Senador Randolfe Rodrigues, autor de um dos requerimentos para fazer CPI, o requerimento com menos assinatura, declarou que a CPI visa encontrar a verdade, esteja onde ela estiver. No entanto, na semana passada, na votação para convocar o diretor executivo do consórcio Nordeste, Carlos Gabas, ex-ministro de Dilma, convocação proposta pelo autor do outro requerimento, o requerimento com mais assinaturas, senador Girão, aí o senador Randolfe disse “não”. Ele não quer a verdade procurada numa operação que o senador Girão mostrou agora na internet. Girão foi a um bairro de classe média alta de São Paulo e mostrou um prédio residencial onde é a sede da Hempcare – Hemp quer dizer maconha -, que vendeu respiradores para o consórcio nordeste.
Aí ele mostra que, durante a existência dessa empresa, apenas duas notas fiscais foram emitidas, uma de R$ 48 milhões, e quem pagou foi o senhor Carlos Gabas, segundo o senador Girão. Mas, o senador Randolfe Rodrigues, e mais outros cinco senadores, inclusive um senador que pouco aparecia por lá, o Jader Barbalho, foram lá para impedir a convocação desse senhor. Deve ser uma verdade muito bem fechada em caixa preta. A gente fica curioso em saber porquê.
Testemunhas não ouvidas
Uma outra notícia é que o senador Renan Calheiros, que tem uma dúzia de processos lá no STF, mas é o relator da CPI, se recusou a fazer perguntas a dois médicos que têm experiência em tratamento de muita gente, e sucesso, tirando muita gente do perigo de ser hospitalizados dessa Covid. É mais ou menos como um procurador do Ministério Público ou um delegado que diz assim “essa testemunha eu não quero, eu só quero ouvir essa testemunha”. Olha que coisa incrível. O senador Otto Alencar também parece que não estava lá. Podia receber aulas necessárias. Mas não foi. Uma pena.
Abuso de autoridade
Agora, a doutora Nise Yamaguchi, que foi humilhada e agredida, depois de 40 anos de vida científica salvando vidas, está entrando com um processo de abuso de autoridade. Os senadores e deputados, segundo a Constituição, não podem ser responsabilizados por opiniões, palavras, discursos de votos, mas já responsabilizaram o deputado Daniel Silveira, então…
Ela está pedindo R$ 160 mil de Alencar e R$ 160 mil do Omar Aziz. Se ela ganhar, vai doar para um hospital que trata de crianças com câncer, e está dando uma boa ideia para muita gente que tem sido acusada de fake news. E quem não conseguir demonstrar isso, é crime previsto no Código Penal, de difamação, além de danos morais. Pode dar um bom dinheiro para muita creche de Brasília, por exemplo.
Bandeira nacional
Aqui em Brasília vai haver uma reunião num condomínio de 730 residências porque um grupo de moradores colocou um mastro na entrada do condomínio com a bandeira nacional, e um outro grupo não quer uma bandeira nacional. Não sei de que país eles são, não sei se são apátridas ou são de outro país, mas, mesmo sendo de outro país morando no Brasil, eles têm que respeitar a bandeira brasileira. É a bandeira de todos, que simboliza todos os brasileiros. Vai haver uma assembleia para decidir isso. O condomínio fica na região do Grande Colorado, região administrativa de Sobradinho. Vai ser interessante acompanhar essa discussão. Uma coisa inédita.
Passeatas com cheiro de eleição
E fica o registro do fim de semana. Muita passeata de bandeiras vermelhas contra Bolsonaro. Muita gente em São Paulo, na Avenida Paulista, menos gente em Brasília. Houve no mesmo dia, ao contrário, uma grande manifestação a favor de Bolsonaro, em Marabá, onde estava sendo distribuído mais de 50 mil títulos de terra. E no domingo também houve mais uma “motociata”, em Recife, onde, na véspera, também houve manifestação contra Bolsonaro.
Enfim, são manifestações que já vem com um cheiro de eleição no ano que vem. Lá na Avenida Paulista, discursaram deputados do Psol, do PCdoB, do PT. E, embora a tal terceira via esteja procurando candidato, a gente está vendo que vai polarizar. Agora não sei qual é o papel de Ciro Gomes nisso aí. Ele está na expectativa. E Lula também, na mesma expectativa.
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