O golpe montado entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal contra o Brasil fracassou. Difícil saber o que deu errado, depois de tantas manobras bem-sucedidas nessa conjunção de Brasília – incluindo prisão de jornalista por inquérito obscuro, bloqueio da ação policial em favelas e outras exuberâncias togadas. Um Congresso dirigido por parceiros tão leais aos aventureiros do Supremo merecia o presente da reeleição de seus presidentes.
Contrariava a Constituição, mas e daí? A Constituição existe para ser contrariada por luminares que têm conexão direta com a verdade suprema. A Carta Magna não é nada diante de seres muito mais magníficos que ela. O Toffoli e o Alexandre têm até muita paciência com a Constituição. Mas de vez em quando se irritam e criam um inquérito da cabeça deles – como o famoso inquérito “do fim do mundo” – porque seria o fim do mundo indivíduos dotados de onisciência ficarem pagando pedágio para aquele monte de letrinhas que, no fundo, ninguém sabe direito o que significam.
Gilmar pode ler na Constituição que o condenado pode ser preso após sentenciado em segunda instância e o mesmo Gilmar pode ler na mesma Constituição que o condenado não pode ser preso após sentenciado em segunda instância. Bastam três anos – e a prisão de um Lula – para a interpretação se modificar em sentido oposto. Ou seja: se o texto que guarnece a lei no país não mudou e a aplicação da lei mudou, fica evidente que a base do Direito não é a Constituição, é o Gilmar.
Eles mandam plataforma de rede social censurar pessoas e apagar perfis – com os préstimos do Congresso e sua CPMI circense sobre fake news, gabinete do ódio e lei da mordaça. Tudo normal. Por isso era tão importante mandar às favas a Constituição e reeleger Maia e Alcolumbre – porque em time que está ganhando não se mexe. Eles decidem também quem pode ser nomeado para dirigir a Polícia Federal. Proíbem o governo nacional de agir na pandemia. Decidem que a quadrilha do mensalão não era quadrilha e soltam José Dirceu. Quem precisa de Carta Magna com um currículo desses?
Não se sabe por que o golpe limpinho e cheiroso da reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado não deu certo. Há quem diga que houve traição – e aí a coisa é grave. Não é possível que alguém use a toga para se agarrar a uma Constituição que todos já tinham combinado no escurinho de atropelar. Também há quem diga que alguns dos iluminados ficaram receosos com a revolta do povo expressa nas redes sociais. É por isso que tem que aprovar a lei da mordaça: povo só serve para dar insegurança jurídica aos entes sobre-humanos da corte.
Está aí consumado o desastre. Sem Rodrigo Maia no front das cassandras, por exemplo, quem poderá garantir uma taxa mínima de fofoca diária para a República funcionar? Quem vai ficar espalhando para jornalistas amigos que Paulo Guedes não presta? Quem vai puxar o saco do embaixador chinês quando ele arrumar barraco com autoridades brasileiras? Quem vai usar o terceiro posto na linha sucessória do país para dar feliz aniversário ao maior ladrão da nação?
O golpe montado entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal contra o Brasil fracassou. Difícil saber o que deu errado, depois de tantas manobras bem-sucedidas nessa conjunção de Brasília – incluindo prisão de jornalista por inquérito obscuro, bloqueio da ação policial em favelas e outras exuberâncias togadas. Um Congresso dirigido por parceiros tão leais aos aventureiros do Supremo merecia o presente da reeleição de seus presidentes.
Contrariava a Constituição, mas e daí? A Constituição existe para ser contrariada por luminares que têm conexão direta com a verdade suprema. A Carta Magna não é nada diante de seres muito mais magníficos que ela. O Toffoli e o Alexandre têm até muita paciência com a Constituição. Mas de vez em quando se irritam e criam um inquérito da cabeça deles – como o famoso inquérito “do fim do mundo” – porque seria o fim do mundo indivíduos dotados de onisciência ficarem pagando pedágio para aquele monte de letrinhas que, no fundo, ninguém sabe direito o que significam.
Gilmar pode ler na Constituição que o condenado pode ser preso após sentenciado em segunda instância e o mesmo Gilmar pode ler na mesma Constituição que o condenado não pode ser preso após sentenciado em segunda instância. Bastam três anos – e a prisão de um Lula – para a interpretação se modificar em sentido oposto. Ou seja: se o texto que guarnece a lei no país não mudou e a aplicação da lei mudou, fica evidente que a base do Direito não é a Constituição, é o Gilmar.
Eles mandam plataforma de rede social censurar pessoas e apagar perfis – com os préstimos do Congresso e sua CPMI circense sobre fake news, gabinete do ódio e lei da mordaça. Tudo normal. Por isso era tão importante mandar às favas a Constituição e reeleger Maia e Alcolumbre – porque em time que está ganhando não se mexe. Eles decidem também quem pode ser nomeado para dirigir a Polícia Federal. Proíbem o governo nacional de agir na pandemia. Decidem que a quadrilha do mensalão não era quadrilha e soltam José Dirceu. Quem precisa de Carta Magna com um currículo desses?
