Caboclo deu biscoito canino a funcionária e tentou acordo de R$ 12 mi

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, ofereceu R$ 12 milhões à funcionária que o acusou de assédio sexual e moral. O objetivo era que ela não divulgasse gravações e negasse tudo. A mulher, no entanto, recusou a proposta, segundo reportagem do Fantástico exibida nesse domingo (6/6).

A funcionária havia sido instruída por advogados a gravar as conversas sempre que ficasse sozinha com Caboclo. Os áudios foram exibidos pela reportagem do Fantástico, que confirmou a veracidade com um perito.

Em uma das gravações, após oferecer uma taça de vinho para a funcionária, o ex-presidente da CBF pergunta: “Você se masturba?”. A vítima, então, corta a conversa e sai da sala.

Em outra situação, Caboclo oferece à vítima um biscoito para cachorros e a chama de cadelinha. O dirigente da CBF chega a latir, imitando um cão, quando a funcionária recusa o alimento.

No dia seguinte, ela confrontou Caboclo e afirmou que se sentiu humilhada com a situação. Ele reagiu determinando que a vítima não tivesse relações de amizade com nenhum outro funcionário da CBF.

No fim do dia, ainda disse que as roupas da colaboradora eram incompatíveis com o ambiente de trabalho.

Situações como essas eram frequentes, segundo a funcionária, que alegou ser constantemente insultada e humilhada diante dos dirigentes da CBF.

Na sexta feira (4/6), a vítima entregou um documento de 12 páginas detalhando as agressões. Ela pede que Caboclo seja investigado e punido pela legislação brasileira. A funcionária também pede que retome seu cargo como secretária da CBF.

Em nota, a defesa de Caboclo nega que o assédio tenha acontecido, mas reconhece que foram feitas brincadeiras inadequadas. Ele foi afastado do cargo no domingo (6/6).

Funcionária denuncia presidente da CBF por assédio moral e sexual, diz site


Uma funcionária da CBF protocolou nesta sexta-feira uma acusação de assédio moral e sexual contra o presidente da entidade, Rogério Caboclo. A denúncia foi formalizada perante a Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, a quem caberá investigar os fatos. A mulher, que não teve seu nome divulgado, diz ter sido vítima de várias condutas abusivas de Caboclo, desde abril de 2020. Ela afirma ter provas das condutas e pede que Caboclo seja afastado do cargo e investigado pela Justiça. Procurada pelo Estadão, a CBF não havia se pronunciado até a publicação desta reportagem.

Segundo o site GloboEsporte.com, a mulher diz que Caboclo chamou-a de “cadela” e tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro. Em outra oportunidade, perguntou se ela se masturbava. Durante reunião com outros dirigentes da CBF, o presidente teria inventado relacionamentos da funcionária com pessoas ligadas à entidade. Segundo a reportagem, a vítima afirma que, durante todas essas condutas, Caboblo estava embriagado. Ela disse ainda que ele a orientava a esconder garrafas de bebida na entidade, para que Caboclo consumisse durante o expediente.

Essas denúncias já haviam sido narradas pela funcionária a superiores hierárquicos há cerca de um mês e meio, mas nenhuma providência foi tomada. Ao narrar os abusos, a funcionária pediu afastamento do cargo por motivo de saúde. “Tenho passado por um momento muito difícil nos últimos dias. Inclusive com tratamento médico. De fato, hoje apresentei uma denúncia ao Comitê de Ética do Futebol Brasileiro e à Diretoria de Governança e Conformidade, para que medidas administrativas sejam tomadas”, afirmou a funcionária ao site.

INVESTIGAÇÃO

A investigação caberá à Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, órgão criado pela CBF para receber, apurar e julgar denúncias. A Comissão é presidida pelo desembargador aposentado Carlos Renato de Azevedo Ferreira e tem duas Câmaras, de Investigação e de Julgamento

A apuração da denúncia caberá à primeira, que segundo o site da CBF tem três integrantes: a presidente Gladys Regina Vieira Miranda e os membros Júlio Gustavo Vieira Guebert e Antônio Carlos de Aguiar Desgualdo. Essa comissão vai produzir um relatório e encaminhá-lo à Comissão de Julgamento, composta, segundo o site da CBF, por Marco Aurélio Ravanelli Klein e Amilar Fernandes Alves.

Confira a matéria no Estadão

Confira a matéria no Metrópoles

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