Metade dos vereadores da Capital deve mudar de partido

Vereadores procuram se acomodar nas legendas Foto: Isanelle Nascimento

Com o fim das coligações proporcionais, parlamentares fazem as contas para ver as condições mais adequadas para buscarem a reeleição. Muitas legendas estão em dificuldade

A “janela partidária”, que permite as trocas de partidos para vereadores de olho nas Eleições 2020, só deve ser aberta em abril do próximo ano, mas as negociações já estão em curso na Câmara Municipal de Fortaleza. O cenário de incertezas, que mistura turbulências políticas e indefinições nas regras, deve fazer com que, pelo menos, metade dos 43 vereadores da Capital troque de partido para o próximo pleito municipal.

A campanha de 2020, reconhecem líderes, será desafiadora para os partidos principalmente por conta do fim da possibilidade de coligações na disputa por vagas no Legislativo, a chamada eleição proporcional. Praticamente, todos os observadores da política local admitem que, sem coligação, poucos partidos conseguirão sobreviver no ano que vem, pela incapacidade da maioria de arregimentar candidatos com bom potencial de votos.

Atualmente, o assunto, tratado amplamente nos bastidores, divide as atenções dos vereadores com as pautas diárias. A preocupação de muitos é com a possibilidade de não serem eleitos caso permaneçam nas siglas atuais.

No caso dos vereadores eleitos no último pleito pelo Partido Pátria Livre (PPL), o processo de mudanças foi antecipado. Larissa Gaspar e Ésio Feitosa tiveram seus pedidos de desfiliação aceitos pela Justiça Eleitoral. PSB ou PT podem ser o destino de Larissa. Já Ésio, líder do Governo na Casa, deve ingressar no PDT.

Gardel Rolim, outro membro do PPL, entrou com pedido de desfiliação, e até o fechamento desta edição, aguardava decisão da Justiça. Os três parlamentares decidiram deixar o partido após este ter se fundido ao PCdoB.

Pelas contas dos parlamentares, são poucas as legendas que têm, em tese, uma situação mais clara e devem sair fortalecidas do processo de desfiliação em massa que se avizinha. Entre elas, PDT, Pros, PSB, PT e PR. Por outro lado, vereadores que estão nestas legendas fazem as contas conjecturando seus desempenhos para saber se conseguirão atingir um perfil para conseguirem ser eleitos.

A avaliação não é desprovida de justificativa. No caso de PDT e Pros, o fortalecimento se justifica pelo fato de que, a preço de hoje, deve ter duas das principais candidaturas a prefeito nas Eleições. Aliás, candidatura ao Executivo será imprescindível para melhorar o desempenho da chapa proporcional das legendas no próximo ano, mais do que em pleitos anteriores. O entendimento dos parlamentares é que, caso queiram garantir um desempenho de razoável para bom no próximo ano, os médios partidos devem estudar o lançamento de candidato próprio a prefeito.

Estratégias

De um lado, o deputado federal Capitão Wagner, pré-candidato, procura fortalecer seu grupo político. Do outro, o prefeito Roberto Cláudio, principal liderança política da Capital, quer atrair o maior número de parlamentares com potencial de votos.

Nos bastidores da Casa, alguns parlamentares dizem que o PDT será transformado em uma “grande coligação” com o ingresso de vereadores dos mais variados partidos. Além de Ésio Feitosa, Eron Moreira (atualmente no PP), Carlos Mesquita, do Pros, Gardel Rolim, Benigno Júnior (PSD) e Paulo Martins (PRTB) estão no radar da sigla.

Como a chapa que a legenda tende a constituir será formada por parlamentares com expressiva votação em Fortaleza, a tendência é que somente vereadores com possibilidade de mais de 8 mil votos sejam chamados.

Mas há quem pense em sair do PDT. Joaquim Rocha e Mairton Félix estão preocupados com a possibilidade de não atingirem a quantidade de votos necessária.

Os membros do PRTB na Casa também acreditam que não conseguirão ser reeleitos pela legenda. Por isso pretendem se filiar a outras siglas. No entanto, segundo informaram Dr. Porto e Raimundo Filho, o prefeito Roberto Cláudio é quem dará as cartas sobre o futuro deles. A vereadora Priscila Costa, também do PRTB, afirmou que se sente confortável na legenda, mas que sua permanência “dependerá da conjuntura política”.

Incorporação

De acordo com o presidente do PRP em Fortaleza, vereador Emanuel Acrízio, provavelmente, seus colegas José Freire e Professor Elói devam ingressar no PR devido à relação que têm com o grupo político liderado por Acilon Gonçalves, dirigente da sigla.

Com a incorporação do PRP ao Patriota, a tendência é que as duas legendas percam espaços na Casa. Marta Gonçalves, atualmente no Patriotas, ingressará no PR quando da abertura da “janela partidária”, em abril do próximo ano. Maria do Posto quer dialogar com o partido.

Jorge Pinheiro, apesar de se identificar com a ideologia do Democracia Cristã (DC) deve deixar os quadros da legenda, assim como Cláudia Gomes (PTC), que estuda ingresso no DEM, partido presidido, em Fortaleza, pelo marido dela, o ex-vereador Marcílio Gomes. Para Frota Cavalcante (Pode), a tendência é se juntar ao irmão, o deputado Walter Cavalcante, no MDB.

Idalmir Feitosa, do PR, ainda está estudando os chamamentos, mas não descarta a possibilidade de deixar a legenda e rumar para o PSDB. Evaldo Costa também recebeu convite e pode deixar os quadros do PRB.

A vereadora “Bá” até pretende permanecer no PTC, mas isso vai depender da capacidade de eleição que a legenda lhe dará para o pleito.

Confira matéria do Site Diário do Nordeste

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