, Lula perguntou a Ciro Gomes sobre propostas de políticas públicas para a cultura. O pedetista, em resposta, se comprometeu a recriar o Ministério da Cultura e a rever as leis de fomento, sendo a principal delas a Lei Rouanet.

Ao comentar sobre educação, Simone Tebet reforçou sua promessa de dar R$ 5 mil para todos os alunos que concluírem o ensino médio. Comprometeu-se ainda com ensino médico técnico em período integral e a levar internet para todas as escolas públicas.

Em direito de resposta ao final do terceiro bloco, Bolsonaro voltou a dizer que o Executivo não tem gerência sobre o orçamento secreto. “Vocês têm a chance agora, por ocasião da votação do orçamento normal, de tirar esses R$ 19 bilhões do orçamento secreto e suprir as demais áreas”, afirmou, em direção a Simone Tebet e Soraya Thronicke, que são senadores.

Saúde pública, habitação e cultura: temas abordados no último bloco

No bloco final, de temas pré-definidos, Soraya Thronicke usou o tema sorteado, de segurança pública, para perguntar a Bolsonaro sobre sua aceitação ou não ao resultado das eleições. Bolsonaro rebateu dizendo que a candidata do União Brasil havia pedido cargos em seu governo. Na réplica, Soraya também perguntou a Bolsonaro se ele havia se vacinado – na resposta, o atual presidente defendeu sua gestão de compra de vacinas durante a pandemia.

Simone Tebet aproveitou sua pergunta sobre o tema de gastos públicos para questionar Lula sobre desperdício de dinheiro público, desvios e corrupção. O petista respondeu mencionando índices econômicos de seu governo. Após perguntas de Simone Tebet sobre privatizações, Lula se comprometeu a fortalecer estatais em seu eventual governo.

Na sequência, Bolsonaro foi sorteado para perguntar sobre política cultural. O atual presidente fez críticas ao funcionamento da Lei Rouanet durante governos petistas. Padre Kelmon argumentou que em outros governos, a cultura foi banalizada. “No meu governo, se eu for eleito, faremos a cultura o meio para que as pessoas de fato façam o Brasil lá fora ser valorizado e respeitado mais ainda”. Afirmou, também, que dedicaria recursos de políticas culturais apenas para pequenos artistas.

Ciro Gomes perguntou a Soraya Thronicke se ela privatizaria a Petrobras caso eleita. A candidata do União Brasil aproveitou para alfinetar o governo federal alegando poucas privatizações e propostas liberais.

Felipe d’Ávila perguntou a Simone Tebet sobre como melhorar a coordenação do SUS, encabeçada pelo governo federal, com estados e municípios. A candidata do MDB mencionou a necessidade de aumentar recursos e tecnologia para a saúde pública, atualizar a tabela SUS e aumentar a atenção a idosos e pessoas com deficiência.

Padre Kelmon, ao perguntar para Felipe d’Ávila sobre habitação, aproveitou para valorizar o programa Casa Verde e Amarelo, do governo Bolsonaro, dizendo que “oferece moradia com dignidade”. Apontou, ainda, que ampliaria o programa, caso eleito. O presidenciável do Novo mencionou ações de regularização fundiária de um prefeito de seu partido como exemplo de descentralização de Brasília voltada a políticas de habitação.

A última pergunta do debate foi feita por Lula a Ciro Gomes com a temática da agricultura. O petista questionou Ciro sobre o aumento do desmatamento ilegal para aumentar a produção agrícola, ao que o pedetista respondeu que deve ser reprimido “com toda a dureza”. Ciro retomou sua proposta de zoneamento econômico ecológico, para determinar quais locais da Amazônia podem ser desmatados e quais não podem.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/como-foi-o-debate-candidatos-presidencia-tv-globo/?#success=true

O novo STF pode ser ainda mais ativista que o atual

Ministro Ricardo Lewandowski, que completa 75 anos em 2023 e terá que se aposentar, com Alexandre de Moraes, durante sessão plenária do STF| Foto: Carlos Moura/SCO/STF

O ativismo judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, que tem repercutido até mesmo na imprensa internacional, pode se tornar ainda mais extremo, dependendo do resultado das eleições presidenciais deste domingo (2). Com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber – que completam 75 anos durante o próximo mandato – o chefe do Executivo terá a tarefa de nomear, pelo menos, dois novos ministros para a Corte, já em 2023. Isso significa um Supremo um pouco mais à direita (se ainda não mais conservador), em caso de reeleição de Bolsonaro – cuja promessa é indicar dois nomes que “jamais serão favoráveis ao aborto” – ou ainda mais progressista, caso Lula vença o pleito.

Embora os dois ministros na iminência da aposentadoria tenham sido indicados por presidentes do PT (Rosa Weber foi indicação de Dilma Rousseff, em 2011, e Ricardo Lewandowski, de Lula, em 2006), Lewandowski, por exemplo, votou contra o aborto em caso de anencefalia, em 2012. Na época, ele afirmou que qualquer decisão envolvendo um tema de tamanha relevância e complexidade deveria ser precedida de amplo debate público e submetida ao crivo do Congresso Nacional. De acordo com especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, no entanto, a tendência é que novas nomeações da esquerda ao STF tenham posicionamento menos conservador em pautas caras à população, como aborto, ideologia de gênero e descriminalização de drogas.

“Temos uma Suprema Corte extremamente politizada, marcada pelo ativismo judicial, que deveria se restringir ao que é levado a ela em termos de constitucionalidade ou não das leis. Entretanto, a Corte abre inquéritos, promove investigações que fogem de sua alçada, é autora, investigadora e juíza da causa. Isso tudo está saltando aos olhos, não tem como esconder a militância do STF. Até o New York Times, que é um jornal progressista, reconhece isso”, contextualiza o advogado civilista e previdenciário Afonso Oliveira, membro do Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR).

