O governo russo autorizou o tratamento de pacientes com COVID-19 com a hidroxicloroquina, um derivado do remédio contra malária cloroquina, cuja eficácia é alvo de debate mundial.
Em um decreto publicado na quinta-feira à noite (16), o governo russo deu instruções às organizações médicas nesse sentido, acrescentando que a China entregou mais de 68.000 caixas deste remédio ao país.
O texto foi publicado depois de um telefonema ontem entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e chinês, Xi Jinping.
A hidroxicloroquina será distribuída nos hospitais que tratam os pacientes que deram positivo para coronavírus, ou sob suspeita de contaminação.
A agência russa de controle dos serviços médicos deverá monitorar o quadro para garantir a segurança e a eficácia do remédio.
A hidroxicloroquina, assim como a cloroquina, derivada da quinina, são há várias décadas prescritas para tratar a malária.
Embora sejam conhecidas por suas propriedades antivirais, ambas têm graves efeitos colaterais – em especial, se forem ministradas em altas doses, ou junto com outros medicamentos.
Alguns médicos e governantes defendem o amplo uso deste fármaco na conjuntura atual, classificado de “presente dos céus” pelo presidente americano, Donald Trump.
Uma grande parte da comunidade científica e das organizações de saúde pedem, porém, que se espere uma validação científica rigorosa, alertando para os riscos para os pacientes.
Embora estudos preliminares na França e na China apontem resultados promissores, a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina “ainda está por ser demonstrada”, segundo a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
No início de abril, a EMA pediu que se usasse a substância apenas em testes clínicos, ou “programas de emergência”.
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