É pertinente e compreensível a insatisfação do Presidente Bolsonaro com os frequentes aumentos dos combustíveis. Sua inquietude reflete o sentimento geral dos brasileiros diante da elevação do custo de vida. Como se sabe, esses aumentos geram efeitos em cascata nos preços dos demais produtos e serviços, impulsionando os índices inflacionários. Por isso, concordo em gênero, número e grau com a afirmação do chefe do Executivo de que algo precisa ser feito para manter a inflação sob controle. Afinal ninguém quer de volta aquela difícil situação, vivida no período do governo Sarney, em que os preços dos produtos eram remarcados diariamente.
Graças ao Plano Real e às políticas econômicas implementadas a partir do governo Itamar Franco, a conjuntura inflacionária foi controlada e vem sendo mantida com índices ao redor das metas fixadas pelas autoridades monetárias, apesar do inevitável surgimento de fatores endógenos e exógenos que dificultam as ações adotadas ou que se pretende colocar em prática para que a economia funcione adequadamente. Cito como exemplos a pandemia da Covid-19, o problema cambial decorrente da cotação do dólar frente ao real e as oscilações nos preços do barril de petróleo no mercado internacional.
Mesmo diante desse cenário desfavorável continuo otimista. Reafirmo o que disse em texto anterior: tudo vai passar.
Um dos motivos do meu otimismo é que percebo uma disposição dos chefes dos Poderes da República de trabalharem unidos no enfrentamento das questões de interesse do país, sempre com independência, harmonia e de forma respeitosa como requer a liturgia dos elevados cargos que ocupam. Outro motivo, não menos importante, diz respeito à recente mudança no comando das duas casas do Poder Legislativo. O meu sentimento é de que ambos estão também com o mesmo entusiasmo e espírito público no sentido de tirarem o Congresso Nacional do injustificável estado de paralisia em que se encontrava. Daí a nossa esperança de que os projetos de reforma que lá tramitam sejam apreciados e aprovados sem maiores delongas, pois o Brasil tem pressa. As reformas estruturantes são indispensáveis para tirar o país do atoleiro. Com a vacinação em massa da população, a economia vai voltar
crescer, gerando mais empregos e renda.
No tocante especificamente às medidas anunciadas pelo presidente sobre a pretendida
mudança na cobrança do ICMS e a isenção do PIS/COFINS incidentes sobre o diesel, apesar de bem intencionadas, e sem entrar no mérito de suas implicações nas contas públicas, penso que elas poderão, no curto prazo, minimizar os impactos dos reajustes. Mas serão remédios paliativos, pois não atacarão as raízes do problema, difíceis de serem extirpadas em face de suas vinculações com fatores externos, anteriormente mencionados.
Paciência Presidente, a batalha é árdua, mas a responsabilidade para enfrentá-la e superá-la não é só sua. É de todos nós. Unidos seremos fortes e capazes de vencer os desafios presentes e futuros. O Brasil tem tudo para ser uma grande nação e será desde que brasileiros e brasileiras resolvam unir esforços em torno de um projeto de interesse comum. BSB , 20 de fevereiro de 2021. JLC.
Autor: José Leite Coutinho
Be the first to comment on "UNIDOS VENCEREMOS"