“Suponhamos que o presidente Bolsonaro seja reconduzido, ele terá a oportunidade de indicar mais dois juízes técnicos, e o STF terá quatro juízes com um perfil mais conservador, mais à direita, julgando conforme a lei e a Constituição. Apesar de não formar maioria [uma vez que são 11 ministros no total], já teremos um ponto de equilíbrio maior, porque hoje o Supremo é majoritariamente progressista e político, com nove indicados por presidentes de esquerda e ideologia marxista”, analisa Oliveira. “Suponhamos que Lula vença, os dois próximos indicados seguirão a mesma linha dos que lá já estão há muito tempo. E creio que teremos consolidado a intervenção do Judiciário nos demais poderes”, prevê o advogado.

O professor de Filosofia do Direito André Gonçalves Fernandes, que é pós-doutor em Antropologia Filosófica e em Filosofia e História da Educação, recorda como nomeações mais conservadoras à Suprema Corte dos Estados Unidos resultaram na recente reversão da decisão Roe vs. Wade, que legalizou o aborto em todo o país em 1973. “Vimos isso com Trump, na nomeação de Brett Kavanaugh, Neil Gorsuch e Amy Cony Barrett, que tornou possível a alteração de Roe vs. Wade, algo que eu nunca imaginei que seria revertido”, afirma. “Se formada por pessoas sérias, essas Cortes têm a sensibilidade de perceber qual o sentir do povo e a retidão de observar o clima, a situação, ainda que decidam de maneira contrária. Então, em tese, se ganhar [para a Presidência] o candidato A ou B, altera, sim [esse cenário]”, completa.

Aborto 

Entre as pautas que tramitam atualmente no STF, está a descriminalização do aborto até três meses de gestação, cuja relatora é a ministra Rosa Weber. O pedido foi enviado à Corte pelo PSOL, em 2017. Atualmente, o aborto é tipificado como crime pelo Código Penal, com pena de até três anos para quem aborta e de até quatro para quem ajuda no procedimento. A punição não é aplicada em casos de anencefalia, estupro ou risco à vida da mãe.

Se de um lado, Bolsonaro sempre deixou claro seu posicionamento contrário ao aborto, em abril deste ano, Lula declarou que “todo mundo deveria ter direito” a ele, posicionando-se a favor da legalização. “Aqui no Brasil não faz (aborto) porque é proibido, quando, na verdade, deveria ser transformado numa questão de saúde pública, e todo mundo ter direito e não ter vergonha. Eu não quero ter um filho, eu vou cuidar de não ter meu filho, vou discutir com meu parceiro. O que não dá é a lei exigir que ela precisa cuidar”, afirmou.

No mês seguinte à declaração do petista, uma pesquisa realizada pelo PoderData mostrou qual o sentimento do brasileiro em relação ao tema: 59% da população do país é contra a liberação do aborto no Brasil, taxa 4% maior do que a registrada no primeiro mês do ano. A parcela de cidadãos que afirmou ser favorável à liberação do aborto no país foi de 24%, mesmo percentual registrado na pesquisa anterior. Os que não sabiam somaram 17%.

“Essa eleição é de grande importância, talvez a mais importante dos últimos anos da nossa história republicana. Não estamos escolhendo o próximo presidente, mas qual será nosso regime, se vamos dar uma guinada à esquerda e ter um regime socialista, como alguns países aderiram: o Chile, com a proposta de nova Constituição, a Argentina, que vai bater uma inflação de mais de 100% ao ano, a Colômbia, que aboliu forças policias e legalizou as drogas”, acrescenta Afonso Oliveira. Para o advogado, duas indicações mais conservadoras podem ajudar a alcançar um “equilíbrio maior no debate e na tomada de decisão” em pautas que estão no STF, “como aborto, descriminalização das drogas, ideologia de gênero, família e educação”.

Leis abertas a maior interpretação 

Fernandes alerta que, se antigamente, a função de julgar se limitava a uma aplicação pura e simples da lei escrita ao caso concreto, nos últimos 20 anos as leis trazem cláusulas mais abertas, permitindo a discricionaridade do juiz [liberdade de optar por uma dentre várias soluções válidas perante o direito]. “Isso é ótimo. Mas um problema da Filosofia Analítica entrou no Direito e, com isso, passou-se a ressignificar não só essas cláusulas abertas, mas conceitos jurídicos centrados em uma tradição de dois mil anos a partir do zero. Essa tentação atinge um juiz de primeira instância, mas muito mais uma Suprema Corte. Nesse caldo, a tentação do juiz de ‘reescrever a Constituição’, sem poder constituinte, é enorme”, alerta o professor.

Com base nas “últimas votações do Supremo em assuntos de interesse nacional”, em que “ficam só os dois nomeados pelo atual presidente [os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça]”, Fernandes acredita em uma diminuição “na margem de risco de se reescrever a Constituição”, em caso de reeleição e de nomeação de mais dois ministros de mesmo perfil. “Vai demandar uma maioria mais qualificada, porque hoje é goleada. Teoricamente, dificulta o ativismo judicial do STF, que terá mais ministros contrários a essa prática, não só autoritária, mas abusiva e antidemocrática”, defende.

Uma virada no posicionamento do Supremo, como a que foi vista nos EUA, porém, “é uma construção”, pondera Afonso Oliveira. “Em um primeiro mandato se nomeiam dois ministros, no segundo mais dois. Daqui 12 ou 16 anos, tendo continuidade esse viés de direita na Presidência, haverá a oportunidade de nomear outros, porque há mais ministros que completam 75 anos nos próximos anos”, projeta.

“O modus operandi na política, como na vida em comunidade, é o avanço em alguns assuntos e retrocesso em outros. Tudo é um processo. Só há alterações bruscas em rupturas institucionais, como golpes de estado ou revoluções. O progresso contínuo positivista é um mito, em condições normais de temperatura e pressão é tudo um processo”, acrescenta André Gonçalves Fernandes.

Modelo semelhante ao americano 

Especialista em Direito Constitucional e Civil, o advogado Miguel da Costa Carvalho Vidigal é crítico ao sistema de nomeação de ministros para o STF, “quase cópia” do sistema norte-americano. No Brasil, de acordo com o artigo 101 da Constituição, “o Supremo Tribunal Federal compõe-se de 11 Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada”. A nomeação é feita pelo Presidente da República, e a escolha precisa ser aprovada por maioria absoluta do Senado Federal. O mandato dura até o ministro completar 75 anos de idade.

