Chacina em Ceilândia: suspeito queria fazer ritual macabro com família mantida refém

O suspeito de assassinar uma família em Ceilândia, no Distrito Federal, e aterrorizar moradores do DF e de Goiás pretendia fazer um ritual macabro com a família que ele manteve refém nesta terça-feira (15), segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO). Lázaro Barbosa Sousa, 33, segue foragido. As informações são do Correio Braziliense

O homem é procurado pelas forças de segurançalocais desde a última quarta-feira (9), quando ele invadiu uma chácara e assassinou a tiros quatro pessoas de uma mesma família no DF.

Morreram na ação os empresários Cláudio Vidal, 48, e Cleonice Marques, 43, encontrada somente três dias depois nua e com os cabelos cortados, e os dois filhos do casal, Gustavo Marques Vidal, 21, e Eduardo Marques Vidal, 15.

De acordo com o titular da pasta, Rodney Rocha Miranda, o homem invadiu a chácara localizada em Edilândia (GO) durante a tarde desta terça-feira (15), e manteve pai, mãe e filha sob ameaça.

A adolescente enviou mensagem a um policial pedindo ajuda ao escutar um barulho estranho na propriedade. “Socorro, o assassino Lázaro está aqui em casa”.

Fontes ouvidas pela reportagem informaram que os policiais estiveram na mesma fazenda, Grota da Água do Valdo Silva, na segunda-feira (14), onde montaram o cerco.

Na ocasião, o agente que participou da ofensiva deixou o número de celular com a família e, na tarde desta terça-feira (15), recebeu uma mensagem: “Socorro. O assassino Lázaro está aqui em casa. Fazenda Grota da Água do Valdo Silva”.

Conforme o secretário da Segurança Pública, Lázaro Barbosa queria fazer um ritual macabro com as vítimas. “Como de costume, ele ia levar a família para a beira do rio, obrigar a tirar a roupa e matar a todos”, afirmou.

PM BALEADO NO ROSTO

Quando os dois policiais chegaram e viram o que estava acontecendo, houve um tiroteio, e o suspeito baleou um dos militares de Goiás no rosto, e raspão. O servidor público foi levado ao Hospital de Anápolis pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros.

Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública de Goiás explicou que o policial militar “passa bem”, mas que ainda não sabe o paradeiro de Lázaro Barbosa.

CASEIRO ENCONTROU SUSPEITO DORMINDO

Imagens de videomonitoramento de uma chácara localizada em Edilândia mostram o suspeito dos ataques na manhã desta terça-feira (15). O caseiro Rosinaldo Pereira, 55, chegou para trabalhar e se deparou com Lázaro Barbosa dormindo no leiteiro.

O funcionário da chácara contou que o homem lhe pediu comida e tomou a água que tinha na geladeira. “Ele não foi agressivo comigo e até veio calmo. A única coisa que pegou foi água”, disse.

Também de acordo com o caseiro, o suspeito dos ataques usava vestia uma camiseta branca, bermuda e estava com um casaco e mochila nas costas.

“Ele não estava com o cabelo grande e não tinha barba”, rememorou. Depois de beber água, o Lázaro Barbosa fugiu para a mata.

RASTRO DE CRIMES

Na quinta-feira (10), Lázaro rendeu o caseiro de uma chácara e a filha dele próximo ao imóvel dos empresários. O homem chegou a obrigar a mulher a preparar o almoço enquanto ele acompanhava um telejornal.

No mesmo dia, voltou a entrar sem permissão em uma casa e fez três pessoas reféns. Duas delas foram obrigadas a fumar maconha.  

Já na sexta-feira (11), o foragido conseguiu chegar em Cocalzinho de Goiás (GO) após roubar um veículo em uma chácara em Ceilândia. Ele incendiou o automóvel na BR-070. 

No sábado (12), Lázaro invadiu uma chácara ainda em Cocalzinho e ordenou que o caseiro cozinhasse para ele. Horas depois, baleou três homens que ficaram em estado grave e colocou fogo em outra chácara, próximo à Lagoa Samuel.  

Um cerco policial formado por 200 agentes e 50 viaturas do DF e de Goiás quase prendeu o homem no domingo (13), mas ele percebeu o ponto de bloqueio e abandonou um veículo Corsa que havia furtado para fugir.

Dezessete fazendas foram ocupadas estrategicamente na região de Cocalzinho, cidade do interior goiano onde os últimos crimes teriam acontecido. 


