Sim, o ministro Ricardo Lewandowski foi a um culto evangélico em homenagem ao novo ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, na noite desta quinta-feira (16), apenas algumas horas após a posse.
Acompanhado da esposa, ele, aliás, foi o único entre os demais ministros a acompanhar o colega à igreja e chegou a falar na tribuna, aos fiéis, durante o culto
“Estou convencido de que André Mendonça tem caráter e prestará revelante serviço ao nosso querido Brasil”, destacou Lewandowski, afirmando ainda que “religião não é defeito, mas uma virtude pois cultiva valores e princípios”
O gesto de Lewandowski, talvez um dos mais embrenhados nos bastidores do ‘ativismo judicial com tendências à esquerda’ e muito criticado nos últimos anos por seus ‘votos quase sempre favoráveis às questões lulopetistas’ (o ministro foi empossado no STF em 2006, indicado pelo, então presidente, Lula), foi surpreendente.
Mas não mais impactante do que o gesto de Jair Bolsonaro que, ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, fez questão de ‘ciceronear’ Lewandowski do início ao fim de sua estadia na igreja.
Em determinado momento, durante uma das canções de louvor em homenagem a Mendonça, Bolsonaro chama Ricardo Lewandowski para ficar de pé ao seu lado, o abraça e demonstra gratidão por ele estar ali, além de quebrar toda e qualquer barreira que pudesse deixar o ministro ‘deslocado no ambiente’.
São momentos que, para muitos, talvez não deveriam acontecer, afinal, Ricardo Lewandowski é um dos que não tem permitido a Bolsonaro governar como deveria e gostaria. Ele tem protagonizado várias das inúmeras interferências institucionais e participado diretamente das decisões que chegam a ser um desrespeito ao poder executivo e à figura do presidente.
Mas Bolsonaro se apega à fé (ele já avisou várias vezes que agirá assim) e a prova disso é que acaba de conseguir um feito inédito, ao colocar no STF um homem que propaga esta mesma fé publicamente, sem medo de ser atacado ou de ‘quebrar o tabu’.
Os gestos do presidente estão ‘movendo montanhas’ e uma delas pode ter, senão desmoronado, ao menos sido deslocada para uma casa estratégica do tabuleiro de xadrez do jogo político nacional.
Confira no vídeo, o gesto de Bolsonaro:
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