“Isso não é muito comum em outros países que são exemplos no mundo do Direito, como Itália, França e Alemanha por exemplo. Essa forma de escolha tem se demonstrado inaplicável no país. No próprio EUA se mostra complicada, vide essa decisão do aborto modificada, que datava de 1973. Veja quanto tempo levou para o entendimento da Suprema Corte para corrigir um erro que tinha feito e ainda não corrigiu por completo”, exemplifica.

“A vitaliciedade não fez bem para a Justiça brasileira, some-se a isso o ativismo judicial cada vez mais forte no país, temos o STF hoje, umas das instituições que é das menos admiradas pelo público”, argumenta.

Vidigal acredita que modelos como alguns europeus, com mandato por tempo limitado, sem possibilidade de reeleição, e composição mais técnica que política, proporcionariam uma Corte com “atualização mais real para o momento da democracia”. “Não dá para ficar só na mão do presidente escolher, com a ratificação do Senado – no Brasil, só uma vez não se ratificou [desde a criação do STF em 1890, apenas cinco indicações do presidente foram derrubadas pelos senadores, todas em 1894, no governo do marechal Floriano Peixoto]. Até porque no sistema eleitoral brasileiro, se você perguntar a 3 milhões de brasileiros se votaram em quem queriam, 2997 milhões dirão ‘votei no menos pior’”, critica.

“Se fossem aplicadas exigências mínimas para cargo de ministro da Suprema Corte, seria mais benéfico para o país. Também seria importante haver impedimentos, como a pessoa não ter alçado cargo de ministro nos dez últimos anos, porque acaba se fazendo política nesse cargo, e isso o ajuda a ser aprovado. A pessoa não é escolhida por capacidade técnica”, afirma Vidigal. O ministro do STF Alexandre de Moraes, por exemplo, foi ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Temer, em 2016.

Mais impactos das eleições 

O advogado Afonso Oliveira recorda que, além das indicações ao STF, o presidente eleito também tem poder de nomear desembargadores e juízes no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e nos Tribunais Regionais Federais, que são a segunda instância da Justiça Federal brasileira. “A corte que mais impacta é o STF, mas as outras que formam os graus recursais do poder judiciário e também terão grande impacto”, lembra.

Na opinião de Oliveira, as eleições deste fim de semana também podem resultar em um “Senado mais equilibrado”, com base mais forte para o governo e o “desengavetamento de dezenas de denúncias contra ministros do STF”. “O primeiro ministro que vier a ser julgado pelo Senado, ainda que não se confirme seu impeachment, terá recebido o recado que o Senado está observando e determina os limites constitucionais para a atuação desses ministros. Só o fato de abrir processos assim é uma sinalização clara, republicana, de que o Judiciário pode muito, mas não podem tudo”, reforça.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/o-novo-stf-pode-ser-ainda-mais-ativista-que-o-atual/

Lula e Bolsonaro se exaltam, trocam farpas e revivem acusações no debate da Globo

Lula e Bolsonaro na chegada do debate da Globo: troca de farpas durante o programa| Foto: Fotos: João Miguel Júnior/Globo

Os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) protagonizaram o debate presidencial da TV Globo na noite desta quinta-feira (29). Houve diversas trocas de acusações e ofensas entre eles, mas não em um confronto olho no olho entre os dois. Foi o o último antes da realização do primeiro turno das eleições presidenciais, que ocorre no próximo domingo (2).

Lula e Bolsonaro conseguiram concentrar as atenções mesmo sem terem feito perguntas diretas um ao outro. As regras do debate impediram que Lula questionasse Bolsonaro. Já o presidente optou por chamar nomes como Padre Kelmon (PTB) e Felipe D’Ávila (Novo) quando teve a oportunidade de confrontar o candidato do PT. Lula e Bolsonaro são os líderes da corrida presidencial, de acordo com a última pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta.

A troca de ataques entre Lula e Bolsonaro foi possível por conta de uma série de pedidos de resposta elaborados pelos candidatos e concedidos pela organizadora do encontro. Os pedidos foram motivados por falas diretas de Lula e Bolsonaro e também por citações de outros candidatos, que focaram nos dois principais candidatos à sucessão no Palácio do Planalto. Na parte inicial do debate, os “direitos de resposta ao direito de resposta” requisitados por Lula e Bolsonaro chegaram a incomodar o também candidato Ciro Gomes (PDT), que ironicamente disse que pediria para deixar os estúdios da Globo.

As acusações entre Lula e Bolsonaro reviveram escândalos mais antigos, como mensalão e a Lava Jato, e alguns mais atuais, como o “orçamento secreto” e atuação do governo durante a pandemia de Covid-19. Houve ainda espaço para citações às acusações de “rachadinhas” e aos pedidos de sigilo de decretos assinados pela atual gestão do presidente da República.

Lula chamou Bolsonaro de “cara de pau” pelo fato de o presidente ter perguntado à candidata Simone Tebet (MDB) sobre um suposto envolvimento do petista no assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, ocorrido em 2002. Antes, Bolsonaro havia chamado Lula de “mentiroso”, “presidiário” e “traidor da pátria”.

A atuação do candidato Padre Kelmon (PTB) foi também um fator que ajudou na ampliação da temperatura do debate. O petebista direcionou a maior parte de suas falas a atacar Lula, o que permitiu a concessão ao petista de direito de resposta. Kelmon e Bolsonaro também interagiram diretamente por algumas ocasiões durante o debate, o que permitiu ao presidente defender suas realizações – e atacar Lula.

Em um confronto direto, a temperatura entre Lula e Kelmon subiu tanto que ambos tiveram seus microfones desligados, mas prosseguiram discutindo. O ex-presidente chamou o petebista de “candidato laranja”. Kelmon foi inicialmente lançado na disputa atual como vice-presidente na chapa de Roberto Jefferson, mas acabou alçado à candidatura maior após o impedimento legal do ex-parlamentar.

