Em dia de protestos, Força Nacional cerca prédio do Ministério da Educação

Alunos, professores e funcionários administrativos das universidades e instituições federais de ensino promovem ato nesta quarta-feira contra cortes no orçamento

O prédio do Ministério da Educação (MEC) foi cercado nesta terça-feira (14/5) por militares da Força Nacional. A solicitação da segurança extra foi feita pelo próprio MEC, por causa do protesto contra o contingenciamento de R$ 7 bilhões no setor de educação e a reforma da Previdência, previsto para hoje. Os portões de entrada do prédio permaneceram fechados desde o início do dia.

“Temos de estar preparados para evitar qualquer tipo de problema”, afirmou o secretário executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel. “Sempre quando tem uma manifestação, todas as áreas do governo se preparam para evitar dano ao patrimônio e danos às pessoas”, completou.

O secretário de Educação Superior da pasta, Arnaldo Lima, disse que enviará um comunicado aos reitores das universidades exigindo o funcionamento mínimo das atividades, previsto em lei. “Eu vou mandar um comunicado para os reitores reforçando que é, inclusive, uma determinação legal manter os serviços essenciais, e disso a gente não abre mão. Mas a gente também se coloca do lado da solução, do diálogo”, ponderou.

Nesta terça, alunos, professores e funcionários administrativos das universidades e instituições federais de ensino, além de integrantes de centrais sindicais, davam os últimos retoques para o protesto contra o contingenciamento de verbas. Os envolvidos com os atos programados para hoje garantem que o governo vai se surpreender. Jessy Dayane, vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), afirma que a expectativa é ambiciosa. “Sem dúvida, será o maior ato desde a eleição, com o envolvimento do conjunto da sociedade. Esse corte coloca em risco a universidade pública, a possibilidade de jovens da educação básica acessar o ensino superior e a acaba com o sonho de uma geração, de estudar em universidade pública, gratuita e de qualidade”, disse.

O cientista político Ricardo Wahrendorff Caldas, da Universidade de Brasília (UnB, atualmente acadêmico visitante da Columbia University), é um dos que duvidam da força e do poder de mobilização dos opositores do governo — tanto nas manifestações de hoje quanto na greve geral marcada para 14 de junho. “Os movimentos de esquerda foram enfraquecidos com o fim do imposto sindical. Não creio que esses protestos sejam suficientes para levantá-los.” Ele lembra que os “indignados perderam nas urnas”. “Em 2018, não apresentaram alternativa convincente para o país. Agora, acho extremamente negativa a tentativa de boicote. É consenso no Brasil que a reforma da Previdência é necessária. O que se discute é qual será ela”, analisa.

Confira matéria do site Correio Braziliense.

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