Quando comecei o meu trabalho, 25 anos atrás, a ideia para consertar as comunidades norte-americanas pobres e vulneráveis foi impulsionada pela minha crença nos Estados Unidos e no que tornou o país bem sucedido.
É o que eu chamo de os três C’s: os princípios do Cristianismo, as virtudes do Capitalismo e o Estado de Direito, delineados na Constituição dos EUA.
Após o movimento dos direitos civis, o estatismo foi considerado necessário para melhorar as comunidades pobres.
Quando o então presidente Lyndon Johnson assinou a Lei dos Direitos Civis de 1964, a suposição aceita era que, embora houvesse uma nova lei protegendo a liberdade – direitos civis – para todos, os negros americanos de baixa renda não estavam preparados para serem livres e não eram capazes de serem livres.
Uma nova era de estatismo introduziu o socialismo de Estado de bem-estar social nestas comunidades.
Apesar de dezenas de trilhões de gastos federais destinados a estas comunidades desde os anos 1960, as taxas de pobreza mantêm-se praticamente inalteradas. Mas novos e importantes problemas foram criados – principalmente a dizimação das famílias. De lá para cá, os lares monoparentais e os nascimentos fora do casamento triplicaram.
Os democratas de hoje querem culpar o racismo pela persistência de problemas em comunidades de baixa renda. Em alguns aspectos, eles têm razão. Foi o seu próprio racismo que se recusava, e se recusa, a aceitar que os americanos de baixa renda podem e devem ser livres.
Agora, o presidente Joe Biden e o seu partido aspiram ao oposto daquilo pelo que lutei.
Em vez de quererem levar o capitalismo das partes saudáveis dos Estados Unidos para as partes falidas do país, querem levar o socialismo fracassado do Estado de bem-estar social das partes falidas do país para o resto dos EUA.
Os US$ 6 trilhões gastos nos primeiros 100 dias da administração Biden, vendidos sob o pretexto da recuperação da Covid-19, têm como objetivo usar a crise da Covid-19 para vender uma nova era de governo grande e socialista, um Estado de bem-estar social que irá mudar fundamentalmente o país para sempre.
A economia dos EUA já estava bem encaminhada para a recuperação na segunda metade do ano passado, e no primeiro trimestre de 2021, subiu 6,4%, levando o produto interno bruto do país quase até o ponto em que estava pré-Covid-19.
Ao contrário da retórica do presidente Biden, a questão da conexão entre prosperidade e liberdade tem a ver com fatos e não com ideologia.
Todos os anos, o Instituto Fraser publica o seu relatório Economic Freedom of the World, que mostra consistentemente que as nações com mais liberdade econômica – governo menor, impostos mais baixos, menos regulamentação – têm os rendimentos mais altos e as taxas de pobreza mais baixas.
Em seu discurso ao Congresso, o presidente garantiu ao povo norte-americano que ele pode financiar todo esse grande governo fazendo com que as grandes e ricas corporações paguem sua “parte justa”.
Mas os fatos sobre quem paga os impostos contam uma história diferente das histórias coloridas pela ideologia do presidente.
De acordo com a apartidária Tax Foundation, que utilizou os últimos dados disponíveis da Receita Federal (IRS, na sigla em inglês), em 2018, o 1% mais rico de todos os contribuintes pagou 40,1% de todos os impostos. Os 50% mais ricos pagam 97,1% de todos os impostos federais. E os 50% inferiores pagaram os 2,9% restantes.
E as grandes empresas? Mais uma vez, os fatos contam uma história diferente.
Os impostos sobre o rendimento das empresas simplesmente punem os trabalhadores com salários mais baixos e punem os consumidores com preços mais altos. O economista Laurence Kotlikoff, da Universidade de Boston, estima que uma taxa de imposto corporativo de 0%, focando os impostos apenas em pessoas físicas, aumentaria os salários em 12%.
Ainda, dando à nação uma lição cívica digna de uma das escolas públicas norte-americanas decadentes, Biden usou no seu discurso as palavras de abertura do preâmbulo da Constituição – “Nós, o Povo…” – para justificar um governo grande.
Mas esse preâmbulo diz que a Constituição foi estabelecida para “assegurar as Bênçãos da Liberdade aos cidadãos e à sua Posteridade”.
Tim Scott, senador republicano da Carolina do Sul, na sua resposta ao presidente, sublinhou o que ele viveu, e o que eu também vivi durante toda a minha vida profissional: que os negros que falam de liberdade e valores bíblicos são recebidos com zombaria e ridicularização por parte da esquerda.
Scott falou a verdade. O Estados Unidos significam a liberdade sob Deus. Conseguir isto é o grande desafio de hoje.
Star Parker é colunista de The Daily Signal e presidente do Centro de Renovação Urbana e Educação.
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