Lula se defende sobre corrupção e promete retomada de ações de sua gestão

O ex-presidente Lula passou grande parte do debate respondendo sobre acusações de corrupção que foram apresentadas por praticamente todos os candidatos que o confrontaram.

O petista repetiu argumentos citados em outras ocasiões, como a que seu governo foi destaque na criação de atos de transparência pública, com medidas como a criação da Lei de Acesso à Informação e a transformação da Controladoria-Geral da União (CGU) em ministério.

Disse também que as condenações sobre ele resultantes da Operação Lava Jato foram todas anuladas pelo Judiciário e que ele é, hoje, um homem livre. Lula voltou a dizer que foi absolvido em 26 processos dentro do Brasil e pela Suprema Corte – o que é uma meia verdade, conforme a Gazeta do Povo já demonstrou.

O ex-presidente elencou realizações das gestões do PT, como os programas educacionais ProUni, Fies e Ciências sem Fronteiras, para dizer que a população teria “saudade” de seu governo e, por isso, estaria disposta a concedê-lo um novo mandato. Lula presidiu o Brasil entre 2003 e 2010 e depois emplacou sua sucessora, Dilma Rousseff, que foi presidente de 2010 a 2016.

Em resposta a uma pergunta de Simone Tebet, Lula disse que planeja adequar o Brasil aos parâmetros ambientais de combate ao aquecimento global e que vetará ações de desmatamento e garimpo ilegal. O ex-presidente alegou que o país tem, hoje, terras suficientes para que o agronegócio se desenvolva sem precisar desmatar mais as florestas.

Bolsonaro diz que seu governo não tem corrupção e repete defesa de costumes

Jair Bolsonaro afirmou, durante mais de uma ocasião na realização do debate, que seu primeiro mandato está chegando ao fim e não se notabilizou por nenhum escândalo de corrupção. Ele declarou que a aproximação do governo com o Centrão do Congresso é inevitável em nome da governabilidade, mas negou que tenha dado um ministério de “porteira fechada” ao bloco de parlamentares, como o que teria ocorrido em anos anteriores.

Bolsonaro disse ainda não ter conexão com o chamado “orçamento secreto”, mecanismo de distribuição de verbas do orçamento federal a obras indicadas por deputados e senadores. Ele declarou que a criação e a gestão do mecanismo é de responsabilidade do Congresso – e ironizou as candidatas e senadoras Tebet e Soraya Thronicke (União Brasil), dizendo que elas teriam competência para combater o “orçamento secreto” no Legislativo.

O presidente também valorizou o que ele chamou de “moralização” no setor cultural, com a revisão de parâmetros da Lei Rouanet – que, segundo ele, estava privilegiando artistas que não precisavam de leis de incentivo de grande escala. Ele agradeceu o trabalho do ex-secretário de Cultura Mário Frias, que atualmente é candidato a deputado federal por São Paulo.

Ao longo do debate e em suas considerações finais, Bolsonaro apostou no discurso relacionado à agenda de costumes. Falou que seu governo respeita a família, combate o aborto e a legalização das drogas e “respeita a todos”. Ele encerrou a participação no debate com o slogan “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, que o acompanha desde a campanha de 2018.

Metodologia da pesquisa citada

O Datafolha entrevistou 6,8 mil eleitores entre os dias 27 e 29 de setembro em 332 municípios do país. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e pela TV Globo e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo BR-09479/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/como-lula-e-bolsonaro-se-comportaram-no-debate-da-globo/

Campanhas de Lula e Bolsonaro na TV terminam com apelo à emoção, ataques e defesa de legados

Últimos programas da campanha de Bolsonaro e Lula na TV terminaram com apelos à emoção, ataques e defesa de legados.| Foto: montagem/YouTube

A propaganda eleitoral na televisão terminou nesta quinta-feira (29) com um saldo de apelos à emoção, mais ataques do que propostas e muita defesa do legado das gestões de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ambos os candidatos usaram os programas das últimas duas semanas de campanha principalmente para criticar um ao outro, com alguns episódios mais propositivos.

Neste último dia, em especial, as peças veiculadas pelas campanhas se diferenciaram pelo tom adotado ao pedir o voto do eleitor no próximo domingo (2).

A propaganda de Lula mencionou o desempenho do presidente em pesquisas eleitorais para dizer que a corrida ao Palácio do Planalto pode ser decidida ainda em primeiro turno. A peça mencionou problemas vividos pelo país nos últimos anos, como o aumento da fome e a pandemia de Covid-19. Foram exibidas imagens de artistas e outras celebridades, como Carlinhos Brown, Ivan Lins, Emicida, a escritora Djamilla Ribeiro e os ex-jogadores de futebol Juninho Pernambucano e Casagrande. Em sua fala, o ex-presidente disse que “o dia em que o Brasil vai voltar a sorrir está próximo”.

Já Bolsonaro usou pouco mais de um terço do tempo para dizer que “o outro lado” mente e faz promessas “absurdas” com o apoio da “grande mídia”. O atual presidente candidato à reeleição repetiu o discurso de seu legado, como a queda no preço dos combustíveis, o Auxílio Brasil “três vezes superior ao Bolsa Família”, entre outros, antes de efetivamente pedir para as pessoas votarem vestidas de verde-e-amarelo no domingo (2).

Ataques cresceram junto das pesquisas eleitorais

O tom dos programas dos dias anteriores foi semelhante ao dos outros veiculados ao longo das últimas duas semanas. As narrativas foram ficando cada vez mais incisivas à medida que as pesquisas eleitorais ampliavam a distância entre Lula e Bolsonaro, como a do BTG/FSB divulgada na última segunda (26).

Enquanto Lula avançou quatro pontos porcentuais entre os dias 12 e 26 de setembro, chegando a 45% das intenções de voto, Bolsonaro se manteve estável nos 35%. (veja metodologias mais abaixo)

Em um dos programas daquela semana, a campanha de Lula o apresentou como injustiçado na condenação do então juiz Sergio Moro que o levou à prisão em 2017, como sendo uma “grande armação política” contra a sua candidatura à eleição presidencial. Impedido de concorrer com o ex-presidente, o PT lançou Fernando Haddad, que perdeu para Bolsonaro no segundo turno.