Veja histórico dos crimes e fugas de Lázaro Barbosa, segundo a polícia

Foragido há uma semana, quando virou suspeito de matar uma família em Ceilândia, no Distrito Federal, Lázaro Barbosa de Sousa, 32, acumula passagens por homicídio, estupro e três fugas de penitenciárias. O histórico criminal do homem apontado como “psicopata imprevisível” foi divulgado pelas secretarias da Segurança Pública do DF, Goiás e até da Bahia. 

Segundo as informações das Pastas, Lázaro foi capturado em 2007 sob acusação de um duplo homicídio no município Barra dos Mendes, na Bahia. Dez dias de ser preso, no entanto, ele fugiu e até hoje é tido como foragido pela polícia local.

Em 2009, o criminoso migrou para Brasília, onde ficou em reclusão no Complexo Penitenciário da Papuda (CPP). Os ilícitos atribuídos a ele era porte ilegal de arma de fogo, estupro e roubo.

O mesmo presídio emitiu em 2013 um laudo psicológico informando que Lázaro era um “psicopata imprevisível”. O diagnóstico foi elaborado a partir da conduta agressiva e impulsiva, assim como pela instabilidade emocional e falta de controle e equilíbrio do preso.

No ano seguinte, em 2014, a Justiça autorizou a conversão da prisão de Lázaro para o regime semiaberto. Porém, em 2016, ele voltou a sumir do radar das forças de segurança.

Fora do sistema prisional do DF, o homem foi alcançado pela polícia de Águas Lindas de Goiás, em 2018, e novamente preso por porte ilegal de arma de fogo, homicídio qualificado, roubo e estupro. Em julho do mesmo ano, escapou da detenção.

CRIMES MAIS RECENTES

Já no último dia 8 de abril de 2020, a polícia de Goiás o indiciou por roubo mediante restrição da liberdade de quatro idosos e emprego de arma branca durante tentativa de latrocínio em uma chácara em Santo Antônio do Descoberto. Na ocasião, uma das vítimas chegou a ser atingida na cabeça com golpes de machado.

De volta ao Distrito Federal, Lázaro invadiu uma casa no dia 26 de abril no Sol Nascente. Ele levou uma mulher para um matal e a estuprou enquanto o marido e o filho dela ficaram trancados no quarto.

Em 17 de maio, ele esteve na mesma região e ameaçou populares com arma de fogo e faca. As vítimas foram obrigadas a ficarem peladas. Das 19h até meia-noite, o suspeito prendeu homens no quarto e as ordenou que as mulheres preparassem e servissem um jantar.

No dia 9 de junho, Lázaro invadiu uma chácara em Ceilândia e matou quatro pessoas de uma mesma família: os empresários Cleonice Marques de Andrade, 43, Cláudio Vidal, 48, e os filhos do casal Gustavo Marques Vidal, 21, e Eduardo Marques Vidal, 15.

Na quinta-feira (10), ele rendeu o caseiro de uma chácara e a filha dele próximo ao imóvel dos empresários. Ele ordenou que a mulher preparasse o almoço enquanto ele acompanhava um telejornal. No mesmo dia, voltou a entrar sem permissão em uma casa e fez três pessoas reféns. Duas delas foram obrigadas afumar maconha.  

O homem fugiu em 12 de junho para Cocalzinho de Goiás, onde invadiu fazendas, disparou contra quatro pessoas e colocou fogo em uma residência. A polícia montou um cerco, mas ele fugiu. Em 13 de junho, o criminoso furtou um carro e o largou na BR-070. 

ÚLTIMA APARIÇÃO

Nessa terça-feira (15), o suspeito manteve refém uma família na fazenda Grota da Água do Valdo Silva, em Edilândia (GO), e pretendia fazer uma ritual macabro contra o pai, a mãe e a filha. “Como de costume, ele ia levar a família para a beira do rio, obrigar a tirar a roupa e matar a todos”, comunicou o secretário da Segurança Pública, Rodney Rocha Miranda.

Contudo, a adolescenteenviou mensagem a um policial pedindo ajuda ao escutar um barulho estranho na propriedade. “Socorro, o assassino Lázaro está aqui em casa”.

Quando os agentes chegaram e viram o que estava acontecendo, houve um tiroteio, e o suspeito baleou um dos militares de Goiás no rosto, e raspão. O servidor público foi levado ao Hospital de Anápolis pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros, e passa bem.

Ainda nessa terça-feira, Lázaro foi encontrado dormindo em uma fazenda na cidade de Cocalzinho. Câmeras de segurança o flagraram na propriedade. O suspeito vestiauma camiseta branca, bermuda e estava com um casaco e mochila nas costas.

Confira a matéria no Diário do Nordeste

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