Vacina da Pfizer é inviável para países pobres

Hoje começo por vacina, a nossa conversa. A Pfizer recebeu, da OMS, uma recomendação para que facilite a vacina para países pobres. Agora pergunta o seguinte, como? Se é preciso ter -70°C para guardar a vacina.

Aqui em Brasília, por exemplo, parece que só existem 11 congeladores com essa temperatura, maior parte na Universidade de Brasília. Só que eles são pequenos, não cabe o número de doses necessárias para a população de Brasília. Então é muito difícil essa vacina, que precisa de uma temperatura negativa, para países pobres.

Israel já vacinou mais de 10% de sua população.Israel é rápido nisso tudo, de equipamento é um país avançadíssimo. Mas e os outros? A Índia tem uma vacina que não precisa de estoque, basta guardar no refrigerador normal. E clínicas particulares do Brasil já estão querendo negociar essa vacina indiana, que é uma vacina tradicional. Aliás, a Índia já aprovou a vacina Oxford, da Astrazeneca, que o Brasil está comprando agora.

Na Argentina, estão sendo aplicadas as vacinas Sputnik, do Instituto Gamaleya, da Rússia. E a notícia que a gente tem é que já teve muita reação alérgica, muito acima. Porque reações da vacina são assim 0,00%, e lá parece que tá dando 1% de reação. Mas é bom a gente observar os nossos irmãos argentinos, porque essas vacinas todas são experimentais, tanto que pede-se uma licença para aplicar vacina de modo emergencial. É bom que a gente considere isso.

Bolsonaro na praia

Não custa comentar o que aconteceu, nesses dias aí, de passagem de ano. O presidente Bolsonaro estava lá no litoral paulista. Mergulhou literalmente, nadou de braçada no meio dos paulistas. O Estadão ficou bravo, disse que ele nadou sem máscara, gostaria de saber se alguém consegue nadar com um pano tampando o nariz e a boca, só se for um snorkel, aí sim né, mas aí é para nadar mesmo e mergulhar.Incrível. Que provocou aglomerações. A praia estava cheia de gente, se ele fugisse da praia não ia ficar deserto. Pior foi contendor dele, governador de São Paulo que tentou nadar na Flórida mas não conseguiu. Voltou imediatamente ao perceber o erro político que cometera, ao fechar São Paulo e a partir de Flórida onde está tudo aberto.

Provas ilegais nas mãos da defesa de Lula?

Bom, você sabe muito bem que o ministro Lewandowski, atendendo a defesa de Lula, mandou o juiz da 10ª vara federal de Brasília, onde tem um processo contra Lula, entregar para defesa de Lula trechos do diálogo que foi hackeado por invasão criminosa, de gente que foi presa por causa disso, diálogo entre Deltan Dallagnol e o juiz Sérgio Moro. O juiz não entregou. Disse que ele é juiz substituto, plantão, que vai esperar o juiz titular para decidir isso. Lewandowski deu 10 dias para entregar e o juiz respondeu que não tem urgência. Mesmo porque não tem como pegar isso. Eu até pensei que ele não tinha respondido dizendo o seguinte:Olha, o senhor não é a pessoa neste momento que tem poderes para fazer isso, porque quem é o plantonista, é o presidente do Supremo. O Supremo está em recesso. O senhor deveria estar recesso. E, além de tudo, esses dados são dados obtidos por meios ilegais, criminosos. Mas não foi isso que ele respondeu. Mas enfim, já é um tipo de resposta.

Já o ministro Marco Aurélio interpelou por ofício o presidente do Supremo,Fux, para saber porque o clipe que é mandado aos ministros do Supremo, omitiu a demissão do diretor que pediu reserva de vacina. Aliás, esse mesmo diretor diz que ele pediu reserva de vacina com conhecimento do presidente do supremo. O secretário de comunicação respondeu ao ofício, senhor Delorgel Kaiser, que foi apenas falha de montagem. Como Supremo, eu nunca vi, nesses 44 anos em Brasília, um Supremo que mais gera notícia. E notícia em geral, notícia que está, como disse o presidente Fux no discurso de posse dele, tá alimentando uma notícias que são deletérias, ou seja, destroem o bom nome do supremo né, é o que tá acontecendo.

Alexandre Garcia

Colunas sobre política nacional publicadas de domingo à quinta-feira. *Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.