Empresas usadas para lavagem de dinheiro são alvos de operação no Ceará e outros três estados

São cumpridos 126 mandados judiciais, sendo, 18 mandados de prisão preventiva, 5 mandados de prisão temporária, 30 mandados de busca e apreensão, 23 sequestros de embarcações, 43 ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias e duas ordem judiciais de suspensão de atividades econômicas

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta terça-feira (15), no Ceará e em outros três estados a operação “Pianjú”, que visa desarticular uma organização criminosa com atuação interestadual e internacional que usava empresas de fachadas e fictícias para lavagem de dinheiro. Um homem suspeito de ser operador financeiro do esquema criminoso foi preso em Fortaleza. Já nos demais estados envolvidos, a polícia cumpre mandados nos municípios de Vitória (ES)Vila Velha (ES)Serra (ES)Cariacica (ES)São Paulo (SP)Santos (SP)Jaguariúna (SP) e Maceió (AL).

Ao todo, são cumpridos 126 mandados judiciais, sendo, 18 mandados de prisão preventiva, 5 mandados de prisão temporária30 mandados de busca e apreensão, 23 sequestros de embarcações43 ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias e duas ordem judiciais de suspensão de atividades econômicas. Dentre as ordens de busca e apreensão encontram-se 12 imóveis3 veículos de luxo12 motos aquáticas e 11 embarcações.

Conforme a Polícia Civil, o grupo criminoso atuava de forma estruturada com a finalidade de praticar diversos crimes, como organização criminosalavagem de dinheirofalsificação de documentos públicos e particulares, inserção de dados falsos em sistemas informatizados, falsidade ideológicaestelionato e falsa comunicação de crime.

A ofensiva conta com a participação de 118 agentes, entre delegados, investigadores e agentes das polícias civis dos estados do Espírito SantoSão PauloCeará e Alagoas, além de promotores de justiça e agentes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Espírito Santo e São Paulo.

Investigação

Durante 2 anos de investigação, a Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV/DEIC) comprovou que a célula investigada atuava no Espírito Santo, composta por dois grandes empresários capixabas, além de diversos outros membros. A célula agia como “prestadora de serviços” de lavagem de capitais para outras organizações criminosas possuindo, inclusive, ligação com empresas e pessoas investigadas e denunciadas no âmbito de diversas fases da Operação Lava Jato, entre elas, as operações “Chorume” e “Descarte”, bem como empresas que já foram investigadas por atuarem com os doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama, todos no âmbito da Força Tarefa da operação “Lava jato”.

Também estaria envolvina no esquema criminoso uma empresa investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por desvios de mais de R$ 98 milhões em ICMS, tendo esta organização criminosa sediada no Estado do Espírito Santo movimentado mais de R$ 800 milhões.

A empresas de fachada e fictícias que participavam do esquema, segundo a polícia, eram criadas valendo-se de identidades falsas, expedidas pelo Setor de Identificação da própria Policia Civil do Estado do Espírito Santo, onde a organização criminosa se valia da precariedade do sistema atual de emissão de identidades civis e os beneficiários da lavagem, ou seja, os “clientes” que tinham os valores remetidos para contas de empresas na China e nos Estados Unidos.

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