Acabou o calvário tucano e João Doria é o “salvador”

Foi uma semana de calvário para os tucanos. E parece que o calvário acabou e o salvador tucano é o João Doria. Foi o resultado das prévias. Não sei qual será o futuro de Arthur Virgílio, que ficou com 1%, e do Eduardo Elite, que ficou com 45%, enquanto o João Doria teve 54%. Não divulgaram os números absolutos, só os números relativos, mas fiz umas continhas rápidas: os tucanos anunciaram que têm 1,3 milhão de filiados e que 44,7 mil se credenciaram para votar. Mas votaram apenas 30 mil. Então Doria teve cerca de 16.200 votos. Num universo de 1,3 milhão de filiados, significa 1,25%. Essa é a representativade destas prévias. Fica a pergunta se valeu a pena substituir a escolha do candidato pela cúpula do partido por essa prévia que só causou desgaste interno e externo, que expôs as divergências entre os tucanos.

E Doria já começou batendo em Bolsonaro e Lula, mostrando “eu sou a salvação”, “eu sou a luz do mundo”. Vamos ver o que acontecerá com a candidatura João Doria, do PSDB, depois de toda essa semana de calvário do partido.

Embargo da China à carne brasileira

A China está, ainda, bloqueando a carne bovina brasileira. E isso pode ser algo muito dramático para os produtores e os frigoríficos. Principalmente para o pessoal do sul do Pará e do Mato Grosso, que está fazendo a criação por confinamento, a produtividade vertical, que não é a pecuária de extensão. Eles vão sentir, porque está tudo planejado: razão, tempo, água, veterinário, cuidado sanitário. O Brasil é o maior exportador do mundo de carne bovina e a maior parte vai para China. Eles mantêm esse bloqueio alegando dois casos de vaca louca e, ao mesmo tempo, estão estimulando, pelo preço mais baixo, o consumo de carne suína. Tanto que nossos exportadores de carne suína já exportaram, até o fim de outubro, um milhão de toneladas, 13% a mais que no ano passado.

Mas isso mostra a nossa necessidade de diversificar mercado. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tenta conversar com o ministro chinês e não consegue. Ela já se ofereceu até para ir para a China para conversar com ele, mas parece que há uma pressão chinesa. A diplomacia chinesa opera no tempo, cansa o adversário. Certamente eles querem que o Brasil dê um tratamento melhor à China. Só que a gente não cansa de lembrar que foi lá da China, de onde saem 12 mil turistas por mês, que começou a Covid-19.

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Alexandre Garcia

Colunas sobre política nacional publicadas de domingo à quinta-feira. *Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.veja + em Alexandre Garcia

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