Mas, o tom belicoso durou pouco no programa, e foi encerrado lembrando que o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou os julgamentos de Moro. Lula retomou o discurso otimista de seu legado e lembrou dos feitos nas políticas educacionais com a participação de Haddad – seu ex-ministro da educação.

Coincidência ou não, o programa de Bolsonaro neste dia foi inteiramente dedicado à anulação dos julgamentos do ex-presidente pelo STF. “Estão tentando fazer você acreditar em uma mentira”, disse o locutor sobre imagens de reportagens veiculadas em diversos canais de televisão, como Globo e Record, quando Lula foi condenado pelos casos de corrupção na Petrobras.

Também se utilizando de entrevistas de juristas veiculadas entre 2017 e este ano, a propaganda de Bolsonaro afirma que Lula não foi inocentado, e que os processos foram apenas anulados para serem “retomados em breve”.

Entre ataques e propostas

Desde então, o tom foi subindo com os gráficos das pesquisas. Enquanto Lula oscilou entre ataques ocupando um pequeno pedaço do programa com o restante reservado a propostas, Bolsonaro usou produções inteiras para lembrar das condenações do ex-presidente por corrupção na Petrobras.

Em uma delas, lembra de todos os aliados, ministros e dirigentes do PT presos em decorrência das investigações da operação Lava Jato – exceto Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração Nacional entre 2007 e 2010 que pertencia, e ainda pertence, ao MDB.

É um tom semelhante ao usado por Lula em parte de seus programas, também mostrando aliados e ex-aliados de Bolsonaro envolvidos em casos como a suposta compra de 51 imóveis com dinheiro em espécie no valor de R$ 26 milhões, o “atraso” na compra de vacinas contra a Covid-19, o episódio em que o ex-ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, falou em “passar a boiada” em cima de políticas ambientais, entre outros.

Também citou o passado do então deputado federal Jair Bolsonaro, que, segundo a propaganda petista, foi “omisso” nos mandatos e que “só aprovou dois projetos em 26 anos de Congresso”.

No restante das peças veiculadas, Lula enalteceu o reconhecimento estrangeiro que o Brasil teve durante seu governo, fez propostas voltadas ao empreendedorismo e renegociação de dívidas dos brasileiros, entre outros.

Bolsonaro também usou partes de seus programas – daqueles que não dedicou inteiramente a ataques ao ex-presidente – para enaltecer seu legado e fazer novas propostas, como a construção de 20 mil quilômetros de ferrovias, a emissão de 400 mil títulos de propriedade aos produtores rurais brasileiros em assentamentos, o aumento salarial de 33% aos professores, entre outros.

Demais candidatos

Entre os outros postulantes à Presidência da República, o último programa do horário eleitoral foi destinado principalmente a agradecer a população e deixar um recado final sobre as plataformas políticas defendidas pelos candidatos.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) disse que “continua apresentando propostas” para o país e disse esperar que o eleitor “não se renda ao medo”. Ele falou que sua meta na campanha é derrotar “não só o Bolsonaro, mas o sistema que produziu Bolsonaro”.

A senadora Simone Tebet (MDB), quarta colocada na pesquisa FSB-BTG, utilizou a propaganda para relembrar a sua trajetória política e novamente investir no mote de que seria a candidata “da união”, em resposta à polarização liderada por Lula e Bolsonaro. Já Soraya Thronicke (União Brasil) disse que permanecerá na vida pública “fazendo o que é certo” e lutando contra o “risco que é perder a democracia” e “a liberdade para um governo autoritário”. Felipe d’Ávila (Novo) declarou que a eleição é uma disputa entre bem e mal e Padre Kelmon (PTB) aproveitou o espaço para pedir apoio aos candidatos a deputado de seu partido.

Metodologias das pesquisas BTG/FSB

Pesquisa de 26 de setembro:
O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, dois mil eleitores entre os dias 23 e 25 de setembro de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-08123/2022.

Pesquisa de 12 de setembro:
O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, dois mil eleitores entre os dias 9 e 11 de setembro de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-06321/2022.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/bolsonaro-lula-campanha-tv-ultimo-dia/

Abortistas tentam incendiar catedral na Colômbia: como a virada à esquerda naturaliza a violência no país

Manifestantes pró-aborto tentam incendiar Catedral Principal de Bogotá.| Foto: Reprodução/Twitter

Um grupo de abortistas tentou incendiar a Catedral Principal de Bogotá, Colômbia, na quarta-feira (28). O aborto até a 24ª semana, autorizado em fevereiro pela Corte Constitucional do país, foi denunciado e voltou para análise dos magistrados. Considerando a Igreja como responsável por esse movimento, manifestantes atearam fogo contra a catedral.

Faz pouco mais de um mês que o país é governado por Gustavo Petro, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia, que carrega com ele pautas progressistas como a descriminalização do aborto. Em entrevista à Gazeta do Povo, a senadora colombiana María Fernanda Cabal, da oposição, disse que a violência contra a Igreja e outras instituições será dificilmente combatida no país a partir de agora. A parlamentar destaca que as autoridades não puniram as agressoras, nem mesmo em nível municipal, através da prefeita Claudia López, que é alinhada a Petro.

“Será difícil lutar contra isso porque estamos sob um governo socialista, que é ateu e vê nesses atos de vandalismo um sinal de ‘liberdade de expressão'”, observa. “Acho que esse comportamento obedece à agenda 2030 promovida pelos progressistas, além da tão divulgada ‘revolução molecular’ que sempre se manifesta com violência”, comenta.

Juan Camilo Restrepo, ex-Alto Comissário para a Paz, também se pronunciou. “Há alguns bárbaros que pretendiam incendiar a Catedral Primaz da Colômbia. Estamos prontos para defender crenças e instituições”, tuitou.

