Marchezan Albuquerque Taveira
Site do Sindifisco
Logo após a comissão especial da MP 870 ter aprovado uma emenda que limita as competências dos auditores-fiscais da Receita Federal, impedindo sua atuação em casos que envolvam lavagem de dinheiro, crimes financeiros, corrupção e outros crimes correlatos aos ilícitos tributários, o presidente do Sindifisco Nacional, Kleber Cabral, procurou o deputado federal Major Vitor Hugo, líder do Governo na Câmara, para reportar a gravidade da matéria e suas consequências danosas ao nosso sistema jurídico e à moralidade pública.
O deputado, de imediato, contatou por telefone o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A orientação do ministro, preocupado com o prazo para votação da MP 870, foi no sentido de aprovar o texto nos termos definidos pela comissão especial. O presidente do Sindifisco considerou o posicionamento inaceitável, ainda mais partindo de um governo cuja eleição foi lastreada pelo compromisso de fortalecer os órgãos no combate à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao crime organizado.
BLINDAGEM – Além da limitação aos crimes contra ordem tributária, os Auditores ficarão também impedidos de comunicar a ocorrência de crimes graves ao Ministério Público Federal (MPF). No caso de contribuintes com prerrogativa de foro, como deputados, senadores e ministros, os Auditores terão que pedir autorização ao Supremo Tribunal Federal, para só então comunicar indícios de crimes aos órgãos competentes.
Todos os órgãos envolvidos nessa luta em favor da sociedade, como o próprio MPF e a Associação de Peritos Criminais, têm defendido o papel fundamental dos Auditores-Fiscais para o êxito dessas investigações, sobretudo quanto à lavagem de dinheiro e à corrupção.
CONTRARIEDADE – O deputado Major Vítor Hugo, ouvindo a bancada do PSL e líderes de outros partidos, transmitiu ao Governo a enorme contrariedade de sua base em deixar aprovar, sem reação, a emenda “jabuti”.
Nas redes sociais, o deputado manifestou-se: “O resultado da votação da MP 870 na comissão mista não foi o esperado pelo povo brasileiro. O Coaf deve permanecer no Ministério da Justiça; a Receita não pode ser esvaziada e deve investigar. Estive reunido com PSL na tarde de hoje, inclusive com a presença do líder Delegado Waldir, que me autorizou a expressar que nossa bancada de 54 deputados não concorda com os pontos modificados na comissão mista e que brigará pelo Brasil nessa questão”.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A proposta indecente é do senador Eduardo Braga (MDB-AM) e foi acolhida pelo relator Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). O líder do PSL no Senador, Major Olímpio, apelidou a proposta de “emenda Gilmar Mendes”, ministro que faz o possível e o impossível para evitar que a Receita Federal aprofunde suas investigações, depois que a mulher dele, Guiomar Feitosa, foi apanhada em movimentações bancárias atípicas. (C.N.)
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