Em uma coluna escrita por Steven Petrow nesta semana para o jornal The Washington Post, “Conselhos aos pais sobre como criar uma criança LGBTQ saudável e feliz”, o autor trouxe a seguinte informação: apenas um pequeno percentual dos adolescentes “se identifica” como gay, lésbica ou transgênero.
Ao mesmo tempo, Petrow apresenta exemplos de crianças e adolescentes em luta com a orientação sexual e a identidade de gênero.
Petrow é gay, e trata desse fenômeno como algo urgente, embora ao mesmo tempo pontue que, estatisticamente falando, a questão não é tão grande assim.
Ele está certo em ambas as análises, e é vital que os conservadores compreendam o porquê – e como lidar com essa situação. O movimento LGBTQ trará consequências severas aos nossos jovens se nós não intervirmos e não mantivermos uma postura firme e sólida baseada na verdade e na realidade.
Uma das coisas que mais cativam a esquerda progressista é empurrar o movimento LGBTQ para o centro das discussões – principalmente no que diz respeito às questões dos transgêneros – mesmo que o número de jovens em luta com a própria orientação sexual continue pequeno.
Grandes organizações com doadores generosos e apoio financeiro substancial, presença nas mídias sociais e apoiadores com voz ativa – geralmente famosos ou influentes – tomaram para si a ideologia LGBTQ e estão ajudando a infiltrá-la nas mídias sociais, na indústria do entretenimento e na educação.
Estes são os três lugares onde essas ideias estão se tornando dominantes, apesar de refletirem a opinião de uma pequena parcela da sociedade.
A ideologia se espalha rápido e traz consigo um efeito perverso e danoso nos nossos jovens, justamente por essa onipresença – o sentimento de que todos são gays ou transgêneros – que a faz parecer popular, senão inevitável.
Como consequência, o percentual de jovens, especialmente meninas, que reportam algum tipo de disforia de gênero aumentou subitamente e de forma dramática, em uma mudança óbvia de rumo em relação aos dados anteriores, de poucos jovens se identificando como transgêneros.
A ideologia de gênero é ainda mais desconcertante porque exige que uma pessoa ainda jovem passe por uma metamorfose muito prejudicial – que envolve mudanças sociais, hormonais e em alguns casos até mesmo cirúrgicas. Na maioria dos casos, essas mudanças e seus efeitos são irreversíveis.
Em seu novo livro “Irreversible Damage”, ainda sem tradução para o português, a jornalista Abigail Shrier explica esse “contágio” e como ele tem afetado negativamente as jovens mulheres.
Shrier recentemente entrou em uma discussão online sobre o assunto em um fórum público com Heather Heying, profissional da área da biologia evolutiva. Trago aqui uma pequena parte da discussão, e recomendo a leitura integral do diálogo.
Shrier escreveu:
“Por toda a região oeste, garotas adolescentes estão subitamente se identificando como ‘trans’ assim como suas amigas, clamando por hormônios e cirurgias. São garotas adolescentes que estão lutando contra a ansiedade e a depressão, mas que nunca tiveram nenhum histórico de disforia de gênero.
Guiadas por um sem número de influenciadores trans nas mídias sociais, e com o encorajamento de seus pares, uma quantidade significativa de garotas estão se transformando de desesperadamente impopulares para, agora, queridinhas do mundo virtual.”
Heyin respondeu, em parte:
“Vou te deixar um dado: estudos publicados recentemente mostram que os indivíduos ‘transgênero e com diversidade de gênero’ têm altas taxas de autismo e outros diagnósticos psiquiátricos.
Isto posto, não deveríamos considerar esse crescimento rápido nos casos de ‘disforia de gênero’ entre as mulheres jovens como um sintoma em vez de uma síndrome em si mesma?
Por que castigamos essas adolescentes quando elas cortam os próprios corpos, e por que não comemoramos quando elas procuram um médico para ajudá-las com essa situação?
Quando uma adolescente mutila a si mesma, ou deixa de se alimentar até quase chegar à própria morte, nós tentamos ajudá-la como um ser humano. Não estamos aqui santificando o comportamento. Por que estamos agora celebrando um sintoma?”
Juntas, Shrier e Heyins levantam em sua conversa um ponto importante: desde quando alguma coisa que começa na mente e passa a se manifestar fisicamente se tornou algo aceitável como verdade universal inquestionável?
Mais ainda, o que estamos fazendo com nossas filhas (e com nossos filhos) quando as ajudamos a obter uma “cura” para a disforia de gênero com métodos irreversíveis e que trazem efeitos adversos a longo prazo?
Políticos e gestores de políticas públicas da esquerda estão levando essa tendência – que se parece muito com um contágio perturbador – muito a sério. Vinte estados norte-americanos agora contam com leis que tornam ilegal questionar a identidade de gênero de uma pessoa, ou mesmo desincentivá-la a passar por processos de alteração corporal significativa, como aplicação de hormônios ou cirurgias.
Conservadores e quaisquer outras pessoas que se preocupam com a ciência, a verdade e a realidade precisam combater de forma urgente a adoção de leis como estas em outros estados. Precisamos seguir vigilantes sobre estas questões transgênero, e sobre como elas estão sendo tratadas nas escolas, o que está sendo mostrado aos nossos jovens nas mídias sociais e qual o tipo de entretenimento que eles estão consumindo.
A meta dos pais não é criar uma criança LGBTQ, como sugeriu Petrow, ou como ajudar seus filhos a suspenderem a puberdade e conseguir uma cirurgia que mudará suas vidas para sempre. Essa meta deveria ser amar seus filhos de maneira incondicional enquanto se dá a eles acesso à verdade, aos fatos, à ciência e à realidade.
Nicole Russell é colaboradora do The Daily Signal.
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