O casal, que foi preso, é investigado por envolvimento no homicídio do garoto de 4 anos
Um relacionamento marcado por brigas a portas fechadas, reconciliações e discussões após os relatos de agressão ao menino Henry Borel, de 4 anos, na cidade do Rio de Janeiro. Assim é descrito, pelos depoimentos prestados à Polícia, o namoro entre a professora Monique Medeiros, mãe do menino, e o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido).
O casal foi preso no dia 8 de abril por suspeita de atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas. Eles são investigados por envolvimento no homicídio de Henry.
Jairinho e Monique moravam juntos desde novembro de 2020, em um apartamento no condomínio Majestic, do Cidade Jardim. Eles se conheceram no final de agosto do ano passado, em um almoço na Barra da Tijuca. O já encontro virou um romance no mês seguinte.
No depoimento aos investigadores, a babá do garoto, Thayná de Oliveira, relatou detalhes de como era a relação dos dois. Segundo as declarações, Jairinho e Monique brigavam com frequência em discussões que aconteciam, geralmente, a portas fechadas, mas, assim que deixavam o cômodo, já estavam trocando carícias.
Ainda conforme a babá, era comum ver o casal com malas prontas para sair de casa, como se estivessem se separando. Um desses momentos foi quando a funcionária relatou, em 12 de fevereiro, à Monique que Henry teria saído mancando, contando que foi agredido por Jairinho após ficar trancado no quarto de casal com o padrasto.
A professora estava no salão de beleza quando recebeu as mensagens da babá. Em seguida realizou uma chamada de vídeo para o filho, que confirmou dizendo que o “o tio bateu” ou “o tio brigou”, como relatou à Polícia a profissional de beleza que atendia Monique.
Após as agressões de Jairinho contra Henry, Monique deixou o imóvel onde morava, levando os pertences dela e do filho em malas, disse Thayná. Ela informou à babá que iria para Bangu, bairro onde moram seus pais.
No entanto, no dia seguinte as agressões, 13 de fevereiro, a mãe de Henry publicou registro ao lado do namorado indo viajar para o litoral do Rio de Janeiro durante o feriado de Carnaval.
Diferente da versão da babá, a irmã de Jairinho, Thalita Fernandes Santos, minimizou os desentendimentos dos dois e classificou serem “brigas normais de casal”, durante o depoimento à Polícia.
A empregada doméstica Rosângela de Souza Matos, que trabalha na casa em que Jairinho, Monique e Henry moravam, declarou aos investigadores apenas que o casal costuma tomar muitos medicamentos.
MORTE DE HENRY BOREL
Henry Borel morreu na madrugada de 8 de março, no apartamento em que vivia com Monique e Dr. Jairinho, na Barra da Tijuca. Segundo as investigações, ele era agredido pelo vereador com bandas, chutes e pancadas na cabeça. Monique tinha conhecimento da violência desde o dia 12 de fevereiro, pelo menos.
Henry foi levado pela mãe e pelo padrasto ao hospital Barra D’Or na madrugada de 8 de março e já chegou à unidade sem vida.
O laudo hospitalar sobre o corpo concluiu que a criança apresentava as seguintes condições:
- múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores;
- infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital, ou seja, na parte da frente, lateral e posterior da cabeça;
- edemas no encéfalo;
- grande quantidade de sangue no abdome;
- contusão no rim à direita;
- trauma com contusão pulmonar;
- laceração hepática (no fígado);
- e hemorragia retroperitoneal.
Os investigadores afirmam que Henry foi assassinado com emprego de tortura e sem chance de defesa. O inquérito aponta que a criança chegou à casa da mãe por volta de 19h20 de 7 de março, um domingo, após passar o fim de semana com o pai.
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