Representantes dos blocos confirmaram a decisão durante uma reunião virtual com representantes da prefeitura e médicos
Por conta da pandemia de Covid-19, no carnaval de 2021 o Rio de Janeiro não terá desfiles nem das escolas de samba, que se apresentam no sambódromo, nem dos blocos carnavalescos, que se apresentam pelas ruas. As escolas de samba já haviam anunciado a decisão em setembro, e os blocos, que nunca cogitaram se apresentar, confirmaram a decisão durante uma reunião virtual com representantes da prefeitura e médicos realizada na última terça-feira, 27.
“O acontecimento do carnaval está diretamente ligado à chegada da vacina. Sem vacina não é possível termos carnaval de rua, nem mesmo os desfiles das escolas de samba, como a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) já havia anunciado no mês passado”, disse Fabrício Villa Flor, presidente da Riotur, empresa municipal de turismo, responsável por organizar o carnaval, entre outros eventos.
Também participaram da reunião a presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade (Sebastiana), Rita Fernandes; a médica infectologista Marília Santini, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); o professor de epidemiologia Roberto Medronho, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a promotora de Justiça Andrea Amin, coordenadora do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Todos concordaram que são inviáveis os desfiles de rua antes de haver vacinação segura contra a covid-19. “Sem vacina, não é possível termos o carnaval nos moldes tradicionais, como conhecemos há décadas. Ainda estamos em meio à pandemia da covid-19. Portanto, nossa posição é: sem vacina, não é possível fazermos uma previsão para a realização do Carnaval Rio 2021. Chegando a vacina, conseguiremos fazer o planejamento e falar em datas”, afirmou Villa Flor.
Para a presidente da Sebastiana, Rita Fernandes, mesmo se houver imunização até o segundo semestre, a realização dos desfiles seria inviável: “Se liberar o público no segundo semestre, a gente não pode fazer a festa. Fica muito em cima e, do ponto de vista da regulamentação, legalização, para nós, no segundo semestre é inviável”. Ela disse que a entidade vai recorrer a lives (shows transmitidos por redes sociais) e outros eventos fechados. “Coisas assim, que a gente possa ter controle.”
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