O governo brasileiro, quando viu os contratos de compra das vacinas da Pfizer e da Jonhson & Johnson, não gostou de uma cláusula que isenta o laboratório de qualquer responsabilidade por consequências que venham a ser causadas pelos imunizantes. Que não se responsabiliza por ações cíveis ou criminais.
Eu lembro que um dia o presidente Jair Bolsonaro disse que a pessoa teria que assinar uma carta se responsabilizando pela vacina que estava tomando. Quer dizer, os laboratórios queriam isso. Mas o presidente disse não. Por isso até agora a compra dessas vacinas não deu certo.
Não dá para comprar vacina de laboratório em que nem ele se responsabiliza pelas consequências da vacina. O país é que tem que se responsabilizar. Não faz sentido alguém vender alguma coisa e não dar garantia nenhuma. É como se alguém fosse comprar um carro e a fabricante do carro dissesse que não dá garantia. A responsabilidade é sua se fundir o motor.
São vacinas experimentais, há justificativa para isso. Nunca uma vacina foi aplicada tão rapidamente depois de desenvolvida em laboratório. Ela precisa de anos de testes para ter comprovação de sua eficácia e de sua segurança, principalmente.
Estou contando tudo isso porque estão conversando lá no Senado para fazer algum tipo de lei que resolva esse entrave. Uma lei dizendo que os laboratórios não se responsabilizarão, mas que o Estado brasileiro se responsabiliza perante as famílias se houver algum problema. Ora, “Estado brasileiro” é outro nome para se referir a nós, contribuintes.
Nós pagamos impostos em tudo que compramos e é justo querermos que esse dinheiro seja aplicado em hospitais, saúde, educação, segurança… e não para indenizar laboratório estrangeiro. Eu não sei o que vão fazer exatamente lá no Senado, mas fica aqui o aviso.
Brasil exporta ferro para China e importa trilhos
A produção de aço no Brasil caiu no ano passado, por causa da pandemia, obviamente, mas está se recuperando em janeiro último, quando cresceu 11% em relação a janeiro do ano passado. Isso significa uma retomada da indústria que recebe o aço.
Agora o que é de embasbacar é que faz mais de 30 anos que nós não produzimos trilhos ferroviários. Sabe onde é que a gente compra trilho para renovar a malha de 28 mil quilômetros para fazer a malha nova que está cruzando o país, em todos os sentidos? Para escoar a nossa produção agropecuária do interior? Sabe onde compramos? Sim, na China.
E sabe com que minério de ferro a China faz o nosso aço? Ela compra o nosso minério como matéria-prima e vende o nosso aço elaborado. Meu Deus, será que nós enlouquecemos? Nós temos siderúrgicas aqui capazes de produzir isso. E temos, inclusive, uma indústria de material ferroviário que tem uma produção pífia no ano passado.
A nossa indústria de material ferroviário construiu 29 locomotivas, 1,8 mil vagões de carga e 72 carros de passageiro. Agora vocês dirão: “eu não vi esses vagões de passageiros”. Vai ver se viajar para o Chile, porque foi tudo exportado para lá.
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