Nicolás Gómez Arenas, cientista político influente nas redes sociais, pediu à prefeita de Bogotá que esclareça o ocorrido, já que o vídeo mostra que os gerentes de convivência pouco fazem para dissuadir os vândalos de incendiar a catedral. “Por que os supostos gestores da convivência permitem que a porta da Primeira Catedral seja queimada? Claudia López, o que está acontecendo? Governar, gerenciar, fazer algo ou renunciar. Isso não tem nada a ver com liberdade de expressão, é puro vandalismo”, publicou.

Desde que Petro assumiu a presidência, em 7 de agosto, outras pautas de esquerda ganharam espaço e dificultam o controle da violência no país, gerando críticas sobre a condução do presidente na área de segurança.

Uma das outras iniciativas de Petro é remover 70 generais e coronéis do Exército e da Polícia Nacional, colocar limites nos bombardeios contra grupos guerrilheiros e fazer uma reforma do Esquadrão Móvel de Choque da Polícia (Esmad), responsável pela contenção de protestos.

Enfraquecimento do combate às drogas 

O governo colombiano também quer revolucionar o combate às drogas. Após apresentar um projeto para legalizar o uso recreativo da maconha, Petro e sua bancada pretendem fazer o mesmo com a cocaína. “Nunca conseguiremos a paz na Colômbia até que regulemos o narcotráfico”, alegou o senador Gustavo Bolívar, um dos signatários do projeto de lei sobre a maconha, no final de agosto, em entrevista à CNN.

“Poderíamos, por exemplo, fazer um pequeno tratado em nossos países para modificar a Convenção de Entorpecentes de 1961 e fincar a primeira bandeira de legalização do mundo, e outros países poderiam aderir”, disse Bolívar.

Com o apoio das Farc, a Colômbia também anunciou no final do mês passado que dará prioridade à erradicação manual e à substituição voluntária dos cultivos de coca em ações com as comunidades.

A política de Petro vai na contramão dos pequenos mas significativos avanços dos últimos anos. O governo anterior declarou no início deste ano que o objetivo para 2022 era erradicar manualmente 100 mil hectares de coca, método que há um ano levou à erradicação de 103.100 hectares de cultivo ilegal.

O Gabinete de Política Nacional para o Controle de Drogas da Casa Branca (ONDCP) afirmou em julho que a Colômbia produziu 972 toneladas de cocaína no ano passado, 2,2% a menos do que 994 toneladas calculadas em 2020, e registrou 234 mil hectares sob cultivo, 4,5% abaixo dos 245 mil hectares do ano anterior.

Mais uma vez, a iniciativa do governo recebeu críticas da oposição. “Hoje nadamos em drogas, mas o que virá com essa decisão [fim da erradicação forçada de cultivos ilícitos] será um tsunami de drogas que afogará a Colômbia em mais violência. Estamos indo na direção errada”, escreveu no Twitter o opositor Federico “Fico” Gutiérrez, um dos adversários derrotados pelo esquerdista na eleição presidencial deste ano.

De mãos dadas com guerrilheiros 

A localização de cultivos ilícitos coincide com os territórios onde a maioria dos líderes sociais e indígenas foram assassinados e com a presença de grupos armados ilegais, como dissidentes das Farc, do Exército de Libertação Nacional (ELN) e do Clã do Golfo.

Propostas de acordos de paz com grupos guerrilheiros também são prioridade do governo colombiano, especialmente o ELN. “Estamos repetidamente pedindo aos atores violentos que aceitem nossa proposta de Paz Total”, anunciou Petro no começo deste mês.

O ELN é uma guerrilha fundada na década de 1960 por estudantes e movimentos de esquerda ligados à ditadura comunista de Fidel Castro em Cuba. Tem linha ideológica marxista-leninista e é um dos atores da guerra civil colombiana travada desde então. Assim como outros grupos guerrilheiros, o ELN enveredou pelo tráfico de drogas e armas, contrabando e mineração ilegal.

As conversas com o ELN podem levar ao mesmo fim que as Farc, que se dividiram em grupos que seguem com atividades criminosas enquanto outros têm representação política no Congresso colombiano [com assentos reservados], como o partido Comunes.

Em entrevista à Gazeta do Povo, José Gustavo Arocha, especialista em segurança nacional e mestre em administração pública pela Universidade de Harvard, apontou que é errado considerar que essas iniciativas beneficiarão, acima de tudo, os camponeses e produtores de drogas. “É uma campanha que me parece populista, pelo tema e por chamar a atenção, mas sem dúvida que não somente o Clã do Golfo, mas também o ELN e as Farc seriam os grandes beneficiados se isso acontecesse”, destacou Arocha.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/abortistas-tentam-incendiar-catedral-na-colombia-como-a-virada-a-esquerda-naturaliza-a-violencia-no-pais/

Pulverização de candidatos pode beneficiar grupos minoritários

Aconteceu quinta, no Rio Grande do Sul, e serve para todos os estados que têm uma enxurrada de candidatos ao Senado. A eleição para o Senado é majoritária, ganha quem tiver mais votos, não importa que sejam só 10% – se houver muitos candidatos, o vitorioso pode ter 12%, o segundo lugar ter 9% e o terceiro, 8%. Na verdade, em todos os estados podemos fazer uma divisão em duas partes. Não vou chamar de “esquerda” ou “direita”; pensemos em um grupo que reúne ideias, posições e doutrinas parecidas, e é maior que um outro grupo, que tem menos candidatos. Pois esse grupo que tem menos pessoas (portanto, menos votos), mas também tem menos candidatos, pode eleger o senador.

Pode parecer estranho, mas a contagem é essa. Imaginem só: Um lado tem 12 milhões de pessoas e dois candidatos; o outro tem 20 milhões de eleitores, mas cinco candidatos. Pode acontecer de o mais votado entre esse grupo maior ficar com 8 milhões de votos, enquanto o mais votado daquele grupo menor consegue 10 milhões. O grupo minoritário vai conseguir fazer o senador. Então, é preciso tomar cuidado com isso.

