Na segunda-feira (10), houve uma audiência de instrução na Vara Federal de Juiz de Fora sobre a tentativa de assassinato do candidato que estava liderando as pesquisas, Jair Bolsonaro, no dia 6 de setembro de 2018. Os advogados de Adélio Bispo, o autor, vieram com o médico psiquiatra que atestou que ele sofre de distúrbios mentais.
O advogado, na entrevista, chegou a dizer que o ideal seria que ele ficasse uns 20 anos em um manicômio judiciário, porque corre risco e foi ameaçado. Eu não sei que risco, porque ele saiu ileso no momento da captura quando os ânimos, teoricamente, estariam quentes logo depois da facada que ele deu em Bolsonaro.
É vantagem que ele seja declarado perturbado mental porque aí ele fica impedido de fazer delação premiada, contar o que realmente aconteceu. Pois vão dizer que ele está louco e inventando coisas.
Se Adélio Bispo sair para a rua corre o risco de ser morto como arquivo vivo ou de matar sem saber que está matando – se for verdade que ele sofre com problemas mentais.
Eu estou contando tudo isso porque saiu no domingo (9) em um site uma suposta reportagem revelando um crime, o crime de violação de direitos fundamentais – que estão previstos no art. 5 da Constituição – com registros de conversas entre integrantes do Judiciário, no caso, o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.
Isso seria muito grave. Parece que eles falaram para evitar uma entrevista de Lula, torcendo para que a Justiça não a autorizasse, porque isso poderia beneficiar a candidatura de Haddad.
Só que ninguém discutiu a facada que certamente tirou da campanha eleitoral o candidato mais forte. Ninguém parou a campanha eleitoral por causa disso, para estabelecer a isonomia. Estranho isso.
De um modo geral a mídia tratou o assunto como sensacionalista. Foi como disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que foi muito barulho por nada. Eu li três vezes as tais reportagens e não encontrei nenhum crime e nenhum deslize ético de Moro.
É costume juiz conversar sigilosamente, dentro do Tribunal, com uma das partes. Ou com o representante da defesa, ou com o representante da acusação. Em uma orientação de como seria mais prático julgar o caso e o encaminhamento para ficar mais rápido. Isso é usual no Judiciário brasileiro. Vai ser difícil encontrar algum deslize de Sérgio Moro e do Deltan Dallagnol.
Enfim, o autor estava envolvido em um vazamento semelhante de segredos dos Estados Unidos. Ele e o Edward Snowden, que está morando em Moscou como refugiado, porque seria condenado no país dele por revelar coisas.
Qual era a revelação? Era que os Estados Unidos por meio da NSA (Agência de Segurança Nacional) estavam espionando outros países. Escuta, se eles não espionarem outros países de que vale a Agência?!
Gastar um dinheirão para não espionar os outros países e entregar em primeira mão informações para o governo estadunidense poder agir em defesa dos interesses nacionais?! Todos os países têm isso e todo mundo sabe que fazem isso.
O autor da matéria está no Brasil. A gente vê que ele militou na campanha pró Dilma contra o impeachment, agora está militando na campanha Marielle, o marido dele é o deputado David Miranda (Psol) – o que entrou no lugar do Jean Willys. O Psol: o partido de Adélio Bispo.
A gente vê que tem muita militância atrás disso e, por isso, a mídia está tratando tudo isso como sensacionalismo.
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