Tribunal da Lava Jato mantém bloqueio de contas de suposto operador de Lobão

Edison Lobão. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Carlos Murilo, alvo da fase 71ª da Operação, deflagrada em junho de 2020, é suspeito de agir como ‘representante’ do ex-ministro de Minas e Energia em esquema de propinas no setor de compra e venda de petróleo da Petrobrás

O processo é referente à 71ª fase da Lava Jato que, em junho de 2020, cumpriu mandados de busca e apreensão contra Carlos Murilo e seu irmão, Antenor Goulart Barbosa e Lima. Outros quatro supostos doleiros e a consultoria empresarial Heckler também foram alvos da operação. De acordo com o TRF4, na ocasião foram bloqueados R$ 17 milhões, valor estimado do prejuízo causado pelos supostos desvios. As investigações apuram crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro na área de ‘Trading’ da Petrobrás.  

O desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator do caso, considerou que há vários indícios que apontam a participação de Carlos Murilo no esquema.  “Cabe referir que três colaboradores dão conta de que o apelante seria destinatário de propinas na condição de apadrinhado ou pessoa próxima de Edison Lobão”, afirmou. 

Gebran Neto também refutou que não haja robustez nas provas apresentadas no processo. “Diferentemente do que alega a defesa, os relatos dos colaboradores, além de serem bastante convergentes entre si, são complementados com outros indícios que indicam a proximidade do investigado com os núcleos criminoso citados, tais como e-mails, dados cadastrais que demonstram que o local onde se dava o pagamento de propinas era escritório de empresa no nome do irmão do investigado”, ponderou. O desembargador explicou que a manutenção do bloqueio das contas é necessária para evitar a dissipação dos bens do investigado e assegurar o pagamento da pena de multa, custas processuais e reparação de dano decorrente do crime em caso de condenação. 

COM A PALAVRA, A DEFESA DE CARLOS MURILO

A defesa de Carlos Murilo declarou que se manifestará nos autos.

Confira a matéria no Estadão

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