Houve abstenção superior a 42% dos eleitores portugueses, nas eleições legislativas deste domingo (30), quando o Partido Socialista (PS) se saiu vencedor, somando maioria absoluta dos votos.
Isso significa que de um total de quase 9,3 milhões de eleitores inscritos, cerca de 4 milhões não votaram.
De acordo com o cientista político Paulo Kramer, que analisou o processo eleitoral português, a massa de eleitores naquele país é cada vez mais composta de idosos desescolarizados e servidores públicos.
“Grande parte da juventude nem se deu ao trabalho de comparecer às urnas”, diz Kramer, para quem o jovem médio português “pensa em emigrar na busca de melhores oportunidades no exterior.”
Os partidos da chamada “nova direita” — Chega! e Iniciativa Liberal — conquistam, respectivamente, a terceira e a quarta maiores bancadas na Assembleia da República.
Enquanto isso, os partidos da esquerda tradicional, congregados no Bloco de Esquerda (BE) e na CDU, perderam cadeiras. O BE elegeu apenas quatro deputados.
A direita tradicional, representada pela coligação CDS/PP, fica sem representação parlamentar pela primeira vez em 47 anos de democracia.
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