Advogado, ex-debatedor da CNN, intimado pela PF por ‘calúnia’ ao presidente, agora tenta se esquivar

Marcelo Feller, advogado criminalista, de 34 anos, é investigado pela Polícia Federal por disparar calúnias e difamações ao presidente Jair Bolsonaro, em uma das edições do quadro ‘O Grande Debate’, da emissora CNN Brasil, do qual participou, brevemente.

O programa de TV, bastante conhecido em cadeia nacional, reúne dois debatedores que defendem posições contrárias sobre um mesmo tema, previamente, definido pela produção da atração. Em julho de 2020, o assunto abordado foi a atuação do Governo Bolsonaro durante o combate à pandemia da Covid-19 no Brasil e o impacto dela sobre a imagem das Forças Armadas.

Apoiado na estapafúrdia fala do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que associava o Exército brasileiro a um suposto genocídio; Feller teceu “afirmações” contra o presidente, alegando que Bolsonaro seria o responsável por, pelo menos, 7 mil mortes.

“E os números também mostram, lamentavelmente, que o discurso e a postura do presidente da República são, diretamente, responsáveis por, pelo menos, 10% dos casos de Covid no Brasil… Se já ultrapassamos 70 mil mortos, a postura de Jair Bolsonaro seria responsável, diretamente, por 7 mil”, acusou, indevidamente, o criminalista.

Feller foi intimado a prestar esclarecimentos à Polícia Federal com base na Lei de Segurança Nacional, artigo 26, que configura crime “caluniar ou difamar o Presidente da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal Federal; imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação”. A pena é de um a quatro anos de prisão.

Notificado pela PF, depois que o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, acionou a instituição, Feller retrocedeu e disse que “apenas” citou um estudo de Economia para basear as afirmações.

“Eu fui instado ao debate público, jornalístico, e consignei o estudo… Tem uma construção político-social em torno da palavra. E aí, o que eu disse, e ainda acredito, é que política, antropológica e socialmente falando, baseado neste estudo, isso é um genocídio”, tentou explicar-se o criminalista diante das graves acusações que fez.

Mas, o fato é que Feller utilizou termos como “genocida, politicamente falando”, “criminoso” e “omisso”, quando se referia ao chefe do Executivo. Questionado, disse que tudo não passou de uma “perspectiva político-social” e que agia como “jornalista”.

Agora, o ex-colaborador da CNN terá que comprovar as afirmações assumidas em cadeia nacional. As alegações do advogado vieram, inclusive, depois que o Supremo Tribunal Federal, em abril de 2020, já tinha determinado a governadores e prefeitos a tomada de decisões relativas à pandemia do coronavírus dentro das suas localidades.

Confira o vídeo:


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