Senado inicia “inquisição” da COVID-19 e Flávio expõe a hipocrisia de Renan

Com a instalação da CPI que busca revirar os mandos e desmandos na luta contra o avanço de um vírus que veio da China, temos que ficar preparados para assistir a uma verdadeira “caça às bruxas”.

E as bruxas, prováveis vítimas do que será esta inquisição, têm nome e endereço.

Basta analisar os nomes dos “que comandarão os trabalhos” … o presidente, o vice-presidente e o relator da comissão, para que se tenha convicção disso.

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que jamais teve qualquer intenção de integrar a comissão, justamente por se declarar suspeito, em função do parentesco com o presidente da República, reclamou do fato de seu bloco partidário ter permitido a indicação de Renan Calheiros para a relatoria do colegiado, bem como a inclusão de Jader Barbalho, como suplente da mesma, ambos do MDB, que compõe o bloco.

Na primeira sessão, na manhã desta terça-feira (27), Flávio foi enfático em sua fala, dirigida a Renan, pai do governador de Alagoas, Renan Filho, que poderia ser alvo das investigações no âmbito da CPI da COVID e a Barbalho, cujo filho, Helder Barbalho, além de ocupar o cargo máximo no governo do Pará, já é alvo de investigações no Covidão, por corrupção, improbidade administrativa e lavagem de dinheiro na gestão de recursos direcionados para o combate à pandemia.

“Falta de prestígio total. Se eu fosse consultado, eu não sugerira o meu nome, nem o do Renan Calheiros ou o do senador Jader Barbalho. Porque é óbvio que não haveria imparcialidade da nossa parte. No caso do senador Renan Calheiros, é mais grave ainda, porque ele antecipou o seu julgamento. Beira o ridículo, desqualifica os trabalhos desta CPI.”

Flávio Bolsonaro ainda alertou o uso da CPI como “palanque político.

“Aquele parlamentar que estiver nesta CPI e quiser subir nos caixões dos quase 400 mil mortos para fazer política rasteira e barata, atacar o presidente Jair Bolsonaro e antecipar 2022… esse a população vai saber avaliar e julgar. Quem nos julga é o eleitor. Todo mundo está de olho nisto aqui e vai acompanhar de perto.”

Estas palavras, aliás, caberiam perfeitamente não apenas aos oposicionistas que ocupam cadeiras na CPI, mas principalmente para o presidente indicado para a mesma, Omar Aziz (PSD-AM), e seu vice, Randolfe Rodrigues (REDE-AP).

O primeiro tem uma rixa antiga com o governo federal, desde o início de 2020, quando foi contrariado em pedido para que Jair Bolsonaro derrubasse um decreto de 2018 que estabeleceu isenções fiscais à Zona Franca de Manaus. Em sua fala de posse na CPI, Aziz afirmou, “sem qualquer sentimento de vergonha” que estaria preocupado com a saúde dos milhões de brasileiros infectados pelo vírus chinês. Mas ele parece ter se preocupado bem menos com a saúde de seus concidadãos amazonenses, quando foi governador do estado e se tornou réu após investigações que comprovaram o desvio de mais de R$ 200 milhões justamente da pasta da saúde, em sua gestão, entre 2010 e 2014.

Quanto a Randolfe Rodrigues, sempre se destacou por ser um ferrenho adversário do presidente da República. O senador parece ter esquecido de exercer seu mandato, pois passou o último ano nas redes sociais e em entrevistas acusando Jair Bolsonaro de “genocida”, isso sem contar, claro, os dois anos e quatro meses do atual mandato, em que parece ter esquecido de legislar e de cuidar de assuntos sérios, preferindo passar os dias pendurado no STF, em meio a dezenas de pedidos de mandados de segurança, liminares e impeachment, obstruindo o trabalho do executivo e boicotando o país.

Flávio Bolsonaro, que garantiu que o governo vai aproveitar a CPI para passar a limpo a “atuação na pandemia”: encerrou sua fala de maneira cirúrgica e não poupou sequer aliados:

“Quantas vacinas esta CPI vai aplicar no braço da população? Nenhuma. O momento é inoportuno. O presidente Rodrigo Pacheco está errando.”

Que a população fique atenta e acompanhe de perto os passos desta que pode, repito, ser chamada de tudo, menos de CPI … trata-se de inquisição, caça às bruxas … picadeiro (onde nós, a sociedade brasileira, somos os palhaços).

Confira a matéria no Jornal da Cidade

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