Paulo Guedes passa ao largo das sonegações ao INSS e das isenções dadas por Dilma

Pedro do Coutto

Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro na tarde de ontem em Brasília, o Ministro Paulo Guedes afirmou mais uma vez que a reforma da Previdência terá um efeito mágico em relação a economia proporcionando o fechamento das contas do governo e possibilitando a retomada dos investimentos e do progresso do país. Na minha opinião, o titular da economia não se preocupa com dois importantes temas – as dívidas dos sonegadores do INSS, que chegam a quase 500 bilhões de reais, e com a isenção de contribuições e pagamento de impostos, que se elevam a mais de 300 bilhões de reais. Essa isenções, concedidas por Dilma Rousseff, foram focalizadas na reportagem de Marcelo Correa, edição de sábado, 4 de maio, de O Globo.

A quantia de R$ 303 milhões de isenções está prevista no orçamento de 2019 como “renúncia”. A metade desses R$ 303 representa a concessão de incentivos fiscais para com a Previdência Social. Quanto às dívidas de empresas para com o INSS, o Ministro Paulo Guedes ao que parece não dá a menor importância.

QUASE R$ 1 TRILHÃO – Essa atitude de omissão não considera que a soma das dívidas mais as isenções fiscais poderia, isso sim, aproximar-se do trilhão de reais prevista por Guedes no período marcado pela década que se inicia agora no governo Bolsonaro.

Reportagem de Geralda Doca, edição de ontem de O Globo, destaca que o governo está disposto a incluir novamente no projeto de reforma da Previdência fatores voltados para manter a receita mágica de 1 trilhão de reais. Inclusive a base parlamentar de Jair Bolsonaro está preparando propostas para incluir no debate da Comissão Especial os itens que foram retirados da mensagem original e que incorporaram dispositivos voltados para a meta de R$ 1,1 trilhão, mas haviam sido retiradas na Comissão de Constituição e Justiça.

APENAS ILUSÃO – Na entrevista ao vivo, na tarde de ontem, Paulo Guedes voou novamente para o alto nível da ilusão. Para ele a reforma da Previdência proporcionará todos os recursos financeiros de que o país necessita.

Mas não disse como isso acontecerá, certamente porque qualquer cálculo feito agora voltar-se-á para o mundo da fantasia.

Como não há débito sem crédito, quais os pontos da legislação social do país que poderiam fornecer uma soma tão fantástica? Esse é o panorama que envolve tanto a realidade como o sonho do ministro.

Confira matéria do site Tribuna da Internet.

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