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) é candidato ao Senado pelo RS.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Por que conto essa história? Porque a candidata do Partido Progressista ao Senado pelo Rio Grande do Sul, a vereadora Comandante Nádia Gerhard, renunciou à candidatura em favor do candidato general Mourão. Mas agora não há mais tempo de mudar a urna eletrônica; os votos que ela receber não serão transferidos para Mourão pela Justiça Eleitoral, quem tem de fazer isso é o eleitor, na hora de teclar. Então, é bom tomar cuidado caso haja mais casos de renúncias em favor de outro candidato nessa reta final porque a transferência não é automática; se um dia antes da eleição presidencial um dos candidatos disser que renuncia em favor de Fulano, não significa que os votos dessa pessoa serão contados para o Fulano pela Justiça Eleitoral.

Observadores internacionais estão aí, mas o que eles vão conseguir observar?

Os observadores estrangeiros já chegaram. É bom lembrarmos que, tradicionalmente, observador estrangeiro vem a convite ou é enviado por um organismo internacional para ver se estão roubando a eleição. Caso da Nicarágua, da Venezuela, vai gente lá para ver o que está acontecendo. Os observadores vieram para cá, vão verificar se o eleitor vai votar livremente, que não há pressão, que não há nenhum tipo de coação, e depois vão acompanhar a apuração. Na maior parte do mundo, 99% do planeta, é mais fácil que no Brasil, porque os observadores e os fiscais acompanham a contagem manual dos votos. Para ver a computação eletrônica eu já não sei; imagino que esses fiscais, esses observadores sejam superentendidos no mundo digital para poder dar uma olhada, desconfiar ou confiar. Enfim, tomara que dê tudo certo. Todo mundo quer isso.

Previsões para a economia em 2022 só melhoram

Só para lembrar as previsões econômicas do Banco Central para o fim do ano: inflação de 5,8% e crescimento de 2,7% – eu aposto em 3%. E esse crescimento está muito bom para a indústria, os serviços e o comércio, que geram muito emprego. O agro até que está estável, mas a produção garante alimento e balança comercial. A consequência disso é que no mês de agosto foram abertas 278,6 mil vagas com carteira assinada. Já são 1,8 milhão de vagas neste ano de 2022.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/pulverizacao-candidatos-senado/

Ser conservadora e popular: os “crimes” da nova primeira-ministra da Itália

A nova primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, definiu a si própria com a seguinte descrição: “Sou mulher, mãe, italiana e cristã”. O que poderia haver de tão perigoso assim numa frase como essa? Mas aí é que está: sua definição foi carimbada pela imprensa europeia, mundial e brasileira, automaticamente, como uma prova de que ela é “extremista”, “fascista”, “totalitária” e, pior do que tudo, uma “ameaça à democracia”. Giorgia é condenada, também, por ser a política mais popular da Itália de hoje – isso é considerado como crime de “populismo”, nome com o qual se deprecia atualmente a atuação de todo adversário conservador que tem a maioria do seu lado.

Giorgia Meloni é a última prova da doença, até agora aparentemente sem cura, que infecciona cada vez mais a vida política dos países que foram um dia as grandes democracias do mundo: a ideia de que se o governante eleito não for de esquerda ele é uma “ameaça à democracia”. Essa ameaça é tanto maior, para as classes intelectuais, os devotos do “politicamente correto” e as castas burocráticas que mandam na Europa sem nunca ter tido um único voto na vida, quanto maiores forem as votações de quem não concorda com eles todos. Nada é mais insuportável do que isso: o apoio que um político conservador recebe do eleitorado. A população, nesses casos, é tida como “recalcada”, “autoritária” e incapaz de fazer as escolhas que a elite quer que sejam feitas.

| Foto: EFE

Giorgia é condenada, também, por ser a política mais popular da Itália de hoje – isso é considerado como crime de “populismo”, nome com o qual se deprecia atualmente a atuação de todo adversário conservador que tem a maioria do seu lado

Giorgia Meloni é acusada, como se fosse uma delinquente política, por ter posições diferentes do pensamento único de esquerda – e, pior ainda, por ter o apoio da maioria do eleitor italiano nessas suas posições. Ela é contra o aborto, por exemplo, e essas últimas eleições provaram que milhões de cidadãos pensam exatamente igual; qual é o crime, aí? Nenhum, é claro, mas as mentes civilizadas da Europa e do mundo ficaram horrorizadas. Ela é contra o aborto? Então só pode ser uma fascista empenhada em levar a Itália 100 anos para trás, de volta ao fascismo de Mussolini. Ela é contra a imigração descontrolada; diz que não se pode resolver a pobreza na África trazendo os africanos para a Europa, e sim permitindo que a África se desenvolva economicamente. Horror, de novo – sobretudo quando ela mostra que todos esses países igualitários, inclusivos e progressistas da União Europeia exploram de forma destrutiva os recursos naturais da África, se beneficiam do trabalho infantil e se comportam como potências coloniais; a França, por exemplo, continua a emitir as moedas de 14 países.

A nova chefe do governo italiano é denunciada como extremista por ser favorável ao primeiro-ministro Viktor Orbán, da Hungria, cujo pecado mortal é ser anticomunista, ganhar todas as eleições que disputa e nunca violar nenhuma lei de seu país. Outra prova do direitismo populista de Giorgia Meloni é o seu esforço para minimizar com subsídios do erário publico os aumentos monstruosos nas contas de energia elétrica, que subiram até 500% em um ano; acham que isso vai contra a “orientação da comunidade” e não beneficia os imigrantes pobres da África. Ela é contra as sanções à Rússia, que não trouxeram benefício absolutamente nenhum para a Itália; só prejuízo. Eis aí, para as mentes progressistas, mais uma ameaça à democracia.

Giorgia Meloni, acima de tudo, comete o desafio imperdoável de pensar com a própria cabeça, propor medidas que os seus eleitores aprovam e não levar a sério, como mandam as leis religiosas da mídia mundial, a política miúda das merkels, macrons e outras nulidades absolutas, com pose de estadista, que levaram a Europa à situação em que ela está no momento – recessão, inflação recorde, mendicância energética e medo do frio no próximo inverno. Giorgia, em suma, não é uma “globalista”. Por isso, e por todo o resto, não tem perdão – e não terá nunca.]

