DE FRAUDE A OFF-SHORE: COMO R$ 123 MI FORAM DESVIADOS DA SAÚDE DO DF DE 2009 A 2015

De acordo com investigadores do MPDFT, esquema teve início no governo de Sérgio Cabral (RJ) e foi replicado na gestão de Agnelo Queiroz (DF)

Não foi só a Operação Falso Negativo que escancarou um suposto esquema de corrupção sangrando os recursos da saúde pública no Distrito Federal. Além da ofensiva que colocou a cúpula da Secretaria de Saúde do DF na cadeia, a Operação Gotemburgo, deflagrada na última quinta-feira (10/9), evidenciou que a pasta foi o epicentro de negociatas em governos anteriores, entre os anos de 2009 e 2015.

Trata-se de possível esquema de superfaturamento, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e direcionamento de licitações, que chamou atenção até mesmo de investigadores do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), acostumados a ter acesso a diversos tipos de artimanhas para desvios de recursos públicos.

A Operação Gotemburgo revelou um sofisticado plano criado no Rio de Janeiro, durante o governo de Sérgio Cabral (MDB), e replicado no Distrito Federal, na gestão do então aliado do emedebista Agnelo Queiroz (PT). Tudo para dar ares de legalidade às operações de compras de equipamentos hospitalares com preços previamente combinados e acima do valor de mercado.

De acordo com a ação cautelar apresentada para a 1ª Vara Criminal de Brasília, pelo menos dois grupos atuavam paralelamente com o objetivo de unir interesses e facilitar a aquisição de materiais. O esquema teria causado um rombo de cerca de R$ 123,2 milhões, em valores atualizados, em pelo menos 11 processos licitatórios da Secretaria de Saúde à época.

A operação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MPDFT em parceria com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Entre os investigados, estão os ex-secretários de Saúde do DF durante o governo petista Elias Miziara e Rafael Barbosa (foto em destaque), além do ex-subsecretário de Atenção à Saúde Ivan Castelli, também na gestão Agnelo.

Os procuradores e promotores trabalham com a linha de que todo o processo de compras e aquisições de insumos era feito para determinar o direcionamento para a empresa Maquet, mesmo antes das publicações dos editais, com especificações técnicas que impediam outras empresas de participarem com êxito das disputas públicas.


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