Manifestantes foram às ruas em Moscou porque consideram que houve uma armação contra um repórter.
A polícia da Rússia prendeu ao menos 200 pessoas nesta quarta (12) em um protesto em Moscou. Entre eles, está um líder da oposição, Alexei Navalny.
Os manifestantes pediam punição aos responsáveis pela armação que levou à prisão do jornalista Ivan Golunov.
O repórter escreve para o portal “Meduza”, um dos mais críticos ao Kremlin.
Ele foi levado à cadeia por denúncias de tráfico de drogas na semana passada. No sábado (8), passou a cumprir prisão domiciliar.
Na terça-feira (11) ele foi libertado.
Ao deixar a prisão, Golunov disse que continuaria a denunciar a corrupção no país. Ele também afirmou esperar que nunca mais uma acusação de tráfico de drogas recaia da mesma forma a uma pessoa.
Ministro do Interior da Rússia ordenou a soltura
O ministro do Interior russo, Vladimir Kolokoltsev, anunciou, na terça (11), a retirada de todas as acusações e a suspensão dos policiais envolvidos no caso, porque eles não demonstraram a culpa do acusado. Afirmou ainda que pediria ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, a demissão de dois generais de polícias de alta patente.
“Acredito que os direitos de todos os cidadãos, independentemente de sua profissão, devem ser protegidos”, acrescentou Kolokoltsev.
Os manifestantes resolveram organizar uma passeata mesmo assim, mesmo com o aviso, dado pelas autoridades, de que o protesto seria ilegal.
O caso de Golunov causou comoção entre jornalistas e figuras culturais proeminentes da Rússia e em organizações internacionais. Eles afirmam que a denúncia foi uma armação para punir suas investigações sobre corrupção nas altas esferas políticas.
Jornalistas russos que criticam as autoridades correm risco desde pelo menos a década de 1990, diz a Reuters —às vezes ameaçados, atacados fisicamente e até assassinados por seu trabalho.
A forma com que a armação contra Golunov foi feita, dizem seus apoiadores, desencadeou uma demonstração incomum de união na mídia do país e uma resposta rápida, pouco usual, das autoridades, preocupadas com a agitação social em um momento em que o presidente Vladimir Putin já enfrenta insatisfação da população quanto aos padrões de vida no país.
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