Gente experiente da comunidade jurídica, inclusive desafetos de Jair Bolsonaro, viram na indicação de Kassio Marques ao STF mais um lance de mestre do presidente, parecido ao que alçou Augusto Aras à PGR: ambos não foram escolhidos após campanhas de instituições, entidades de classe do direito ou da sociedade civil. Nos dois casos, também é possível contar nos dedos de uma mão os avalistas “avulsos” da escolha. Assim como o até agora dócil Aras, Marques, se chegar a ocupar a vaga, deverá gratidão, acima de tudo e de todos, a Bolsonaro.
Vixe. A prova cabal de que a indicação de Marques tem poucos padrinhos e avalistas: até Luiz Fux foi alijado das negociações
Garganta. Porém, não faltarão supostos “padrinhos”, inclusive deputados do Centrão sem nenhum trânsito no Planalto (diferentemente de Ciro Nogueira), dizendo que ajudaram no processo. Tudo cascata.
Para… Dos atuais ministros do STF, foram poucos os que chegaram até a Corte sem um amplo leque de apoios. Fux, por exemplo, foi bancado por Sérgio Cabral, Delfim Neto, Antonio Palocci e José Dirceu.
…lembrar. Edson Fachin foi apoiado por CUT, movimentos sociais, Igreja Católica, etc. O contraponto a eles é Rosa Weber.
Síntese. Segundo um importante advogado que acompanhou por dentro indicações nas últimas décadas, quem tem muitos padrinhos não tem nenhum. O contrário nem sempre é verdadeiro, mas tem mais chances de se tornar.
Qual o motivo? Por falar em Augusto Aras, ele não ficou muito satisfeito com a escolha de Marques.
Xi… O Planalto voltou a buscar alternativas para substituir Paulo Guedes na Economia. Apesar da lealdade do ministro ao presidente e de sua enorme resiliência, cresceu o temor de que as reformas não avancem com ele no governo.
Cortada. Do deputado Felipe Carreras (PSB-PE) sobre a punição à jogadora de vôlei de praia Carol Solberg: “Faz parte da democracia se expressar, contra ou pró governo. Isso é liberdade de expressão”.
SINAIS PARTICULARES.
Felipe Carreras, deputado federal (PSB-PE)
Parceria. O Ministério da Justiça vai indicar profissionais do Conselho Federal de Administração para gerenciar temporariamente 73 empresas confiscadas pela operação Rei do Crime, realizada pela Polícia Federal para desarticular o braço financeiro do PCC.
Parceria 2. O objetivo é preservar o patrimônio e o valor das empresas até que elas sejam leiloadas, além de manter os empregos ao resguardar os direitos de funcionários e possíveis sócios sem vínculo com a organização criminosa. Os bens apreendidos e bloqueados na operação somam mais de R$ 1 bilhão.
Parceria 3. A ação com os administradores será feita por meio da Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas, ligada à Justiça.
CLICK. A campanha de Arthur do Val (Patriota) a prefeito de SP alega que Guilherme Boulos divulgou irregularmente uma enquete, o que seria proibido pela lei eleitoral.
Reprodução/Twitter
Ação. Arthur do Val recorreu ao TRE contra a divulgação da sondagem, retuitada por Boulos, e que é, no mínimo, simpática ao candidato do PSOL. Procurada, a campanha de Boulos não respondeu. O TRE ainda não se manifestou.
PRONTO, FALEI!
Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Rodrigo Agostinho, deputado federal (PSB-SP): “A política ambiental do Brasil entrou de vez na campanha presidencial dos Estados Unidos. Uma estreia sem glamour, pela porta dos fundos”, sobre a declaração do presidenciável Joe Biden de que o Brasil poderá sofrer sanções comerciais por desmatamentos na Amazônia.
COM ALBERTO BOMBIG E MARIANA HAUBERT.
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