Temer recebeu um convite justo de Bolsonaro: chefiar nossa missão humanitária no Líbano

Em um país com tantos libaneses como o Brasil, o presidente Jair Bolsonaro convidou o ex-presidente Michel Temer para chefiar uma missão humanitária ao Líbano. Terra em que, no Norte daquele país, na cidade onde nasceram os pais de Michel Temer, existe uma rua com o nome dele. Uma rua com o nome de um ex-presidente do Brasil, assim como existem ruas chamadas Anita Garibaldi na Itália. São homenagens a brasileiros no exterior.

Michel Temer aceitou essa missão e irá, de novo, receber o passaporte vermelho que ele usava como presidente da República. Ele está, sim, sendo processado; mas não foi condenado em nada até agora.

É bom a gente lembrar: Temer se recusou a fazer parte de um abaixo-assinado “pseudo pró-democracia” que, na verdade, era um abaixo-assinado contra Bolsonaro. Assim como José Sarney também se recusou.

Vejam só: acusaram Bolsonaro de não ser um democrata. No entanto, em 1997, Michel Temer liderou um movimento chamado “Reage Câmara” porque o presidente Fernando Henrique estava mandando na Câmara. Só para que a gente possa comparar, o presidente Jair Bolsonaro nunca deixou de respeitar os poderes da Câmara Federal.

Amazônia

Eu tenho falado aqui sobre campanhas contra Amazônia. Aí eu vejo em um jornal a notícia de que o desmatamento aumentou no governo Bolsonaro, com uma foto de uma carreta ocupando um terço da página. A imagem mostra uma jamanta carregada de toras de quase 1 metro de diâmetro, e atrás um pátio cheio de toras empilhadas.

Fui ver – lá no cantinho da foto – o crédito, para saber quem tirou a foto. Lá estava lá o nome do fotógrafo e a data da foto: era de 2014. Isso revela que essa é uma campanha de factoides. Parecem fatos, mas na verdade é algo para embrulhar as pessoas que tomam conhecimento dessas supostas notícias.

100 mil mortos

Nós passamos de 100 mil mortos por coronavírus no Brasil. Mas parece que estão saudando a morte. Isso me faz lembrar aquele general José Millán-Astray, da Guerra Civil Espanhola, que gritava “Viva la Muerte”. É um paradoxo. “Viva la Muerte” é uma contradição. E parece que as pessoas estão saudando a morte, ao invés de saudar a vida.

A crítica que eu faço é que a prevenção e a cura não estão ao alcance de todos os brasileiros. A gente consegue a receita médica para comprar ivermectina, depois manda fazer zinco na farmácia de manipulação, compra vitamina D e se protege; se blinda de alguma forma. E depois, se houver os primeiros sintomas, a gente já corre para o médico, pede a receita para hidroxicloroquina, e pronto: resolve em dois, três dias.

Agora, milhões de pessoas não têm esse acesso para chegar ao médico. Não tem a chance de pedir a receita, comprar vitamina D e zinco. Esse é o desequilíbrio dessa pandemia aqui no Brasil; o que é uma pena.

Hoje nós somos o 9º país do mundo em mortes, em números relativos, em mortes por milhão. Isso é muito. Mas somos o 2º lugar em recuperação em termos absolutos. No ano passado, morreram  80 mil pessoas de infecções das vias respiratórias inferiores. Então já superamos esse número por causa desse maldito vírus que entrou aqui no Brasil.

Para finalizar…

Como morreu Dom Casaldáliga, que sempre teve muita ligação com os índios, eu gostaria de lembrar uma manifestação do vice-presidente da República, General Mourão, que é filho de caboclos amazonenses. Ele conhece muito a região e disse que o índio não merece ser segregado, ser posto em uma espécie de zoológico, como muita gente quer.

O índio tem que ter acessos. Não pode ficar vivendo nu com arco e flecha, na horta. O índio tem que ter a casinha dele, tem que ter a escola para os filhos, inclusive com a cultura local. Tem que ter acesso à saúde, acesso a celular, à televisão. E, para isso, ele tem que ter – dentro da Lei – a liberdade de aproveitar as suas reservas, e o lugar onde vive.

Aliás, eu gostaria de lembrar que o exército está lançando fibras óticas no leito dos rios, para melhorar a comunicação na Amazônia.

Alexandre Garcia

Colunas sobre política nacional publicadas de domingo à quinta-feira. *Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.

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