Durante passagem por São Luiz (Maranhão), no último final de semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que é preciso aprovar, de forma urgente, a regulamentação da comunicação no Brasil. A declaração aconteceu durante entrevista coletiva realizada na sexta (20), após encontro com lideranças políticas e movimentos sociais da região.
“Tenho que fazer uma autocrítica. Nós não tratamos a reforma da comunicação, a regulação (da mídia), como deveria ser tratada. Aprovamos (no meu governo) um programa para que a gente pudesse regulamentar os meios de comunicação. Como era fim do ano, eu e o Franklin Martins (ex-ministro da Comunicação) não quisemos dar entrada, pois no próximo ano iria mudar muito deputado e senador. Deixamos para colocar no início do governo da Dilma. Eu não sei porque “cargas d’água” não foi colocado no Congresso esse projeto”, reclamou o petista.
Lula garantiu ainda que dessa vez, se for eleito, o assunto será tratado de forma prioritária. “Ou a gente faz um novo marco regulatório para a comunicação no Brasil ou a gente vai continuar sendo vítima da espoliação de meia dúzia de famílias que manda na comunicação. É preciso haver uma regulamentação”, destacou.
O petista citou como exemplo o que ocorreu na Venezuela. Por lá, segundo ele, a imprensa “destruiu” o governo de Hugo Chávez. “A gente não quer uma regulamentação como na imprensa chinesa não, ou a cubana. A gente quer como a imprensa inglesa, como a imprensa alemão. A gente quer uma coisa muito bem democrática, mas não que interesse apenas ao dono do veículo. Eu sei o que é isso. Eu vi como a imprensa destruía o Chaves (ex-presidente da Venezuela). Aqui eu vi o que foi feito comigo”, disse. “Nós vamos ter um compromisso público de que vamos fazer um novo marco regulatório dos meios de comunicação e espero que os senadores e os deputados entendam que isso é necessário para a democracia. Inclusive vamos discutir com a sociedade uma regulação da internet”, afirmou o petista. “Quero voltar para corrigir as deficiências que não conseguimos corrigir quando era presidente”.
Na mesma entrevista, Lula disse ainda que não aceita a ideia de se criar uma terceira via no Brasil, negando que atualmente ocorra uma polarização de extremos. “Não temos uma polarização de extremos disputando as eleições. Temos um lado que é o fascismo e o outro lado que é a democracia. Quem quiser a democracia, vai se juntar a nós. É esse o jogo que precisa ser feito”, disse.
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