O agronegócio salva o Brasil, mas tem de ser salvo dos políticos

EXPEDIÇÃO SAFRA 2018/2018 - ABELARDO LUZ-SC - COLHEITA DE SOJA - FOTO: MICHEL WILLIAN/GAZETA DO POVO

Acabam de sair os números do primeiro quadrimestre de 2021 e o resultado, como em geral acontece quando se trata deste setor, foi mais uma grande notícia: de janeiro a abril do corrente ano, a geração de empregos formais na agropecuária do Brasil foi a maior dos últimos dez anos. É uma informação que revela a força extraordinária do agro nacional. Em plena desgraça geral da economia, com o país e o resto do mundo em estado de falência geral por conta das devastações da Covid, a agricultura e a pecuária não apenas mantiveram a situação de destaque que já tinham. Melhoraram, e muito – não se gerava tanto emprego na área desde 2011.

Foram mais de 70.000 novos postos de trabalho a mais, em comparação com o total dos primeiros quatro meses de 2020 – cerca de 11.000 só em abril – o triplo, por sinal, das vagas abertas em março. Neste momento, espelhando o que acontece na área do emprego, o agro brasileiro bate recorde sobre recorde. Nunca exportou tanta carne como em 2021, em todas as suas categorias, e registra avanços importantes na soja, sua principal cultura de exportação.

Enquanto o Senado deprava mais uma vez as suas funções, e faz uma CPI sobre a Covid onde o presidente teve a própria mulher presa por corrupção na área da saúde e o relator responde a nove processos por ladroagem geral, os números do emprego do agro em 2021 são um tapa na cara do submundo da política brasileira. Os parasitas, safados e ladrões, mais uma vez, falsificam a realidade e mentem para o público, em meio à admiração geral da mídia. O Brasil que trabalha, e sustenta todos eles, vai adiante.

A sociedade brasileira, possivelmente, tem musculatura e repertório para conviver com a mentira, a corrupção e a incompetência de todos os dias – mas fica cada vez mais claro, número após número, que não resistiria à destruição do seu agronegócio. É o que prega, todos os dias, a turma que age no circuito da reforma agrária, fim da “monocultura”, zoneamento rural ecológico, denúncia dos “agrotóxicos”, agricultura familiar etc. etc. etc. Sua preocupação é o sucesso cada vez maior do capitalismo na agropecuária do Brasil. Seu sonho é fazer por aqui o que se faz na Argentina.

O agronegócio é a única atividade realmente bem-sucedida, em grande escala, da economia brasileira. É a única onde o Brasil é realmente competitivo no mercado internacional. É a única em que a tecnologia põe o país na mesma corrida das grandes nações do mundo. É a única capaz de assegurar a independência cambial do Brasil. É a única esperança de uma sociedade moderna neste país. É tudo o que existe de mais sério nas realidades brasileiras do século XXI. Tem de ficar a salvo do Senado, do Supremo Tribunal Federal, dos políticos e de todo o movimento que aposta diretamente no atraso.

Confira a matéria na Gazeta do Povo

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