Milhares de cubanos manifestaram-se este domingo (11) contra o Governo, num conjunto de protestos de dimensão e alcance inéditos.
O Presidente cubano, Miguel-Díaz Canel, reagiu, pedindo aos partidários e apoiadores do regime que venham para a rua, prontos para o “combate”.
Segundo o El Confidencial, o chefe de Estado cubano disse – em transmissão na TV pública –, que a “ordem de combate está dada”. “Vamos para a rua, revolucionários”, convocou.
De acordo com a agência AFP, manifestantes, na sua maioria jovens, desfilaram nas ruas de San Antonio de los Baños, uma cidade com cerca de 50 mil habitantes situada a 35 quilómetros da capital cubana, gritando palavras de ordem como “Pátria e vida”, o título de uma canção polêmica, “Abaixo a ditadura” e “Nós não temos medo”.
Na outra ponta do país, em Palma Soriano (perto de Santiago de Cuba), centenas de pessoas participaram numa manifestação onde se ouviu palavras de ordem como “chega de mentiras”, “unidade” e “queremos ajuda”, noticiou a agência espanhola EFE.
Segundo a EFE, que cita testemunhas no local, houve violência policial nas duas manifestações, que foram transmitidas direto em várias contas na rede social Facebook. Habitantes de San Antonio de los Baños contaram a repórteres da EFE que, durante o protesto, a polícia reprimiu violentamente e deteve alguns dos manifestantes.
Os cubanos que foram obrigados a fugir para outros países receiam que possa haver um “banho de sangue” e pedem uma intervenção internacional. O dirigente do exilados em Miami, Orlando Gutiérrez, assinalou à Agencia Efe que “está muito claro o que quer o povo de Cuba: que este regime acabe”.
Estes foram os maiores protestos anti-Governo de que há registo na ilha desde o chamado “maleconazo”, quando em agosto de 1994, em pleno “período especial”, centenas de pessoas saíram às ruas de Havana e não se retiraram até à chegada do então líder cubano Fidel Castro.
Desde o início da pandemia da Covid-19, em março de 2020, os cubanos enfrentam maior escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos, o que gerou um forte mal-estar social.
Veja o vídeo:
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