Não se sabe por que o golpe limpinho e cheiroso da reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado não deu certo. Há quem diga que houve traição – e aí a coisa é grave. Não é possível que alguém use a toga para se agarrar a uma Constituição que todos já tinham combinado no escurinho de atropelar. Também há quem diga que alguns dos iluminados ficaram receosos com a revolta do povo expressa nas redes sociais. É por isso que tem que aprovar a lei da mordaça: povo só serve para dar insegurança jurídica aos entes sobre-humanos da corte.
Está aí consumado o desastre. Sem Rodrigo Maia no front das cassandras, por exemplo, quem poderá garantir uma taxa mínima de fofoca diária para a República funcionar? Quem vai ficar espalhando para jornalistas amigos que Paulo Guedes não presta? Quem vai puxar o saco do embaixador chinês quando ele arrumar barraco com autoridades brasileiras? Quem vai usar o terceiro posto na linha sucessória do país para dar feliz aniversário ao maior ladrão da nação?
O fracasso do golpe da reeleição de Maia e Alcolumbre precisa ser investigado, com punição exemplar dos culpados. Se isso não acontecer, daqui a pouco ficará impossível de conspirar honestamente neste país.
O fracasso do golpe da reeleição de Maia e Alcolumbre precisa ser investigado, com punição exemplar dos culpados. Se isso não acontecer, daqui a pouco ficará impossível de conspirar honestamente neste país.
O golpe montado entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal contra o Brasil fracassou. Difícil saber o que deu errado, depois de tantas manobras bem-sucedidas nessa conjunção de Brasília – incluindo prisão de jornalista por inquérito obscuro, bloqueio da ação policial em favelas e outras exuberâncias togadas. Um Congresso dirigido por parceiros tão leais aos aventureiros do Supremo merecia o presente da reeleição de seus presidentes.
Contrariava a Constituição, mas e daí? A Constituição existe para ser contrariada por luminares que têm conexão direta com a verdade suprema. A Carta Magna não é nada diante de seres muito mais magníficos que ela. O Toffoli e o Alexandre têm até muita paciência com a Constituição. Mas de vez em quando se irritam e criam um inquérito da cabeça deles – como o famoso inquérito “do fim do mundo” – porque seria o fim do mundo indivíduos dotados de onisciência ficarem pagando pedágio para aquele monte de letrinhas que, no fundo, ninguém sabe direito o que significam.
Gilmar pode ler na Constituição que o condenado pode ser preso após sentenciado em segunda instância e o mesmo Gilmar pode ler na mesma Constituição que o condenado não pode ser preso após sentenciado em segunda instância. Bastam três anos – e a prisão de um Lula – para a interpretação se modificar em sentido oposto. Ou seja: se o texto que guarnece a lei no país não mudou e a aplicação da lei mudou, fica evidente que a base do Direito não é a Constituição, é o Gilmar.
Eles mandam plataforma de rede social censurar pessoas e apagar perfis – com os préstimos do Congresso e sua CPMI circense sobre fake news, gabinete do ódio e lei da mordaça. Tudo normal. Por isso era tão importante mandar às favas a Constituição e reeleger Maia e Alcolumbre – porque em time que está ganhando não se mexe. Eles decidem também quem pode ser nomeado para dirigir a Polícia Federal. Proíbem o governo nacional de agir na pandemia. Decidem que a quadrilha do mensalão não era quadrilha e soltam José Dirceu. Quem precisa de Carta Magna com um currículo desses?
Não se sabe por que o golpe limpinho e cheiroso da reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado não deu certo. Há quem diga que houve traição – e aí a coisa é grave. Não é possível que alguém use a toga para se agarrar a uma Constituição que todos já tinham combinado no escurinho de atropelar. Também há quem diga que alguns dos iluminados ficaram receosos com a revolta do povo expressa nas redes sociais. É por isso que tem que aprovar a lei da mordaça: povo só serve para dar insegurança jurídica aos entes sobre-humanos da corte.
Está aí consumado o desastre. Sem Rodrigo Maia no front das cassandras, por exemplo, quem poderá garantir uma taxa mínima de fofoca diária para a República funcionar? Quem vai ficar espalhando para jornalistas amigos que Paulo Guedes não presta? Quem vai puxar o saco do embaixador chinês quando ele arrumar barraco com autoridades brasileiras? Quem vai usar o terceiro posto na linha sucessória do país para dar feliz aniversário ao maior ladrão da nação?
O fracasso do golpe da reeleição de Maia e Alcolumbre precisa ser investigado, com punição exemplar dos culpados. Se isso não acontecer, daqui a pouco ficará impossível de conspirar honestamente neste país.
vO fracasso do golpe da reeleição de Maia e Alcolumbre precisa ser investigado, com punição exemplar dos culpados. Se isso não acontecer, daqui a pouco ficará impossível de conspirar honestamente neste país.
Guilherme Fiuza
**Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.veja + em Guilherme Fiuza
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