“Negacionista” passou a ser o termo mais usado pelo governador de São Paulo e seus apoiadores na mídia. É uma forma de se colocar ao lado da ciência, contra seu principal adversário político, o presidente Bolsonaro, que seria um obscurantista, alguém que nega a própria ciência. “Triste, muito triste um país que tem um presidente da República que, diante de uma pandemia desta ordem, mais de 260 mil brasileiros mortos, se comporta dessa maneira. Que presidente é esse que nós elegemos pro Brasil? Que tristeza, que vergonha”, disse o governador durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Doria seguiu na linha populista: “Nosso país virou uma ameaça não somente aos brasileiros, mas ao mundo”. Ele continuou sua crítica dizendo que o “custo Bolsonaro” antes prejudicava a saúde e a vida, “o que já seria gravíssimo”. E concluiu: “Hoje, o custo Bolsonaro adoece a economia, aumenta o desemprego, amplia a falta de credibilidade do Brasil em todos os mercados internacionais”.
Críticas à postura ou à gestão do presidente são legítimas, mas não é isso que temos visto, e sim uma demonização que confunde Bolsonaro com o próprio vírus chinês. Doria sequer tem “lugar de fala”, já que os resultados do seu estado estão piores do que a média nacional. Não obstante, o governador tucano faz de tudo para se vender como o gestor da ciência, preocupado somente com vidas, enquanto o presidente seria um insensível, um genocida. Doria fez da pandemia seu palanque eleitoral.
Para quem tem apenas um martelo, tudo se parece com prego. Doria tem um martelo, nada mais. E ele enxerga prego em todo lugar. No caso, sua obsessão por ser presidente, derrotando Bolsonaro e o substituindo em 2022. Preso numa narrativa falsa, o governador insiste em medidas drásticas como o lockdown, sem eficácia comprovada e que destrói milhares de empregos. Tudo pela aparência de um administrador ativo no combate ao vírus. Os resultados efetivos não importam tanto.
Doria subiu impostos no meio da pandemia, impede os trabalhadores de saírem para trabalhar e colocar comida na mesa da família, demoniza o tratamento precoce e virou garoto-propaganda da vacina, inspecionando cada carregamento de insumo novo que chega. É tudo pelo marketing. A publicidade, aliás, não sofreu cortes na crise, fora o repasse de cem milhões para a TV Cultura. O governo lançou uma campanha fazendo terrorismo com jovens que frequentam bares e podem, por isso, colocar em risco seus familiares. É jogo sujo.
Doria quer bater em Bolsonaro, mas seu martelo tem mesmo é destruído vidas em seu estado. A revolta popular é crescente, com toda razão. Os paulistanos percebem que viraram instrumentos de um jogo de poder do governador, e que isso está lhes custando muito caro.
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