Após o delegado Elmer Vicenzi ter deixado a presidência do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), órgão responsável pela realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Alexandre Ribeiro Pereira Lopes assume o posto. Essa é a 3ª troca do cargo no ano.
“Alexandre é servidor público da carreira de analista de comércio exterior desde 1999. Graduado em engenharia química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em direito pela Universidade de Brasília (UnB). O novo presidente do Inep já exerceu diversas funções na administração pública. Foi secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização e subsecretário de Políticas Públicas do Governo do Distrito Federal”, afirma o Ministério da Educação (MEC).
A nomeação ainda não foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), mas a pasta confirmou a mudança.
Demissão
Elmer Vicenzi foi demitido nesta quinta-feira (16). Ele estava no órgão desde 29 de abril. É a primeira baixa do MEC sob Weintraub. A pasta ficou marcada por uma série de demissões quando Ricardo Vélez Rodríguez era o ministro.
Ele estaria em meio a uma disputa com integrantes da procuradoria, a área jurídica do órgão, e acabou demitido. Ele defendia a divulgação dos dados produzidos pelo Inep, como avaliações e indicadores educacionais. A procuradoria é a favor do sigilo dos dados, que envolvem informações de alunos e escolas. Os advogados do Inep ameaçaram pedir demissão, caso houvesse política de divulgação dos dados.
Vicenzi chegou a solicitar a liberação dos dados ao vice-procurador, que se negou a atender ao pedido porque a procuradora-chefe estava de férias. Após a recusa, Vicenzi quis demitir o funcionário. Hoje, as informações não são passadas ao público individualmente, mas por escola, cidade ou Estado. Os nomes dos alunos são protegidos. O Inep faz, por exemplo, censos educacionais, que recolhem dados de todos os estudantes.
Ex-delegado da Polícia Federal, Vicenzi assumiu após a demissão de Marcus Vinicius Rodrigues.Oficialmente, o MEC informou que ele teria pedido demissão. Mas, segundo a reportagem apurou, o ministro Abraham Weintraub defenderia a mesma posição de Vicenzi sobre os dados. Não conseguiu, no entanto, mantê-lo, diante da pressão.
Exame
Vicenzi elogiava a forma atual do Enem e inutilizou o relatório de uma comissão formada na gestão anterior para analisar a “adequação” das questões. A ideia, considerada uma censura, era a de que o grupo identificasse questões com “teor ofensivo”. Ele chegou a declarar que os itens (perguntas da prova) são bens públicos e não poderiam ser jogados fora.
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