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/ser-conservadora-e-popular-os-crimes-da-nova-primeira-ministra-da-italia/

Perigo, perigo

Ele é o candidato dos ministros supremos, sem os quais nem poderia concorrer. De inocente não tem nada. Inocentado não foi. Acumulou condenações em três instâncias. No TRF e no STJ, por unanimidade, com provas sobradas. Corrupção e lavagem de dinheiro… Teve até a pena aumentada e, de repente, depois de cinco anos, resolveram “descondená-lo”. Virou o candidato da velha imprensa, da imprensa velhaca, de artistas órfãos do dinheiro público. Sempre foi o escolhido dos banqueiros, de empresários fajutos – os reis da boquinha –, dos donos da boca, traficantes, terroristas, bandidos.

Ele adora um ditador, os de Cuba, da Venezuela, da África. Financiou esses tiranos com o dinheiro dos brasileiros. Não à toa, acha o regime totalitário chinês um exemplo a ser seguido. Aplaude Daniel Ortega, da Nicarágua, que persegue religiosos e a imprensa. Acha lindo defender o aborto e a censura. Quer abraçar o globalismo, e a soberania nacional que se exploda. Quer que acreditem que há boas intenções, que há bondade numa aliança, desde o início, construída sobre enganações, uma aliança do mal.

O ex-presidente e candidato à Presidência Lula.| Foto: Ricardo Stuckert/PT

O voto em Lula é o resultado do ódio à verdade, ao mundo real, o ódio a si mesmo. É uma tentativa de liquidar a esperança

Sua campanha pode tudo, pode mentir à vontade… “A alma mais honesta deste país” está liberada para falar o que quiser. E as besteiras que fala não viram manchetes, não geram questionamentos. Ele representa um mundo sem fim de absurdos. Querem fingir que não houve roubalheira, mensalão, petrolão, que ninguém pilhou estatais e fundos de pensão, que ninguém foi condenado e preso, que bilhões não foram devolvidos aos cofres públicos. E é bom separar um troquinho porque Lula já avisou que quer ser indenizado.

Ele não tem plano de governo, só tem ameaças. Ao agronegócio, à liberdade econômica, ao Estado enxuto e competente, às liberdades individuais, à liberdade de expressão… Não sabe como gerar empregos, o que o atual governo tem feito, mesmo com pandemia e uma guerra na Europa. Entenda-se, de uma vez por todas, não há como apontar um país sequer em que o sistema econômico socialista tenha dado certo. Lula não foi bom, não é bom e nunca será. Suas ideias não eram boas, não são boas e nunca serão.

Não há amor na psicopatia. Não há bondade em quadrilhas. Não há esquecimento redentor, que transforme alguém tão ruim na melhor pessoa do mundo. O voto em Lula é o resultado do ódio a um governo que tem muitas qualidades. É, no fim das contas, o ódio à verdade, ao mundo real, o ódio a si mesmo. É uma tentativa de liquidar a esperança, que tremula na bandeira verde e amarela. A bandeira vermelha, e isso não mudará, nos serve apenas como um alerta de perigo.

FONTE: Gazeta do Povo https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luis-ernesto-lacombe/lula-perigo/

Estranhamente, consulado do maior colégio eleitoral fora do Brasil anuncia greve

Foto Reprodução/Internet

Lisboa é o maior colégio eleitoral fora do Brasil com 45.273 eleitores cadastrados. O Consulado-Geral na capital portuguesa tem 25 funcionários contratados.

Estranhamente, anunciaram greve a partir desste 28 de setembro. Eles cobram reajustes salariais, pois alegam que estão sem aumento há mais de 15 anos. A decisão de paralisação, informam integrantes do movimento, foi tomada depois de os contratados da embaixada em Lisboa terem os contracheques corrigidos em julho entre 8% e 13%.

Ao que parece, a greve é mais uma tentativa covarde de prejudicar a reeleição do presidente Bolsonaro.

Segundo o embaixador Wladimir Valler Filho, cônsul-geral em Lisboa, o aviso de greve já foi comunicado oficialmente ao Itamaraty, para que todas as providências sejam tomadas. Ele assegura, porém, que espera bom-senso e serenidade por parte dos funcionários para que as eleições transcorram tranquilamente na capital portuguesa.

“Estamos seguindo rigorosamente o calendário estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até agora, não houve imprevistos”, diz.

As votações para presidente da República estão marcadas para a Universidade de Lisboa, tanto no primeiro quanto no segundo turno. Foram convocados 232 mesários, que serão distribuídos em 118 seções eleitorais. Estarão à disposição dos eleitores 58 urnas eletrônicas. Além dos funcionários do consulado, foram convocados para trabalhar nos dias de votação os servidores que atuam na embaixada do Brasil e na missão junto à Comissão dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A verdade é que o atual governo cortou privilégios como jetons, viagens, passagens aéreas etc. Toda a cúpula do funcionalismo publico nas 3 esferas de poder são contra Bolsonaro, com as honrosas exceções de sempre.

Pois, se a corrupção não acabou na esfera federal, ela caiu a números ínfimos e quando a corrupção para de ‘azeitar a máquina’, o mecanismo trava e seus operadores e beneficiários se rebelam.

Por isso assistimos jornalistas defendendo a “censura”, por isso vemos associações de promotores homenageando pessoas que desrespeitam frontalmente o Ministério Público, por isso vimos governadores defender o tráfico de drogas “porque gera emprego para a juventude”.

As eleições brasileiras nunca tiveram um alcance global como terão agora. E nós já estamos inspirando outras nações como a Suécia e mais recentemente a Itália. No domingo os eleitores decidirão se o Brasil continuará sendo uma liderança positiva e corajosa no mundo; ou se voltaremos para as sombras do ‘politicamente correto’.

FONTE: Jornal da Cidade https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/42566/estranhamente-consulado-do-maior-colegio-eleitoral-fora-do-brasil-anuncia-greve

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